VILA PITA

No coração da Aldeota uma vila privilegia pedestres e abre espaço para arte, gastronomia e convivência.
Trata-se da Vila Pita, (*) formada pelas ruas Norvinda Pires e Sabino Pires. Estas ruas sempre foram lugares de artistas por abrigarem, ao longo do tempo, ateliês, estúdios de fotografia, agências de audiovisual e escritórios de arquitetura.
Recém-qualificada pela Prefeitura de Fortaleza, a Vila Pita (*) agora inclui outros atrativos: pubs, cafés, burguerias, pizzarias, sorveterias etc. Com a rua Norvinda Pires tendo se transformado numa via exclusiva para pedestres; e a Sabino Pires, numa via compartilhada com balizadores e piso colorido para estabelecer um tráfego calmo ao longo da rua.
E a região também passou a contar com nova pavimentação, drenagem e paisagismo, com o plantio de mais de 30 árvores, além de mobiliários urbanos como bancos e jardineiras que compõem o projeto urbanístico, que abrange mais de 2 mil m² de área.
Nela, o fluxo de pessoas, mercadorias e serviços ocorre quase ininterruptamente ao longo de 24 horas, haja vista que "quando o escritório fecha, o bar abre".
Nesta sexta-feira (28), à noite, Elba e eu flanamos (do francês: flâner, passear ociosamente) por lá. Por fim, sentamo-nos a uma mesa do Hey Joe Food 'n' Bar, que dispõe de três ambientes: ao ar livre, climatizado no térreo e no segundo andar, neste último com música ao vivo. No Hey Joe desfrutamos de Aperol (um aperitivo feito de laranja, raízes, ervas e outras especiarias), chopes, macaxeiras fritas e pastéis.
(*) Segundo urbanistas, vila é um "conjunto de casas, geralmente iguais, dispostas ao longo de um beco com uma saída para rua ou avenida". Não é exatamente este caso, já que as casas não são iguais (apesar do  estilo assemelhado) e não estão situadas em beco.

SERRA DA IBIAPABA

Também conhecida como Serra Grande e Chapada da Ibiabapa, é uma região montanhosa que se localiza entre os Estados do Ceará e do Piauí. 
 No Ceará, é uma macrorregião que abrange oito municípios: Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará, além de se estender por regiões dos municípios de Granja e Ipu.
Nesta região, ocorrem as mais intensas pluviosidades do território cearense, superiores a 2.000 mm. 
Suas altitudes médias são de 750 metros.
Guaraciaba do Norte 950 metros (a cidade mais alta do Ceará, com 934 metros de altitude na sede municipal) | São Benedito 903 metros | Ibiapina 878 metros | Ubajara 847 metros |  Tianguá 775 metros | Carnaubal 763 metros | Viçosa do Ceará 740 metros | Croatá 571 metros
Há uma área de litígio na região, de 3.000 quilômetros quadrados, interessando 13 municípios cearenses e 8 municípios piauienses. 
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Por motivos de trabalho (ensino e pesquisa) e de lazer, já estive em todos os municípios da Serra da Ibiapaba.
Onde hospedei-me: Tianguá (diversas vezes, principalmente no Hotel Serra Grande), Ubajara (duas vezes, no Neblina Park Hotel, também chamado Pousada da Neblina, localizado a cerca de 100 metros da Gruta do Parque Nacional de Ubajara), Ibiapina (uma vez) e São Benedito (uma vez, no distrito de Inhuçu).

LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA "CARTAS PARA BELCHIOR"

📺VÍDEO

22/03/2025 
Um público de cerca de 150 pessoas lotou hoje o Teatro Chico Anysio, em Fortaleza, para participar do lançamento de "Cartas para Belchior", sob o comando do animador cultural Nonato Nogueira. Muitos fãs de Belchior se revezaram no palco para apresentações musicais, depoimentos e performances, além de ter havido sorteio de livros. 
Participantes da antologia
Alberto Perdigão * Aluísio Cavalcante Jr. * Ângela Escudeiro * Ângela Maria dos Santos * Beny Barbosa * Calé Alencar (Prefácio) * Carlos Gildemar Pontes * Carlos Nascimento * Cassimeire Oliveira * Célia Oliveira * C. Vagner Lucena * Cleiton Lopes * Djacyr de Souza * Dora de Paula * Elaine Meireles * Elcid Lemos * Evaldo Lima * Evandro Meneses * Fernando Gurgel Filho * Graça Roriz Fonteles * Inácia Girão * Isathai Morena * Ivan Melo * Jacqueline Marques * Jader Soares * José Correia Torres Neto * Josely Teixeira Carlos (Prólogo) * José Leõncio de Lima * João Udine Vasconcelos * Jovina Benigno * Lilian Gondim * Luiza Pontes * Manoel Fonseca * Marcilon Carneiro Feijó * Maria José Monte Holanda * Maria Patriolino * Marina Gomes * Nádia Aguiar * Nice Arruda * Nilton Alencar * Nonato Nogueira (Organização) * Norma Novais * Pedro Mariano * Rai Albuquerque * Ricardo Costa * Vanice Ricardo do Nascimento * Veroni Martins

DIANA DE SÁ PEREIRA BARREIRA (16/07/1945 - 15/03/2025)

É com pesar que comunico o falecimento ontem (15) da estimada médica Dra. Diana de Sá Pereira Barreira de Lima. Formada pela Faculdade de Medicina da UFC em 1971, exercia como especialidade a pediatria.
A saudade eterniza a presença de quem se foi.
Neste momento de consternação, informo que o velório ocorrerá a partir das 12h, com missa de corpo presente às 14h30, na funerária Ternura. O sepultamento está previsto para as 16h, no cemitério Parque da Paz.
REMEMORAÇÃO
Sentado na escadaria da igreja de Nossa Senhora das Dores, em Otávio Bonfim, certa noite eu tive o privilégio de assistir a Cláudio Costa (irmão do colega Carlos Maurício) dar um show informal de violão. Claudio morava no Parque Araxá, vinha se dedicando ao violão há pouco tempo e, “creiendeuspai”, já tocava aquilo tudo!
Quanto era pouco tempo? Uns dois anos, talvez. Claudio tinha de ser o meu professor de violão. E contratei-o imediatamente.
Com um violão gentilmente cedido por Diana, minha colega de turma na Faculdade de Medicina, e contando para a novíssima tentativa com a orientação de um competente professor, eu não iria reincidir no erro (naquele do violino sem mestre).
Extraído de: SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. "Edição Êxtase". Fortaleza: Expressão, 2003. p.28

HEITOR CATUNDA (1920 - 1992)

Estes dados de sua biografia estão disponíveis no livro "Encontram-se", publicado em 1983 pelo Centro Médico Cearense, no qual também estão incluídos sete poemas de Heitor Catunda e um retrato dele feito à mão por Ricardo.
Heitor Catunda  Gondim nasceu em 5 de março de 1920, em Fortaleza-CE. Concluiu sua graduação pela Faculdade de Medicina da Universidade de Recife-PE. Aprendiz de pintor, poeta e compositor, inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil, seção do Ceará. Biografado pelo WHO'S WHO.

No período de 1968 a 1971, classificou em festivais de música no Ceará diversas composições como "A Canção da Verdade", "Batuca que a noite é morena" e, em parceria com  o violonista Aleardo Freitas, "É Primavera", que foi a canção vencedora do III Festival Nordestino de Música Popular.

Em 1980, Heitor classificou no Festival Crédimus da Canção, realizado em Fortaleza, a canção "Esquece essa dor", que ele compôs em parceria com Aleardo Freitas, um dos criadores do balanceio, um ritmo genuinamente cearense.

Ele faleceu em 29 de agosto de 1992, em sua cidade natal."Datas e fatos para a história do Ceará", de Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), registrou o fato.

Em 2024, foi incluído no "Projeto Médicos Escritores Cearenses", organizado por Marcelo Gurgel (disponível no Instagram).

CONTÉM POESIA

Prezado Dr. Paulo Gurgel,
No dia 22 de março haverá o lançamento do volume 1 de "Cartas Para Belchior". Minha participação nesta antologia encontra-se na página 54.
O organizador da antologia, Nonato Nogueira, é o editor da Revista Sarau. Também é um dos participantes do Clube dos Poetas Cearenses. Nos eventos que promove sempre conta com a presença de intelectuais da cena literária de Fortaleza. São cordelistas, poetas, autores, jornalistas, etc.
Creio que o senhor e o Dr. Marcelo gostarão de conhecer essa turma. Grande abraço.
Fernando Gurgel Filho (cearense radicado em Brasília), por email
(incluir legenda)
Prezado colaborador FGF,
Foi bom você chamar minha atenção para o lançamento dessa antologia sobre o Belchior (no Teatro Chico Anysio, em 22/03 às 16h). Avisarei meu irmão Marcelo, e certamente estaremos presentes em tão importante evento.
Antes disso, publicarei uma postagem relacionada com o lançamento do livro "Cartas para Belchior". Convenientemente, escrevi e já publiquei o mini-ensaio "Médicos Compositores do Brasil" e a crônica "Encontros com Belchior". O primeiro, em "EntreMentes", e o segundo, em "Linha do Tempo".
Paulo Gurgel, por email
http://blogdopg.blogspot.com/2025/02/medicos-compositores-do-brasil.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2025/02/encontros-com-belchior.html

