TIROS DE GUERRA

Em minha Folha de Alterações de capitão médico do Exército, emitida pela Guarnição de Fortaleza, constam estas mudanças de funções que me ocorreram no 2.º semestre de 1976:
O BI n.º 175 do Hospital Geral de Fortaleza publicou ter deixado, em 18 de agosto de 1976, o exercício da Chefia do Pavilhão de Isolamento do HGF, por ter sido designado para a Chefia da CSV/TG e seguir destino.
O BI n.º 201 publicou ter reassumido, em 29 de setembro, o exercício da Chefia do Pavilhão de Isolamento, por término dos trabalhos na CSV/TG.
Traduzindo:
BI: Boletim Interno. Era rodado em mimeógrafos diariamente pelas unidades militares (quartel, hospital etc.)
CSV/TG: Comissão de Seleção Volante (do Serviço Militar)/Tiro de Guerra.
Foram 40 dias que estive em municípios cearenses com a missão de examinar os conscritos para os Tiros de Guerra. Para isso, botei meu carango na estrada, contei com a ajuda de instrutores locais (sargentos), acolhimento de prefeitos e ganhei diárias.
No Ceará, existiam 11 Tiros de Guerra. Estive em oito deles: Aracati, Limoeiro do Norte e Russas; Crato e Juazeiro do Norte; Quixadá, Quixeramobim e Iguatu. Ficaram fora do meu roteiro: Acaraú, Camocim e Itapipoca. Acredito que estes últimos municípios foram visitados pelo capitão médico Raimundo Queiroz, a quem coube também realizar a seleção em Tiros de Guerra no Piauí e no Maranhão.
Leitura complementar
Uma das formas de prestar o serviço militar é por meio dos Tiros de Guerra (TG) – órgãos de formação de reserva que possibilitam aos convocados, mas não incorporados em organizações militares da ativa, prestar o serviço militar inicial nos municípios em que estão residindo. Desse modo, os jovens convocados recebem instrução, conciliando-a com o trabalho e o estudo. No Tiro de Guerra, o atirador deverá permanecer por um período de 6 a 10 meses participando de atividades específicas das Forças Armadas e, ao término desse período, sendo licenciado das fileiras do Exército.
A organização de um TG ocorre em acordo firmado com os Municípios e o Comando da Região Militar. O exército fornece os instrutores (normalmente sargentos ou subtenentes), fardamento e equipamentos, enquanto a administração municipal disponibiliza as instalações. Por isto, geralmente, o prefeito se torna o diretor do Tiro de Guerra.
Na década de 2010, existiam mais de 224 TGs distribuídos por quase todo o território brasileiro. Anualmente, ingressam aproximadamente 12.000 atiradores no Exército Brasileiro.
O objetivo dos TGs é formar reservistas de 2.ª categoria aptos ao desempenho de tarefas nos contextos da Defesa Territorial e Defesa Civil. A formação do atirador é realizada num período de 40 semanas, com uma carga horária semanal de 12 horas, totalizando 480 horas de instrução. Há um acréscimo de 36 horas destinadas às instruções específicas do Curso de Formação de Cabos, e um terço desse tempo é direcionado para matérias relacionadas com ações de saúde, ação comunitária, defesa civil e meio ambiente.
Por curiosidade, a etimologia da palavra vem do latim tiro, termo usado para descrever novato, jovem soldado e recruta.
www.eb.mil.br/web/ingresso/servico-militar
pt.wikipedia.org/wiki/Tiro_de_Guerra

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