PARTIU FORTALEZA!

10/06/2018 - 8.º dia
O dia em que voltamos para Fortaleza começou com um problema: não ouvimos o toque do despertador do telefone celular. Acordando mais tardiamente, ficamos com pouco tempo (1/2 hora) para o café da manhã e a rotina do check out no hotel. Felizmente, tínhamos deixado as malas já devidamente arrumadas.
O transfer do hotel nos levou ao terminal 4 do Aeroporto de Madri, onde embarcamos em um voo da Ibéria para Lisboa.
Em Lisboa, o Banco do Fuso Horário nos devolveu de imediato 1 hora. Mas faltava a devolução do IVA (Imposto de Valor Agregado) recolhido nos produtos que adquirimos em nossa estada no exterior. A tal tax free. Para isso, os aeroportos dispõem de uma estrutura complexa que envolve a aduana (que fiscaliza os produtos e carimba os formulários), balcões de devolução e casas de câmbio.
Normalmente vista em adesivos nas vitrines de lojas no exterior, a expressão "plus tax" (taxa a mais) ou “tax free” indica que parte dos impostos que compõem o preço dos produtos poderá ser devolvida aos clientes que não residem naquele país. É isso mesmo: a taxa extra pode ser recuperada no momento em que você estiver voltando para casa, mas exige certa organização e disposição do turista. Confira, na sequência, como conseguir essa graninha extra.
[https://viagem.uol.com.br/listas/aprenda-como-receber-o-tax-free-de-suas-compras-no-exterior.htm]
Recuperamos uns euros, mas perdemos muito tempo. E este fato, junto com alguns entraves aeroportuários, como a longa fila do check in e a incerteza quanto ao portão de embarque, fez com que cancelássemos o plano de pegar um táxi, passear e almoçar em Chiado / Bairro Alto, e voltar a tempo do voo para Fortaleza.
Portanto, adeus Tágides.
As tágides são as ninfas do rio Tejo (em latim, Tagus) a quem Camões pede inspiração para compor sua obra Os Lusíadas. São uma adaptação das nereidas da mitologia greco-romana, as ninfas que vivem nos mares e nos rios.
[https://www.matraqueando.com.br/lisboa-bairro-a-bairro-chiado-e-bairro-alto]
[https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1gides]
Neste voo, conhecemos uma moça residente no Cariri. Ela nos relatou haver passado por uma experiência desagradável em Portugal. Três dias atrás, ao viajar para a Itália (onde vive uma irmã), ela teve a entrada recusada em Lisboa. A seguir, com o passaporte retido, ela foi colocada num alojamento onde conheceu outros brasileiros em situação semelhante. O motivo da recusa, segundo as autoridades portuguesas, era por estar voltando como turista para a Itália, antes de decorridos três meses da saída anterior. E as autoridades encarregaram-se de marcar o seu voo de volta para o Brasil, sendo o seu passaporte devolvido somente quando chegou a Fortaleza.
Importante - Fui sexagenário, voltei septuagenário. Só posso atribuir isso a um desequilíbrio orgânico provocado por transgredir a Lei de Aldrin que trata dos fusos horários.
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Para compensar as incompletudes das minhas crônicas sobre Lisboa, compartilho com vocês este poema de Winston Graça, colega, poeta e editor chefe do blog Saco de Gato.
Lisboa, fevereiro de 2017
A Olisopo romana continua a mesma com seu encanto e beleza.
A Ushbuna árabe está viva e famosa nos fados d’ Alfama.
A Lisboa atenta continua sob a mira do Castelo de S. Jorge.
A Lisboa de Pombal continua a se refazer linda como um madrigal.
A Lisbon inglesa corre nos belos gramados da realeza no Parque Edward VII.
A Lisboa contrita se ajoelha aos altares dos Jerônimos onde o Portal da Anunciação pode ter inspirado Gaudí.
A Lisboa gastronômica baba de gosto nos pastéis de Belém.
A Lisboa de outras eras passeia fagueira na Praça do Comércio.
A Lisboa namoradeira se beija brejeira à beira do Tejo.
A Lisboa de outrora se mira altaneira na Rua d’Aurora.
A Lisboa gastadeira faz compra ligeira na Rua Augusta.
A Lisboa blasée matou de inveja os Champs Elisées na Avenida da Liberdade.
A Lisboa de Pessoa faz selfies poéticos no A Brasileira.
A Lisboa das Exposições se constrói exuberante no Parque das Nações.
A Lisboa Calatrava floriu radiante na Estação Oriente.
A Lisboa culta desafiou o Louvre no Museu Gulbenkian.
A Lisboa de antão admira seus heróis em seu Panteão.
A Lisboa fidalga admira seus luxos no Museu dos Coches.
A Lisboa estrangeira é bem acolhida no aeroporto.
A Lisboa cidade tem o mesmo significado da palavra saudade.

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