O JARDIM JAPONÊS

"O Jardim Japonês é, para mim, uma evocação da infância e adolescência, passadas no bairro de São Gerardo, aqui em Fortaleza.
Ele ficava bem ali, na rua Juvenal Galeno, nas proximidades da praça da igreja de Nossa Senhora das Dores, no bairro de Otávio Bonfim.
Uma placa modesta assinalava sua localização em um terreno abaixo do nível da rua, cujas pedras irregulares, polidas pelo tráfego, escorregavam em acentuado declive para a plantação de flores, cuidada com zelo nipônico.
Durante anos, o Jardim Japonês abasteceu templos, residências, clubes, colorindo ambientes com suas flores, na alegria e na tristeza."

Link para ler a postagem completa de "Muralha do Japão", no "Blog do Lúcio Alcântara".

MARCELO E PAULO NO "ACHADO CASUAL"

A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Ceará (Sobrames - CE) e a Diretoria de Cultura e Arte do Ideal Clube realizaram num dos salões deste clube social, dia 25, a solenidade de lançamento do livro "Achado Casual".
Esta antologia de prosa e poesia da Sobrames - CE (a vigésima-terceira) tem como seus autores:
Airton Marinho, Antero Coelho Neto, Celina Corte Pinheiro, Chico Passeata (Francisco Monteiro), Christiane Chaves Leite, Dalgimar Beserra de Menezes, Eilson Goes (15/06/1941 - 18/10/2008), Fernando Siqueira Pinheiro, Flávio Leitão, Francisco Tomaz Ramos, Ilnah Soares, Jesus Irajacy Costa, José Maria Bonfim, José Maria Chaves, José Wilson de Sousa, Luciano Arruda, Luciano Sidney, Luiz Moura, Marcelo Gurgel, Martinho Rodrigues, Nilson de Moura Fé, Paulo Gurgel, Pedro Henrique Saraiva Leão, Sebastião Diógenes, Vladimir Távora, Walter Miranda e Weimar Gomes.
Na apresentação do livro, o Prof. Dr. Linhares Filho, Membro da Academia Cearense de Letras, assim se manifestou:
"O título da presente coletânea - Achado Casual - constitui um verdadeiro achado
pela manifestação que encerra, sugerindo a gênese de uma obra literária, como
uma descoberta fortuita, uma energia que se desvela acidentalmente."

E Marcelo Gurgel esteve entre os oradores da noite de lançamento do livro.

UM SANTEIRO CEARENSE

Link para ler o artigo que escrevi em EntreMentes.
A seguir, delicie-se com este slideshow que reúne as imagens de alguns "santos" brasileiros, desenhadas por Tarcísio Garcia, um artista plástico do bairro de Otávio Bonfim.

MESA-REDONDA NO XIII CBHM

Instituições de saúde sexagenárias do Ceará
Foi o tema de uma das mesas-redondas do XIII Congresso Brasileiro de História da Medicina, o qual vem acontecendo no Iate Plaza Hotel, em Fortaleza - Ceará, desde o dia 12 de novembro.
Pela ordem de apresentação, os subtemas e os expositores da mesa foram os seguintes:

Hospital de Messejana - Dr. Paulo Gurgel
Sociedade de Assistência aos Cegos - Ass. Social Dra. Josélia Almeida
Instituto do Câncer do Ceará <> Hospital do Câncer - Dr. Marcelo Gurgel
Faculdade de Medicina da UFC - Dr. Elias Boutala Salomão

A mesa-redonda, que teve a coordenação do médico e professor Marcelo Gurgel, contou ainda com a intervenção do Dr. Pedro Almino que fez comentários esclarecedores sobre o Centro Médico Cearense (a atual Associação Médica Cearense) e o Sindicato dos Médicos, outras duas instituições de saúde históricas do Ceará.
Na presidência do importante congresso, o professor Dary Alves Oliveira, MD, a quem agradeço a atenção recebida durante o evento.


Nota publicada também no EntreMentes.

MEURIS, PESQUISADORA DA UNICAMP

O último número do "Jornal da Unicamp" traz uma reportagem de Manuel Alves Filho sobre as técnicas e processos que utilizam argila, algas marinhas e outros materiais na despoluição dos efluentes aquosos de origem industrial de alguns de seus problemáticos resíduos (metais pesados, óleos pesados e corantes) .
O foco desta reportagem é um trabalho que vem sendo realizado, há dez anos, por uma equipe de pesquisadores sob a coordenação da engenheira química cearense Meuris Gurgel Carlos da Silva (foto), professora da Faculdade de Engenharia Química da Universidade de Campinas (Unicamp), o centro tecnológico em que a pesquisa se desenvolve.
Os resultados obtidos até o momento, com o uso destas técnicas, têm-se mostrado bastante promissores. E alguns de seus processos, após testados com sucesso em escala laboratorial, já estão sendo utilizados por indústrias. Sendo previstos, ainda, que, com a aplicação das recomendações dos experimentos da equipe de Meuris Gurgel pelos chamados setores produtivos, vão resultar em importantes benefícios para a gestão ambiental.

Link para a edição eletrônica do Jornal da Unicamp.

NATÁLIA EM BISCUIT

Não o conheço. Mas ele, segundo a minha filha Natália, chama-se Airlan e cria bonecos de porcelana (biscuit) que são perfeitos. Na maioria das vezes, os modelos (involuntários) de suas estatuetas são popstars como Madonna, Britney Spears e Amy Winehouse.
Embora não faça parte de tão famoso universo, Natália teve a honra de ser modelada em porcelana pelo artista cearense.
Ficou bonita a peça e acho que bastante fiel ao modelo. Mas não sou um conhecedor emérito do assunto.
Por isso, baseio-me no reconhecimento que fez o meu neto Matheus, que tem apenas dois anos de idade. Ele, assim que viu em nosso apartamento a pequena reprodução em porcelana da Natália, já foi logo exclamando:
- Tataia!
É porque sei que criança não aceita ser ludibriada. E tem sido assim desde o dia em que um rei desfilou nu.
Nota publicada também no EntreMentes
13/03/2016 - Atualizando ...
Cearense se destaca na criação de réplicas de celebridades em biscuit, G1

PROCESSO SELETIVO PÚBLICO

Foram divulgados os resultados do último processo seletivo público que a Cesgranrio fez para a Petrobras Distribuidora S.A.
Parabéns ao jovem Érico de Macedo Gurgel (meu filho), aluno concludente de Engenharia Mecânica da UFC, por sua aprovação - em 61º lugar entre 3367 candidatos - no referido certame.

ANIVERSÁRIO DE ADEODATO JUNIOR

Ontem, na reunião semanal da família Gurgel Carlos, a qual acontece nos domingos à noite no apartamente onde reside dona Elda, a matriarca da família, foi comemorado o aniversário natalício do jornalista Fernando Adeodato Junior.
Organizada por sua esposa Márcia Gurgel, que é também jornalista, a singela festa contou com a presença de significativa parte de nossa família.
Acompanhado por Elba, minha esposa, estive lá para abraçar o querido cunhado Nando (como também o chamamos).
Parabéns, Nando.