SILVAS EM GERAL

Paulo Gurgel Carlos da Silva

O cognome "Silva" utilizado pelo general romano Lúcio Flávio Silva (*) e o sobrenome "Silva" de origem ibérica (portuguesa e espanhola) compartilham a mesma raiz etimológica, mas não estão diretamente relacionados em termos de continuidade histórica ou familiar.
Vamos explorar essa relação:
Tanto o "Silva" romano quanto o "Silva" ibérico derivam da palavra latina "silva", que significa "floresta", "selva" ou "mata".
No mundo romano, "Silva" era um cognome (um dos três nomes que compunham o nome romano completo, usado para identificar indivíduos dentro de uma família). Era comum que os cognomes fossem baseados em características geográficas, físicas ou ocupacionais. No caso do general Lúcio Flávio, "Silva" não era um sobrenome hereditário como entendemos hoje. Embora pudesse ser adotado por descendentes como parte de uma identidade familiar.
Na Península Ibérica (atual Portugal e Espanha), "Silva" tornou-se um sobrenome hereditário durante a Idade Média, derivado da tradição latina, mas sem uma ligação direta com famílias romanas específicas. Ele foi adotado por famílias que viviam perto de matas ou florestas, seguindo a prática de usar características toponímicas como sobrenomes.
Não há evidências históricas que sugiram uma ligação direta entre o general romano Lúcio Flávio Silva e o sobrenome "Silva" na Península Ibérica. O uso do nome "Silva" na região ibérica surgiu muito depois da queda do Império Romano, durante a formação dos reinos medievais.
O sobrenome "Silva" na Península Ibérica é resultado da influência cultural e linguística do latim, mas não representa uma continuidade familiar ou genealógica com os romanos que usavam "Silva" como cognome.
(*) O general Lúcio Flávio Silva Nônio Basso (em latim: Lucius Flavius Silva Nonius Bassus) desempenhou um papel significativo na história do Império Romano, particularmente durante o final do século I d.C., no contexto das campanhas militares romanas na Judeia. Sua atuação mais famosa foi o cerco e a conquista da fortaleza de Massada.

Diferença entre "Silva" e "da Silva" A preposição "da" indica uma relação de origem ou pertencimento. Assim, "da Silva" significa "da floresta" ou "da mata", reforçando a ideia de que a família ou indivíduo tinha ligação com áreas florestais.Em Portugal, era comum adicionar preposições como "de", "da", "dos" ou "das" aos sobrenomes para indicar origem ou localização. Por exemplo, alguém que vivia perto de uma floresta poderia ser chamado de "João da Silva". Com a colonização portuguesa, o sobrenome "da Silva" foi amplamente adotado no Brasil, tanto por descendentes de portugueses quanto por pessoas escravizadas ou indígenas que recebiam sobrenomes de seus senhores ou padrinhos Em Portugal, o uso de preposições como "da" era mais comum, enquanto no Brasil, a forma simplificada "Silva" se popularizou. Ambas as formas têm o mesmo significado e origem.. A diferença é basicamente estilística.

A amora-silvestre (Rubus fruticosus L.) é como é conhecido o fruto poliaquênio (frutos agregados) de arbustos  do gênero Rubus (amoreira-silvestre), vulgarmente designados como silvas. Os frutos são usados para a composição de sobremesas, compotas e, por vezes, vinho. As silvas apresentam longos caules curvos, com acúleos curtos levemente encurvados. Quando os caules contatam com o solo desenvolvem, frequentemente, raízes laterais, dando origem a um novo pé de silva (reprodução assexuada), tornando-se uma espécie persistente, colonizando vastas áreas por longos períodos. Tolera facilmente solos pobres, sendo uma das primeiras plantas a colonizar terrenos baldios. As suas flores, brancas ou rosadas, florescem de maio a agosto (no hemisfério norte), dando, após a frutificação, as amoras de uma cor vermelha e, depois, negra.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amora-silvestre
http://blogdopg.blogspot.com/2021/08/arbustos-carnivoros.html

TODAS AS RUAS DE FORTALEZA

Este projeto de Anvaka (Andrei Kashcha) desenha todas as ruas de uma cidade em uma única página. Os dados vêm do OpenStreetMap, que, como se sabe, é uma espécie de Google Maps público e aberto, com que qualquer pessoa pode colaborar. No total, são cerca de 3.000 cidades com mais de 100.000 habitantes já pré-carregadas e prontas para download e visualização detalhada.
Aqui, por exemplo, estão todas as ruas de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no Brasil, desenhadas esquematicamente em uma única página.
Antes que alguém escreva para dizer que, em sua cidade "falta esta ou aquela rua", basta lembrar que o projeto está aberto a colaborações., O que é a coisa mais construtiva a ser feita quando se lê uma informação que está errada na Wikipédia - e adiciona-se ou corrige-se o que falta ou excede na própria fonte, neste caso, o OpenStreetMap, o que tampouco é tão difícil.

ENCONTROS COM BELCHIOR

1
Quando eu cursava medicina na UFC, ouvia falarem de um aluno na Faculdade de Medicina que se destacava por seu talento de compositor. Chamava-se Belchior, mas não foi por termos sido contemporâneos na Faculdade que nos conhecemos.
Fui conhecê-lo no dia em que um amigo, Osternes Brandão (irmão do poeta e letrista de música Antônio José Brandão) me convidou para um sarau. A casa do meu amigo ficava na Parquelândia e levei comigo o violonista Claudio Costa. Nesse dia, além de Antonio Carlos Belchior, conheci  também o Miguel da Flauta.
Era manhã e fez-se tarde. Quando alguém sugeriu que continuássemos a reunião no Bar do Anísio, na Beira-Mar. E fomos todos a esse local no carro do anfitrião Osternes.
Além de nos apresentar as canções que vinha compondo, pelas tantas Belchior passou a mostrar outras versatilidades, tais como 1) fazer repente e 2) contar causos.
Causo
Faziam os alunos da Medicina um semicírculo em torno do professor da disciplina de Proctologia. Com todos interessados em acompanhar, da melhor forma possível, os ensinamentos do mestre naquela aula prática. E, também, em ver os detalhes da lesão que ele, com a ajuda da mão enluvada e lubrificada, estava a lhes apontar... na região anal de um paciente.
Num dado momento, em seu afã de descrever a patologia, o mestre empregou uma expressão de duplo sentido: "na entrada". No jargão proctológico, esta expressão tem um sentido próprio. Mas não para o paciente que, em posição de prece maometana, tomou por desfeita o que acabara de ouvir. A ponto de retrucar peremptoriamente: "Alto lá, doutor, esse negócio aí nunca foi entrada. É só saída".
E sair com ar de ofendido.

[comentário]
Estimado Paulo,
Como a disciplina de Proctologia, com 4 créditos = 60 horas, foi por mim criada e implantada em 1965, para ser ofertada como "optativa", é bem provável, ou certamente (a bem da verdade, não recordo), esse causo aconteceu numa de minhas aulas. De qualquer maneira, categoricamente afirmo que, muita coisa jocosa e muitos "causos" patéticos por lá ocorreram.

José Maria Chaves

2
Em 6 de junho de 1969, botei umas cervejas para gelar e encomendei umas bandejas de salgadinhos. Reuni em minha casa Francisco Dário, Osternes Brandão, Claudio Costa e o compositor Belchior, entre outros amigos. Por volta da meia-noite, encerramos a parte doméstica da noitada e fomos ao Pombo Cheio, onde nos encontramos com o Miguel da Flauta em seu retorno de um compromisso profissional.
Naquela data, eu estava completando 21 anos. Uma fita-cassete registrou aquelas maravilhosas canções que foram tocadas e cantadas durante o encontro. Uma delas, por exemplo, a canção "Paralelas", que Belchior originalmente cantava assim: "No Karmann-Ghia, sobre o trevo a cem por horas, meu amor", que ele mudou para: "Dentro do carro...". E que, na derradeira parte da canção, ele modificou de: "E as borboletas que eu fui pousam demais / por entre as flores do asfalto em que tu vais" para: "Como é  perversa a juventude do meu coração / que só entende o que é cruel, o que é paixão".
No entanto, algo aconteceu com a fita-cassete da festa. Meu irmão Marcelo usou-a para gravar umas anotações que a nossa irmã Marta havia feito em caderno de uma aula de biologia do Prof. Hildemar. E, ao fazer o novo registro, o gravador (que era de fita única) apagou definitivamente o registro anterior.

3
Em 1972, com frequência eu me deslocava do centro do Rio para Copacabana, e vice-versa. Quando o ônibus passava por/sobre o viaduto do Botafogo, dava para ver que existia um pequeno teatro nas proximidades. Um belo dia, notei que aquele teatro estava com uma placa, onde se lia em letras garrafais: BELCHIOR. À noite, fui ver o show do conterrâneo. Pouca gente a prestigiá-lo. No repertório, Belchior incluía um clássico da "música de fossa" nacional, provavelmente  do Lupicínio. Ao interpretá-la, foi que alguém acionou a estrondosa descarga de um vaso sanitário do teatro (risos, mas era tudo combinado). Findo o show, descemos ao aterro do Botafogo para conversar: Belchior, eu e uma terceira pessoa (Lauro Benevides? Pretestato Melo? Ah, não recordo). Quanto a Belchior, deduzi que a música o havia desencaminhado das lides acadêmicas. Como, em tempos mais remotos, aconteceu a Noel Rosa, um "monstro sagrado" da música popular brasileira.

4
Voltando a residir em Fortaleza, numa noite fui a um show do Gonzaguinha no teatro da Emcetur. Belchior chegou acompanhado do jornalista Odosvaldo Portugal Neiva, que cobria a pauta de música no Diário do Nordeste. E tivemos uma conversa rápida.

5
Em minhas andanças boêmias, uma vez resolvi baixar num restaurante novo (com algumas indicações a point). Não me recordo do nome do estabelecimento, apenas de que ele ficava próximo à Praça Portugal. Numa boca de noite, sentei-me a uma mesa e comecei a beber. Algumas horas após, já meio sonolento, paguei a conta para me retirar. Na calçada, alguém que acabava de chegar com amigos, abraçou-me e disse: "Professor, já está indo?" Era Belchior. Mudei de ideia e voltei ao bar. Como eu havia lido um texto de Belchior no Pasquim e do qual muito gostara, convidei-o para prefaciar um livro que eu vinha escrevendo. Não posso acusá-lo de haver faltado comigo, pois eu nunca concluí aquele livro.

