Organizado por Francisco Nemésio Ramalho, atual presidente da AFA, o evento contou com distribuição de camisas alusivas, música ao vivo (Pavão e banda) e, como prato principal, uma brasileiríssima feijoada.
Linha do Tempo
Sobre a família Gurgel Carlos, os bairros de Otávio Bonfim e Cocó, em Fortaleza, as cidades de Acarape, Redenção e Senador Pompeu, no Estado do Ceará, a Faculdade de Medicina (UFC), minhas caminhadas e viagens, assuntos culturais e artísticos notadamente locais, memórias e fatos pitorescos.
ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE AURORA
Organizado por Francisco Nemésio Ramalho, atual presidente da AFA, o evento contou com distribuição de camisas alusivas, música ao vivo (Pavão e banda) e, como prato principal, uma brasileiríssima feijoada.
ARTE URBANA NO COMPLEXO VER-O-PESO
A cidade de Belém, no Pará, inaugurou uma área com 6 mil m² de muros, paredes e fachadas na atração turística Complexo Ver-o-Rio, às margens da Baía do Guajará. Esta é a segunda edição do projeto, uma iniciativa do Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B) que visa a valorizar a arte urbana na capital paraense.
Feito por 21 artistas visuais, a obra, que começou a ser realizada em 18 de outubro, foi entregue à cidade em 10 de novembro.
Os temas das artes são variados: medicina dos povos originários, fluxo migratório, águas internas, ciclos da mulher, lendas regionais e rituais para apagar o fogo.
O momento de execução e inauguração do projeto foi estratégico, coincidindo com um cenário de aquecimento turístico local, já que a capital paraense foi escolhida como sede da COP-30, o grande evento mundial sobre mudanças climáticas. E o resultado foi positivo, gerando maior visibilidade ao tema e também à Street Art.
Fontes
www.cnn.brasil.com
http://gazetadasemana.com.br/noticia/137418
BARCARENA
Região Metropolitana de Belém (RMB), também conhecida como Grande Belém, reúne oito municípios do Estado do Pará em relativo processo de conurbação (integrados socioeconomicamente). A RMB é formada pelos municípios de Ananindeua, Barcarena, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará.
Barcarena
126.650 pessoas (2022)
O nome "Barcarena" se originou da presença no assentamento de uma grande embarcação batizada como "Arena" e vulgarmente conhecida como "Barca". E a junção destas duas palavras fez com que a localidade ficasse conhecida como Barcarena. Contudo, o nome da cidade pode também ter sua origem numa povoação em Portugal chamada Barcarena, de onde vinha a maior parte do armamento e pólvora do império português (Fábrica da Pólvora de Barcarena).
Na época da Cabanagem, Barcarena foi um dos principais palcos dos conflitos.
É onde se encontra a sede operacional da Alunorte, a maior refinaria de alumina (*) do mundo fora da China. E onde está localizado o maior porto do Estado do Pará, o Porto de Vila do Conde.
(*) a matéria-prima do alumínio.
Praia do Caripi, a principal atração turística de Barcarena. Nesta praia fluvial, em Vila dos Cabanos, estão o Samaúma Park Hotel, a Casa da Árvore e o trapiche do Caripi, além de outros restaurantes e hotéis.
PÉROLA DO CAETÉ
População: 130.122 habitantes (IBGE/2021).
É um importante polo pesqueiro do Pará e do Brasil, além de destacar-se pela culinária, artesanato e pelas danças típicas.
No Parque da Residência (antiga residência dos governadores do Pará e onde hoje abriga a Secretaria de Cultura), há um vagão de trem que pertenceu à Estrada de Ferro Belém-Bragança. Com a extensão de 222 quilômetros, esta ferrovia foi a primeira a ser construída na Amazônia brasileira. Esta EF foi terminada em 1908 e desativada em 1965.Atualmente os treze municípios que compõem a rodovia PA-242 (ligação via terrestre da capital paraense com Bragança), aderiram ao termo de reconstrução do caminho da antiga Estrada de Ferro, que marcou parte da história econômica do estado do Pará, com o fim de criar a Rota Turística Belém-Bragança.
Fica a 38 quilômetros do centro urbano de Bragança. Em boa parte da viagem, a rodovia atravessa uma Area de Proteção Ambiental (APA) e o micro-ônibus percorre a Vila de Pescadores dsa região praieira.