Márcia e Adeodato Junior


Márcia, Adeodato Junior e as filhas Vanessa e Larissa


Márcia, Adeodato Junior e as filhas Vanessa e Larissa


Paulo (eu) e Adeodato Junior

MARCELO NO EPI2008

No XVI Congresso Mundial de Epidemiologia (Epi2008), recentemente realizado em Porto Alegre, o meu irmão Marcelo Gurgel teve a oportunidade de conhecer o renomado Moacir Scliar, membro da Academia Brasileira de Letras.
Ambos são médicos sanitaristas, professores universitários e escritores.
Nessa ocasião, também estava presente a nutricionista Juliana Oliveira, professora assistente da Universidade Federal de Alagoas.

Marcelo, Juliana e Moacir Scliar


Publicado também no Blog do PG.

O 50º LIVRO DE MARCELO GURGEL

Em fase de distribuição os convites da Abrasco (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) Livros e da UECE (Universidade Estadual do Ceará) para o lançamento do livro "Epidemiologia: auto-avaliação e revisão", a ocorrer durante o VIII Congresso Mundial de Epidemiologia e o VII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, realizados em Porto Alegre-RS.
A obra, em sua terceira edição, de autoria do Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, professor titular de Saúde Pública e coordenador do Curso de Medicina da UECE, reúne mil questões do tipo múltipla escolha, com respostas comentadas e referências.
Serviço
Data: 23 de setembro de 2008 (terça-feira), às 17h30.
Local: Espaço Saúde & Letras (Pavilhão de Exposições).
P.S. > O livro estará também disponível ao público interessado, no stand da Abrasco Livros, até o final do congresso.

Nota publicada hoje no Blog do PG, ilustrada pela capa do livro a ser lançado.

MÉDICOS BLOGUEIROS NO CEARÁ

Nas últimas três décadas, os médicos no Ceará têm apresentado uma produção literária substancial. Sob a forma de colaborações em jornais e revistas da terra (a "Literapia" é uma delas) e, ainda, na qualidade de autores de livros que tem sido aqui publicados.
Já faz parte de nossa agenda literária o lançamento anual de uma coletânea, sob a égide da Sobrames - Ceará, que reúne textos de prosa e poesia dos médicos que lhe são filiados.
No entanto, isto que se vê no meio impresso não tem a sua correspondência na blogosfera. Raros médicos editam blogs no Ceará. Aponto o Dr. Lúcio Alcântara, a mim e... quem mais? Ynot Nosirrah, um futuro colega (ainda é estudante de medicina da UFC, em Sobral) que publica o Consciência Acadêmica, um blog que acabo de descobrir.
O que é mais interessante: fiz a descoberta deste blog através da postagem intitulada "Podia ser blogueiro...", em que o blogueiro Ynot, após discorrer sobre algumas atuações do médico Marcelo Gurgel, ao final da postagem o encoraja a aderir à blogosfera.
Bem-vindos esforços seus, Ynot, e que se juntarão aos que já faço no mesmo sentido com este meu irmão polígrafo.

Publicado originalmente no Blog do PG.

A SALA LUIZ CARLOS DA SILVA NA OAB - CEARÁ

OAB-CE inaugura sala de apoio no anexo II do Fórum Autran Nunes

A OAB-CE inaugurou, no último dia 1º de agosto, a sala de apoio ao advogado do anexo II do Fórum Autran Nunes. A sala está situada no mezanino do edifício Dom Helder Câmara e foi totalmente equipada para melhor acolher os advogados que militam na Justiça Trabalhista. TV de plasma, quatro computadores novos com acesso à internet, impressora e telefone estão à disposição dos advogados no novo espaço.
A sala foi denominada de advogado Luiz Carlos da Silva, numa homenagem póstuma ao advogado militante na Justiça do Trabalho cearense. A família do homenageado recebeu, das mãos do presidente da OAb-CE, Hélio Leitão, uma placa com a inscrição original de Luiz Carlos junto à OAB-CE.
A solenidade contou com a presença do diretor geral do TRT da 7ª Região, Inocêncio Uchoa, do presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Ceará (Atrace), Harley Ximenes, da presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-CE, Jane Eire Calixto, e de muitos advogados trabalhistas. Na ocasião foi lançado o Guia do Empregado Doméstico, elaborado pela Comissão de Direito da OAB-CE. O Guia traz orientações para empregados e empregadores sobre os direitos e deveres com relação aos empregados domésticos.

ARRAIAS, PAQUETÕES E BOLACHINHAS

O mês em curso me faz lembrar os julhos da minha infância. Quando o céu de Fortaleza ficava povoado de vistosas arraias fazendo as suas belas evoluções aéreas. Um fenômeno explicado pelas férias escolares que incidiam, ontem como hoje, num mês de muitos ventos.
As arraias (ou "raias" como pronunciavam os moleques), as quais, em outras partes do Brasil, seriam chamadas de pipas, pandorgas ou papagaios.
Para a confecção de uma delas, não se necessitava de muita coisa. Palitos secos de coqueiro, linha, papel-seda e um pouco de grude. Com os palitos secos, em número de três, amarrados nos cruzamentos por pedaços de linha (e com um destes pedaços utilizado para delimitar o perímetro) fazia-se o esqueleto da arraia. A seguir, nesta armação se colavam os retalhos do papel-seda por meio de um grude preparado na cozinha de casa.
Os complementos do brinquedo eram o cabresto e o rabo da arraia. Para o cabresto, que servia para prender a arraia, bastava um pequeno pedaço de linha. E, para o rabo da arraia, além de uma maior porção de linha, à qual se atavam pequenas tiras de pano (molambo era o ideal), a intervalos regulares, ficando uma tira maior, a ponteira, para ser colocada no final da linha. O rabo (ou rabiola) era então preso na extremidade da arraia para lhe conferir estabilidade. Sem ele, ao ser posta no ar, a arraia ficaria a girar loucamente e sem ganhar altura.
Havia uma versão gigante da arraia, o paquetão, cujo esqueleto era feito de taboca. O qual era colocado no ar apenas por quem tinha a robustez suficiente para controlá-lo. E existiam também as bolachinhas, umas imitações baratas das arraias, que serviam de divertimento para as crianças menores. Feitas de algum papel grosso, cortado na forma redonda, e a seguir perfurado por palitos de coqueiro que funcionavam como armação, eram feias e não ganhavam grande altura.
Empinava-se a arraia com a ajuda de um companheiro que a elevava bem acima da cabeça. Até que, a um sopro mais forte do vento, a arraia era largada enquanto o outro a puxava. O outro era o dono da arraia que, muitas vezes, tinha de correr contra o vento para que ela subisse. Não havendo o auxílio de um companheiro para empiná-la, a alternativa era o "soltador" de arraia se posicionar num local elevado como um muro ou o terraço de casa.
E a arraia subia em movimentos coleantes sob o incentivo de repetidos puxões aplicados em sua linha. Com esta, a cada instante, sendo liberada de um carretel que rolava entre os dedos do "soltador". Até que a arraia se encontrasse na altura desejada (ou a linha chegasse ao fim). Neste ponto, começava o bonito espetáculo da arraia a movimentar-se no espaço em resposta aos "lanceios" feitos no chão.
Uns contentavam-se com esse aspecto "pacífico" da brincadeira. Outros, porém, preferiam praticar o "corte" de arraias. Uma peleja entre arraias em que, ao cruzamento das linhas, uma delas (às vezes, ambas) sofria o "corte". E, ficando sem o controle da linha que a prendia, passava a ser arrastada pelo vento até terminar enganchada num fio elétrico, árvore ou telhado. Sendo, nessa "agonia", acompanhada pelos moleques em louca correria como se fora um troféu.
A muitos frustrava a arraia "cortada" ser também "aparada". Quando essa arraia "derrotada" não caía em domínio público, por haver sido em pleno ar capturada e recolhida pela arraia "vencedora", graças à habilidade do dono desta.
Não seria possível o "corte" de arraias sem a participação do cerol. Preparado com vidro moído e cola derretida, assim que secava na linha em que era aplicado, o cerol a transformava num instrumento verdadeiramente cortante. Capaz de causar acidentes nos brincantes e em terceiros, aliás, como acontece até hoje. E, o que é pior, com alguns destes acidentes a se mostrarem terrivelmente letais.

