BASTOS TIGRE E O "CHOPP EM GARRAFA"

Manuel Bastos Tigre (Recife, 12 de março de 1882 — Rio de Janeiro, 1.º de agosto de 1957) foi um homem de múltiplos talentos, pois foi jornalista, poeta, compositor, teatrólogo, humorista, engenheiro, publicitário e bibliotecário. Em várias dessas áreas, Bastos Tigre obteve sucesso, especialmente como publicitário. É dele, por exemplo, este slogan da Bayer que correu o mundo: "Se é Bayer é bom". Foi ele ainda quem fez a letra para Ary Barroso musicar e Orlando Silva cantar, em 1934, o "Chopp em Garrafa", inspirado no produto que a Brahma passou a engarrafar naquele ano.

O jingle tem mais de 3 minutos de duração. Nesta pressa de hoje não teria chance de ser veiculado pela mídia. Em tempo de gravação o "Chopp em Garrafa" (3:12) ultrapassa o "Tão bom que foi o Natal" (2:05), que Chico Buarque compôs em 1967 para a Imobiliária Clineu Rocha. Na verdade, "Tão bom que foi o Natal" não faz qualquer referência à empresa anunciante. É a canção que ocupava um dos lados de um disco que a Clineu Rocha distribuiu entre seus clientes; do outro lado, estavam os jingles da imobiliária.
https://blogdopg.blogspot.com/2012/12/tao-bom-que-foi-o-natal.html
Bastos Tigre estudou no Colégio Diocesano de Olinda, onde compôs os primeiros versos e criou o jornalzinho humorístico "O Vigia". Diplomou-se pela Escola Politécnica, em 1906. Trabalhou como engenheiro da General Electric e depois foi ajudante de geólogo nas Obras Contra as Secas, no Ceará.
Prestou concurso para Bibliotecário do Museu Nacional (1915) com tese sobre a Classificação Decimal. Mais tarde, transferiu-se para a Biblioteca Central da Universidade do Brasil, onde serviu por mais de 20 anos. Exerceu a profissão de bibliotecário por 40 anos, é considerado o primeiro bibliotecário por concurso, no Brasil.
No dia 12 de março é comemorado o Dia do Bibliotecário, que foi instituído em sua homenagem. WIKI
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Ver também em "Linha do Tempo":
SABÃO PAVÃO
ÓLEO PAJEÚ
PÍLULAS DO DR. MATTOS
FIMATOSAN
GETS-IT
GUARANÁ JESUS
A CAJUÍNA

