Conheci-o quando iniciamos o curso de Medicina da UFC, no ano de 1966. Discreto, reservado, mais do que colegas, somos amigos.
Muitas vezes, geralmente às vésperas de provas importantes na Faculdade, reuníamo-nos para estudos em sua casa na Rua Lauro Maia. Era casado com a Sra. Adelaide Lima Queiroz.
Raimundo Queiroz teve uma vida de muita luta e sacrifícios quando precisou conciliar os estudos na Faculdade de Medicina com as obrigações de sargento da Aeronáutica e, como esposo e pai extremoso, dedicar-se também à família. Lembro-me de que acompanhava os filhos (Lídia Maria, Hermeto Luís, Herialdo e Helder) em seus deveres escolares, além de levá-los de casa para a escola e trazê-los de volta.
No segundo semestre do sexto ano de Medicina, fomos aprovados no concurso da Escola de Saúde do Exército. Concludentes da Faculdade de Medicina em 1971, fizemos parte da turma de 1972 da Escola de Saúde, juntamente com os colegas Valdenor e Ozildo. Findo o Curso de Formação de Oficial Médico, Queiroz veio servir em Fortaleza . Quanto a mim, permaneci na Guanabara, lotado no Hospital Central do Exército (onde havia realizado no ano anterior meu estágio técnico-profissional).
Em 1975, o destino nos reuniu no HGeF, o Hospital Geral de Fortaleza. Tínhamos concluído nossos períodos de serviço em áreas consideradas especiais: no meu caso, em Benjamin Constant-AM, por doze meses; e Queiroz, em Imperatriz-MA, por dezoito meses.
Fomos promovidos a capitães médicos no HGeF. Adiante, com o meu desligamento a pedido do Exército em 1977, nossos contatos tornaram-se escassos, sendo esta a última ocasião em que estivemos juntos:
Raimundo Queiroz (atrás: um de seus filhos) e Paulo Gurgel (atrás: Elba, minha esposa). Recorte de uma fotografia panorâmica realizada por Leocácio Ferreira, em 21 de dezembro de 1986, no Náutico, por ocasião da comemoração dos 15 anos de formatura dos médicos da turma de 1971 da Faculdade de Medicina da UFC.
Lembro-me também de Queiroz organizando seu consultório médico em Maracanaú, entusiasmado com a ideia de assistir as pessoas do município. Depois de sua passagem para a reserva do Exército, seria em Maracanaú onde ele daria continuidade à sua carreira profissional, prestando relevantes serviços na área da Saúde como médico, diretor e secretário.
Quando atuava à frente do Departamento Administrativo da Secretaria de Saúde, Raimundo Queiroz participou da implantação da Estratégia de Saúde da Família em Maracanaú (Revista Brasileira Saúde da Família, p. 23-37) e ajudou a organizar o atendimento nos postos durante a epidemia de cólera, ocorrida em 1993. Ele foi ainda um grande incentivador do Projeto Farmácia Viva.
Como reconhecimento de seus serviços profissionais e e de seu trabalho em prol da emancipação do município em 1983, foi-lhe outorgada em 2007 a Medalha Almir Dutra pela Câmara Municipal de Maracanaú.
P.S.
Atualmente sob assistência médica domiciliar, Raimundo Queiroz vive em seu antigo endereço no bairro de Fátima, em Fortaleza (estas últimas informações foram prestadas, em 22/09/2021, pelo filho Hermeto Luís).
Atualmente sob assistência médica domiciliar, Raimundo Queiroz vive em seu antigo endereço no bairro de Fátima, em Fortaleza (estas últimas informações foram prestadas, em 22/09/2021, pelo filho Hermeto Luís).
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Linha do Tempo de RPQF
Linha do Tempo de RPQF
- Sargento da Aeronáutica
- FMUFC (1966-1971)
- Escola de Saúde do Exército (1972 Guanabara-RJ)
- GO Fortaleza
- Imperatriz-MA (18 meses)
- HGeF
- Maracanaú (1977-2009)
- Pernambuco (?)
- Medalha Almir Dutra (2017)
- Esposa: Adelaide († 2020). Filhos: Lídia Maria, Hermeto Luís, Heraldo e Hélder