Texto originalmente postado no Blog do PG em 21 de julho de 2008.

SÉCULO DE HISTÓRIA

O Diário do Nordeste, no Caderno Regional de hoje (14/07/08), traz um artigo sobre a celebração dos 100 ANOS DA CHEGADA DA FAMÍLIA GURGEL A ACOPIARA, uma cidade do sertão central cearense.
Para ler o artigo clique aqui.

O CONTADOR LUIZ CARLOS DA SILVA

Luiz Carlos da Silva, além de advogado e professor, ainda exerceu a profissão de contador, embora essa fosse uma ocupação claramente complementar às duas primeiras citadas. Quando fazia seus estudos secundários no Colégio Cearense do Sagrado Coração, e antes de ingressar no ensino superior, por três anos ele freqüentou, em Fortaleza, o Curso de Perito-Contador na Escola de Comércio Pe. Champagnat, também integrante do sistema marista de ensino, saindo diplomado em 07 de dezembro de 1940, e com registro no MEC-DEC, em 29 de outubro de 1942. O curso em referência, através do Decreto-Lei 9.295, de 27 de maio de 1946, publicado no D.O.U., de 28 de maio de 1946, ganhou equivalência ao de nível superior em Ciências Contábeis; esse ato legal, assinado pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra, que regulamentou a profissão de Contador, também conhecida anteriormente como guarda-livros, veio amparar os formados ou diplomados em cursos técnicos da área de Contabilidade. O conhecimento auferido no Curso de Contador foi de grande valia para a sua atividade advocatícia, face às interações entre o Direito e a Contabilidade, mormente nos campos do Direito Comercial e do Direito Trabalhista. Também lhe foi muito útil para o exercício do magistério, na própria Escola de Comércio Pe. Champagnat, de 1941 a 1942, largando, por sinal, quando de sua aprovação para estudar na Faculdade de Direito, e no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), em que ingressou para lecionar Contabilidade e matérias correlatas das Ciências Contábeis, em cursos técnicos ou profissionalizantes dessa instituição de ensino comercial. Foi, todavia, somente em 13 de agosto de 1976, que ele obteve do Conselho Regional de Contabilidade do Ceará a sua Carteira de Identidade de Contabilista, na categoria Contador, sob o Nº 4.727; isso se deveu a uma imposição de trabalho que passou a executar, em parceria com um familiar, demandando o mesmo a responsabilidade profissional de um Contador. A contabilidade foi usada como ferramenta de seu trabalho nas causas jurídicas por ele abraçadas, isso enquanto a saúde lhe permitiu atuar, tornando-se visível o excepcional esforço para permanecer ativo, a despeito da progressão da enfermidade que abalava sua capacidade física. Depois de quase dois anos de padecimento, expirou em 20 de novembro de 2000, aos 81 anos de idade, legando aos seus descendentes um mix de perdas, tristezas, reflexões e certezas; entre as últimas, sobressaem a dignidade no sofrimento, os exemplos de solidariedade, a renúncia de si próprio e, sobretudo, a fé em Deus. Saliente-se, por fim, a grandeza que ele exibiu ao longo de sua extensa mortificação, enfrentada sem lamentações ou rebeldias, e sim, com tranqüilidade e resignação, diante dos desígnios divinos. Com tal postura frente à enfermidade, o professor Luiz Carlos transmitiu aos herdeiros, biológicos ou fraternos, esse seu ensinamento derradeiro.
Link para este artigo no Jornal do Leitor.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

UMA TAREFA CONCLUÍDA

Em outro site, o Preblog, tenho colocado textos literários que escrevi, durante o período de 1981 a 1996, referentes à minha participação em antologias de prosa e poesia que foram publicadas pelo Centro Médico Cearense (CMC) e pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames), Seção do Ceará. Nesta tarefa no Preblog, iniciada em novembro de 2007 e ontem concluída, além de textos meus publiquei as "fichas técnicas" de doze livros (cujas capas foram também escaneadas e inseridas como imagens), as suas apresentações e algumas informações julgadas de interesse sobre os livros.
E outros textos de minha autoria, que não apresentam estas origens editoriais, ainda serão postados no já citado blog (que pode ser visitado clicando no nome Preblog, no blogroll ao lado).

Nota copiada do Blog do PG.

TROVOADA

Será que os trovões da madrugada de 06/06
foram para assinalar a sua chegada aos 60?
(De Marcelo para Paulo Gurgel)

Questionou-me o meu irmão Marcelo se a trovoada das primeiras horas do dia 6 estava a assinalar a minha chegada aos 60 anos.
Claro que não.
Desconheço como as forças da Natureza possam se reunir para a produção de raios e trovões. E se, quando o fazem, alguma vez têm esse propósito de render homenagens a alguém.
É o tipo da manifestação que, em campo aberto, pode até fulminar o homenageado.
Por essa e outras, não tive nem coragem de ir à varanda do apartamento para dar uma espiada no grande espetáculo. Seria confiar demais na eficiência do pára-raios do meu edifício. E permaneci deitado, enquanto durou o evento, a bem dizer aterrorizado com tantos clarões e ribombos.
O que aconteceu em Fortaleza na madrugada do dia 6 teve proporções bíblicas, faltando apenas que abrissem as comportas do céu para termos o Dilúvio 2.
Acredito inclusive possa ter havido uma conjuração desta turma: Zeus, com suas faíscas, Thor, com seu martelo bumerangue, Quetzacoatl, com seu nome impronunciável, e também o nosso deus Tupã. Este último, porém, como uma forma de reabilitação.
Uma força que os companheiros deram para que ele voltasse a ser o deus brasileiro do trovão. Um nome respeitado por todos, como nos velhos tempos em que aqui se falava a Língua Geral. E não um mero nome que hoje os pobres gostam de botar em seus cachorros.

Publicado simultaneamente no Blog do PG.