JOSÉ DE ANCHIETA

"Santo: requestes a cruz na selva escura;
herói: plantaste nossa velha aldeia;
mestre: ensinaste a doutrina pura;
poeta: escrevestes versos sobre a areia."
Guilherme de Almeida
São José de Anchieta (San Cristóbal de La Laguna, na ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias, 19 de março de 1534 — Reritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol, santo da Igreja Católica e um dos fundadores da cidade brasileira de São Paulo.
Canonizado em 2014 pelo papa Francisco, é conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país.
Missões
Desde jovem, Anchieta padecia de tuberculose óssea, que lhe causou uma escoliose, agravada durante o noviciado na Companhia de Jesus. Este fato foi determinante para que deixasse os estudos religiosos e viajasse para o Brasil. Aportou em Salvador, na Capitania da Baía de Todos os Santos em 13 de Julho de 1553, com menos de vinte anos de idade. Anchieta ficou menos de três meses em Salvador, partindo em outubro para a Capitania de São Vicente, onde conheceria Manuel da Nóbrega e permaneceria por doze anos. Anchieta abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi e catequizando os índios.
Sabe-se que a data da fundação de São Paulo é o dia 25 de Janeiro, por causa de uma carta de Anchieta a seus superiores da Companhia de Jesus, com a citação:
"A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!"
O religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os indígenas, como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam não raro escravizá-los. Esteve em Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, em missão de preparo para o Armistício com os Tupinambás de Ubatuba (Armistício de Iperoig). Nesse período, em 1563, intermediou as negociações entre os portugueses e os indígenas reunidos na Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig.
Lutou contra os franceses estabelecidos na França Antártica, na baía da Guanabara. Foi companheiro de Estácio de Sá, a quem assistiu em seus últimos momentos. Em 1566, foi enviado à Capitania da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá sobre o andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de reforços portugueses ao Rio de Janeiro. Por esta época, foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade.
Dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro por três anos, de 1570 a 1573. Em 1569, fundou a povoação de Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu por dez anos, sendo substituído em 1587 a seu próprio pedido. Retirou-se para Reritiba, mas teve ainda de dirigir o Colégio do Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo. Em 1595, obteve dispensa dessas funções e conseguiu retirar-se definitivamente para Reritiba onde veio a falecer, sendo sepultado em Vitória.
Obras escritas
Segundo a "Brasiliana da Biblioteca Nacional" (2001), o Apóstolo do Brasil, missionário e fundador de cidades, foi gramático, poeta, teatrólogo e historiador, que compunha seus textos em quatro línguas: português, castelhano, latim e tupi.
Duas das suas principais obras foram publicadas ainda durante sua vida:
"De gestis Mendi de Saa" ("Os feitos de Mem de Sá"), impressa em Coimbra em 1563, que retrata a luta dos portugueses, chefiados pelo governador-geral Mem de Sá, para expulsar os franceses da baía da Guanabara onde Nicolas Durand de Villegagnon fundara a França Antártica. Esta epopeia renascentista, escrita em latim e anterior à edição de "Os Lusíadas", de Luís de Camões, é o primeiro poema épico da América.
"Arte de Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil", impressa em Coimbra em 1595 por Antonio de Mariz. É a primeira gramática contendo os fundamentos da língua tupi. Constituindo-se em sua segunda obra publicada, é, ainda, a segunda obra dedicada a línguas indígenas, uma vez que, em 1571, já surgira, no México, a "Arte de la lengua mexicana y castellana" de frei Alonso de Molina.
Durante o tempo em que passou entre os gentios, compôs também o "Poema à Virgem". Segundo uma tradição, teria escrito o poema nas areias da praia de Iperoig, memorizando-o  e, apenas mais tarde, em São Vicente, o teria trasladado para o papel.
"O Poema de Anchieta", Benedito Calixto (1910)
Homenagens a Anchieta
- Rodovia Anchieta, que liga São Paulo a Santos. Foi inaugurada na década de 1940.
- Palácio Anchieta, o nome da sede do governo do Estado do Espírito Santo, no centro de Vitória.
- Cidade de Anchieta (ES), o nome atual da antiga Reritiba onde Anchieta viveu seus últimos anos.
- Santuário Nacional de São José de Anchieta, na cidade de Anchieta (ES).
- Passos de Anchieta. A sua disposição em caminhar levava a que percorresse, duas vezes por mês, a trilha litorânea entre a então Reritiba (atual Anchieta) e a ilha de Vitória, com pequenas paradas para pregação e repouso em Guarapari e outras localidades. Modernamente, esse percurso, com cerca de 105 quilômetros, vem sendo percorrido a pé por turistas e peregrinos, à semelhança do Caminho de Santiago, na Espanha.
- Monumento ao Padre José de Anchieta, na cidade de San Cristóbal de La Laguna, em Tenerife. Uma imponente estátua de bronze em sua homenagem, trabalho do artista brasileiro Bruno Giorgi.
- Instituto Padre Anchieta, [1] [2] educandário em Fortaleza, nas décadas de 1940 e 1950, fundado e dirigido pelo Prof. Luiz Carlos da Silva.
Referências
José de Anchieta, Wiki
Por que Anchieta é retratado escrevendo na areia?, Editora Cleofas
O Poema de Anchieta, Enciclopédia Itaú Cultural

ANIVERSÁRIO DE HENRIQUE SOARES

Marcos Henrique Siqueira Soares, auditor aposentado da Sefaz-CE, teve o aniversário natalício comemorado em sua residência, no penúltimo sábado (10).
O evento, que consistiu de uma feijoada e outras iguarias, foi organizado pela esposa Eveline.
Na decoração geral, no bolo de aniversário e nos cupkakes, estavam presentes as cores e o distintivo do Fortaleza Esporte Clube. Nas camisas da maioria dos convidados, idem. Henrique Soares, que foi jogador profissional do Ferroviário nos idos de 70, é fã ardoroso do Fortaleza.
Estive lá, acompanhado de Elba e do neto Matheus, para dar um caloroso abraço neste amigo e consogro.
Na foto: o filho Marcos, o neto Eduardo e o aniversariante Henrique.
Enquanto isso, no Castelão...
Fortaleza 0 x 0 Ceará

