BELÉM E SALINÓPOLIS - 1

Esta foi a minha quinta estada em Belém (para Elba, idem), onde nossa filha Natália, advogada e investigadora da Polícia Civil do Estado do Pará, mora com seu esposo Rodrigo Soares.
Caso o leitor queira ler sobre as visitas anteriores que fiz à capital paraense, disponibilizo os links abaixo:
OLÁ, BELÉM
CIDADE DAS MANGUEIRAS
BELÉM E MACAPÁ
PARAMARIBO E BELÉM
BELÉM E SALINÓPOLIS 
Período: 21/09/2018 a 23/09/2018
21/09/2018 (sexta-feira)
O dia de nossa chegada em Belém, às 5h30, em voo da Latam. Rodrigo, esposo de Natália, já nos aguardava no Aeroporto Val de Cans para nos levar ao apartamento em que o casal reside em Nazaré.
Após o café da manhã, o genro saiu para o trabalho, e Elba permaneceu no apartamento com Natália (tinham muito o que conversar) e eu eu saí para um passeio a pé. Começando pela Avenida Governador José Malcher, passando por outras avenidas e praças, e retornando pela Avenida N. Sra. de Nazaré. Foi um roteiro que incluiu o Theatro da Paz, o Palacete Bolonha e a Basílica que já se prepara para o Cirio de Nazaré deste ano.
Selfie tendo ao fundo o Theatro da Paz
Ciceroneados por Natália, almoçamos na Boi Novo Churrascaria da São Brás. É um espaçoso self-service em que fornecem uma grande variedade de carnes, peixes, saladas e outros acompanhamentos. Tem estacionamento próprio.
Em seguida, dirigi-me a uma agência Estilo do BB em Nazaré. Precisava ter acesso a minha conta corrente que, dois dias antes, fora violada por "amigos do alheio".
E o jantar foi no Remanso do Peixe, um restaurante tradicional localizado no Marco de Belém. O acesso de carro não é possível até a porta do estabelecimento que fica no fim de um beco sem saída. Deliciamo-nos por lá com uma caldeirada de filhote para quatro pessoas. O filhote é um peixe muito consumido no Pará. Tem a carne consistente, branca e de excelente sabor.
22/09/2018 (sábado)
Saída de Belém para Salinópolis às 7h20, com uma parada para o café da manhã na padaria Domnato, em Ananindeua, às 8 horas. Prevíamos chegar a Salinópolis (a 230 km de distância) antes do meio-dia. No entanto, uma carreta havia tombado no quilômetro 10 da BR-316, espalhando sua carga de garrafas de cerveja nos dois lados da rodovia, e assim dando origem a um engarrafamento monstruoso por toda Ananindeua e Marituba. Um engarrafamento do qual só conseguimos nos livrar por volta do meio-dia e, por conta disso, fomos chegar a Salinópolis quase às 15 horas.
Para chegar a esta cidade, partindo de Belém, é preciso pegar a rodovia BR-316 e cruzar Ananindeua, Marituba, Benevides e Castanhal, e seguir até o trevo de Santa Maria. Lá, o motorista precisa pegar a rodovia estadual PA-324 até Santa Luzia, onde existe outro trevo. Neste lugar, o condutor deve pegar a PA-124 para chegar a seu destino. Vale ressaltar que a cidade de Salinas (outro nome como Salinópolis é conhecida) fica um pouco distante de suas praias mais famosas. A distância entre a Orla do Maçarico na sede do município e a Praia do Atalaia, por exemplo, é de 16 quilômetros.
(a continuar)

PÁSSAROS RAIVOSOS

Fernando Gurgel Filho
Adoro pássaros.
Acordar, de manhãzinha, com o canto dos sabiás, periquitos, bem-te-vis, joões de barro...
Dá uma paz que somente os pássaros sabem transmitir. E o dia fica sempre mais bonito.
Talvez seja porque os pássaros nos pareçam tão pacíficos.. A não ser para se defender.
Dia desses, vi um sabiá se desentendendo com uma coruja. Ambos no ar se bicando e, ao invés de bonitos chilros, ambos emitindo uma espécie de guincho raivoso.
Pois é... Um sabiá? Quem diria? Talvez estivesse defendendo seu ninho, pensei.
Ontem, para minha surpresa, ouvi os tais guinchos raivosos na lateral da casa e fui lá ver o que era. Para minha surpresa, era o belo sabiá massacrando um filhote de bem-te-vi. Além de pisoteá-lo, dava bicadas bem ferozes no filhotinho.
Corri e espantei o sabiá. O filhotinho, de tão assustado, parecia catatônico. Quase se deixou ficar na minha mão, mas logo se recobrou e voou para uma fresta no telhado. Se escondeu por lá. Parecia estar bem.
Hoje, por acaso, estava saindo para o quintal e - parecia o mesmo sabiá - vi um sabiá levando um inseto no bico. Apesar de eu estar meio perto dele, nem deu bola, continuou andando calmamente. Um pouco mais na frente, parou e me encarou, como se dissesse:
- Qual é, "mermão", tá me encarando porquê? Esse terreno aqui é meu!
Sabia que todo cachorro é territorialista, mas... um sabiá????
Como diria Cícero: "O tempora!, o mores!"
N. do E.
Em minha experiência, se você quiser encontrar um comportamento muito perturbador dentro do reino animal, dirija-se às aves. ~ Yonatan Zunger
O pica-pau não tem dor de cabeça, mas...

