As professoras da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp Meuris Gurgel Carlos da Silva e Melissa Gurgel Adeodato Vieira (foto) foram orientadora e coorientadora, respectivamente, da tese de mestrado "Desenvolvimento e avaliação de partículas à base de blendas entre sericina e alginato para aplicação ambiental", defendida por Thiago Lopes da Silva.
A tese propõe para a sericina - uma cola natural que existe no casulo do bicho-da-seda - um destino mais nobre: em vez de ser uma fonte de poluição das águas, ela ser justamente utilizada em um processo, que inclui um biopolímero extraído das algas marinhas, o alginato, para remover metais tóxicos (cromo, prata, cádmio, zinco, chumbo etc.) de águas contaminadas.
Assim que novos estudos e aperfeiçoamentos tenham sido concluídos, o grupo pretende solicitar patente do método de produção e de suas aplicações.
Ver também a notícia no blog EntreMentes.
Sobre a família Gurgel Carlos, os bairros de Otávio Bonfim e Cocó, em Fortaleza, as cidades de Acarape, Redenção e Senador Pompeu, no Estado do Ceará, a Faculdade de Medicina (UFC), minhas caminhadas e viagens, assuntos culturais e artísticos notadamente locais, memórias e fatos pitorescos.
COM LEITE DE JUMENTA
" O queijo mais caro do mundo é de jumenta, chegando a custar R$ 2 mil o quilo." Extraído de: http://tribunadoceara.uol.com.br/videos/pode-contar/queijo-mais-caro-do-mundo-e-feito-de-leite-de-jumenta/
Quando nasci, não tinha nenhum anjo de plantão, estavam todos de folga, distraídos. Ainda bem. Seletivos como são, eu não teria nenhuma chance. Sem plano de saúde, sem assistência médica, sem cartão de crédito, sem crédito, sem dinheiro... Chances de sobrevivência: zero.
Todos os filhos de Dona Alzenir nasceram com a ajuda de parteira, em casa, na cama, sem nenhum pré-natal. Além disso, ainda fui nascer antes do tempo e, segundo diziam, meio - muito? - problemático.
Quase não dormia. Mamava, chorava, cagava e vomitava. Vomitava, cagava, chorava e mamava. Chorava, cagava, vomitava e mamava. Não mantinha a ordem cronológica, mas era de uma regularidade e pontualidade impressionante. Diziam os saudosos papai e mamãe.
Creio que poderia ser alguma alergia, alguma intolerância ao leite ou coisa assim. Sem médico, ninguém sabia. Fizeram lá umas rezas, umas benzeduras, que aliviava mais a dor dos adultos que a do recém nascido. Nada dava resultado e não se atreviam a mudar a dieta do bebê.
- Melhor levar ele pra fazenda de... (não sei qual foi a fazenda de algum parente de mamãe que me mandaram). Se não melhorar, pode até enterrar por lá mesmo.
Lá fomos nós pra roça. Mamãe, minha madrinha e eu. Mantinha a rotina: cagava, chorava, mamava, vomitava. A viagem toda. Até hoje não sei como não nos expulsaram na primeira estação que o trem parou. Muita tolerância do pessoal. Para dizer a verdade, não sei como sobrevivi àquela minha primeira viagem de férias. Pra roça. Aspirar o ar puro e morrer. Morrer sem poluição que, àquele tempo, ainda não se falava nisso.
Enquanto os anjos continuavam distraídos, não sei quem teve a ideia de jerico:
- Essa criança num deve de aceitar leite da mãe. Tadim!! Pruquê num dão um pôquim de leite de jegue? Mãequinha conta que um afiado lá dela, o Areosvaldino..., o Dino, tava assim e se salvou. Precisa de ver, tá um homão...
Assim foi. tomaram coragem e me deram o tal leite. De jumenta, claro. Ainda bem que não foi de jegue, não. Depois daquele dia não vomitei, a caganeira foi diminuindo, fui parando de chorar e passei a dormir uma noite inteira.
Só não virei um homão como o Dino, mas fiquei na média tupiniquim.
Fernando Gurgel Filho
Tem que ser caro, mesmo. Eu também fui "feito" com leite de jumenta e sou impagável. [hehehehehehe]Quando nasci, não tinha nenhum anjo de plantão, estavam todos de folga, distraídos. Ainda bem. Seletivos como são, eu não teria nenhuma chance. Sem plano de saúde, sem assistência médica, sem cartão de crédito, sem crédito, sem dinheiro... Chances de sobrevivência: zero.
Todos os filhos de Dona Alzenir nasceram com a ajuda de parteira, em casa, na cama, sem nenhum pré-natal. Além disso, ainda fui nascer antes do tempo e, segundo diziam, meio - muito? - problemático.