6
Show do Belchior no Siará Hall. Fui (com Elba) ao Siará Hall, uma casa de eventos localizada na av. Washington Soares, em Fortaleza. Inaugurada em 2005, contava com uma infraestrutura que comportava mega-shows. Considerada a maior casa de espetáculos da cidade até seu fechamento em 2017, trouxe shows e espetáculos de níveis nacionais e internacionais. Bem, visitei-o no camarim, ora pois.

FALECIMENTO DA PROF.ª M. ZÉLIA ROUQUAYROL

É com pesar que aqui registro a notícia do falecimento, na madrugada de 13/02/2025, de um grande nome da Epidemiologia e da Saúde Pública no Brasil: a Prof.ª Dr.ª Maria Zélia Rouquayrol.
Zélia nasceu em Pernambuco (03/09/1931) e graduou-se em Farmácia, em 1955, pela Universidade Federal de Pernambuco, onde iniciou sua trajetória docente como instrutora de ensino de Microbiologia. No ano seguinte, foi transferida para a Universidade Federal do Ceará (UFC), instituição em que ocupou, de forma progressiva, os cargos de instrutor de ensino, professor assistente, professor adjunto e professor titular.
Em 1969, fez o Curso de Especialização no Institute of Tropical Medicine em Antuérpia-Bélgica. Entre 1975 e 1976, durante o mestrado Master of Public Health realizado na Tulane University-USA, publicou o trabalho Control of schistosomiasis in the irrigated áreas of Curu River. Ao retornar ao Brasil, deu continuidade às pesquisas e ao ensino da disciplina de Epidemiologia na UFC.
Conheci esta notável pesquisadora, no início da década de 1980, quando Zélia preparava a primeira edição de seu "Epidemiologia & Saúde", que viria a se tornar num livro-texto adotado por diversas universidades no Brasil. Em visita que fez ao Hospital de Messejana, ela me convidou para participar do quadro de colaboradores da referida edição, um encargo que aceitei ao escrever o capítulo sobre "Saúde Ocupacional".
Após sua aposentadoria como professora titular da UFC, além de professora titular da Universidade de Fortaleza (em que lecionou entre 1982 e 1989, e retornou em 2003), Maria Zélia passou a integrar a Secretaria de Saúde de Fortaleza, onde contribuiu com investigações epidemiológicas e coordenou a publicação do Boletim de Saúde da Célula de Vigilância Epidemiológica.
"Ao deixar um legado inestimável para a ciência e a saúde pública no país", como salienta o médico sanitarista Marcelo Gurgel, "Maria Zélia Rouquayrol permanecerá como inspiração, sobretudo para mulheres que atuam ou desejam atuar profissionalmente nessas áreas."
Requiescat in pace.

TELEFÉRICOS NO CEARÁ

Conceito de teleférico. É um meio de transporte aéreo que utiliza cabos de aço para sustentar e tracionar cabines que transportam pessoas ou materiais. O teleférico é um meio de transporte popular em áreas montanhosas, pois proporciona uma vista panorâmica aos passageiros. O termo teleférico vem do francês téléphérique.

  1. Bondinho de Ubajara. O Teleférico (bondinho) faz um trajeto de 550 metros, entre a Estação Monte (planalto) e a Estação Gruta (inferior, próximo à Gruta). O bondinho é utilizado pelos visitantes que pretendem visitar a Gruta do Parque Nacional de Ubajara.
  2. Teleférico do Horto. Instalado na Colina do Horto, em Juazeiro do Norte, foi inaugurado pelo Governo do Estado do Ceará em 2022. Os bondinhos percorrem uma distância de aproximadamente dois quilômetros, em um tempo de 7 minutos e meio. Este equipamento é importante para incrementar o turismo na região, principalmente o religioso, já que liga a Praça dos Romeiros ao local onde fica a estátua de Padre Cícero.
  3. Teleférico de Caldas. Instalado no Complexo Ambiental Mirante de Caldas, em Barbalha, é um teleférico de cadeiras. Conta também com mirante, passarelas, borboletário, centro de interpretação histórica e ambiental e um café cultural. Foi entregue à população cearense pelo Governo do Estado em 2021.

Outros teleféricos no Brasil:

🚠 Bondinho do Pão de Açúcar RJ 🚠 Teleférico Parque UniPraias SC 🚠  Teleférico de São Vicente SP 🚠 Teleférico do Parque Capivari, Campos do Jordão SP 🚠 Teleférico de Bonito PE

UM MILHÃO DE VISUALIZAÇÕES

Criado em 9 de outubro de 2007, o Blog Linha do Tempo atingiu nesta quarta-feira (5) a marca de 1.000.000 de visualizações

Outras estatísticas do Linha do Tempo  segundo o Blogger:

(a partir de 30/06/2010)

N.º total de postagens: 1.138

N.º total de comentários: 851

Principal referenciador: Google

ESPEDITO SELEIRO

"Trabalhar com o artesanato, com o couro, foi o que Deus me deu, e é o que eu acho bom. Não existe preguiça, falta de coragem, nem de memória para fazer o que eu quero. Toda a família está envolvida; neto, filho, sobrinho, primo, irmão; e a algum vizinho que está desempregado, não tendo o que fazer, eu digo: venha para o couro." (ES)
Nascido em 29 de outubro de 1939 em Arneiroz, cidade do Sertão dos Inhamuns, Espedito Veloso de Carvalho representa não apenas a cultura e a criatividade cearenses, mas também é figura importante do Nordeste brasileiro.
Toda a sabedoria que Espedito costura no couro até hoje começou a ser aprendida quando ele ainda era menino, na década de 1940. Ao ver o pai, Raimundo Pinto de Carvalho, que era vaqueiro e agricultor, fabricando selas e trajes para vaqueiros sertanejos (chapéu de couro, gibão, peitoral, luvas, entre outras peças), a criança brincava com os cortes que caiam no chão enquanto desenhava o próprio futuro. 
Foi no Cariri cearense que ele criou raízes e iniciou sua carreira como artesão,. tornando-se um dos principais marcos da cultura nordestina.
Considerado mestre, Espedito Seleiro é um artesão que carrega a tradição e a cultura em suas mãos. A habilidade de produzir peças em couros na região do Cariri, é reconhecida no Brasil e no mundo. Aos 85 anos, ele mantém viva uma arte que, tendo passado de geração em geração (desde seu tataravô), tornou-o um patrimônio vivo.
Mestre Espedito Seleiro ainda hoje mora em Nova Olinda, na região do Cariri, no Sul do Ceará.
Ele produz calçados, bolsas, chapéus, carteiras, bancos, poltronas, além das selas, gibões e outros elementos da cultura vaqueira.
É um difusor das tradições, histórias e identidade do Ceará, repassando seus saberes e experiências às novas gerações.
Principais títulos e homenagens
● Mestre da Cultura (reconhecido pelo Governo do Ceará e pelo Ministério da Cultura)
● Medalha da Abolição
● Título de Notório Saber pela Universidade Estadual do Ceará
● Troféu Sereia de Ouro do Sistema Verdes Mares em 2019
Em 16/01/2025, estivemos em Nova Olinda (a 543 quilômetros de distância de Fortaleza) na casa de Espedito Seleiro para conhecê-lo. A residência fica numa quadra onde estão também uma loja de  artefatos de couro, uma oficina escola (na qual ele supervisiona os trabalhos feitos por jovens artesãos) e o Museu sobre o Ciclo do Couro. Espedito foi muito gentil ao nos receber, logo nos convidando a que sentássemos para uma conversa. Enquanto descascava e comia vagarosamente umas laranjas, tivemos com ele um agradável bate-papo. Em que o mestre falou das origens e do aprendizado, de suas experiências com pigmentos, dos artistas que vestiram seus gibões (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença e outros), da relação (amistosa) com aqueles que copiam sua arte, muita coisa. E, a um comentário que fiz sobre a presença de sua arte ilustrando o livro do pesquisador Paulo Vanderley, ele imediatamente apontou para um quadro na parede da sala com a imagem que ele criara para ilustrar a capa.
Da esquerda para a direita: José, Luciano, Paulo e Espedito Seleiro

PARQUE AZA BRANCA

O Parque Aza Branca é o principal ponto turístico de Exu.
Ele foi fundado pelo próprio Luiz Gonzaga. A fazenda onde foi instalada esta atração foi comprada pelo Rei do Baião no início dos anos 1970. Em 1982, voltando a morar no Exu, o sanfoneiro  elegeu o Parque como moradia definitiva.
Ele foi idealizado pelo próprio artista – que, com a carreira já  consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra.
No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outras atrações são a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado juntamente com sua primeira mulher ("dona" Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal.
Foto. Nós (Sérgio, Paulo, Elba, Luciano e Elsa), sob um frondoso  juazeiro, árvore típica da caatinga, no Parque Aza Branca.
Há ainda uma réplica da casa de reboco onde nasceu o músico e um viveiro de asas-brancas (nome científico: Patagioenas picazuro, a ave columbídea que inspirou a famosa canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). A grafia do nome do parque acompanha a da canção original, registrada assim para acompanhar o Z de Luiz e de Gonzaga. 
O parque tem também duas pousadas para hóspedes: Santana, em homenagem à mãe de Gonzagão (a agricultora e dona de casa Ana), e Januário, nome de seu pai, lavrador e sanfoneiro.
Endereço: Rodovia Asa Branca, KM 38, Exu (PE). Ingresso 12,00