DO VELÓRIO AO SONHO DE CIPIÃO

O Editorial do Fato Médico, de 06/04/2008, brindou seus muitos leitores com o texto da lavra do Prof. Dalgimar Beserra de Menezes, um dos mais pujantes intelectuais cearenses, possuidor de vasto cabedal de conhecimentos, e fecundo em obras de escol, científicas e literárias, emoldurando um curriculum vitae com mais de dois mil títulos, muitos deles de substancial valor técnico, espelhando, ademais, uma fértil existência.
O editorialista, ao ensejo da homenagem que lhe foi rendida no livro “Em Louvor: aos homens e às suas idéias”, tornou público o desejo de não ter necrológio, quando do seu passamento, e que, em sua viagem derradeira, a cerimônia fosse estritamente familiar. Deixou também o aviso de que não quer a presença, minha e de tantos outros, em seu enterro, expressando a vontade de exarar, em cartório, o elenco dos excluídos.
Embora entendendo o desejo do conselheiro Menezes, certamente será bem difícil conter a avalanche de seus amigos, colegas, ex-alunos e admiradores, que hão de pranteá-lo, à revelia de seu bizarro desiderato. Em respeito à sua vontade, alguns podem até se poupar de carpir o seu corpo mignon, durante as exéquias; contudo, por certo, as honrarias póstumas se sucederão em eventos que porão, lado a lado, pessoas de diferentes matizes ideológicos, desde a esquerda que não se endireita à direita sinistra, o que complementará as merecidas homenagens prestadas em vida.
Para o Prof. Dalgimar, fiz prefácio de livro e peças laudatórias e dele recebi igual tratamento, ainda que com manifesta assimetria, à conta do seu superior e bem melhor atributo literário; porém, seguramente, mesmo que me submeta ao ditame de sua obscura intenção, contendo a pena e a criação literária, os textos já publicados podem dar suporte a que terceiros escrevam necrológios sobre o ilustre filho da Gangorra.
Não somos imortais, e nem os acadêmicos o são, mas não se morre de todo, quando se permanece vivo no coração de alguém, seja ou não um descendente, pois em Santo Agostinho colhe-se: “A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês continuarei sendo. ...”. Em que pese não ter vexame em partir primeiro, condição em que a governabilidade humana é algo limitada, ratifico o quão constrangedor seria para mim, assumir o encargo de velar um amigo tão querido quanto o preclaro colega Menezes.
Com efeito, em “O Sonho de Cipião”, (Livro VI da República), datado de 54 a.C., Cícero (106-43 a.C.), o notável orador romano, prenuncia a imortalidade da alma ao profetizar: “Sim, esforçai-vos e relembrai isso: que o que é mortal não sois vós, mas vosso corpo e, certamente, vós não sois aquele que essa atual aparência manifesta, mas a alma de cada um é aquele cada um, não essa figura que se pode mostrar com o dedo.”

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico Epidemiologista

CRÍTICA DE LIVROS: O SONHO DE CIPIÃO

O Professor Doutor Marcelo Gurgel Carlos da Silva, médico e economista, deu mais um livro à estampa: "Em Louvor aos Homens e às suas Idéias".
O conselheiro Menezes se encontrava entre os trinta louvados; convidado ao lançamento do livro, dia 27 de março próximo passado (Centro Cultural Oboé), recusou visceralmente o convite. E o recusou nos termos de: professor, deixa que a gente morra primeiro, daí então...
Atalhou o Doutor Marcelo: Mas se eu louvar o camarada após a morte ele não vai ler a louvação, nem comparecer ao lançamento destes e outros livros. De imediato, declarou que no próximo mês lançará mais um. Para completar os 50.
― Além do mais, prosseguiu Marcelo, tenho em mente um ou mais de um que versará sobre obituários e discursos necrológicos, feitos ao momento de a terra descer sobre os restos mortais do fulano. Espero, no caso, ao momento do lançamento, contar com a presença dos familiares. Aí é que a freqüência aumentará ao evento.
Conheço algumas pessoas que farejam enterros e missas do sétimo dia. Lá na Itapipoca, eu tinha uma prima assim. Mas coitada, teve uma vida miserável. A mãe faleceu de calazar, o pai envenenado por uma amásia, com veneno de formiga, largado no cuscuz com leite. Faz tempo que não a vejo, mas sei que não largou a mania. Aliás, uma mania sem graça nenhuma. Já aqui em Fortaleza conheço outra senhora com esse mesmo vício de farejar defunto, tenha o coiso morrido em odor de santidade ou não. O que vale é o ritual. Uma carpideira hebréia anacrônica.
Marcelo não é desse grupo. É da estirpe de Machado de Assis. Não vive mais. Escreve. Já o avisei: ele está proibido de se fazer presente à minha viagem derradeira, e de deitar discurso laudatório. Estou mandando a cartório um documento em que fiz o elenco dos que não podem comparecer ao enterro. São todos, deus e o mundo. Este tipo de cerimônia é coisa muito pessoal, ou seja, familiar, pois pessoal não poderia ser. Embora devesse.
Nosso prezado Marcelo, imagino eu, embora seja protoplasmicamente religioso, não entra na vertente ilusória de Cícero do Sonho de Cipião (Somnium Scipionis), que é deveras a mesmíssima cristã: a imortalidade nos campos elísios. Boa é a daqui, das academias, mais na linhagem do filósofo com quem eu não tenho a mínima afinidade, Nietzsche, o qual, vez por outra diz alguma coisa morigerada, que soa bem, como em Das Philosophenbuch: o filósofo e o artista almejam a imortalidade do intelecto criativo. Já que a outra, a da alma, por suposto, não existe.

Dalgimar Beserra de Menezes
Médico Patologista

PARABÉNS, MATHEUS

Completa hoje dois anos de idade o nosso neto Matheus Noronha Gurgel, filho de Raíssa e Érico.
Muitas felicidades, netinho.

MEMÓRIA - OTÁVIO BONFIM

O Diário do Nordeste, em seu caderno Cultura de hoje (06/04), traz três artigos sobre o bairro Otávio Bonfim:

"Otávio Bonfim dos velhos tempos", de Elsie Studart Gurgel de Oliveira.
Bairro é cada uma das partes em que se costuma dividir uma cidade ou vila, tanto para a orientação das gentes quanto para o controle administrativo dos serviços públicos; por outro lado, é, também, um espaço de subjetividade, uma vez que estreita laços sociais e se incrusta, para sempre, na memória de seus habitantes. Percorrer aspectos os mais diversos dessa relações entre o homem e o espaço é o motivo central dessa edição.
Aqui.

"No tempo do Frei Lauro", de Josênio Parente.
Otávio Bonfim, no início da década de 1970, quando recebe Frei Lauro na paróquia do bairro para conviver com a juventude, era pacato e já apresentava sinais de crescimento. As pessoas, boa parte vindas do interior, buscavam mercado de trabalho na capital. Já possuía, contudo, uma classe média significativa. O comércio local já era forte e alguns moradores amavam o bairro e lutavam para o progresso
Aqui.

"Frades alemães no Otávio Bonfim", de Marcelo Gurgel Carlos da Silva.
No último quartel do século XIX, a Província Franciscana de Santo Antônio, sediada no Nordeste, originária de Portugal, contava com um reduzido número de frades menores, para fazer frente à avalanche de obrigações religiosas e comunitárias. Em razão desse fato, fez um apelo às províncias franciscanas da Europa, em tom de socorro, encontrando ressonância na Província Franciscana da Saxônia, na Alemanha, que aquiesceu em mandar frades ao Brasil, para reforçar os recursos locais.
Aqui.