ANCHIETA E GUARAPARI - ES

05/03, terça-feira
Por rodovia, Guarapari e Anchieta distam de Vitória 53 km e 82 km, respectivamente. Ao comprar as passagens no guichê da Planeta, escolhemos começar a visita por Anchieta.
Situada na microrregião de Guarapari e com 28 mil habitantes, Anchieta tem como uma de suas principais referências o Santuário Nacional de São José de Anchieta (foto), que homenageia o padre jesuíta que fundou a cidade. O santuário fica numa encosta do rio Benevente, no núcleo histórico de Reritiba, atual Anchieta, uma cidade situada no litoral sul do Espírito Santo. Do ponto de vista arquitetônica o templo é uma obra modesta, construída no tempo do Brasil Colônia. Em seu interior, há vários painéis que relatam a vida e a obra do Padre Anchieta. Ao fundo, tem-se a belíssima vista do rio Benevente.
O Museu Padre Anchieta estava fechado, e nós visitamos apenas a igreja do complexo dedicado ao santo.
Na volta da visita ao santuário, paramos em uma mercearia para tomar água de coco. O dono do ponto de venda, um senhor muito prestativo, nos deu algumas informações sobre a cidade.
Anchieta tem 20 praias, sendo a mais procurada a Praia dos Castelhanos. Concluída a visita, numa parada de ônibus da avenida à beira-mar da cidade, tomamos um coletivo com destino a Guarapari.
http://www.litoralsulcapixaba.com.br/santuario/santuario.htm
Guarapari, assim como Anchieta, são municípios em que as sedes ficam à beira-mar (situação pouco comum no Ceará). Na alta temporada, Guarapari recebe centenas de milhares de turistas. A expectativa é de que, até o final do verão, 1,5 milhão de pessoas passe pela cidade. O município tem 51 praias.
Guarapari é um dos principais destinos turísticos do Espírito Santo. A cidade foi fundada em 1891, mas suas origens remontam ao século 16, com uma aldeia fundada pelo Padre Anchieta no local. O crescimento acentuado ocorreu a partir dos anos 1960 e, atualmente, possui 123 mil habitantes (2018). Guarapari tem 52 praias, que estão entre as mais concorridas do Espírito Santo.
Percorremos o seu centro comercial, a Praça Ciríaco Ramalhete, onde um grupo de foliões entoava "A Turma do Funil" (acho que estavam se aquecendo para o baile no Siribeira Iate Clube) e o calçadão da  Praia da Areia Preta (foto), que tem esta designação devido à ocorrência da areia monazítica. Algumas pessoas acreditam que essas areias escuras sejam medicinais e possam trazer benefícios para os portadores de doenças reumáticas,o que não é um fato científico. Na verdade, elas apresentam um alto nível de radioatividade natural proveniente de dois elementos químicos: urânio e tório.
Em alguns pontos das praias foram registradas leituras de até 20μSv/h (175 mSv por ano), uma dose equivalente à que seria recebida ao se tirar uma radiografia de tórax a cada cinco horas.
Ao lado do Siribeira, há um restaurante (foto), o Aquários, em que almoçamos uma moqueca capixaba. Com música ao vivo (roda de samba) e o melhor dos panoramas: de um lado a Praia da Areia Preta, e do outro, a Praia do Meio e a Praia das Castanheiras. Afinal, o clube e o restaurante foram edificados em uma península natural.
A 7 quilômetros do centro da cidade, próximo ao trevo da BR 101, está o Rodoshopping de Guarapari, mas as paradas lá são rápidas.
Para viabilizar o dia de passeio em Anchieta e Guarapari, utilizamo-nos do late check out. Um sistema praticado pelo Ibis que acrescenta seis horas de hospedagem mediante o pagamento de meia diária. Eles também disponibilizam o early check in.
Quanto à sequência final de nosso passeio por terras espírito-santenses, consistiu de uma pizza no refeitório do hotel, uma corrida de Uber para o aeroporto e o embarque no voo 3045 da Latam para Fortaleza, onde chegamos na madrugada da quarta-feira de cinzas.
(4 de 4)
Leitura interessante: https://especiais.gazetaonline.com.br/bomba/
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Capixabas famosos (em ordem alfabética):
Carlos Imperial (produtor artístico), Jair Amorim (compositor), Fernando Torres (ator), Luz del Fuego (dançarina), Nara Leão (cantora), Roberto Carlos (cantor), Roberto Menescal (compositor), Robson Miguel (violonista), Rubem Braga (cronista), Sérgio Sampaio (compositor), Stênio Garcia (ator) ...
Originalmente, capixaba era somente aquele que nascia em Vitória-ES, sendo que o uso popular acabou estendendo esta designação a todos os espírito-santenses.