JOSÉ GURGEL VALENTE

Meus avós Paulo Pimenta Coelho e Almerinda Gurgel Valente casaram-se, em 1927, em Senador Pompeu, Ceará, onde, inicialmente, montaram casa e passaram a residir. Em 1932, após um tempo de permanência em Morada Nova e em Pacatuba, no interior cearense, sempre em busca de melhores condições para criarem os filhos, vieram morar em Fortaleza. O casal teve sete filhos, dos quais seis foram criados, ainda que atingidos, precocemente, pela orfandade paterna em 17/02/1946, quando se encontravam entre seis e dezessete anos, portanto, todos menor de idade.
Para criar os filhos (Elza, Elda, Elma, Edson, Edmar e Espedito), minha avó Almerinda contou com a ajuda do seu prestativo irmão José Gurgel Valente, sócio-proprietário da firma Siqueira Gurgel, que atuou como um verdadeiro tutor dos sobrinhos. Ele pagava o colégio dos sobrinhos, ajudava na manutenção do Edson no Seminário de Ipuarana, empregava alguns deles na fábrica e ainda cedia , gratuitamente, a casa que lhes servia de moradia.
(extraído de: "Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores")
José Gurgel Valente foi o quinto dos sete filhos (Francisco, Antônio, Claucidia, Almerinda, José, Raimundo e Olímpia) do casamento havido entre José Tristão Gurgel do Amaral e sua prima Maria Gurgel Valente. [Bloco 15]
Casado com Guiomar Aguiar Gurgel Valente, filha de Teófilo Gurgel Valente com Hermengarda Aguiar e irmã de José Teófilo Gurgel Valente (industrial da Usina Gurgel, casado com Odir Diogo, filha de Antonio Diogo de Siqueira, cujo nome é uma bandeira do pioneirismo industrial no Ceará), José Gurgel não teve filhos naturais com a esposa. [Bloco 13]
(extraído de: "Na Trilha do Passado")
É sobre este homem generoso, José Gurgel Valente, que eu quero me reportar nas próximas linhas.
Co-proprietário da Usina Gurgel (razão social Siqueira e Gurgel Ltda,), José Gurgel Valente tinha como sócios José Theóphilo Gurgel (Zequinha) e Eduardo Gurgel. Fundada em 1916, inicialmente como uma empresa têxtil, a Siqueira e Gurgel, após desfazer-se do "acervo têxtil", dedicou-se à produção de sabões e óleos vegetais. A mesa de trabalho do diretor José Gurgel ficava num espaçoso salão que ele compartilhava com vários funcionários da fábrica. Chamava a atenção a quantidade de carimbos que pendiam de um suporte em sua escrivaninha. Ele os usava a todo instante. Imagino que isso incluía carimbar os vales de operários aflitos com o salário que terminara antes do mês.
José Gurgel era conhecido pelo tratamento humanitário que dispensava a seus funcionários.
A casa em que ele morava, com Guiomar e a filha adotiva do casal, de nome Hermengarda, ficava no lado par da Bezerra de Menezes, após o cruzamento desta avenida com os trilhos da Rede Viação Cearense. Era uma casa bonita e confortável. Como a entrada principal da casa costumava estar fechada, o acesso a ela era feito por um portão lateral que dava para a rua Teófilo Gurgel. Nas vezes em que lá estive me deparei sempre com D. Guiomar a cuidar de suas plantas. E havia ainda umas araras que faziam um grande alarido nos poleiros. Em sua residência funciona hoje em dia uma loja da Normatel.
José Gurgel possuía uma chácara na Maraponga aonde ia diariamente. Ao voltar, parava a sua camionete dirigida por motorista particular em frente da casa de sua irmã, vovó Almerinda, para descarregar frutas, leite e outros gêneros alimentícios.
O sítio da Maraponga era dividido por uma estrada que é hoje a Avenida Godofredo Maciel. Uma das partes, aí pela década de 1970, foi desapropriada pelo governo do Estado do Ceará. Ele recebeu uma ninharia pela desapropriação, mas não quis "brigar com o governo", como tinha sido orientado. Em vez disso, resolveu lotear a parte que lhe restou do sítio. Os lotes foram um sucesso de venda, e eu mesmo comprei dois lotes. Na parte que foi desapropriada, o governo construiu a sede principal do Detran.
Tio Raimundinho, que vivia no sítio Catolé, em Senador Pompeu, periodicamente vinha a Fortaleza para cuidar da saúde. Nesta capital, sua primeira providência era visitar o abonado irmão. Deste vinha o adjutório para o que Raimundinho iria gastar com médicos, exames e remédios (embora no final sobrasse algum). Ele, Tia Olímpia e a negra Ventura, a fiel serviçal do sítio, eram sempre socorridos em suas privações por José Gurgel.
Mamãe conta que ele adquiriu um cabriolé, provavelmente fabricado no Rio de Janeiro, para que os Gurgel do sítio Catolé fossem à sede do município para as missas dominicais. Conduzido por Tio Raimundinho, o cabriolé era uma atração na cidade de Senador Pompeu.
Assim era esse grande homem chamado José Gurgel Valente.
http://www.sfiec.org.br/portalv2/images/SindTextil/PDF/OFiarEOTecer.pdf
http://www.siqueiragurgel.com.br/
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/04/outros-produtos-da-siqueira-gurgel.html
http://www.aratubaonline.com.br/2016/07/so-para-recordar-negrinha-do-pajeu.html