"EM LOUVOR AOS HOMENS E ÀS SUAS IDÉIAS"

O novo livro de Marcelo Gurgel, cuja noite de autógrafos será hoje.
Sobre o livro: "São trinta registros expressivos de nomes, nos quais se incluem médicos, religiosos, advogados, engenheiros, jornalistas etc., que se destacram, em recentes décadas, nos seus diferentes campos de atividades, notando-se que a maioria deles teve ou tem inserção no ensino superior, concorrendo, assim, com seus saberes para a formação de novas gerações de profissionais."
Sobre o autor: É médico, economista, professor universitário, pesquisador e polígrafo. Reside em Fortaleza.
Data: 27 de março de 2008, às 19h30.
Local: Centro Cultural Oboé. Rua Maria Tomásia, 531 - Fortaleza.
O autor e o livro serão apresentados pelo médico e membro da Academia Cearense de Letras Dr. Lúcio Alcântara.
Importante - A renda bruta do lançamento do livro será revertida para as ações sociais da "Casa Vida", mantida pela Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará.

Originalmente publicado no Blog do PG.

AGRADECIMENTO E AGENDA

Aqui agradeço Nonato Albuquerque por ter anunciado, em sua Antena Paranóica, o lançamento de “Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores”, livro escrito por meu irmão Marcelo Gurgel. Digo que correspondeu a todas as expectativas o referido evento, o qual aconteceu na noite de 13/03, no bairro Otávio Bonfim. Aos interessados neste livro (como Dionedie que comentou em seu blog), informo que o autor fez uma doação de 200 exemplares à Paróquia de Nossa Senhora das Dores (que aplicará a renda bruta a ser com eles obtida em suas obras sociais).
Em tempo
Agendada para 27/03, às 19h30, no Centro Cultural Oboé, a noite de autógrafos do mais novo livro de Marcelo Gurgel: “Em Louvor aos Homens e às suas Idéias”. Nesta obra, Marcelo traça os perfis de trinta pessoas que, em recentes décadas, foram ou são personalidades de destaque no Estado do Ceará.

Originalmente publicado no Blog do PG.

LANÇAMENTO DE LIVRO

Nossos amigos e conhecidos estão sendo convidados para a solenidade de lançamento do livro "Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores - Sob o olhar de uma família", escrito por Marcelo Gurgel em homenagem ao Bairro de Otávio Bonfim. A obra e Marcelo (que completa hoje 55 anos de idade e de quem sou irmão) serão por mim apresentados.

Local: Centro de Formação Pastoral da Paróquia de Nossa Senhora das Dores (antiga sede do Cine Familiar).
Data: 13/03 (hoje), às 19h30.
Não haverá vendas de exemplares, mas, de bom grado, aceita-se a doação de cestas básicas e produtos de cama e mesa, para a distribuição aos carentes assistidos pelas Pastorais da Criança e do Idoso em Otávio Bonfim.

Originalmente publicado no Blog do PG.

OTÁVIO BONFIM - SOB O OLHAR DE UMA FAMÍLIA

Para a entrada em cena da família Gurgel Carlos, podemos considerar o ano de 1946. Quando o jovem Luiz, da família Carlos da Silva, que havia recém-fundado o seu Instituto Padre Anchieta, no bairro Otávio Bonfim, e a sua aluna Elda, uma prendada moça da família Gurgel Coelho, que já morava nesse bairro de Fortaleza, foram ambos atingidos pelas setas de Cupido. Daí advindo que, no ano seguinte, o casal contraísse núpcias e fosse fixar residência na rua Justiniano de Serpa, onde já funcionava o citado instituto educacional.
Dos treze filhos gerados pelo casal, os nove primeiros receberam as boas-vindas neste modesto imóvel de dupla finalidade; os quatro últimos, numa casa (enfim) própria, para onde a família se mudou em 1958, situada na rua Domingos Olímpio, nas proximidades da estação ferroviária do bairro. Só muito adiante, em 1996, com vários de seus integrantes já casados e/ou residindo em outros bairros e em outras cidades, foi que o núcleo da família se transferiu de Otávio Bonfim.
Feitas as contas, conclui-se que o bairro Otávio Bonfim e a família Gurgel Carlos mantiveram um consórcio que durou meio século. Com Dores e Amores de permeio. E de que restaram muitas e muitas reminiscências, aqui reavivadas e transformadas em livro por Marcelo, da família Gurgel Carlos. No qual nossos ascendentes, os vizinhos e amigos, os tipos pitorescos da época e nós mesmos somos os seus personagens reais; no contexto de um bairro chamado (não oficialmente) de Otávio Bonfim com seus logradouros, suas moradias, sua igreja (com os franciscanos frades de origem alemã) e sua estação ferroviária.
Baseado em fatos vivenciados e levantados (porém, cuidadosamente conferidos) por Marcelo, que escreve em estilo claro e apurado, o livro é um repositório de informações sobre o bairro e sobre a nossa família. A se juntar – com destaque – a outros títulos, como “Anos Dourados em Otávio Bonfim...”, de Vicente Moraes, “Frei Lauro Schwarte...”, de Marcelo Gurgel, “Dos canaviais aos tribunais...”, organizado por Marcelo e Márcia Gurgel (sobre a vida de nosso pai), entre as obras que privilegiam, do ponto de vista historiográfico, o bairro Otávio Bonfim e a família Gurgel Carlos.

Escrito por mim para orelha do livro "Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores - Sob o olhar de uma família", de Marcelo Gurgel.

"OTÁVIO BONFIM, DAS DORES E DOS AMORES"

Já concluído o novo livro do médico e escritor Marcelo Gurgel Carlos da Silva. Trata-se de “Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores: sob o olhar de uma família”. Um livro com o qual o meu irmão homenageia Otávio Bonfim, o bairro de Fortaleza em que nós, os Gurgel Carlos, vivemos por cerca de cinco décadas.
Com o lançamento previsto para 13/03, às 19h30, no Centro de Formação Pastoral da Paróquia de Nossa Senhora das Dores (antiga sede do Cine Familiar), a obra em epígrafe vem a ser uma importante contribuição literária de Marcelo Gurgel à preservação da memória do mencionado bairro.
Até lá tornarei a escrever sobre o assunto.

Originalmente publicado no Blog do PG.