DOMINGOS MARTINS - ES

04/03, segunda-feira
Após o café-da-manhã, pelo aplicativo do celular pedimos um carro para uma corrida com destino ao Terminal Rodoviário de Vitória. Este terminal dos ônibus interurbanos fica próximo da zona portuária da cidade. Tínhamos como objetivo fazer um passeio em Domingos Martins, uma cidade com 35 mil habitantes nas montanhas capixabas, a cerca de 50 quilômetros de Vitória.
Um ônibus da Águia Branca, saindo pela Ponte Florentino Avidos (a Cinco Pontes) e tomando a rota da BR 262 que passa por Cariacica e Viana, levou-nos até Domingos Martins. O tempo de viagem foi pouco mais de uma hora.
Domingos Martins está situada na região montanhosa do Espírito Santo. É promovida como "Cidade do Verde", por contar com bastante mata atlântica,. O município possui muitos rios, picos e tem fazendas históricas. A sede tem a altitude de 542 metros, mas, no município, há picos acima de 1 800 metros. O município, que foi fortemente colonizado por pomeranos, tem 335 mil habitantesCom quedas altas e piscinas naturais, a Cascata do Galo é a mais famosa de Domingos Martins. O município tem sua alta temporada nos meses de inverno, quando as temperaturas estão mais amenas.
A Praça Dr. Arthur Gerhardt, como é chamada a praça principal da cidade, encanta a todos por seus canteiros, monumentos, fonte de água jorrante e a miniatura de um quitungo (uma casa de farinha) sobre um pequeno lago de carpas.
Vídeo 0:37 - 0:43
QUITUNGO (significado: casebre; choupana) - A farinha de mandioca já era utilizada pelo povos nativos deste país, porém a produção era um trabalho braçal muito fatigante. Colonos imigrantes que aqui chegaram no século 19 substituíram o trabalho braçal pela força d'água para mover suas engrenagens, criando assim o quitungo que, além de facilitar a produção da farinha, também realizava outras funções como: pilar café e arroz, moer fubá e canjica, gerar eletricidade etc.
O passeio deu-nos uma boa impressão de Domingos Martins. A cidade foi colonizada principalmente por imigrantes pomeranos, como deixa claro o monumento em homenagem a eles em sua praça principal, e percebe-se em toda parte uma forte influência luterana.
Fomos ter numa certa Rua de Lazer. Uma rua no estilo calçadão para pedestres, com lojas de doces, cafés e restaurantes. No "Caminho do Imigrante" tomamos chopes e almoçamos. Numa loja de doces Elba comprou bombons artesanais para trazê-los para a família.
Retornamos para a Praça Dr. Arthur Gerhardt, onde o termômetro da placa estava a indicar 35 graus. Enquanto descansávamos num banco da praça começou a soprar uma brisa agradável. Mas tudo que ela conseguiu foi reduzir em 2 graus a temperatura local.
#AMOR❤️ES 
Na Rodoviária pegamos o ônibus de volta para Vitória. Eram discretos em Domingos Martins os sinais de que estávamos numa segunda-feira de carnaval.
À noite, fomos ao Shopping Vitória.
(3 de 4)

