ACENDER AS VELAS

"Acender as velas / já é profissão / Quando não sou eu / É Nara Leão."
(Zé Kéti, apud Elis Regina)
No recente passeio que fizemos em Itu, São Paulo, visitamos a Igreja Matriz da histórica cidade. Elba, a fim de orar, e eu, para ser razoavelmente sincero, com o mundano propósito de conhecer os interiores do templo.
Situada na Praça Padre Miguel, e dedicada à Nossa Senhora da Candelária, é a maior igreja barroca do Estado de São Paulo. Encontra-se bastante íntegra, preservando os seus altares e oratórios, imagens dos séculos XVIII e XIX, diversos quadros, móveis e adornos.
Enquanto Elba em silêncio orava, reparei para um objeto que fazia parte do mobiliário do templo. Uma espécie de urna de vidro contendo 24 velas elétricas. Em sua base, que era de ferro e madeira, havia uma fenda com uma pequena placa de orientação aos fiéis.
Não sei para vocês, mas não sendo um frequentador de igrejas, sinagogas e mesquitas aquilo para mim mostrou-se uma novidade. Assim como a cruz da primeira missa realizada no Brasil, na Praia da Coroa Vermelha - BA, deve ter sido para os índios da região.
Estando em Itu, logo intuí o que seria. Era o que eu imaginava.

ACENDA SUA VELA
FAÇA SEU PEDIDO
SOMENTE MOEDAS DE
R$ 0,50 OU R$ 1,00

Elba inseriu uma moeda de 1,00, que acendeu a primeira vela. Depois, outra de 0,50, que acendeu a segunda. E formulou seus pedidos voltados para o sucesso de um neto no ENEM e a saúde de uma irmã, respectivamente. 
A seguir, nesse afã de baixar o sarrafo, ela inseriu uma moeda de 0,25. Não pediu nada, agindo assim na última vez só para testar o algoritmo do sistema. Aí este, prontamente, acendeu a terceira vela.
Por cortesia, acho.

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