MEMÓRIA JÚNIOR. NOTA DE PESAR

Registro com pesar o falecimento, no dia de ontem (20), do médico José Maria Furtado Memória Júnior.
Integrante do corpo clínico do Hospital de Messejana e de outros nosocômios em Fortaleza, o colega Memória Júnior foi um profissional de destaque nas áreas em que atuou: cirurgia, gestão hospitalar e pesquisa científica.
Na área da pesquisa, foi responsável pela criação de um novo modelo de oxigenador de sangue para uso em cirurgia cardiovascular.
Meus pêsames à família deste grande ser humano.
(originalmente publicado em meu Blog EntreMentes)
05/03/2023 
À época, no Editorial "The Role of a Scientific" (DOI: 10.1590/S0102-76382008000100001), do Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, o Dr. Domingo M Braile pontuou:
"Ending this Editorial, I render my homage to my colleagues, Dr. Magnus Rosa Coelho de Souza, who passed away on January 7th 2008, and Dr. José Maria Furtado Memória Júnior, who recently passed away on February 20th 2008. They were prominent Brazilian and International Cardiovascular Surgery names, whom we are already missing. They were example of life. I wish to express to their family members, our most sincere sympathies."
Tradução:
Encerrando este Editorial, presto minha homenagem aos colegas Dr. Magnus Rosa Coelho de Souza, falecido em 07 de janeiro de 2008, e Dr. José Maria Furtado Memória Júnior, recentemente falecido em 20 de fevereiro de 2008. Eles foram nomes brasileiros e nomes da Cirurgia Cardiovascular Internacional, de quem já estamos com saudades. Eles foram exemplo de vida. Desejo expressar aos seus familiares, nossos mais sinceros sentimentos.

ARTE MATERNA

Em meus pais, que formavam um casal harmônico, percebia-se uma nítida separação das aptidões. Luiz, com suas múltiplas profissões entre as quais se incluía a de professor de várias disciplinas, era detentor de uma vasta cultura. Forjada esta na formação acadêmica e na leitura das obras de referência sobre a História Universal. Enquanto Elda, com o pendor e a sensibilidade para as artes, era em quem afloravam as manifestações artísticas no âmbito do casal.
Não se trata de aqui dizer que Luiz fosse insensível às artes. Ele sabia apreciar uma boa música, fosse de natureza erudita ou popular, uma gravura de um pintor renascentista, ou um texto de um autor clássico. Apenas não era um artista, no sentido de ser alguém que produzisse arte (*).
Como acontecia com Elda, sem dúvida. Ainda adolescente, e já a mostrar sua desenvoltura na arte de desenhar. Criando no papel, ora a imagem de um rosto feminino, ora a cena de uma natureza morta, e tudo com grande perfeição. Através de uma técnica em que ela combinava crayon e fuligem (que obtinha de um lampião a querosene) sobre papel, a fim de realizar seus desenhos, em geral figurativos. Guardo na memória os traços existentes num dos seus quadros, um rosto de mulher, que, de uma das paredes de nossa casa, sorria enigmaticamente para a minha meninice.
Certa ocasião, Elda também chegou a pintar, com óleo sobre vidro, a imagem de um pavão. Que impressionou bastante o seu Tio José, um dos proprietários da Usina Ceará, a ponto de ele requisitar o quadro para colocá-lo em seu escritório. Unindo assim o útil ao agradável, já que a ave representada na pintura era também o símbolo do Sabão Pavão, um dos produtos de sucesso da fábrica.
Infelizmente, este e outros quadros que Elda desenhou não são atualmente localizáveis.
Com o casamento, deu-se que a mãe sobrepujou a pintora. Porque vieram os encargos domésticos relativos a uma prole que foi ficando numerosa. Encargos esses que, por muitos anos, não lhe permitiam exercitar o seu dom de pintar. Naqueles tempos da arte sufocada, Elda derivou para os bordados domésticos, aos quais emprestava o melhor de seu talento. Mas, no fundo, sempre alimentando a idéia de que algum dia retornaria às lides artísticas.
O que um dia aconteceu. Quando, levada pela mão de sua amiga Hilda Ramos, Elda passou a freqüentar um curso de tapeçaria no centro de Fortaleza. Com os filhos já criados, ela enfim recuperava o tempo necessário para o aprendizado de uma forma de arte! E, cerca de quatro meses após, lá estava ela a receber, das mãos do Governador César Cals, o certificado de conclusão do curso. Com louvor inclusive, por haver sido a mais aplicada aluna da turma.
Nestes últimos 30 anos, Elda já produziu cerca de 120 peças que, nos muitos lares e instituições em que se encontram, estão a esbanjar graça e beleza. Algumas delas são reproduções em tapeçarias dos quadros de Mucha, um ilustrador tcheco de sua especial predileção. Outras representam idílicas cenas européias (Dona Elda se define como uma romântica). E ainda há aquelas que são de inspiração religiosa.
Em meu acervo existem duas de suas obras, as quais exibem belos desenhos geométricos. Duas outras, que decoraram um chalé que foi de minha propriedade em Porto das Dunas, atualmente, doadas para meu filho Érico, estão em seu apartamento. A fim de que o neto Matheus se familiarize com o Carlitos (numa cena do filme “O Garoto”) e com o Gordo e o Magro.
(E ainda possuo um grande quadro de tapeçaria, que representa a imagem de uma porta em meio a alguns "arabescos"; mas sendo este da lavra de minha falecida irmã Marta, a qual precedeu a nossa mãe nessa modalidade de arte.)
Toda essa produção artística de Elda é feita sem objetivo pecuniário. A mãe tapeceira tem o arraigado costume de presentear com o que faz as pessoas de sua estima. E de se considerar bem paga, apenas por ter o seu trabalho reconhecido. Não admite, porém, saber que o favorecido deu um destino inadequado a qualquer de suas obras. Cada quadro é uma espécie de filho a receber suas atenções para sempre.
Laerte José, um dos genros da matriarca, já organizou um álbum fotográfico em que todas as suas obras foram catalogadas. E, mais recentemente, produziu um DVD sobre esta arte materna. Constando de uma parte inicial, em que ela é entrevistada (pelo próprio Laerte, no melhor estilo Fernando Faro), e de uma parte subseqüente em que há uma grande mostra de suas tapeçarias.
Elda tem um grande amor à arte que pratica. Quem a visita certamente vai encontrá-la na varanda de seu apartamento, com tela, agulha e linha à mão. A preparar uma de suas novas peças. Isto com a tarimba de quem, na arte secular da tapeçaria, conhece 74 tipos de pontos e sabe, com exatidão, onde e como aplicá-los.


Paulo Gurgel Carlos da Silva
In: "Dos canaviais aos tribunais
- a vida de Luiz Carlos da Silva"

(*) Durante a elaboração do livro, foram descobertos por Marcelo Gurgel alguns textos literários escritos por nosso pai (quase todos do período 1937 - 40), reveladores da grande habilidade de Luiz Carlos da Silva para a arte de escrever.