CAMINHANDO E APRENDENDO - 20

Em minha caminhada, ao fim de uma tarde de setembro (15), tirei esta fotografia de uma gaiola.
Junto a ela, uma mensagem:
ESTA NÃO É UMA GAIOLA VAZIA, É UM PÁSSARO LIVRE
Várias delas estão penduradas em árvores do Parque do Cocó.

A ABOLICIONISTA MARIA TOMÁSIA

Filha de uma família tradicional de Sobral (CE), Maria Tomásia Figueira Lima (1826 – 1902) foi para Fortaleza depois de se casar com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima. Na capital, tornou-se uma das principais articuladoras do movimento que levou o Estado a decretar a libertação dos escravos quatro anos antes da Lei Áurea.
Segundo o Dicionário de Mulheres do Brasil, ela foi cofundadora e a primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras que, em 1882, reunia 22 mulheres de famílias influentes para argumentar a favor da abolição.
Ao fim de sua primeira reunião, elas mesmas assinaram 12 cartas de alforria e, em seguida, conseguiram que senhores de engenho assinassem mais 72.
As mulheres conseguiram, inclusive, o apoio financeiro do imperador Pedro 2º para a iniciativa. Juntamente com outras sociedades abolicionistas da época, elas organizaram reuniões abertas com a população, promoviam a libertação de escravos em municípios do interior do Ceará e publicavam textos nos jornais pedindo a abolição em toda a província.
Maria Tomásia estava presente na Assembleia Legislativa no dia 25 de março de 1884, quando foi realizado o ato oficial de libertação dos escravos do Ceará, que deu força à campanha abolicionista no país.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-44091469
Nessa pintura da sessão parlamentar que aboliu a escravidão no Ceará, em 1884, é possível ver diversas mulheres entre os homens. Acervo Biblioteca Nacional
Maria Tomásia é hoje nome de uma rua em Fortaleza, no bairro Aldeota.
http://desenroladas.com.br/feminismo/saiba-quem-foram-mulheres-que-dao-nome-ruas-de-fortaleza/
http://www.consultarcep.com.br/ce/fortaleza/aldeota/rua-maria-tomasia/60150170

