Nas décadas de 1960 e seguintes, Granja Paraíso foi o nome de uma linha de ônibus em Fortaleza.
(Não sei por que a linha era assim designada: um pequeno bairro que a expansão de outros bairros suprimiu? uma referência local que desapareceu sem deixar rastros?).
Lembro-me de que os ônibus dessa linha percorriam os primeiros quarteirões da Avenida Bezerra de Menezes, faziam o retorno em frente ao 3º Distrito Policial (antes do cruzamento da artéria com os trilhos da RVC, a "Rapariga Velha Cansada"), prosseguiam pela Rua Dom Jerônimo até a Avenida Jovita Feitosa, de onde continuavam a rota por algumas ruas do Parque Araxá. O fim da linha era na Rua Ana Néri, no bairro Rodolfo Teófilo.
Era uma "mão na roda" para alguns de nós, acadêmicos de medicina, que residíamos no bairro de Otávio Bonfim e adjacências, e estudávamos na Faculdade de Medicina em Rodolfo Teófilo, antigo Porangabuçu. Sem estes ônibus teríamos que fazer um demorado percurso alternativo utilizando-nos de veículos de outras linhas.
Fui um passageiro diário desses ônibus da empresa Santa Cecília durante 7 anos. A partir de 1965, quando me preparava para o vestibular no "cursinho" do Diretório Acadêmico XII de Maio e, de 1966 a 1971, como aluno da Faculdade de Medicina.Carlos Maurício (da turma de 1971), que morava no vizinho Parque Araxá, também pegava esses ônibus com o mesmo objetivo.
Outros colegas da turma de 1971 recorriam a ônibus que faziam trajetos pelos bairros em que eles moravam. Alguns, que possuíam automóveis, obviamente utilizavam-se destes meios de transporte, ajudando os colegas com a carona solidária. Por diversas vezes, contei com os préstimos do Álvaro e do Queiroz para ir à Faculdade.
E vêm-me à lembrança os nomes de outros acadêmicos de medicina que também foram usuários da linha Granja Paraíso: Franco Magalhães (da turma de 1969); Breno, Ana Comaru e Emilson (da turma de 1970); Francisco Dario e Maria Gurgel (da turma de 1972); e Waldemiro Carvalho (da turma de 1973).
De 1972 a 1977, período em que foi acadêmico de medicina, o meu irmão Marcelo Gurgel também dependeu da linha Granja Paraíso para ir e vir da Faculdade.
Segundo Antônio Azevedo, empresário do setor de coletivos urbanos em Fortaleza, o motivo que levou à extinção de linhas como a Granja Paraíso foi o surgimento de grandes avenidas em Fortaleza, como a José Bastos, e o alargamento de outras, como a Jovita Feitosa, que fizeram com que os transportes coletivos se concentrassem nelas.CAIO "Bossa Nova", prata, da Linha "Granja Paraíso", no final dos anos 1960. CAIO (Companhia Americana Industrial de Ônibus), o fabricante que produzia esse tipo de carroceria para a Mercedes-Benz, e "Bossa Nova", por influência do movimento que modernizou o samba. Crédito desta fotografia a Santos Souza.
Dentre os acadêmicos de medicina que também foram usuários da linha Granja Paraíso, vêm-me à lembrança:
ResponderExcluirFranco Magalhães (1964 - 1969)
Breno, Ana Comaru e Emilson (1965 - 1970)
Carlos Maurício (1966 - 1971)
Francisco Dário e Maria Gurgel (1967 - 1972)
Valdomiro (1968 - 1973)
Bom memorialista que Marcelo Gurgel é, saberá ampliar esta relação dos antigos usuários da linha com a inclusão de nomes de acadêmicos contemporâneos a ele.
Linhas de ônibus em Fortaleza (1963):
ResponderExcluirSítio Ipanema, Hospedaria, Casa Popular, SAPS, Granja Corcovado, Serrinha, Legião (Siqueira Gurgel), Jacarecanga, Braga Torres, Amadeu Furtado, Djalma Petit, Tirol, Granja Paraiso, Igreja São Raimundo, Porangabussu, Estância, Padre Andrade, Dona Tereza, Alto da Balança, Cocó, Floresta, Itaoca, Couto Fernandes (Km 8), Barroso, Carlito Pamplona, Barra do Ceará, Campo do Pio, Bairro de Fátima, Benfica, São Gerardo, Antonio Bezerra, Montese, Treze de Maio, Aeroporto, Mondubim, Parangaba, Vila União, Serviluz, Cais do Porto, Vila Pery, José Bonifácio, Praia de Iracema, Aldeota, Pan Americano, Vila Ellery etc.
23/07/2017 - Pela blogosfera
ResponderExcluirEsta nota foi republicada pelo site FORTALBUS, em 11/05/2015, com o título: "Enquanto isso, linha de ônibus na Bezerra de Menezes de antigamente".