MORADAS E VIZINHOS

As residências onde fomos criados pelos nossos pais situaram-se no bairro Otávio Bonfim.
Um caso peculiar o nome desse bairro, assim chamado por causa da estação Otávio Bonfim, da Rede Viação Cearense. A primeira parada do trem que, partindo da estação João Felipe, no centro de Fortaleza, fazia a linha para o Crato. Um dia, as autoridades municipais trocaram a designação do bairro para Farias Brito. E, com isso, subestimaram a inércia mnemônica da população, pois esse nome – oficial – simplesmente não “pegou”. É como Otávio Bonfim que, até hoje, o fortalezense identifica o bairro (e é como aqui o chamarei).
Era um bairro de natureza residencial, quase central. Muito procurado, nos anos 40 e décadas subseqüentes, pelas pessoas da classe média de Fortaleza com o objetivo de fixar residência. Instado a relacionar quais seriam, naquela época, as principais referências do bairro eu apontaria: a Estação Ferroviária Otávio Bonfim (é claro); a Igreja de Nossa Senhora das Dores e o Cine Familiar (administrado pelos frades franciscanos); a Usina Ceará (fábrica Siqueira Gurgel); o Mercado São Sebastião; e, em seu trecho inicial, a Avenida Bezerra de Menezes.
Foi nesse bairro que, em 1946, o jovem Luiz Carlos da Silva, então solteiro e estudante de Direito, alugou um imóvel de propriedade da Sra. Celeste Gurgel. Uma casa simples, com a fachada voltada para o poente, situada na Rua Justiniano de Serpa, nº. 53. A casa também ficava na Praça Almirante Tamandaré (Farias Brito, atualmente), a praça principal do bairro Otávio Bonfim, por corresponder a citada rua, em seu primeiro quarteirão, a um dos lados desse logradouro.
Inicialmente, alugou Luiz a casa para instalar uma escola. O Instituto Padre Anchieta, que viria a prestar relevantes serviços educacionais às famílias do Otávio Bonfim e bairros adjacentes. Nos primeiros tempos, a instituição contou com a colaboração de Elda Gurgel Coelho. A futura esposa de Luiz era ainda uma estudante do Colégio Santa Isabel, quando passou a integrar o quadro de professores do Instituto Padre Anchieta. E foi, nessa situação de aluna e professora, que iniciou uma relação de namoro com ele.
Em 25 de agosto de 1947, Luiz e Elda se casaram. E o casal foi morar no imóvel em que já funcionava a escola, adaptado em sua parte dos fundos para se tornar o lar da família Gurgel Carlos. Onde fomos aportando: eu (citando-me em primeiro lugar por ser o primogênito), Lúcia (falecida no segundo ano de vida), Marta, Márcia, Marcelo, Sérgio, Meuris e os gêmeos Germano e Luciano.
Era uma casa estreita, porém comprida, com quintal e água puxada por cata-vento. Nossos vizinhos, em casas de paredes-meias com a que morávamos, eram: à direita, Solon Acioli (vendedor da Siqueira Gurgel) com a esposa Nilda; à esquerda, Raul (gerente do Cine Diogo) com a esposa Anita. Em outras casas do quarteirão, residiam as famílias de Dr. Júlio Macedo (dentista), Dr. Luiz Macedo (também dentista e que mantinha consultório no mesmo endereço), Aglaís (funcionária dos Correios), Fernando Gurgel (vendedor da Siqueira Gurgel e futuro proprietário da Mecesa), Tia Dulce (com os filhos Flávio e Fernanda, irmãos do já citado Fernando Gurgel), Vital Félix (líder sindical) e Júlio Brígido, dentre outras.
Em 1958, o Instituto Padre Anchieta já havia cerrado as portas, mas, para abrigar uma família cada vez mais numerosa, a casa da Rua Justiniano de Serpa vinha-se mostrando pequena. Por conta disso, algum tempo antes, Luiz havia adquirido um terreno na Rua Domingos Olímpio, nº. 2.309, onde começara a construir uma casa. Em 6 de janeiro daquele ano, estando concluída a obra, mudamo-nos para lá. Ficava a uns três quarteirões do endereço anterior.
A nova casa apresentava um maior número de cômodos, com estes mais espaçosos; tinha jardim, áreas livres laterais e quintal. Afiançava a solidez do imóvel recém-construído as suas paredes externas dobradas. Contudo, a casa fora planejada e construída sem garagem. Talvez por considerar Luiz, naqueles tempos difíceis, ser uma hipótese remota a de possuir um carro. No entanto, logo pôde comprar o seu primeiro veículo, um jipe usado, o qual, por não ter como o guardar na nova residência, era conduzido à noite para “dormir” no Posto Liberdade, que ficava nas proximidades do endereço anterior. Adiante, esse problema foi resolvido com a construção de uma rampa da calçada até a varanda da casa.
Quanto ao imóvel alugado da Justiniano de Serpa, não foi logo devolvido à proprietária. Por algum tempo, Luiz, que era abstêmio, o utilizou como depósito de um negócio com aguardente. Lembro que adquiria o produto a granel de destilarias em Acarape, aonde costumava viajar por outro motivo, o de atender a sua clientela jurídica. Em Fortaleza, era a aguardente engarrafada e, com os nomes de “Uiscana” e “Esportiva”, comercializada nos bares e mercearias desta cidade. Alguma vez, até acompanhei Tio Edmar, que era sócio dele no empreendimento, em suas peripécias de vendedor de destilados.
Magna, José, Mirna e Luiz (que seria o caçula se não houvesse logo falecido) foram os seguintes rebentos da família Gurgel Carlos, com esta já residindo na casa da Domingos Olímpio. Outras informações relacionadas com a nova morada: era a penúltima casa do lado ímpar da rua; e defrontava-se com a residência destinada ao “chefe da estação”. Com a via férrea passando a poucos metros, da casa da Domingos Olímpio se podia ver a movimentação dos trens, apanhando e deixando passageiros na Estação Ferroviária Otávio Bonfim. E esse fato particularmente me aprazia quando, às 3 horas da manhã, eu precisava tomar o trem que me levaria de férias ao Sítio Catolé, no município de Senador Pompeu.
Dentre os clãs que residiam na vizinhança, mantínhamos uma relação mais estreita com: a família Teixeira, constituída pela matriarca Dona Chiquinha e suas filhas Isa, Celsa e Dona Zezinha, que moravam em casas diferentes, as duas primeiras com os respectivos esposos (o agrônomo Dr. Paulo e o advogado Dr. Iúna Soares Bulcão) e os filhos, e a Dona Zezinha (que era viúva) com os seus muitos filhos; a família Brasil; e a família Maciel. Na penúltima quadra da Rua Domingos Olímpio, ficava uma casa inesquecível para todos nós, a de nº. 2209, onde residiam a Vovó Almerinda e a Tia Elza. Nela, disputávamos a afeição e os carinhos de nossa avó materna e, nas esticadas que dávamos ao imenso quintal, os regalos e as sombras das suas árvores frutíferas.
Houve ainda um terceiro endereço, a partir de 1996, quando o casal Luiz e Elda mudou-se para o bairro Monte Castelo. Passando a viver na companhia das filhas Magna e Mirna, que já vinham lá residindo. Tratava-se de um apartamento situado no primeiro andar do Condomínio Edifício Cristal, na Rua José Marrocos, nº. 407. Luiz o adquirira sem se desfazer da casa da Domingos Olímpio, onde manteve por mais algum tempo o seu escritório de advogado. Foi nesse apartamento do Monte Castelo que o patriarca da família Gurgel Carlos, cercado pelos cuidados dos familiares, viveu os últimos dias de sua profícua existência.

