A ESTAÇÃOZINHA DE TREM OCTÁVIO BONFIM, por Diogo Fontenelle

para Rejane Batista Vasconcelos
Nasci à beira dos trilhos da Estaçãozinha de Trem Octávio Bonfim,
Eu adormecia e acordava com os risonhos apitos do trem a partir.
Era uma carruagem de passageiros que saía para Sobral-Camocim,
Eram os feirantes, os singelos idosos e os festivos colegiais em folia.
Às vezes, eram lotes de cera de carnaúba vindos do Quixeramobim,
Cargas de caroços de mamona e de algodão em plumas da invernia.
Num sombrio dia, a Estação do Octávio Bonfim calou-se de repente,
Até parece que os trens partiram de vez para o encantado Shangri-lá.
Eu despertei triste feito gente grande sem plumas de algodão luzente,
Sem apito de trem, sem azul sonhar, sem poesia a dourar o meu olhar.

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