LANTERNINHAS DE CINEMA

Assim em Fortaleza, assim no Brasil. 
O lanterninha de cinema era um profissional que, utilizando-se de uma lanterna, tinha a função de acompanhar as pessoas que chegavam atrasadas a uma sessão de cinema para lhes mostrar onde havia poltronas vagas. 
Como as luzes do interior do cinema já estavam apagadas para a projeção do filme, os lanterninhas usavam as referidas lanternas. E, devido a esse intermitente apagar e acender de seu instrumento de trabalho, eram também chamados de vaga-lumes.
Quando alguém desejava ir ao banheiro também ofereciam ajuda indicando o caminho. 
Aos casais mais afoitos, dispostos a incensar o altar de Vênus, usavam o facho para baixar o facho dos que se atreviam.
Aos palradores, o rigor do silêncio. Caso contrário, seriam de imediato postos para fora.
E cumpriam também o trabalho de um "juizado de menores". Com os menores de idade que, tendo um pouco antes ludibriado o porteiro, não podiam na sequência lhes fazer "vista grossa".
Hoje, esses acomodadores de cinemas e teatros foram substituídos pela iluminação nos degraus que levam às poltronas. E a disciplina? Bem, fica por conta da consciência dos espectadores.
Uma exceção: 
No Cine Familiar, da minha adolescência em Otávio Bonfim, não havia os lanterninhas. E da moral e dos bons costumes, supervisionava a observância o próprio Frei Teodoro.

Mr. Screen 
A estátua de um recepcionista de cinema do escultor Vincent Browne, que fica do lado de fora do Screen Cinema em Dublin, Irlanda, no cruzamento da Hawkins Street com a Townsend Street
O prestativo acomodador usa como uniforme um elegante casaco com dragonas e um chapéu estiloso, e gesticula com sua laterna para direcionar o público para seus assentos no escuro.
Mas...
Seu olhar malicioso revela seu amor pelas trevas – com todas as suas oportunidades e tudo o que elas escondem.

10/12/2023 - Pessoas com luz própria
- fotógrafos de estúdio;
- trabalhadores de minas;
- observadores de animais noturnos;
- lanterninhas de cinema (em extinção).

Um comentário:

  1. Ontem à noite (16/09/2023) constatei que o espaço do antigo Cine Familiar, no qual funcionava até recentemente o Centro Pastoral Santa Clara da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim, foi alugado ao Corpo de Bombeiros que nele instalou uma creche.
    O Cine Teatro Familiar, administrado pelos frades franciscanos menores, não tinha muita necessidade de “lanterninhas”, tanto por seus janelões, que ficavam abertos, garantindo uma ventilação natural e uma certa penumbra noturna, como em decorrência da vigilância seráfica dos religiosos, que cuidavam da seleção das películas, até realizando cortes prévios de cenas mais picantes, e acompanhavam a projeção dos filmes conduzida pelo Sr. Vavá.
    Marcelo Gurgel

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