Quase não dormia. Mamava, chorava, cagava e vomitava. Vomitava, cagava, chorava e mamava. Chorava, cagava, vomitava e mamava. Não mantinha a ordem cronológica, mas era de uma regularidade e pontualidade impressionante. Diziam os saudosos papai e mamãe.
Creio que poderia ser alguma alergia, alguma intolerância ao leite ou coisa assim. Sem médico, ninguém sabia. Fizeram lá umas rezas, umas benzeduras, que aliviava mais a dor dos adultos que a do recém nascido. Nada dava resultado e não se atreviam a mudar a dieta do bebê.
- Melhor levar ele pra fazenda de... (não sei qual foi a fazenda de algum parente de mamãe que me mandaram). Se não melhorar, pode até enterrar por lá mesmo.
Lá fomos nós pra roça. Mamãe, minha madrinha e eu. Mantinha a rotina: cagava, chorava, mamava, vomitava. A viagem toda. Até hoje não sei como não nos expulsaram na primeira estação que o trem parou. Muita tolerância do pessoal. Para dizer a verdade, não sei como sobrevivi àquela minha primeira viagem de férias. Pra roça. Aspirar o ar puro e morrer. Morrer sem poluição que, àquele tempo, ainda não se falava nisso.
Enquanto os anjos continuavam distraídos, não sei quem teve a ideia de jerico:
- Essa criança num deve de aceitar leite da mãe. Tadim!! Pruquê num dão um pôquim de leite de jegue? Mãequinha conta que um afiado lá dela, o Areosvaldino..., o Dino, tava assim e se salvou. Precisa de ver, tá um homão...
Assim foi. tomaram coragem e me deram o tal leite. De jumenta, claro. Ainda bem que não foi de jegue, não. Depois daquele dia não vomitei, a caganeira foi diminuindo, fui parando de chorar e passei a dormir uma noite inteira.
Só não virei um homão como o Dino, mas fiquei na média tupiniquim.
NESTOR HOLANDA GURGEL
Caro Paulo
Faleceu esta semana em Fortaleza meu tio Nestor Holanda Gurgel, que foi vereador em Acopiara, aos 98 anos.
Não foi o primeiro do clã dos Gurgel de Acopiara a chegar a Fortaleza. Foi antecedido por João de Souza, do Icó, casado com tia Dionísia Gurgel de Souza.
Meu bisavô, Francisco Gurgel do Amaral Valente, irmão de Teófilo Gurgel Valente, fundador da Siqueira Gurgel, acolheu João e Dionísia, que foram morar na casa que ficava na extremidade da Usina Ceará, em frente ao Estadio Teófilo Gurgel e próximo da Vila Gurgel, que abrigou muitos Gurgel vindos de Acopiara, inclusive tia Perpetua, irmã de Dionísia.
Nestor desembarcou na década de 50 e foi morar na Gentilândia e implantou negócio na Dom Jerônimo, 339, em Otávio Bonfim, onde teve o Depósito Humaitá. Mais tarde, passaria a morar na José Bastos, em casa dos Mota, da Serraria, parentes de sua mulher, Margarida Mota. Como a casa era muito grande foi dividida em duas e, numa dela, moramos – meu pai, Nertan Holanda Gurgel, (atualmente, com 99 anos e 4 meses de idade) e minha família.
Mais tarde, tio Nestor iniciou a acorrida do povo de Acopiara ao Parque Araxá, onde construiu casa e transferiu o deposito Humaitá para a José Sombra.
Creio que mais de 40 famílias de Acopiara moram no Parque Araxá
Chegamos perto, pois saímos da José Bastos e fomos para a Barão do Ibiapaba, hoje Rua Prof. João Bosco, que tem meu nome, mas não o conheci.
Como você já escreveu sobre a ocupação de Otávio Bonfim pelos Gurgel (de Senador Pompeu), aqui vão estes registros.
Faleceu esta semana em Fortaleza meu tio Nestor Holanda Gurgel, que foi vereador em Acopiara, aos 98 anos.
Não foi o primeiro do clã dos Gurgel de Acopiara a chegar a Fortaleza. Foi antecedido por João de Souza, do Icó, casado com tia Dionísia Gurgel de Souza.
Meu bisavô, Francisco Gurgel do Amaral Valente, irmão de Teófilo Gurgel Valente, fundador da Siqueira Gurgel, acolheu João e Dionísia, que foram morar na casa que ficava na extremidade da Usina Ceará, em frente ao Estadio Teófilo Gurgel e próximo da Vila Gurgel, que abrigou muitos Gurgel vindos de Acopiara, inclusive tia Perpetua, irmã de Dionísia.