SEU SILVA - O MESTRE EDUCADOR DO BAIRRO DE OTÁVIO BONFIM

por Vicente Moraes
QUANDO A TRISTEZA BATER EM SUA PORTA, NÃO TENHA MEDO DE DIZER: DESCULPE, MAS A FELICIDADE CHEGOU PRIMEIRO.
A maior experiência da vida do ser humano tem seu início a partir da família, onde se desenvolve a estrutura moral e educacional.
A extraordinária obra “LUIZ, MAIS LUIZ”, escrita pela ilustre família GURGEL CARLOS DA SILVA, organizada pelos filhos de LUIZ CARLOS DA SILVA, Dr. MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA e Dr. PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA, e de todos os familiares, hoje, aqui apresentada, constitui um fenômeno literário raramente igualado. Nesta obra imortal se constrói com muita dignidade o CENTENÁRIO do Dr. LUIZ CARLOS DA SILVA, nosso querido “MESTRE EDUCADOR DO BAIRRO DE OTÁVIO BONFIM”, mais conhecido como seu SILVA. Afirmo, com toda minha convicção – pois sou testemunho, ainda vivo de muitas passagens textualizadas na brilhante obra. O presente livro será recebido com grande entusiasmo pela população do bairro de Otávio Bonfim que viveu os “ANOS DOURADOS E ILUMINADOS” do nosso querido bairro como também pelos familiares e amigos, se impondo silenciosamente como um autêntico “best-seller”. Os temas aqui apresentados se alinham entre os mais variados. São crônicas verdadeiras de quem viveu e conviveu mais próximo desse grande Mestre educador – seu SILVA. Permito-me com o direito de silenciar sobre minhas escrituras publicadas no livro de minha autoria “Anos Dourados em Otávio Bonfim”. Reportar-me-ei somente sobre fatos que me emocionam e traduzem uma riqueza de saudáveis momentos de plena felicidade.
Para complementar estes belos momentos históricos homenageando o patrono da presente obra, detalhada e feita com o mais sublime amor. O certo, certíssimo baseia-se na busca de fontes de um verdadeiro tesouro, onde chega-se à conclusão de que tudo teve sua complementação através da publicação do livro editado no ano de 2008, “DOS CANAVIAIS AOS TRIBUNAIS”, de autoria dos brilhantes filhos de seu SILVA e Dª ELDA GURGEL E SILVA, Dr. MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA E Dra. MÁRCIA GURGEL CARLOS ADEODATO.
SIC TRANSIT GLÓRIA MUNDI - As glórias do mundo são transitórias.
Existem coisas emocionantes na vida do ser humano. Talvez a mais gratificante seja você ter a condição de olhar pelo retrovisor da vida e mensurar a “Linha do Tempo”. Com a devida permissão do Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva, pego este gancho para comentar e dizer de meu orgulho pessoal de ler depoimentos em forma de crônicas de amigos e alunos do querido Instituto Padre Anchieta. O que mais importa é a segurança da análise, o equilíbrio no discernir, a justeza no opinar, a correção expressional. Multicoloridas foram as luzes projetadas no livro “LUIZ, MAIS LUIZ”. São reflexos com brilho uniforme das belas noites estreladas, violadas e cantadas nos versos sertanejos, na pequenina Redenção.
• Como sendo a “Primeira Linha do Tempo”: TARCISO MORAES, a despeito de ser meu irmão foi taxativo e seguro assim opinando:
“Todos os acontecimentos textualizados na presente obra servirão de exemplo para nossos filhos e netos, com uma marca do mais puro sentimento sob a orientação da igreja e de pequenas escolas primárias como o Instituto Padre Anchieta tendo à frente o seu SILVA, que tudo fizeram no sentido de preservar a união família/cristandade com base sólida para um futuro promissor”
• Em seguida temos a “Segunda Linha do Tempo”: Na crônica “O MESTRE E ADVOGADO DO OTÁVIO BONFIM”, Marlene Alexandre Rolim desenvolve sua cultura com aquele anseio de quem procura o amigo que muito quer vitorioso, com a isenção de quem se situa no estreito círculo formado pelos autores e familiares e ao próprio leitor impessoal.
“Nosso querido bairro, Otávio Bonfim, destacou-se na área do saber pela ilustre presença e dedicação de nosso querido Mestre advogado: LUIZ CARLOS DA SILVA. Tornou-se um modelo para seus alunos, tendo em vista sua maneira de ensinar. Homem de vasta cultura. Ele lecionava Português, Matemática, História ou qualquer outra matéria que fosse. Seu saber era quase que ilimitado.
Além de professor querido, seu SILVA foi o meu Mestre das primeiras letras e meu patrão diretor, pois cheguei a lecionar em seu INSTITUTO PADRE ANCHIETA. Foi também meu orientador quando da escolha da minha profissão, e um fiel amigo de todas as horas.