É um teatro e museu brasileiro fundado em 1997 no antigo cinema Olímpia, localizado na cidade paraense de Bragança. em homenagem aos 204 anos de tradição da marujada de São Benedito na região, uma manifestação de sincretismo religioso e cultural do povo bragantino. No museu há, entre outras curiosidades, uma exposição dos instrumentos musicais de pau e corda (violino, rabeca, banjo e tambores) como os que são tocados pelos membros da irmandade em seus dias festivos.
BELÉM, BRAGANÇA E BARCARENA
Almoço na Praça de Alimentação do Aeroporto Pinto Martins. Voo Latam, trecho Fortaleza-Belém, com chegada na capital paraense, às 16h25. Natália foi nos buscar no Val De Cans para nos levar a seu apartamento no Umarizal.
À noite, como estava previsto, fomos comemorar em petit comité a mudança de idade de Elba. No "Amazônia na Cuia", um restaurante de comidas típicas paraenses.
13/11, quarta-feira
Após o café da manhã, Natália nos levou ao Terminal Rodoviário de Belém, no bairro de São Brás, onde Elba e eu pegamos um ônibus da empresa Boa Esperança com destino a Bragança, uma das cidades históricas do Pará.
Trajeto: 223 quilômetros de Belém até Bragança, em que passamos por Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Izabel do Pará, Castanhal, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, Capanema e outros municípios. Duração da viagem: 5 horas.
ESPAÇO DA LEITURA PIO RODRIGUES NETO
O local é uma homenagem ao ambientalista, empresário e membro do Conselho Gestor da Unidade de Conservação (UC) estadual, que em 2017, promoveu o plantio de 40 mil árvores nativas às margens do rio Cocó e em áreas específicas do Parque, em celebração aos 40 anos da C. Rolim Engenharia, empresa que Pio Rodrigues Neto à época dirigia. Ele também é celebrado por suas obras literárias e por seu compromisso com a preservação ambiental.
A cerimônia de inauguração contou com a presença da titular da Sema, Vilma Freire; do secretário executivo, Fernando Bezerra; do homenageado e seus familiares. Além de frequentadores do Parque e cidadãos engajados com a causa ambiental.
JANUÁRIO E MACÁRIO
Esta história reúne "Seu" Januário (foto), pai do cantor e compositor Luiz Gonzaga, com o Dr. Humberto Macário de Brito (1929 - 2023), médico urologista nascido em Campos Sales e formado em Salvador, Bahia, que construiu longa carreira profissional no Crato, além de ter sido professor universitário, administrador público e político.
Foi-me relatada por um contador e motorista de carro por aplicativo, de nome João, durante uma corrida que fiz com ele.
Doente da próstata e já com quase 90 anos de idade, Seu Januário necessitava de se submeter a uma prostatectomia. Eis que surge na estrada da vida do respeitado sanfoneiro de oito baixos, o cirurgião Dr. Macário, o qual logo se prontificou em realizá-la.
Operado e assistido com desvelo pelo cirurgião, Seu Januário pôde voltar com a saúde restabelecida para o convívio de seus familiares. Perguntado sobre os honorários médicos, o humanitário Dr. Macário dispensou-os de qualquer pagamento.
Agradecido, Luiz Gonzaga gravou "O Vovô do Baião", em homenagem ao médico.
Seu Januário com bem 90 anos / Tinha nos seus planos fazer uma operação / Sua família 'tava toda reunida / Rezando pela vida do vovô do baião. / Vai, Januário, que nós reza por você / Opera, Januário, você merece viver / Humberto Macário, famoso cirurgião / Fez aquela operação que abalou o Cariri.
http://youtu.be/cLWmWvx6bUc?si=Yg8NmbFZ1UUXiFHK
ESTÁTUAS DA ÍNDIA IRACEMA EM FORTALEZA. SEGUNDA PARTE
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2020/06/estatuas-da-india-iracema-em-fortaleza.html
Praça José de Alencar
Cena em alto relevo da índia Iracema com o filho Moacir nos braços, esculpida na base da estátua que homenageia o escritor cearense José Martiniano de Alencar, na Praça José de Alencar. Neste logradouro também está localizado o Theatro José de Alencar.
Homenagem do Governador do Estado do Ceará aos 140 anos de publicação do livro "Iracema" do cearense José Martiniano de Alencar (1829 - 1877). A estátua, criação do artista Francisco Zanazanan, foi confeccionada de resina, recoberta por cristal. E representa a personagem principal do romance, a índia Iracema dos "lábios de mel". 15-2-2005. Lúcio Gonçalo de Alcântara, Governador do Estado do Ceará
Rotary Club de Fortaleza (a conferir)
ARCO-ÍRIS SOBRE A RODOVIA
(Para ajudar a lembrar a sequência de cores do arco-íris, usa-se este mnemônico: «Vermelho lá vai violeta», em que «l», «a», «v», «a» e «i» representam a sequência laranja, amarelo, verde, azul e índigo.)