PASSEIOS PANORÂMICOS EM VITÓRIA / VILA VELHA

03/03, domingo
O Pier Iemanjá, na Praia de Camburi, fica a menos de um quilômetro da Praia do Canto. É um local muito frequentado por pescadores amadores. De um deles, enquanto tirava do anzol um robalinho que havia pescado, ouvi a má notícia de que não tinha mais escunas no Pier.
- Para ser franco, não sei nem se ainda existem essas escunas para turistas, completou ele.
Quem não tem barco embarca no ônibus. O plano B foi comprar na Capixaba Receptivo duas passagens para um passeio terrestre pelas cidades de Vitória e Vila Velha, com duração de 8 horas. Afinal, muitas atrações turísticas nessas duas cidades não tinham sido por nós visitadas no dia de ontem.
Trajeto - Orla de Camburi, Basílica de Santo Antônio, Museu da Vale, Catedral de Vitória, Hortomercado, Terceira Ponte, Orla das Praias de Vila Velha, Farol de Santa Luzia, Igreja do Rosário e Curva da Jurema.
Alguns comentários - Camburi, uma praia revitalizada. Com 6 km de extensão é a única praia que fica na área continental de Vitória. Tem ciclovias, pistas de caminhada, bancos para descanso e áreas para realização de esportes ao ar livre. A Basílica de Santo Antônio, projetada e construída a partir de 1956, e concluída na década de 1970, envolvendo em mutirão os moradores do bairro de mesmo nome, tornou-se um dos cartões postais de Vitória. O Museu da Vale (em cujo restaurante almoçamos no dia anterior) tem como destaque a antiga estação Pedro Nolasco, que abriga em seus três pavimentos um rico acervo ferroviário. Em termos de maquete projetada para simular uma ferrovia, a maquete que lá se encontra em funcionamento é a maior do Brasil, com 34 m2 de área construída. No Hortomercado, que fica na Enseada de Suá, uma pausa para o almoço. Em seguida, pela Terceira Ponte, o ônibus prosseguiu a viagem para o Farol Santa Luzia, em Vila Velha, um local que nos brindou com uma vista deslumbrante.
A orla de Vila Velha é formada pelas praias de Itaparica, de Itapoã, da Costa e da Sereia, que lotam de banhistas aos domingos e na alta estação. Finalmente: o retorno para Vitória pela Terceira Ponte, a Curva da Jurema, a Praça dos Namorados e o Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, onde aproveitamos para desembarcar do ônibus.
Curiosidades (repassadas pela guia turística da Capixaba Receptivo):
(1) Houve muito apoio da comunidade para que a construção da Basílica se concretizasse. Havia inclusive uma senhora que vendia mingau para juntar dinheiro para a construção, O "mingau do Santuário" ficou famoso e existe até hoje, sendo feito com a mesma receita.
(2) A Rodoviária de Vitória vista do alto lembra o mapa do Estado do Espírito Santo. Seu arquiteto, Bebeto Vivácqua (que deu o nome à rodoviária), teve essa intenção.
(2 de 4)

VITÓRIA E VILA VELHA

02/03, sábado
Chegamos a Vitória, às cinco e meia da manhã, pelo voo 3555 da Latam. Tomamos um café expresso com pão de queijo em um dos quiosques do aeroporto e pegamos o táxi que nos levaria ao Hotel Ibis de Praia do Canto.
De lá fomos ao Centro Histórico de Vitória. Havia pouca gente nas ruas, talvez por ser ainda muito cedo. Algumas pessoas estavam trabalhando na montagem de um palco na Praça Costa Pereira, onde aconteceria à tarde uma festa de carnaval. Nesta praça fica o Theatro Carlos Gomes, que se encontrava fechado para reformas.
Subindo os lances de uma escadaria fomos conhecer a Catedral (foto ao lado) e, próximo a esta, o Palácio Anchieta, que é a sede do governo estadual. A Catedral estava aberta e podemos admirá-la por dentro (o que não foi possível fazer com relação ao Palácio Anchieta).
Em seguida, fomos até o Parque Moscoso. Este parque é a mais antiga área de lazer da cidade. Além do lago serpenteante com pontes, do monumento central e das alamedas com árvores típicas da Mata Atlântica, o parque dispõe de uma concha acústica com um pequeno anfiteatro.
Vitória, a capital do Estado, foi construída numa ilha montanhosa. É ligada ao continente pela Ponte Florentino Avidos (a Cinco Pontes), pela Ponte do Príncipe (Segunda Ponte) e pela Terceira Ponte ao sul, e pelas pontes da Passagem, Ayrton Senna e de Camburi ao norte. Vitória é a capital e o mais importante município capixaba. Ela forma com os municípios de Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Guarapari, e Fundão a Região Metropolitana de Vitória, conhecida como Grande Vitória, que abriga cerca de 1,8 milhão de habitantes.
Numa rua ao lado do Moscoso, pegamos um ônibus da Linha 503, que nos levou ao vizinho município de Vila Velha. Por um erro de informação, descemos no bairro da Glória. No entanto, corrigimos o engano, ao prosseguirmos a pé nossa viagem até o centro de Vila Velha.
Vila Velha é uma cidade industrial, portuária (foto abaixo) e também apresenta um comércio pujante. É a sede da conhecida fábrica de chocolates "Garoto".
Numa das praças de VV, por acaso nos deparamos com a Biblioteca Municipal "Titanic" (este apelido se deve à forma em navio do prédio que a abriga). Ali, fiz o que já tenho feito em outras bibliotecas pelo país. Doei um exemplar do "Portal de Memórias" para o acervo da "Titanic".
Já era quase meio-dia quando solicitamos por aplicativo (Uber) um carro com destino ao Museu Vale. Sabíamos que, dedicado ao tema da ferrovia, o museu adaptou há tempos um antigo vagão de trem para a função de restaurante. Sua comida é ótima. Almocei um talharim com molho de queijo, rúculas e bacon. Elba comeu um filé com risoto de fungos.
Voltamos ao hotel. Cansados da noite mal dormida e da caminhada por terras capixabas, reservamos a tarde para descansar. Embora, ao fim da tarde, eu tenha saído para conhecer um pouco da região do hotel, a Praia do Canto. Cognominada de "Triângulo das Bermudas", a região é um polo de alimentação, ao qual retornei com Elba no período noturno.
Jantamos no Bully's, um restaurante que fica exatamente ao lado do hotel.
(1 de 4)