RETORNO AO CARIRI

Passeios nesta região com Elba e o casal Luciano/Elsa
13/01/2025, segunda-feira
Percurso: Fortaleza; Triângulo; Quixadá; rest. Pé de Serra (lanche: tapioca com queijo, cuscus com carne moída e café); Juatama e Pedra do Vento (pela 2.ª vez); Banabuiú e Açude Arrojado Lisboa (tomando água com as primeiras chuvas da quadra invernosa), Orós; Lima Campos; Cedro (lanche: pastéis de queijo e caldo de cana), Caririaçu (altitude 713 m) e Juazeiro do Norte.
Sérgio Gurgel e Solange, foram nossos anfitriões em Juazeiro do Norte. Meu irmão José Gurgel e Isabel nos acompanharam em alguns passeios.
À noite, estivemos na casa de Paolo Giorgio e Lorena, na Lagoa Seca, para nos deliciarmos com vinhos brancos e pizzas de vários tipos preparadas pelo anfitrião com farinha de trigo importada da Itália.
14/01/2025, terça-feira
Acompanhei Sérgio em sua tomografia multislice de tórax realizada pelo radiologista Dr. Expedito. Tudo bem com o estado de saúde do meu irmão, que poderá inclusive receber alta clínica da doença que o acometeu recentemente.
Elba foi visitar sua tia Teresa, de 97 anos, em situação de leito permanente.
À tarde, chovia bastante. As mulheres do grupo foram ver e comprar folheados a ouro no comércio de Juazeiro.
15/01/2025, quarta-feira
Viagem de Juazeiro do Norte, passando por Crato e pela Floresta Nacional do Araripe até Exu, Pernambuco (80 km). Num trecho da viagem, o observador experimenta um fenômeno semelhante ao que ocorre na Rua do Amendoim, em BH. Ao deixar o motor desligado e desengrenado e soltar os freios, tem-se a ilusão de que o automóvel sobe a rodovia em vez de descê-la (uma ilusão de óptica causada pela topografia do local em que um aparente aclive é, na verdade, um declive).
Local visitado:
Parque Aza Branca
É o principal ponto turístico de Exu. Fundado por Luiz Gonzaga, o Parque foi idealizado pelo próprio "Rei do Baião" – que, com a carreira já consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra. No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo material original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outra atração é a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado junto com sua primeira mulher ("dona" Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal. Ingresso: 12 reais.
Endereço: Rodovia Asa Branca, KM 38, Exu (PE).
À tarde, fomos à Colina do Horto, em Juazeiro do Norte. O acesso a este geossítio é possivel por caminhada ou por um teleférico, o qual foi construído há três anos pelo Governo do Ceará. Nesse local estão a Estátua e o Museu Vivo do Padre Cícero e a Igreja do Senhor Bom Jesus do Horto. O visitante chega ao templo depois de percorrer uma alameda com cerca de 300 metros.
À noite, participamos de um bingo na casa de Paolo Giorgio e Lorena.
16/01/2025, quinta-feira
Viagem de Juazeiro do Norte a Santana do Cariri.
Locais visitados:
Museu Paleontológico Plácido Cidade Nuvens. Guia: aluno João Victor
Esta instituição foi criada com o objetivo principal de proteger o patrimônio fossilífero da Bacia do Araripe. Hoje o MPPCN tem uma missão científico/cultural na região do Cariri, fortalecendo a pesquisa científica e o turismo nesta região.
Santuário da Beata Benigna
Brugge Vila Medieval. É um projeto composto por arquitetura europeia do período medieval e jardins renascentistas de propriedade do Dr. José Pereira. Fica localizada no distrito de Araporanga a 8 Km da sede de Santana do Cariri. As construções formam um conjunto representativo de 7 países como Suíça, Inglaterra, Alemanha, França, República Theca, Áustria e Espanha.
Viagem de Santana do Cariri a Nova Olinda
Locais visitados:
Mestre Espedito Seleiro, artesão do couro: casa (na qual o entrevistamos), oficina e museu
Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri. Fundado por Alemberg Quindins após a restauração da primeira casa grande da fazenda que deu origem ao município de Nova Olinda. Guia: aluna Ana Beatriz
Almoço/jantar no Pinheiro Restaurante, no Crato Tênis Clube.
17/01/2025, sexta-feira
Viagem de Juazeiro do Norte a Barbalha
Locais visitados:
Centro de Barbalha
Balneário do Caldas (a 8 km da sede do município). Destino de milhares de turistas por ano, este  balneário é responsável por boa parte da renda da cidade e, compondo o complexo turístico, ainda apresenta fontes e piscinas naturais de água mineral e um hotel de serra.
Complexo Ambiental Mirante do Caldas
Além do mirante (equipado com binóculos para a observação da natureza e da vila local), o Complexo conta com teleférico de cadeiras, passarelas, borboletário etc.  Construído pelo Governo do Estado do Ceará, foi inaugurado em 2021. Uma estrada que liga Barbalha a Pernambuco cruza este geopark.
Distrito de Arajara (Barbalha), com retorno pelo Crato para Juazeiro.
Cariri Garden Shopping
Jantar no restaurante Pasto y Pizzas na Lagoa Seca
18/01/2025, sábado
Retorno a Fortaleza. Em Quixadá, estacionamos no Pé de Serra para o almoço (à base de carnes, arroz, feijão e macaxeiras).
Agradecimentos
A Luciano, que nos transportou em seu carro novo por estas viagens; a Sérgio e Solange, nossos diligentes anfitriões em Juazeiro; e ao gentil lojista Tico Amorim, proprietario da Casa da Aliança, que se interpôs entre nós e o garçom, à hora de pagar uma conta. 

MEMÓRIA. CARIRI CEARENSE

A primeira vez que eu estive no Cariri cearense foi em 1976. Naquele ano, servindo como capitão médico no Hospital Geral de Fortaleza, fui designado para chefiar uma Comissão de Seleção Volante.
Foram 40 dias em que percorri municípios cearenses com a missão de examinar os conscritos para os Tiros de Guerra. Para isso, botei meu carango na estrada, contei com a ajuda de instrutores locais (sargentos), a acolhida de prefeitos e ganhei diárias.
No Ceará, existiam 11 Tiros de Guerra. Estive em oito deles: Aracati, Limoeiro do Norte e Russas; Crato e Juazeiro do Norte; Quixadá, Quixeramobim e Iguatu. Ficaram fora do meu roteiro: Acaraú, Camocim e Itapipoca. Acredito que estes últimos municípios foram visitados pelo capitão médico Raimundo Queiroz, a quem coube também realizar a seleção em Tiros de Guerra no Piauí e no Maranhão.
Em momentos de lazer, compareci a uma seresta na casa do Sr. Leandro Bezerra e fui até Barbalha onde conheci o Balneário do Caldas com suas águas termais.
Na década de 1980, acompanhando o empresário Edmilson Alves de Sousa, proprietário de "A Ferragista", fomos uma vez ao Crato, via Várzea Alegre.
Em Várzea Alegre, terra natal do Padre Antônio Vieira (de "O Jumento, nosso irmão"), do compositor Luiz Sérgio Bezerra, de Otacílio Correia e de Vilani, esposa de Edmilson, comparecemos numa festa em que o empresário foi homenageado. Era uma sexta-feira à noite.
No dia seguinte, viajamos ao Crato. onde Edmilson tratou de negócios imobiliários. E, à noite, fomos ao Crato Tênis Clube.
No domingo, voltamos para Fortaleza. Uma viagem apenas interrompida para almoçarmos num restaurante à margem da estrada. 
Com as noites anteriores mal dormidas, preocupava-me um plantão noturno que eu teria logo mais no Setor de Emergência do Hospital de Messejana. Então, mudei-me para o banco de trás do espaçoso carro do Edmilson, onde sob o domínio da sonolência pós-prandial consegui dormir um par de horas. E, para minha sorte, o plantão noturno acabou se mostrando excepcionalmente calmo.
Nos anos seguintes, o Cariri cearense esteve no roteiro dos meus passeios (com Elba e filhos) por cidades da Paraíba (Campina Grande) e Pernambuco (Garanhuns, Triunfo e Caruaru). Numa dessas oportunidades, hospedamo-nos no Verdes Vales Hotel, em Juazeiro do Norte; em outra, pernoitamos em Aurora, a terra natal de minha mulher, e noutra fomos até Jardim.
E sucederam as viagens (aéreas) que fiz às Microrregionais de Saúde do Estado do Ceará para ministrar aulas em Cursos de Capacitação de Médicos e Enfermeiros das Equipes de Saúde da Família em Diagnóstico, Tratamento e Ações de Controle da Tuberculose:
23/08/2001, Juazeiro do Norte;
13/11/2001, Brejo Santo;
11 e 12/07/2002, Crato.
Em 22/12/2001 houve o casamento de minha sobrinha Francesca Germana Quezado Gurgel e Silva com Daniel Magalhães Soares, em Juazeiro do Norte. 
22/12 - Partida de Fortaleza em ônibus fretado pela família Gurgel. Almoço em Iguatu. Casamento. Recepção em buffet. 23/12 - Almoço no Granjeiro. Jantar em  Lagoa Seca. 24/12 - Sítio B. Santos e passeio em Caririaçu (a 25 km). 24/12 - Almoço no Cariri Shopping. Jantar de véspera de Natal na casa de José Gurgel e Isabel. 25/12 - Almoço em Quixeramobim. Chegada a Fortaleza.

