O MILAGRE DO SABER-SENTIR

Diogo Fontenelle
Bruno Paulino adentra o universo poético mediante a obra "Balada Noturna, Dolente e Amorosa" à luz do saber-sentir. Trata-se de uma brochura com poucas páginas, mas que não significa obra menor. Sabe-se muito bem que, no âmbito da Poesia, a cada momento, legitima-se cada vez mais o provérbio português: "São nos pequenos frascos que estão as grandes essências".
O saber-sentir é a porta da frente do legítimo fazer poético, aquele plasmado além-receita de bolo. Guiado pelo ouvido-melodia, – acima de tudo pelo coração-azul-sonhar! -, Bruno Paulino, noivo da Poesia, inventa trilhas e veredas pelo labirintear da palavra feito verso.
O fato é que a Poesia requer dedicação feito técnica. Mas, muito mais que isso, requer devoção feito dom do Mais Alto. Poesia é a arte do pactuar com o Mais Além, é rastrear os sopros de Deus. Nessa rota-mistério, segue Bruno Paulino em sua cigania pelo verbal, à mercê do desejo de colorir o mundo. Nesse horizonte do mágico, convém sublinhar, em que ser poeta é dedilhar as muitas cordas do coração humano, é coisa-não aprendida de fato, que tenta apreender o Divino. Coisa ofertada por Deus em sua misericórdia e Graça.
O poeta em revelação, pelo sertão reluzente do Quixeramobim, conta com o saber-sentir ao dobrar dos sinos da fabulação oriunda do seu prosear, enquanto contista-cronista. Soma-se, agora, o vigor do verbal encantatório iluminado pela musicalidade, exigência primeira do fazer poético. É notória a percepção de que não existe Poesia sem Melodia, são corpo e alma inseparáveis a animar o viver-sonhar. Portanto, cabe-me apenas desejar Boa Viagem ao poeta que nasce - já marcado pela sensibilidade – para a missão do reflorir o mundo.
Site de Bruno Paulino: www.lanasmarinheiras.blogspot.com.br

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