O que é que o homem faz e Deus não fez?
Resposta - A cuia, Deus só fez a cabaça.
A riqueza da flora brasileira e a criatividade popular encontram neste fruto, com formas tão originais, uma de suas expressões mais fascinantes. Como objeto do cotidiano, suporte de várias artes ou cheio de fundamentos religiosos, pode nos surpreender e emocionar com seus multiplos usos e sentidos, seja no artesanato, na musica, na cozinha, na religião nos brinquedos ou como instrumentos de trabalho.O Celophane Cultural convida você a conhecer o enorme universo da “Cabaça”
Em casas ribeirinhas, indígenas e quilombolas do Brasil, os frutos dos cabaceiros, das cuieiras e dos porongos costumam ser partidos em vários formatos, esvaziados do miolo, polidos e, quem sabe, até tingidos e decorados com incisões de exímia precisão, para servir como baldes, coiós, bacias, copos, tigelas; ou como cuias de tomar água, tacacá, chibé e mingau, no Norte, ou chimarrão e teréré, no Sul e no Centro-Oeste. Desses mesmos frutos que são transformados em objetos para comer e beber, também se fazem instrumentos de trabalho de pescadores, seringueiros e produtores de farinha de mandioca, que partem suas bandas de cuia para levá-las aos rios, às florestas e casas de forno.
No Nordeste, das mesmas cabaças que armazenam e transportam água pelo sertão, cortam-se cuias que são usadas nas feiras como unidade de medida para pesar, comprar e vender itens como farinha e tapioca, além de líquidos. Nelas também se guardam as sementes do replantio, a nata pra fazer manteiga, mel e até peças de roupa.
De vários tamanhos e formatos, as cabaças e cuias prestam-se sobremodo à confecção de instrumentos de percussão*, corda e sopro, tradicionais e ‘inventados’, como os chamam alguns artesãos contemporâneos. Atabaques, cuícas, bongôs, maracás, chocalhos**, calimbas, rabecas, cavaquinhos, violas, além de marimbas e berimbaus (figura), são algumas das possibilidades de criação exploradas em diferentes expressões musicais brasileiras a partir desses frutos, cuja sonoridade marca também celebrações religiosas e profanas.
http://jeffcelophane.wordpress.com/2011/01/20/a-cabaca-o-fruto-da-diversidade-brasileira/
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N. do E.
*Quanto a gênese do nome cabaçal, uma das versões é que o termo faz referência à “cabaça”, instrumento presente em vários níveis da cultura e fé cariri. Em entrevista prestada a COSTA (op. cit.), Antônio Anicete, músico da Banda Cabaçal OS ANICETES do Crato – Ceará, confirma essa possibilidade. Segundo o caboclo os índios cariris adaptavam as cabaças para construírem tambores cobertos com couro.
*Quanto a gênese do nome cabaçal, uma das versões é que o termo faz referência à “cabaça”, instrumento presente em vários níveis da cultura e fé cariri. Em entrevista prestada a COSTA (op. cit.), Antônio Anicete, músico da Banda Cabaçal OS ANICETES do Crato – Ceará, confirma essa possibilidade. Segundo o caboclo os índios cariris adaptavam as cabaças para construírem tambores cobertos com couro.
http://www.prac.ufpb.br/anais/Icbeu_anais/anais/cultura/caba%E7al.pdf
**A canção conta a história de uma morena que "leva o chocalho amarrado na canela". Na dança conhecida como moçambique, um pequeno chocalho feito de palha trançada, cujo interior é cheio de pedras ou tampas de garrafas, costuma ser amarrado nas canelas dos dançarinos, à maneira de algumas tribos africanas.
**A canção conta a história de uma morena que "leva o chocalho amarrado na canela". Na dança conhecida como moçambique, um pequeno chocalho feito de palha trançada, cujo interior é cheio de pedras ou tampas de garrafas, costuma ser amarrado nas canelas dos dançarinos, à maneira de algumas tribos africanas.
DOURADO, Henrique Autran. Dicionário de termos e expressões da música. São Paulo: Editora 34, 2004, 384p. ISBN 85-7326-294-X
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