QUATRO ASES E UM CORINGA

me·lé,substantivo masculino
Etimologia: origem obscura
1. [Brasil, Informal] Aguardente de cana. = CACHAÇA
2. [Brasil: Regionalismo] [Jogos] No jogo do pôquer, carta que muda de valor, segundo a combinação que o jogador tem na mão. = CURINGA
3. [Brasil] Diamante com imperfeição.
In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
"MÚSICA NORDESTINA" E AS MEMÓRIAS EM DISPUTA
"A versão mais disseminada na imprensa carioca sobre o surgimento do Quatro Ases e Um Coringa atenta para o desejo do violonista Evenor Ponte Medeiros de fazer um conjunto quando morava em uma pensão só para rapazes nos idos de 1940, na maioria estudantes, localizada na Av. Princesa Isabel, em Copacabana. Evenor reuniu seus dois irmãos Permínio e José Ponte Medeiros e mais o André Batista, cearense apelidado por “Melé” nas antigas peladas de futebol e formaram um conjunto a que deram o nome de Bando Cearense. Começaram tocando em festas, reuniões familiares, shows, etc.
Inicialmente os rapazes cursavam faculdade e não tinham a pretensão de se dedicarem exclusivamente ao conjunto, diferente de outros grupos que se deslocavam com o desejo de impulsionarem a carreira artística. Em dezembro os quatro integrantes embarcaram para o Ceará em visita aos parentes e chegando em Fortaleza convenceram Esdras Guimarães, um amigo apelidado de Pijuca, exímio violinista e integrante de um outro conjunto, a fazer parte do grupo.
Por esse tempo, o poeta e jornalista Demócrito Rocha fundou o jornal O Povo no Ceará e ao conhecer os cinco jovens músicos colocou o nome do conjunto de Quatro Ases e Um Melé, e assim começaram a fazer algumas apresentações. Mais tarde, retornaram novamente ao Rio de Janeiro, conseguiram cair no agrado do locutor César Ladeira, que na época era diretor da Rádio Mayrink Veiga, e acabou contratando os cinco rapazes para se apresentarem no horário nobre da emissora, permanecendo por cerca de três meses.
De acordo com Miguel Curi, jornalista e compositor de sambas, o quinteto também participou de audições na Ceará Rádio Clube (PRE-9) com o nome Quatro Ases e Um Melé, agradando João Dummar, que os recomendou ao Teófilo de Barros Filho, diretor da Rádio Tupi. No Rio de Janeiro fizeram o teste e foram contratados pelo valor de Cr$240,00 para cada um e estrearam no programa Noite na Roça, com o nome modificado para Quatro Ases e Um Coringa (*) a pedido de João Dummar, fundador da Ceará Rádio Clube, pioneira da radiofusão no estado, que esclareceu aos integrantes que a expressão "melé", que significava no Ceará uma expressão popular para a carta do Coringa do baralho, não seria compreendida pelo público carioca."
N. do E.
(*) Também modificado como pilhéria para: Quatro com Asma e Um com Íngua
Vídeo:
NO CEARÁ É ASSIM, de Carlos Barroso, com Quatro Ases e Um Coringa (1952):

LENDA DA SUMAÚMA

Conta a lenda que em tempos antigos o marido de uma curandeira foi picado por uma cobra venenosa, e ela nada pôde fazer para salvá-lo. Passado o luto, ela se dedicou a pesquisar a cura para a picada de cobras. E descobriu que o tubérculo da planta Dracontium lorettense não só curava as picadas, como também dava imunidade à vítima contra o veneno das picadas.
Infelizmente, um dia o filho da curandeira foi picado, e o remédio não funcionou. Desesperada, ela suplicou ao espírito da planta que deixasse seu filho viver. Em troca, a curandeira concordou em tornar-se espírito e viver para sempre na base da Sumaúma. Por isso é que existe a "Mãe Sumaúma", este espírito que ocupa um lugar de honra no reino dos espíritos da selva. É ela que, com seus poderes, olha e protege as plantas e os animais da floresta.

Este texto é um excerto editado de "Um Conto Amazônico", de Arnaldo Quispe, publicado em 2013 no Blog Terra Náua.

Foto - Crianças brincando em torno de uma sumaúma (ou samaúma, as duas grafias são usadas). Fotografei esta cena no Horto Municipal de Belém.

ANA KAROLINA E HUMBERTO NETO

CONVITE

Cerimônia religiosa e recepção de casamento (com a bênção de Deus e dos pais) de Ana Karolina e Humberto Neto na Praia de Morro Branco, em Beberibe - Ceará.

Quatro de janeiro de 2025, às 16 horas.

Postagem atualizada em 05/01/2025, com a inclusão da fotografia acima.

Minha esposa e eu fizemos reservas para "Ocas do Índio", uma pousada em Morro Branco perto do local do evento.

"CHICO BUARQUE EM 80 CANÇÕES" E OUTROS LIVROS

Como acontece por ocasião dos festejos de fim de ano, fui presenteado em 2024 pela amiga Maristane Fernandes Macedo com um livro. 
CHICO BUARQUE EM 80 CANÇÕES, de André Simões, Editora 34
Sobre o livro:
Já no prefácio, o autor diz que "para analisar uma canção, requer-se a utilização de critérios próprios e adequados. A indissociabilidade entre música e letra é apenas o mais básico deles". Depois de enumerar outros elementos que devem ser pesados - arranjo, interpretação, performance etc. - ele conclui que a canção "é um objeto de estudo fortemente interdisciplinar". É com essa disposição que André Simões (um jornalista que estudou música e literatura) se debruça sobre 80 canções de Chico Buarque, dispostas ao longo de quase seis décadas de criação. O livro abre com "Pedro Pedreiro", de 1965, e se encerra com "Que tal um samba?", de 2022.

Nos anos anteriores:
2023 - "Escritos da Casa Morta", romance de F. Dostoiévski
2022 - "O Mosquito - A incrível história do maior predador da humanidade", de Timothy C. Winegard
2021 - "Redentor", de Rodrigo Alvarez
2019 - "João de A a Z", livro autobiográfico do pianista e maestro João Carlos Martins
2018 - "Conquistadores - Como Portugal forjou o primeiro império global", de Roger Crowley
2017 - "Médico de Homens e de Almas", de Taylor Caldwell.
2016 - "101 Canções que tocaram o Brasil", de Nelson Motta
2015 - "Smart" (sobre a internet), de Frédéric Martel 
2013 - "Contra a Perfeição - Ética na era da engenharia genética", de Michael J. Sandel
2011 - "O Livro de Ouro da MPB", de Ricardo Cravo Albin
2010 - "Chico Buarque", de Wagner Homem.

EVENTOS EM SOBRAL (2024)

Na retrospectiva em versos que fez sobre o ano de 2024, o jornalista Fernando Adeodato Junior incluiu as notícias do II Encontro da família Mont'Alverne, ocorrido em 03/08/2024, e da Festa de entrega oficial do Mosteiro da família à Prefeitura de Sobral - Ceará, que aconteceu em 11/12/2024, juntamente com o lançamento do livro "Solar dos Mont'Alverne - Lugar de Memória", uma obra organizada por Glória Giovana Saboya Mont'Alverne e Gisele Mont'Alverne Barreto Lima. Sem dúvida, eventos inesquecíveis para a família e para a própria história de Sobral.
"II Encontro montalvernês
Aconteceu em 3 de agosto
Foi sucesso mais uma vez
Quem faltou teve desgosto.

Mosteiro foi repassado
À Prefeitura de Sobral
Magnífico livro lançado
Em festa linda e informal."

ENCONTRO ANUAL DA "GURGELÂNDIA" (2024)

Local: Espaço MGM, na rua Dr. João de Deus, n.º 627 (bairro de Fátima), em Fortaleza-CE

Dia e horário: 21/12/2024 (sábado), às 16h30

Organização: Sílvio Gurgel (radicado em Mossoró) e Solange Almeida Gurgel

Programação

Comes e bebes

Música ao vivo, ft. Paulo Feitosa Gurgel

Exposição de fotografias antigas da família

Projeção audiovisual produzida pelo primo Renato Gurgel, com destaques para o sítio Catolé, em Senador Pompeu-CE, e o bairro Otávio Bonfim (atual Farias Brito), em Fortaleza

Saudação natalina aos participantes

Sorteio de exemplares de livros publicados por membros da família Gurgel, em Fortaleza, 2023 ("Um septuagenário sob distintas ópticas", "Edição Êxtase" e "A história de Elda - A matriarca da família Gurgel Carlos")

Foto panorâmica oficial (*) dos participantes do encontro. (PGCS).


(*) Via Blog do Marcelo Gurgel, onde mais detalhes deste evento familiar foram reportados.

QUARTO ANIVERSÁRIO DE BENÍCIO

Ontem à noite, o neto Benício Viana Gurgel, filho de Érico e Aline, teve o quarto aniversário natalício comemorado em família e com seus amiguinhos na Unidade "Pakaraka - Parques e Festas", do Pátio Dom Luís.

