PRAÇA DO FERREIRA

A memória cearense está repleta de histórias da nossa irreverência. O cearense acompanhou as peripécias do bode Ioiô, animal que ganhou fama na década de 1920 por frequentar lugares públicos, beber cachaça, além de ter sido "candidato a vereador de Fortaleza". Vaiou o Sol, quando ele apareceu, tímido entre as nuvens, depois de alguns dias de chuva. E promoveu festivais de mentiras do dia 1.º de abril, para premiar, sob o "Cajueiro da Mentira", na Praça do Ferreira, o maior contador de lorotas do Ceará.
Uma "diversão" da rapaziada ociosa na Praça do Ferreira era ver a saia das moças levantada pelo vento que soprava na "Esquina do Pecado" (o cruzamento da rua Major Facundo com a Guilherme Rocha). O que também incitou o poeta e humorista Quintino Cunha a escrever:
"Você esbraveja o vento / por levantar sua saia.
Pior é o meu pensamento / que é doido que ela caia!"
A propósito desse vento danisco, o baiano Gordurinha (autor de "Súplica Cearense") compôs com Nelinho uma canção sobre o "ventinho bom lá da Praça do Ferreira". Lançada originalmento em setembro de 1961, pela Continental, no 78 rpm 17993-A, essa canção está em vídeo (com registros fotográficos da Praça do Ferreira em várias épocas).
Curiosidade
Numa nota publicada pelo jornal "O Povo", em 5 de setembro de 1956, o jornal faz um apelo à polícia para que coloque um freio na rapaziada que se diverte com o vento "removendo as vestimentas femininas".
Silaque (do inglês slack), um tipo de blusão que se assemelhava ao de safári.
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A PRAÇA E O VENTO (slideshow)

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