Paulo Gurgel Carlos da Silva
In: "Dos canaviais aos tribunais
- a vida de Luiz Carlos da Silva"

O DÍNAMO LITERÁRIO MARCELO GURGEL

Não bastasse o seu imenso trabalho na organização do livro “Dos Canaviais...”, que foi lançado com grande sucesso na noite de 28/01, no auditório da OAB – Ceará (em solenidade presidida pelo Dr. Hélio Leitão, presidente da entidade e a quem a nossa família agradece os préstimos), Marcelo Gurgel vai estar hoje no Centro Cultural Oboé para uma nova noite de autógrafos.
Trata-se do lançamento do livro “Medicina da UFC 1977 – 2007: 30 Anos de Formatura da Turma Prof. José Carlos Ribeiro”, do qual ele foi também o organizador. Contando com cerca de 40 textos, produzidos por 24 colegas, nos moldes de um memorial da saudade, esta obra representa uma alentada contribuição ao resgate da História da Medicina no Ceará nas últimas décadas.
Serviço
Dia: 31 de janeiro de 2008 (quinta-feira)
Hora: 19h30min
Local: Rua Maria Tomásia, 531. Fone: 3264 7038

Originalmente publicado no Blog do PG.

UM LIVRO PARA LUIZ CARLOS DA SILVA

É hoje (às 19h30min) a solenidade de lançamento do livro “Dos canaviais aos tribunais – a vida de Luiz Carlos da Silva”. Uma obra comemorativa dos 90 anos de idade (se vivo estivesse) do professor e advogado Luiz Carlos, meu pai.
Faz a sua apresentação o médico Marcelo Gurgel Carlos da Silva, um dos organizadores da obra e filho do homenageado.
Local: OAB – Seção Ceará, na Avenida Pontes Vieira, 2.666 – Dionísio Torres, em Fortaleza.

Originalmente publicado no Blog do PG.

"DOS CANAVIAIS AOS TRIBUNAIS"

“Em janeiro de 2007, em uma das costumeiras reuniões domingueiras de nosso ‘clã’ familiar, apresentei aos meus irmãos uma proposta de organizar um livro sobre o nosso pai, Luiz Carlos da Silva, a ser lançado em janeiro de 2008, por ocasião do seu nonagésimo natalício, se vivo ele fosse.”


Com estas palavras, o médico Marcelo Gurgel, meu irmão, inicia a apresentação do livro “Dos canaviais aos tribunais”, do qual foi o principal organizador, sobre a vida do professor e advogado Luiz Carlos da Silva, nosso pai. Na organização do livro, Marcelo contou também com a incansável colaboração da jornalista Márcia Gurgel, uma de nossas irmãs. E, na obtenção de muitos dos textos que compõem a obra, com os pendores memorialistas que iam se revelando em todos nós, filhos do biografado.
Alguns textos de autoria paterna, localizados após muita busca e pesquisa por Marcelo, foram oportunamente incorporados ao livro. Como também os depoimentos que foram feitos por colegas, amigos, clientes e alunos de Luiz Carlos a respeito de nosso genitor.
E a obra “Dos canaviais aos tribunais” ainda incluiu muitos registros fotográficos e ilustrações. Sendo a fonte para estas últimas as peças de tapeçaria criadas por Elda Gurgel e Silva, a mãe tecelã da qual admiramos a arte (e outros dons).
Completam as homenagens ao biografado a data e o local que estão escolhidos para o lançamento do livro: o dia 28 de janeiro (às 19h30), por ser a data em que ele nasceu, e a sede da OAB – Ceará (na avenida Pontes Vieira, nº. 2.666, em Fortaleza), uma entidade à qual Luiz Carlos tinha muito orgulho em ser filiado.

Originalmente publicado no Blog do PG.

LUIZ CARLOS DA SILVA, O HOMEM E O LIVRO

Em janeiro de 2007, em uma das costumeiras reuniões de domingo, do nosso clã familiar, apresentei uma proposta de organizar um livro sobre o nosso falecido pai, Luiz Carlos da Silva, a ser lançado por ocasião do seu nonagésimo aniversário de nascimento.
A convocação ganhou tanto a adesão da matriarca, D. Elda Gurgel, como dos irmãos, todos dispostos a contribuir com idéias e peças literárias para a feitura da obra, que teria, como co-organizadora, a jornalista Márcia, filha do homenageado.
No correr de 2007, os encontros dominicais passaram a ser entrecortados pela leitura de textos novos, produzidos pelos irmãos ou por convidados, todos focando situações que tinham, como personagem central da trama, o nosso progenitor.
Esse foi também um trabalho de pesquisa histórica e documental, que levou às seguintes fontes de consulta: Biblioteca Pública Menezes Pimentel, Instituto do Ceará (Nirez), Colégio Cearense Sagrado Coração, Faculdade de Direito-UFC, CRC-CE, OAB-CE, SENAC, Academia Cearense de Letras e Assembléia Legislativa do Ceará.
Em meio a essa busca por informações, sobre o nosso pai, a surpresa veio com achados preciosos, verdadeiros tesouros da produção literária paterna, à época de sua juventude. O trabalho de garimpagem só não rendeu mais, em razão de falta de conservação dos acervos públicos e privados, incluindo os das instituições e das famílias cearenses, a exemplo da nossa. Mesmo assim, o resultado foi muito positivo, pondo à mostra a exuberante capacidade de escrever do nosso pai.
No seu todo, a obra saiu alentada, mercê dos depoimentos de amigos, colegas, alunos, clientes, pessoas, enfim, que conviveram com Luiz Carlos da Silva, e de uma maneira agradecida, transpuseram para o papel, fatos marcantes que vão da sua infância, passada nos canaviais, lavrando e domando a terra, até seus derradeiros embates nos tribunais, em que se colocava sempre na defesa daqueles com sede de justiça.
Grande foi, pois, a satisfação advinda do contato com seus companheiros, em diferentes fases da sua vida, como aluno marista, estudante de Contabilidade, acadêmico de Direito, professor e advogado. Não faltaram os beneficiários de suas lides profissionais, para compor um arco de mais de sete décadas de uma história vivida com lances de epopéia, deixando em cada filho o gosto do privilégio de ter sido gerado por quem só soube se fazer respeitado, como homem e como cidadão.
Nas Tábuas da Lei, recebidas por Moisés, no Monte Sinai, está inscrito o mandamento: “honrar pai e mãe”. Pois bem: é isso o que os filhos de Luiz Carlos da Silva, procuraram fazer, convertendo em obra literária, as suas andanças na face da terra. A primeira das intenções foi resgatar o legado de quem, provido de grande sabedoria e de muita integridade, gerou e educou uma prole especial, à custa do sacrifício de suas próprias ações e aspirações.
O que se espera é que esta demonstração de amor filial, condensada em páginas que são também testemunhos de vida, enfeixados em publicação comemorativa dos 90 anos de Luiz Carlos da Silva, lançada em 28.01.2008, na OAB-CE, venha confirmar, não só a imagem que se desenha do nosso pai, ornada de valores humanos incontestáveis, mas, também, a vocação escrevinhadora da sua prole, ratificada pelo DNA, conseguindo despertar, em outras famílias, um interesse igual ou parecido de tornar pública a figura do patriarca, exemplo das gerações porvindouras.
Que Deus o tenha, meu pai!

Marcelo Gurgel

Link para este artigo no Jornal do Leitor, de 09/08/08.