 Benício, entre os pais:

PHARMA MECUM

Aqui agregamos os títulos e links das postagens de "Linha do Tempo", "EntreMentes" e "Preblog" em que são abordados aspectos curiosos e anedóticos de alguns medicamentos.
Farmacopeia de LT
PÍLULAS DO DR. MATTOS
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2010/12/as-pilulas-do-mato.html
A SUPER NONI
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2010/08/super-noni.html
FIMATOSAN
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2014/10/fimatosan.html
GETS-IT
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2014/06/os-joanetes-da-vovo.html
REMÉDIOS DA VOVÓ
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/08/remedios-da-vovo.html
REMÉDIOS DA MAMÃE
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2020/07/remedios-da-mamae.html
Farmacopeia de EM
Tem remédio?
http://blogdopg.blogspot.com/2010/08/tem-remedio.html
Tudo tem remédio
http://blogdopg.blogspot.com/2008/11/tudo-tem-remdio.html
Rhum Creosotado
http://blogdopg.blogspot.com/2008/02/ruminando.html
Cigarros "Peitoraes"
http://blogdopg.blogspot.com/2009/02/cigarros-medicinais.html
Benzetacil
http://blogdopg.blogspot.com/2009/05/benzetacil.html
Obecalp
http://blogdopg.blogspot.com/2021/06/obecalp.html
Farmacopeia de Preblog
LABORES LABORATORIAIS
- A questão Lafi
http://preblog-pg.blogspot.com/2010/07/labores-laboratoriais-1.html
- A questão Andrômaco
http://preblog-pg.blogspot.com/2010/07/labores-laboratoriais-2.html
- A questão Lilly
http://preblog-pg.blogspot.com/2023/07/labores-laboratoriais-3.html
O CENTENÁRIO COLÍRIO MOURA BRASIL
http://preblog-pg.blogspot.com/2024/10/o-centenario-colirio-moura-brasil.html

A PALO SECO

É o título de uma canção de Fagner e Belchior, aqui gravada ao vivo por Belchior na TV Diário.
Esta canção é de 1975 (do LP "Alucinação"). Lembro-me de que à época procurei saber o significado de "a palo seco", uma expressão que eu desconhecia até então. Recorrendo aos dicionários do Aurélio e do Houaiss, nada encontrei a respeito.
Tempos depois, tomei conhecimento da existência de A PALO SECO, um poema de João Cabral de Melo Neto. Diz o genial poeta pernambucano, que é também o autor de "Morte e Vida Severina" (musicado por Chico Buarque), que:
Se diz a palo seco
o cante sem guitarra;
o cante sem; o cante;
o cante sem mais nada;
se diz a palo seco
a esse cante despido:
ao cante que se canta
sob o silêncio a pino.
Com uma linda canção e um preciso poema a referenciá-lo, "a palo seco" merece constar de todos os dicionários da língua portuguesa.
E o meu Dicionário Brasileiro de Frases [1] [2] também está nessa.
[https://x.com/jornalnota/status/1826764687825932779]
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Post scriptum
El origen del modismo comenzó a utilizarse en los ámbitos marineros, para referirse al hecho de navegar con las velas recogidas en un día de fuerte viento… es decir, con el mástil (palo) descubierto (seco).
En el Diccionario de Autoridades (1726-39) ya aparece el término "a palo seco" para referirse al modo de navegar con las velas recogidas. Pero si viajamos hacia atrás, podemos encontrarnos con "diarios de a bordo" de insignes marinos, como es el caso de Cristóbal Colón, en los que se detallaba una navegación con el "árbol seco" debido a la gran tempestad del viento.

[https://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-a-palo-seco/]

ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE AURORA

Na tarde de sábado (30) aconteceu no Salão Nobre do BNB Clube, em Fortaleza, a festa de aniversário dos 15 anos de fundação da AFA, a Associação dos Filhos e Amigos de Aurora.
Organizado por Francisco Nemésio Ramalho, atual presidente da AFA, o evento contou com distribuição de camisas alusivas, música ao vivo (Pavão e banda) e, como prato principal, uma brasileiríssima feijoada.
Foi também uma oportunidade para rever meus amigos de Aurora-CE, terra natal de minha esposa.
Da esquerda para a direita: José Leite, eu (Paulo), Elba e Paulo Henrique. Denise Macedo fotografou.

ARTE URBANA NO COMPLEXO VER-O-PESO

A cidade de Belém, no Pará, inaugurou uma área com 6 mil m² de muros, paredes e fachadas na atração turística Complexo Ver-o-Rio, às margens da Baía do Guajará. Esta é a segunda edição do projeto, uma iniciativa do Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B) que visa a valorizar a arte urbana na capital paraense.

Feito por 21 artistas visuais, a obra, que começou a ser realizada em 18 de outubro, foi entregue à cidade em 10 de novembro.

Os temas das artes são variados: medicina dos povos originários, fluxo migratório, águas internas, ciclos da mulher, lendas regionais e rituais para apagar o fogo.

O momento de execução e inauguração do projeto foi estratégico, coincidindo com um cenário de aquecimento turístico local, já que a capital paraense foi escolhida como sede da COP-30, o grande evento mundial sobre mudanças climáticas. E o resultado foi positivo, gerando maior visibilidade ao tema e também à Street Art.

Fontes
www.cnn.brasil.com
http://gazetadasemana.com.br/noticia/137418

BARCARENA

16/11, sábado
Região Metropolitana de Belém (RMB), também conhecida como Grande Belém, reúne oito municípios do Estado do Pará em relativo processo de conurbação (integrados socioeconomicamente). A RMB é formada pelos municípios de Ananindeua, Barcarena, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará.
Barcarena
126.650 pessoas (2022)
O nome "Barcarena" se originou da presença no assentamento de uma grande embarcação batizada como "Arena" e vulgarmente conhecida como "Barca". E a junção destas duas palavras fez com que a localidade ficasse conhecida como Barcarena. Contudo, o nome da cidade pode também ter sua origem numa povoação em Portugal chamada Barcarena, de onde vinha a maior parte do armamento e pólvora do império português (Fábrica da Pólvora de Barcarena).
Na época da Cabanagem, Barcarena foi um dos principais palcos dos conflitos.
É onde se encontra a sede operacional da Alunorte, a maior refinaria de alumina (*) do mundo fora da China. E onde está localizado o maior porto do Estado do Pará, o Porto de Vila do Conde.
(*) a matéria-prima do alumínio.
Praia do Caripi, a principal atração turística de Barcarena. Nesta praia fluvial, em Vila dos Cabanos, estão o Samaúma Park Hotel, a Casa da Árvore e o trapiche do Caripi, além de outros restaurantes e hotéis.
A partir de Belém, o acesso à Praia do Caripi pode ser feito, via Ananindeua, pela Alça Viária do Pará (PA-483), com pontes que cruzam os rios Guamá, Acará e Moju, com um trajeto de 115 km; ou, pode ser feito, pela PA-151, com um trajeto rodoviário de 51 km, acrescido do percurso pelo rio com a utilização de uma balsa da Arapari Navegação (em que cobram 66 reais por veículo). 
Usamos a primeira opção (com uma parada na Padaria DomNato para o nosso café da manhã) na ida para Barcarena e a segunda opção, na volta para Belém. Rodrigo, que tinha voltado de Foz do Iguaçu no dia anterior, dirigiu o carro.
Em Caripi, optamos por ficar nas instalações do Samaúma, cujo restaurante é aberto ao público.
Rodrigo, Renan, Natália c/ leon, eu e Elba no Samaúma Park
17/11, domingo
Com as horas que me restavam em Belém (antes de voltar para Fortaleza), aproveitei para conhecer o Complexo Ver-o-Rio. Está sendo preparado para receber os participantes da COP30.

PÉROLA DO CAETÉ

Bragança, no Pará, é conhecida como "Pérola do Caeté", por sua localização na margem do rio Caeté. É uma das cidades mais antigas da Amazônia, tendo 411 anos de existência.
População: 130.122 habitantes (IBGE/2021).
É um importante polo pesqueiro do Pará e do Brasil, além de destacar-se pela culinária, artesanato e pelas danças típicas. 
A distância pela rodovia de Belém a Bragança é 222 quilômetros.
Em fevereiro de 2020 escrevi no Blog LT:
No Parque da Residência (antiga residência dos governadores do Pará e onde hoje abriga a Secretaria de Cultura), há um vagão de trem que pertenceu à Estrada de Ferro Belém-Bragança. Com a extensão de 222 quilômetros, esta ferrovia foi a primeira a ser construída na Amazônia brasileira. Esta EF foi terminada em 1908 e desativada em 1965.
Atualmente os treze municípios que compõem a rodovia PA-242 (ligação via terrestre da capital paraense com Bragança), aderiram ao termo de reconstrução do caminho da antiga Estrada de Ferro, que marcou parte da história econômica do estado do Pará, com o fim de criar a Rota Turística Belém-Bragança.
14/11, quinta-feira
Locais visitados:
Praça da Matriz (Catedral de Nossa Senhora do Rosário).
Praça da Bandeira, onde pegamos uma condução coletiva para Ajuruteua. Duração da viagem: 1 hora.
Praia de Ajuruteua
Fica a 38 quilômetros do centro urbano de Bragança. Em boa parte da viagem, a rodovia atravessa uma Area de Proteção Ambiental (APA) e o micro-ônibus percorre a Vila de Pescadores dessa região praieira.
A praia marítima de Ajuruteua tem aproximadamente 3 km de extensão e 800 m de largura, em maré baixa. Sua nova orla, constituída por calçadão, restaurantes, quiosques e outros equipamentos urbanos, foi entregue ao público pelo governo estadual do Pará em dezembro de 2023.
Circulamos no calçadão, tiramos algumas fotos e almoçamos no restaurante Sabor de Beijo.
De volta à sede de Bragança. Após um curto descanso na pousada, saí para visitar:
Museu da Marujada
É um teatro e museu brasileiro fundado em 1997 no antigo cinema Olímpia, localizado na cidade paraense de Bragança. em homenagem aos 204 anos de tradição da marujada de São Benedito na região, uma manifestação de sincretismo religioso e cultural do povo bragantino. No museu há, entre outras curiosidades, uma exposição dos instrumentos musicais de pau e corda (violino, rabeca, banjo e tambores) como os que são tocados pelos membros da irmandade em seus dias festivos.
15/11/2024, sexta-feira (feriado)
Locais visitados:
Igreja de São Benedito, construída por negros e índios no século XVIII, sob a supervisão dos jesuítas, apresentando peças barrocas no interior.
Passeio com Elba na Orla de Bragança (que tem dois níveis) para fazer fotografias.
Fizemos pequenas compras no Supermercado Beira-Rio, onde conhecemos a administradora do estabelecimento, uma senhora muito simpática natural do Quixadá. Dizendo-se alegre por estar atendendo conterrâneos do Ceará, ela foi logo se apresentando como uma  fã ardorosa do Lula e do Camilo Santana. E deu notícias sobre o compositor e cantor Almirzinho Gabriel, filho do médico e ex-governador do Pará Almir Gabriel, o qual foi casado com Maria do Socorro, prima de meu pai.
Almoçamos no Tipiti da Orla e rumamos para a Rodoviária Municipal, onde tomamos o ônibus de volta a Belém.
[continua]