FALTA DE LUZ

Radialista, apresentador de programas de TV e ícone da publicidade, Irapuan Lima (01/08/1927 - 04/05/2002) foi durante muitos anos um dos grandes comunicadores do Ceará, fazendo jus ao apelido de "Chacrinha do Norte". Deve-se a ele a invenção das "Irapuetes" e a "bolação" de reclames como o "Cadê Cacá".
Irapuan Lima foi Rei Momo do Carnaval de Fortaleza de 1961 a 1963.
Em 1960, ele e Mario Filho criaram a marchinha "Falta de Luz", em que criticavam os frequentes "apagões" da termelétrica de Mucuripe.
Luciano Hortencio postou esta música no YouTube. Intérprete: José Lisboa

Falta de luz / É bom pra namorar / Mas depois disso / Nem é bom falar / A usina lá do Mucuripe Todo mês tem gripe / Não quer mais funcionar.
Em duas oportunidades estive com Irapuan Lima. Numa noite, acompanhando o cantor e imitador Vitor Portela (que ele aparentemente empresariava), em dois clubes suburbanos em que Vitor se apresentou. E, num fim de semana, em sua propriedade no Aquiraz. Lembro-me de que o imóvel consistia de uma casa maior, no centro de um terreno, e de quatro casas menores. Irapuan e sua esposa Dona Áustria ocupavam a casa principal, ficando as casas menores à disposição de seus filhos. Convidados por Carlos, um dos filhos do casal, eu e minha mulher fomos hóspedes da família Lima em um fim de semana.
Irapuan Lima faleceu aos 74 anos de idade, depois de 50 anos de carreira, com muito bom humor e irreverência.

ILHAS-CAPITAIS DO BRASIL

São Luís, capital do estado do Maranhão. Das três ilhas-capitais, São Luís é a mais populosa, com 1.011.098 habitantes, e possui uma área de 827 km². É a única cidade brasileira colonizada por franceses (França Equinocial), sendo fundada no dia 8 de Setembro de 1612 por Daniel de la Touche. Inicialmente chamada de "Saint Louis" pelos franceses, teve o nome aportuguesado em 1615 para São Luís, quando os portugueses comandados por Jerônimo de Albuquerque tomaram o controle da cidade. É a cidade natal de vários escritores e poetas brasileiros como Aluísio Azevedo, Ferreira Gullar, Josué Montello e outros.
Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina e segundo município mais populoso do estado (depois de Joinville), fica quase inteiramente (97,23%) localizada na ilha de mesmo nome. É a segunda maior ilha-capital das três em tamanho e população, com 408.161 habitantes e 433 km². Foi fundada em 23 de março de 1726. É a capital brasileira com o melhor IDH, além de ser o quarto município com mais alto IDH (incluindo capitais e não capitais) do Brasil.
Vitória, situada na ilha de mesmo nome, ocupa área de 104 km². Foi fundada em 8 de Setembro de 1551 e é formada por várias ilhas, inclusive algumas a mais de 1.100 km da costa. Capital do estado do Espírito Santo e o município capixaba com maior PIB, Vitória é a quarta cidade mais populosa do estado (com 327.801 habitantes), ficando em número de habitantes depois de Vila Velha, Serra e Cariacica, municípios de sua região metropolitana e que fazem fronteira com a capital.
Com destino a Vitória, embarcamos hoje (2) de madrugada em avião da Latam. Elba e eu vamos aproveitar o período carnavalesco para conhecer Vitória e outras cidades espírito-santenses.