Nestor desembarcou na década de 50 e foi morar na Gentilândia e implantou negócio na Dom Jerônimo, 339, em Otávio Bonfim, onde teve o Depósito Humaitá. Mais tarde, passaria a morar na José Bastos, em casa dos Mota, da Serraria, parentes de sua mulher, Margarida Mota. Como a casa era muito grande foi dividida em duas e, numa dela, moramos – meu pai, Nertan Holanda Gurgel, (atualmente, com 99 anos e 4 meses de idade) e minha família.
Mais tarde, tio Nestor iniciou a acorrida do povo de Acopiara ao Parque Araxá, onde construiu casa e transferiu o deposito Humaitá para a José Sombra.
Creio que mais de 40 famílias de Acopiara moram no Parque Araxá
Chegamos perto, pois saímos da José Bastos e fomos para a Barão do Ibiapaba, hoje Rua Prof. João Bosco, que tem meu nome, mas não o conheci.
Como você já escreveu sobre a ocupação de Otávio Bonfim pelos Gurgel (de Senador Pompeu), aqui vão estes registros.
João Bosco Serra e Gurgel
LANÇAMENTO DO LIVRO "SEMEANDO CULTURA"
CONVITE
A Diretoria da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará convida para o lançamento de "SEMEANDO CULTURA", a trigésima terceira antologia anual da Sobrames–CE.Este livro, organizado e revisado pelos médicos Marcelo Gurgel e Ana Margarida Rosemberg e reunindo textos literários de 62 sobramistas, será apresentado pelo escritor Sânzio de Azevedo, membro da Academia Cearense de Letras e professor aposentado do Curso de Letras da UFC.
Local: Auditório teatro da Unichristus - Unidade Parque Ecológico, Avenida Padre Antonio Tomás, 3404 - Cocó
Data: 20 de outubro de 2016 (quinta-feira)
Horário: 19h30
Traje: Esporte fino
Após o evento será servido um coquetel patrocinado pela Unimed Fortaleza.
22/10/2016 - Atualizando ...
Cirurgião e artista plástico Isaac Furtado, colaborador e autor da capa do livro |
Uma prova cabal do vigor cultural da Sobrames/Ce pode ser atestada pelo número de participantes de suas antologias, que têm reunido cerca de sessenta sobramistas. Nesta, em especial, são 62 participantes, dos quais 58 médicos e quatro sobramistas não-médicos, que, como associados beneméritos e colaboradores, aqui comparecem como autores convidados. A maior parte dos autores é composta de veteranos e a eles se juntaram novos colegas, recém-admitidos no quadro social da Sobrames/CE, indicando a renovação e a vitalidade da instituição."
(extraído da Apresentação de "Semeando Cultura", por Marcelo Gurgel)
Ver também a reportagem fotográfica do evento no BLOG DA SOBRAMES-CE, por Ana Margarida Rosemberg.
NO FATÍDICO ANO DE 1716
Reportamo-nos agora ao início do fatídico ano de 1716, quando mais acirrados foram os distúrbios entre as facções políticas no Rio de Janeiro. Logo em princípio de abril, o Alferes José Gurgel do Amaral, filho do Dr. Cláudio (Gurgel do Amaral), foi séria e moralmente ofendido por João Manoel de Melo, correligionário e preposto do Governador (Francisco Xavier de Távora). Dias depois, no Domingos de Ramos, aquele ofensor e seus acompanhantes foram localizados na Igreja de Campo Grande, por José Gurgel e seus amigos e, ali mesmo, travou-se cruento duelo, no fim do qual os desafiados estavam mortos.
Imediatamente, o Governador Távora declarou réus de morte Gurgel e os demais implicados, determinando igualmente fossem vasculhadas suas residências. Nesse ínterim, o Padre Cláudio, que regressara de Minas, estava em sua Chácara do Oriente, quando encontrado foi barbaramente espancado e não resistindo à gravidade dos ferimentos veio a falecer, no dia 17/04/1716, na Santa Casa de Misericórdia, onde fora provedor.
Quanto a José Gurgel, depois daquela luta, homiziou-se em Minas acobertado por Francisco do Amaral Gurgel (homem rico de Cataguases-MG e primo do Dr. Cláudio). Em 1718, foi descoberto, aprisionado, levado para o Rio e daí, por ordem do Conde de Assumar, encaminhado para Salvador, onde foi sentenciado e levado ao patíbulo em 1722.
Ocorrência tão triste quanto humilhante atingiu dura e gravemente a família que, após assistir aquele penoso e tenebroso acontecimento, rumou em demanda de São Miguel dos Campos e Ilha do Ouro, localidades alagoanas próximas do Rio São Francisco. Lá nasceram Inácio Maria, Maria Inácia, Antonia e José Gurgel do Amaral, conforme documentos fornecidos por D. Pompeu Bessa, Bispo de Limoeiro do Norte-CE.