BELÉM, BRAGANÇA E BARCARENA

Período: 12/11 a 17/11 (até 24/11 para Elba)
12/ 11, terça-feira
Almoço na Praça de Alimentação do Aeroporto Pinto Martins. Voo Latam, trecho Fortaleza-Belém, com chegada na capital paraense, às 16h25. Natália foi nos buscar no Val De Cans para nos levar a seu apartamento no Umarizal.
À noite, como estava previsto, fomos comemorar em petit comité a mudança de idade de Elba. No "Amazônia na Cuia", um restaurante de comidas típicas paraenses.
Elba, Renan e Natália
Tendo viajado para partipar como palestrante do IX Encontro Nacional dos Tribunais de Contas, em Foz do Iguaçu, o genro Rodrigo não pôde estar conosco neste evento familiar.
13/11, quarta-feira
Após o café da manhã, Natália nos levou ao Terminal Rodoviário de Belém, no bairro de São Brás, onde Elba e eu pegamos um ônibus da empresa Boa Esperança com destino a Bragança, uma das cidades históricas do Pará.
Trajeto: 223 quilômetros de Belém até Bragança, em que passamos por Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Izabel do Pará, Castanhal, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, Capanema e outros municípios. Duração da viagem: 5 horas.
Hospedagem no Arans, uma pousada com cachoeirinha e tanque de carpas.
Locais visitados no dia:
Praça do Coreto
Orla de Bragança (Rio Caeté)
À noite, jantar no restaurante Benquerença.
[continua]

ESPAÇO DA LEITURA PIO RODRIGUES NETO

A leitura é um exercício que estimula a percepção e aguça a criatividade, e pensando nos benefícios que esta atividade pode proporcionar para as pessoas, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), inaugurou, neste domingo (10), o Espaço da Leitura Pio Rodrigues Neto, no Parque Estadual do Cocó.
O local é uma homenagem ao ambientalista, empresário e membro do Conselho Gestor da Unidade de Conservação (UC) estadual, que em 2017, promoveu o plantio de 40 mil árvores nativas às margens do rio Cocó e em áreas específicas do Parque, em celebração aos 40 anos da C. Rolim Engenharia, empresa que Pio Rodrigues Neto à época dirigia. Ele também é celebrado por suas obras literárias e por seu compromisso com a preservação ambiental.
A cerimônia de inauguração contou com a presença da titular da Sema, Vilma Freire; do secretário executivo, Fernando Bezerra; do homenageado e seus familiares. Além de frequentadores do Parque e cidadãos engajados com a causa ambiental.
Durante a inauguração, o homenageado (foto), que também possui o título de "Amigo do Cocó", fez um discurso emocionado. “Eu não tenho nenhuma dúvida que plantar árvores faz parte da minha missão e eu fico extremadamente feliz com esta honraria de ter meu nome preservado, aqui no parque, recebo isso com o coração cheio de gratidão mas isso também me serve de forte incentivo para continuar trabalhando. Eu acho que é uma missão cidadã, é uma missão de um ser humano que entende um pouco essa necessidade do verde em Fortaleza”, declarou Pio Rodrigues Neto.
Na segunda-feira (11), fui ao Parque do Cocó para conhecer esta inicitativa, tendo deixado para o acervo do Espaço de Leitura um exemplar do livro "Edição Êxtase", de minha autoria.

JANUÁRIO E MACÁRIO

Esta história reúne "Seu" Januário (foto), pai do cantor e compositor Luiz Gonzaga, com o Dr. Humberto Macário de Brito (1929 - 2023), médico urologista nascido em Campos Sales e formado em Salvador,  Bahia, que construiu longa carreira profissional no Crato, além de ter sido professor universitário, administrador público e político. 

Foi-me relatada por um contador e motorista de carro por aplicativo, de nome João, durante uma corrida que fiz com ele.

Doente da próstata e já com quase 90 anos de idade, Seu Januário necessitava de se submeter a uma prostatectomia. Eis que surge na estrada da vida do respeitado sanfoneiro de oito baixos, o cirurgião Dr. Macário, o qual logo se prontificou em realizá-la.

Operado e assistido com desvelo pelo cirurgião, Seu Januário pôde voltar com a saúde restabelecida para o convívio de seus familiares. Perguntado sobre os honorários médicos, o humanitário Dr. Macário dispensou-os de qualquer pagamento.

Agradecido, Luiz Gonzaga gravou "O Vovô do Baião", em homenagem ao médico.

Seu Januário com bem 90 anos / Tinha nos seus planos fazer uma operação / Sua família 'tava toda reunida / Rezando pela vida do vovô do baião. / Vai, Januário, que nós reza por você / Opera, Januário, você merece viver / Humberto Macário, famoso cirurgião / Fez aquela operação que abalou o Cariri.

http://youtu.be/cLWmWvx6bUc?si=Yg8NmbFZ1UUXiFHK

ESTÁTUAS DA ÍNDIA IRACEMA EM FORTALEZA. SEGUNDA PARTE

Personagem principal de um dos romances do escritor cearense José de Alencar, a índia Iracema é homenageada em diversos locais da capital cearense.


Praça José de Alencar
Cena em alto relevo da índia Iracema com o filho Moacir nos braços, esculpida na base da estátua que homenageia o escritor cearense José Martiniano de Alencar, na Praça José de Alencar. Neste logradouro também está localizado o Theatro José de Alencar.
Foto: PGCS
Palácio Iracema
Homenagem do Governador do Estado do Ceará aos 140 anos de publicação do livro "Iracema" do cearense José Martiniano de Alencar (1829 - 1877). A estátua, criação do artista Francisco Zanazanan, foi confeccionada de resina, recoberta por cristal. E representa a personagem principal do romance, a índia Iracema dos "lábios de mel". 15-2-2005. Lúcio Gonçalo de Alcântara, Governador do Estado do Ceará
Foto: PGCS

Rotary Club de Fortaleza (a conferir)

ARCO-ÍRIS SOBRE A RODOVIA

Um arco-íris é um fenômeno óptico e meteorológico que dispersa a luz branca do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotículas de água suspensas no ar. É um arco multicolorido com o vermelho em seu exterior e o violeta em seu interior. Por ser um espectro de dispersão da luz branca, o arco-íris contém uma quantidade infinita de cores sem qualquer delimitação entre elas. Devido à necessidade humana de classificação dos fenômenos da natureza e à capacidade finita de distinção de cores pela visão humana e por questões didáticas, o arco-íris é mais conhecido por uma simplificação criada culturalmente que resume o espectro em sete cores na seguinte ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil (ou índigo) e violeta. Tal simplificação foi proposta primeiramente por Isaac Newton, que decidiu nomear apenas cinco cores e depois adicionou mais duas apenas para fazer analogia com as sete notas musicais, os sete dias da semana e os sete planetas do sistema solar conhecidos à época.
(Para ajudar a lembrar a sequência de cores do arco-íris, usa-se este mnemônico: «Vermelho lá vai violeta», em que «l», «a», «v», «a» e «i» representam a sequência laranja, amarelo, verde, azul e índigo.)

No início de 2020, testemunhei a conclusão da duplicação da rodovia CE-060 entre os municípios de Pacatuba e Redenção. O novo trecho, de 37,4 km de extensão, melhorou notadamente as condições de tráfego de Pacatuba até a base do Maciço de Baturité, ao fazer a conexão com o trecho da rodovia duplicada que já existia entre a capital cearense e Pacatuba. Uma obra que beneficiou diretamente as populações de Pacatuba, Guaiuba, Acarape e Redenção e facilitou a ligação dos municípios do Maciço de Baturité (o que inclui Aracoiaba, Capistrano e Itapiúna) com a área metropolitana de Fortaleza.
No local em que termina a CE-060 duplicada, já perto de Itapaí existe um vale. E, numa manhã chovida em que eu dirigia para Itapiúna, o vale serviu de fundo a um arco-íris de beleza indescritível. Então, que fiz eu? Parei o carro no acostamento da rodovia para fotografá-lo? Não. Limitei-me a dirigir o veículo mais lentamente para apreciar aquele espetáculo da natureza. Mas registro fotográfico, que é bom, eu não fiz nenhum.
Arrependo-me dessa negligência até hoje.