Esse é o perfil de nosso querido Professor Luiz Carlos da Silva, a quem rendo minha homenagem por seu centenário que ora comemoramos.
• Na sequência encontramos na “Terceira Linha do Tempo, (só o final):
O grifo abaixo é do autor (VPFM).
“Seu SILVA, o grande mestre educador, a enciclopédia ambulante do bairro de Otávio Bonfim”.
• Sem sair do ritmo, chegamos a “Quarta Linha do Tempo” onde encontramos a crônica “EU E O INSTITUTO PADRE ANCHIETA (Memórias), uma crônica que traduz uma vivência do Jair Braga de Lima (ex-aluno):
Lá no Instituto Padre Anchieta, o Diretor era o Professor Luiz Carlos da Silva - o seu SILVA, todos assim o chamavam. Nessa mesma ocasião ele já era formado pela Faculdade de Direito do Ceará. Em vista disso, recebia a dedicada ajuda de seu irmão, Professor José Carlos, que foi meu mestre efetivo, e por vezes da carismática Professora Eugênia, que também era sua irmã. Ao dedicado homem que fez da própria vida um hino de amor ao bem fazer, as nossas homenagens, e a minha eterna gratidão por ter me conduzido sempre pelas veredas e caminhos largos, em busca da dignidade, do saber e da educação.
Saudades eternas do Grande Mestre!...
Na “Quinta Linha do Tempo” demonstrando eterno amor pelo bairro de Otávio Bonfim deslizando em suaves águas bentas, na crônica “AS PALAVRAS VOAM, OS ESCRITOS FICAM” na opinião de meu irmão - Mauro Moraes.
Pela bondade infinita do Criador da Vida, sinto-me hoje presente no Instituto Padre Anchieta, tal como estivesse vivendo há 74 anos dos 84 já vividos. Sou um personagem vivo, moldado nessa Oficina de Ciência que foi concebida para preparar grandes transformações sociais. Bendito seja. Santuário dos meus sonhos. Relicário da gratidão e do reconhecimento do seu ex-aluno que, genuflexo, agradece a formação primária dos estudos preparatórios para o Exame de Admissão ao Ensino Secundário prestado no Colégio Cearense Sagrado Coração. Em estado de graça contemplo saudosamente, a Praça, o Relógio, a Igreja e com os olhos marejando lágrima, tenho a visão do seu SILVA adentrando a sala de aulas do Instituto Padre Anchieta. Fonte sagrada, onde viveu o privilégio de chegar, sentar, ouvir e praticar os sadios ensinamentos de um Santo-professor.
Seu SILVA, sou-lhe eternamente grato.
Permaneça com DEUS.
AMÉM...
Finalizando, nos deparamos com a “Quinta Linha do Tempo”. LUIZ CARLOS DA SILVA E O INSTITUTO PADRE ANCHIETA.
Edmar Gurgel Coelho – o Edmarzinho - era o cunhado peralta do seu SILVA, e eu digo ser ele o meu “Anjo da Guarda”, traduz a dignidade de seu reconhecimento e amor pelo bairro e pela família. Puro sentimento de amor.
Lembro-me com saudade do Instituto Padre Anchieta, no início da Rua Justiniano de Serpa, no bairro de Otávio Bonfim, onde comecei nos anos de 1945, juntamente com meus irmãos a alfabetização. Era seu proprietário/diretor, o professor LUIZ CARLOS DA SILVA, conhecido por todos como seu SILVA. Com ele formava o corpo docente do Instituto seus irmãos José Carlos chamado de professor Zezinho e Dª Eugênia, conhecida carinhosamente por Dª Niná. A disciplina aplicada era rígida, valendo narrar que naquele tempo era comum em algumas escolas o castigo físico para os indisciplinados, tais como: puxão de orelhas, palmatória ou ficar de joelhos em cima de tamborete. Tem outra passagem boa em 1961: eu e meu primo Tarcisio Gurgel, estávamos na sala do Instituto, já desativado, preparando-nos para o Concurso do Banco do Brasil. Do famoso livro de Fábio de Melo, tentávamos resolver mais ou menos os 1100 problemas de matemática dos mais variados existentes. O SILVA, ao adentrar viu que muitos exercícios não tinham sido resolvidos. Então afirmou que se lembrava de seus estudos de álgebra ainda do ginásio do Colégio Cearense. A partir desse momento, passou a resolver todos os que apresentávamos. Que ensinamento! Tirei ótimo proveito, sendo aprovado no concurso e assumindo no BB no ano seguinte.
Na presente condição, vimos “LUIZ, MAIS LUIZ”, e como apoteose da obra, afirma-se e confirma-se, o leitor saudosista e amadurecido, a deitar jurisprudência ao lado dos melhores “experts”.
No mais a sensação da leitura foi de agradável deleite.
Parabéns Dr. Marcelo e Dr. Paulo e toda a família Gurgel e Carlos da Silva, pois ainda existe uma esteira de LUZ à frente.
Discurso do escritor Vicente Morais (Tente), proferido em janeiro de 2018, por ocasião do lançamento do Livro do Centenário de LCS.