SETEMBRINA

Aí pela década de 1950, "Setembrina" tocava loucamente  nas rádios. Em meu tempo de menino, ouvia-a com frequência no Sítio Pau Branco, onde tio Válter tinha um rádio conectado a uma bateria de caminhão. Lá e em muitos outros lugares escutei esta canção que havia alcançado um sucesso danado.
Aos poucos, ela foi saindo da parada de sucessos. Guardei na memória a melodia, alguns trechos da letra, e nada mais a respeito dessa canção.
Recentemente, passei a vasculhar "Setembrina" na internet.
Foi composta pelo médico pernambucano José de Souza Dantas Filho, o Zé Dantas (tão importante para Luiz Gonzaga quanto o cearense Humberto Teixeira o foi). Música e letra são de Zé Dantas, conforme encontro no Dicionário Cravo Albin da MPB.
Não sei se o "Rei do Baião" chegou a gravar esse xote. Mas, no YouTube (no canal do conterrâneo Luciano Hortencio), descubro que outro nobre cuidou disso. Trata-se do Sr. Jair Alves, cantor que se intitula o "Barão do Baião".
Li também o que o sempre bem informado Samuel Machado Filho comentou. É um "xote gravado pelo 'Barão do Baião' na RCA Victor, em 31 de julho de 1956, e lançado em outubro seguinte no 78 rpm 80-1681-B, matriz BE6VB-1236, integrando depois o LP de dez polegadas 'Canta o Barão do Baião'".
Então, o que agora posso dizer sobre a personagem da canção?
Era: 
Setembrina, filha de seu Sete / Nasceu no dia sete, no sete, sim senhor / Tanto sete veio com Setembrina / Que o sete em sua sina / Muitas vezes sete marcou.
A quem foi acontecendo o seguinte:
Setembrina noivou com Mane Sete / No dia dezessete de setembro ela casou / Com sete meses, sete dias, sete horas / Sete menininhos choram, Setembrina descansou. / Sete Lagoas onde mora Setembrina / Ao ver as sete meninas, sete dias festejou.
E... tiririm, tiririm... a historinha chegou ao fim!
É sete filhos, sete roupas, sete leitos / Sete meninos de peito, sete bocas pra Mané / Mas Mane Sete, com botas de sete léguas / Disse "vôte, sai-te égua", deu o fora na mulher.

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