Supõe-se que a protagonista dessa jornada tenha sido Maria Gurgel do Amaral, que se fazia acompanhar de Davi Lopes de Barros (nome disfarçado para evitar perseguições).
Extraído do livro "Na Trilha do Passado" (p.35-37), de Aldysio Gurgel do Amaral. Os grifos são nossos.
Imediatamente, o Governador Távora declarou réus de morte Gurgel e os demais implicados, determinando igualmente fossem vasculhadas suas residências. Nesse ínterim, o Padre Cláudio, que regressara de Minas, estava em sua Chácara do Oriente, quando encontrado foi barbaramente espancado e não resistindo à gravidade dos ferimentos veio a falecer, no dia 17/04/1716, na Santa Casa de Misericórdia, onde fora provedor.
Quanto a José Gurgel, depois daquela luta, homiziou-se em Minas acobertado por Francisco do Amaral Gurgel (homem rico de Cataguases-MG e primo do Dr. Cláudio). Em 1718, foi descoberto, aprisionado, levado para o Rio e daí, por ordem do Conde de Assumar, encaminhado para Salvador, onde foi sentenciado e levado ao patíbulo em 1722.
Ocorrência tão triste quanto humilhante atingiu dura e gravemente a família que, após assistir aquele penoso e tenebroso acontecimento, rumou em demanda de São Miguel dos Campos e Ilha do Ouro, localidades alagoanas próximas do Rio São Francisco. Lá nasceram Inácio Maria, Maria Inácia, Antonia e José Gurgel do Amaral, conforme documentos fornecidos por D. Pompeu Bessa, Bispo de Limoeiro do Norte-CE.
Supõe-se que a protagonista dessa jornada tenha sido Maria Gurgel do Amaral, que se fazia acompanhar de Davi Lopes de Barros (nome disfarçado para evitar perseguições).
Extraído do livro "Na Trilha do Passado" (p.35-37), de Aldysio Gurgel do Amaral. Os grifos são nossos.
DO TÚNEL AO MIRANTE DO PARQUE DO COCÓ
Em setembro (18), a Prefeitura de Fortaleza fez a entrega oficial do novo túnel da Avenida Engenheiro Santana Júnior, no cruzamento desta artéria com a Avenida Padre Antônio Tomás, no bairro do Cocó.
O túnel, que leva o nome do ex-deputado Wellington Landim (falecido em 2015), possui 210 metros de extensão e 23 de largura, e tem a pista feita de concreto com três faixas de rolamento em cada sentido.
Esse equipamento deverá aliviar o congestionado trânsito de veículos motorizados nas avenidas e ruas do entorno do Parque do Cocó, principalmente quando for também entregue à cidade um segundo túnel (atualmente em construção) na Avenida Padre Antonio Tomás sob a Via Expressa.
Pedestres e ciclistas também saíram ganhando com a construção local de uma calçada compartilhada. Esta passa a se somar às ciclovias e outras calçadas da região, inclusive às trilhas que existem no interior do Parque, que já estão à disposição dos adeptos do pedestrianismo e do ciclismo.
No local, foram também realizadas obras de paisagismo, Como o plantio de árvores, arbustos e de um novo gramado na Praça dos Engenheiros, a qual recebeu um sistema de irrigação automatizado.
Contornando uma antiga cajazeira, foi construído na Engenheiro Santana Júnior um mirante rústico (foto) com 78 metros de extensão e guarda-corpo de madeira maciça. Com vista para a mata nativa do Parque do Cocó.
O túnel, que leva o nome do ex-deputado Wellington Landim (falecido em 2015), possui 210 metros de extensão e 23 de largura, e tem a pista feita de concreto com três faixas de rolamento em cada sentido.
Esse equipamento deverá aliviar o congestionado trânsito de veículos motorizados nas avenidas e ruas do entorno do Parque do Cocó, principalmente quando for também entregue à cidade um segundo túnel (atualmente em construção) na Avenida Padre Antonio Tomás sob a Via Expressa.
Pedestres e ciclistas também saíram ganhando com a construção local de uma calçada compartilhada. Esta passa a se somar às ciclovias e outras calçadas da região, inclusive às trilhas que existem no interior do Parque, que já estão à disposição dos adeptos do pedestrianismo e do ciclismo.
No local, foram também realizadas obras de paisagismo, Como o plantio de árvores, arbustos e de um novo gramado na Praça dos Engenheiros, a qual recebeu um sistema de irrigação automatizado.
Contornando uma antiga cajazeira, foi construído na Engenheiro Santana Júnior um mirante rústico (foto) com 78 metros de extensão e guarda-corpo de madeira maciça. Com vista para a mata nativa do Parque do Cocó.
Crédito da imagem: PGCS |