O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA

José Sinval de Sá, jornalista e escritor paraibano de Conceição, foi o primeiro biógrafo autorizado de Luiz Gonzaga do Nascimento. Sobre o qual, ele  escreveu "O sanfoneiro do Riacho da Brígida", uma obra que narra a trajetória do Rei do Baião, do seu nascimento numa casa de barro batido em Exu, Pernambuco, até os meados dos anos 1960. 
Li este livro há muito tempo. No aconchego da casa das tias Carlos da Silva em Jacarecanga, onde costumava ir aos domingos. Numa dessas visitas, ao me deparar na citada residência com um exemplar de "O sanfoneiro do Riacho da Brígida", tive então a melhor oportunidade de conhecer a vida desse artista  atemporal.
O livro em epígrafe foi o resultado de uma sequência de conversas de José Sinval com Luiz Gonzaga na Ilha do Governador, em que, ao longo de quatro meses, o artista expôs suas emoções, paixões, sentimentos, dúvidas e expectativas. Sem que houvesse, por exigência de Gonzaga, o romanceio de sua biografia.
Em dez cadernos, Sinval anotou a mão as informações ditadas pelo Velho Lua. Da chegada da família de Gonzaga a Exu, o nascimento do menino, a vocação musical que começou cedo, os primeiros trabalhos. O ambiente sertanejo, as primeiras paixões e a surra que levou da mãe, Santana, que o fez fugir para Fortaleza.
Suas aventuras como militar, a viagem para o Sudeste e sua saída da instituição. Sua carreira artística, inicialmente tocando em festas e bares, depois, participando de programas nas rádios cariocas. Sua luta para se firmar como cantor e não apenas como instrumentista. E o encontro com Humberto Teixeira, do qual resultou a gravação de "Asa Branca", que o levaria a ser reconhecido nacionalmente.
No apêndice, um cancioneiro de Luiz Gonzaga, com seus mais emblemáticos sucessos.
Lançado em 1966, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, sua primeira edição de 3 mil exemplares esgotou-se rapidamente. E, como informa o musicólogo Ricardo Cravo Albin, em menos de um ano foram feitas 4 reedições do livro. Segundo o autor, era o próprio Gonzaga o maior divulgador de sua biografia, levando-a para seus shows Brasil afora e vendendo-a em suas andanças. 
É possível que última edição deste livro seja a que atende pelo ISBN 978-85-7858-312-5, da Companhia Editora de Pernambuco (ano: 2015), a qual pode ser lida no Books com páginas omitidas.
Webgrafia  
https://www.camara.leg.br/radio/programas/383096-sinval-sa-conta-estorias-que-ouviu-do-proprio-gonzagao
https://revistacontinente.com.br/edicoes/144/biografia--luiz-gonzaga--segundo-sinval
https://maladeromances.blogspot.com/2016/12/sinval-sa.html
https://acordacordel.blogspot.com/2012/06/cem-anos-de-gonzagao-90-de-sinval-sa.html
https://www20.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/07/21/noticiasjornalvidaearte,2882642/gonzagao-revisitado.shtml
https://www.google.com.br/books/edition/O_Sanfoneiro_do_Riacho_da_Br%C3%ADgida/KAFCCwAAQBAJ?hl=en&gbpv=1&dq=sinval+s%C3%A1&printsec=frontcover

DIA DO MÉDICO EM 2024. DIPLOMAS E MEDALHAS

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC) confere anualmente o Diploma de Mérito Ético-Profissional a todos os médicos que completam 50 anos de exercício da Medicina sem sofrer qualquer penalidade em processo ético-profissional.
Ainda no sentido de reconhecer o papel fundamental da ética no exercício da Medicina, o Conselho também concede a Medalha de Honra ao Mérito Profissional a três médicos que tenham 30 anos de formação e que sirvam de exemplo e inspiração aos colegas. No presente ano, foram agraciados com esta honraria o médico-sanitarista e economista da saúde Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, a médica infectologista e professora universitária Dra. Mônica Cardoso Façanha e o médico oftalmologista Dr. Rafael Dias Marques Nogueira.
A solenidade de outorga dos diplomas e das medalhas teve lugar na sede do CREMEC, na última sexta-feira (18), a partir das 19 horas. 

RODOVIÁRIA DE TÁXIS (INTERMUNICIPAIS) COMPARTILHADOS

Em Boa Vista-RR, além da Rodoviária Internacional de onde partem ônibus para o Amazonas, a Venezuela e a Guiana, há uma rodoviária de táxis de profissionais cooperados que, a partir do Terminal do Caimbé, na zona oeste da cidade, transportam passageiros em táxis compartilhados para outros municípios do Estado de Roraima. 
Quando estive em Roraima (maio de 2024) optei por utilizá-los para fazer um "bate e volta" a Bonfim e outro até Pacaraima.
São carros de passeio (em geral, do modelo Chevrolet Spin com 7 lugares), climatizados e dirigidos por motoristas experientes.
Assim que o táxi atinge o número de passageiros que pode transportar (6), o taxista inicia a viagem para a cidade de destino (Mucajaí, Bonfim ou Pacaraima).
A passagem para Bonfim, que dista 120 km de Boa Vista, custa 50 reais (ou 70 reais, se o passageiro for até Lethem, na Guiana, como foi o meu caso). E, para Pacaraima, a 220 km de Boa Vista, a passagem custa 85 reais. Obviamente, um valor menor é cobrado se o passageiro for descer numa cidade menos distante da capital.
Em hora e meia de viagem, cheguei a Bonfim pela bem conservada BR-401, e desci em Lethem (GY) que forma uma aglomeração urbana transnacional com Bonfim. 
Indo a Pacaraima (um trecho da BR-174 encontra-se em péssimo estado), a viagem de ida durou três horas. É que houve uma parada no Restaurante da Paçoca, além de que chovia. Em Pacaraima, contratei por 120 reais um táxi local para ir conhecer Santa Elena de Uiarén (VEN), que me trouxe de volta a Pacaraima duas horas após.
Nos retornos a Boa Vista destes dois passeios compartilhados, fui deixado no hotel.


Por que não há em Fortaleza uma rodoviária de táxis compartilhados? Não me venham com esses pontos de embarque em que vans apanham passageiros nas ruas da cidade.

BYE BYE BRASIL

Filme brasileiro de 1979 dirigido por Carlos Diegues. Em novembro de 2015, esta comédia entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Sinopse - Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas de teatro mambembe que cruzam o país com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos em pequenas localidades do interior do Brasil, onde a população ainda não tinha acesso a televisão. A eles se juntam o acordeonista Ciço e sua esposa, Dasdô, com os quais a Caravana cruza a Amazônia pela rodovia Transamazônica até chegar a Altamira.

Música e letra de Roberto Menescal e Chico Buarque. Gravação em vídeo por Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar.


2:44 - 2:58. 

"Em março vou pro Ceará / Com a benção do meu orixá / Eu acho bauxita por lá / Meu amor."
(Trecho a incluir numa postagem em elaboração, "O Ceará no Universo Musical do Chico Buarque".)

TIO RAIMUNDINHO

Se cada ser humano é único, meu tio-avô Raimundinho foi o mais único de todos. Solteirão e residindo no Sítio Catolé, em Senador Pompeu, com a irmã Olímpia e a preta Ventura, que fazia as comidas da casa num velho fogão a lenha.
Todas as manhãs, o miúdo administrador da propriedade baixava as gaiolas que estavam penduradas no alpendre de casa. Limpava-as dos dejetos dos passarinhos e renovava o alpiste e a água de beber, e tornava a pendurá-las.
Barbeava-se com um canivete que ele amolava numa pedra lisa. Abria um baú onde guardava sapotis para separar os que já tinham amadurecido. E punha um chapéu meio amorfo na cabeça para ir ver as coisas do sítio.
Uma vez, segui-o por um bom tempo (sem que ele me visse) em sua caminhada. Ele andava apressadamente como se fosse um personagem do tempo do cinema mudo. Falando com si próprio e gesticulando sem parar.
Tio Raimundinho tinha três manias: falar sozinho, cuspir com grande frequência e coçar o nariz (que vinha ficando cada vez maior).
Mas o falatório dele era só durante o período diurno. Ao anoitecer, depois que acendia o lampião alimentado a querosene (a casa não tinha energia elétrica), ele emudecia completamente.
E ficávamos no terraço à espera de uma visita importante: o vento Aracati.
Esperando o buliçoso visitante da noite, o tio não participava mais das conversas. Nem para opinar sobre o que uma cobra acabara de pegar (teria sido um caçote?) atrás de umas pedras.
Ele era o caçula dos sete filhos de José Tristão Gurgel do Amaral e Maria Gurgel Valente, que haviam gerado sete filhos.
No Sítio Catolé, existia - trancada em seu quarto a cadeado - uma bicicleta de fabricação estrangeira. Eu é que não me atrevia a tomá-la emprestada para ir à cidade. Ela pertencia a Raimundinho, um solteirão cheio de manias e ciumento de seus objetos pessoais. E, para o meu tio, aquela bicicleta era "a joia principal da Coroa". Corria inclusive a história de que ele, quando ia à cidade, não pedalava o veículo por todo o trajeto. Bastava se deparar com um pequeno aclive, que ele então desmontava da bicicleta e passava a empurrá-la. E não era por falta de condicionamento físico, não. Era para não forçar a catraca.
Tio Raimundinho vinha periodicamente a Fortaleza para cuidar da saúde. Na capital, sua primeira providência era visitar o irmão José Gurgel. Era deste abonado irmão que vinha o adjutório para os gastos que teria com médicos, exames e remédios (embora no final sobrasse algum).
Acompanhei-o numa operação da próstata e em algumas consultas médicas. Numa destas, ao cardiologista que lhe fez a clássica pergunta sobre o que estava sentindo, ele respondeu espantado: "Eu? Eu não sinto nada."
Um dia, tio Raimundinho não compareceu à mesa para o café matinal. Abriram a porta de seu quarto e o encontraram em pé, apoiado em uma cômoda. Mas não estava vivo.
Morreu como morrem os bravos.
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Tia Olímpia e Ventura
Tia Olímpia organizava a casa. Gostava de rezar e vivia lendo um livro de devoção. E, quando havia pescaria no açude velho, era quem conferia a partilha dos peixes.
Muito doente, tia Olímpia veio a Fortaleza. Levei-a a uma consulta médica na Faculdade de Medicina e depois a internei no Hospital Geral de Fortaleza. Ao visitá-la, choramingou e, talvez pressentindo a morte próxima, suplicou-me para que eu a tirasse do hospital. Não a atendi. Achei que, com a boa assistência prestada no hospital, ela teria chance de sobreviver. Não aconteceu.
Ventura, o sorriso largo, era nossa tia Nastácia - sem crendices e esconjuros. Tinha a doçura dos doces que fazia. E custa a crer que ela tivesse o poder de vida e morte sobre as pequenas criaturas do Sítio Catolé.