No início de 2020, testemunhei a conclusão da duplicação da rodovia CE-060 entre os municípios de Pacatuba e Redenção. O novo trecho, de 37,4 km de extensão, melhorou notadamente as condições de tráfego de Pacatuba até a base do Maciço de Baturité, ao fazer a conexão com o trecho da rodovia duplicada que já existia entre a capital cearense e Pacatuba. Uma obra que beneficiou diretamente as populações de Pacatuba, Guaiuba, Acarape e Redenção e facilitou a ligação dos municípios do Maciço de Baturité (o que inclui Aracoiaba, Capistrano e Itapiúna) com a área metropolitana de Fortaleza.
No local em que termina a CE-060 duplicada, já perto de Itapaí existe um vale. E, numa manhã chovida em que eu dirigia para Itapiúna, o vale serviu de fundo a um arco-íris de beleza indescritível. Então, que fiz eu? Parei o carro no acostamento da rodovia para fotografá-lo? Não. Limitei-me a dirigir o veículo mais lentamente para apreciar aquele espetáculo da natureza. Mas registro fotográfico, que é bom, eu não fiz nenhum.
Arrependo-me dessa negligência até hoje.
O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA
https://www.camara.leg.br/radio/programas/383096-sinval-sa-conta-estorias-que-ouviu-do-proprio-gonzagao
https://revistacontinente.com.br/edicoes/144/biografia--luiz-gonzaga--segundo-sinval
https://maladeromances.blogspot.com/2016/12/sinval-sa.html
https://acordacordel.blogspot.com/2012/06/cem-anos-de-gonzagao-90-de-sinval-sa.html
https://www20.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/07/21/noticiasjornalvidaearte,2882642/gonzagao-revisitado.shtml
https://www.google.com.br/books/edition/O_Sanfoneiro_do_Riacho_da_Br%C3%ADgida/KAFCCwAAQBAJ?hl=en&gbpv=1&dq=sinval+s%C3%A1&printsec=frontcover
DIA DO MÉDICO EM 2024. DIPLOMAS E MEDALHAS
Ainda no sentido de reconhecer o papel fundamental da ética no exercício da Medicina, o Conselho também concede a Medalha de Honra ao Mérito Profissional a três médicos que tenham 30 anos de formação e que sirvam de exemplo e inspiração aos colegas. No presente ano, foram agraciados com esta honraria o médico-sanitarista e economista da saúde Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, a médica infectologista e professora universitária Dra. Mônica Cardoso Façanha e o médico oftalmologista Dr. Rafael Dias Marques Nogueira.
RODOVIÁRIA DE TÁXIS (INTERMUNICIPAIS) COMPARTILHADOS
Assim que o táxi atinge o número de passageiros que pode transportar (6), o taxista inicia a viagem para a cidade de destino (Mucajaí, Bonfim ou Pacaraima).
Em hora e meia de viagem, cheguei a Bonfim pela bem conservada BR-401, e desci em Lethem (GY) que forma uma aglomeração urbana transnacional com Bonfim.
BYE BYE BRASIL
Filme brasileiro de 1979 dirigido por Carlos Diegues. Em novembro de 2015, esta comédia entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Sinopse - Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas de teatro mambembe que cruzam o país com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos em pequenas localidades do interior do Brasil, onde a população ainda não tinha acesso a televisão. A eles se juntam o acordeonista Ciço e sua esposa, Dasdô, com os quais a Caravana cruza a Amazônia pela rodovia Transamazônica até chegar a Altamira.
Música e letra de Roberto Menescal e Chico Buarque. Gravação em vídeo por Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar.
2:44 - 2:58.
"Em março vou pro Ceará / Com a benção do meu orixá / Eu acho bauxita por lá / Meu amor."
(Trecho a incluir numa postagem em elaboração, "O Ceará no Universo Musical do Chico Buarque".)
TIO RAIMUNDINHO
Todas as manhãs, o miúdo administrador da propriedade baixava as gaiolas que estavam penduradas no alpendre de casa. Limpava-as dos dejetos dos passarinhos e renovava o alpiste e a água de beber, e tornava a pendurá-las.
Barbeava-se com um canivete que ele amolava numa pedra lisa. Abria um baú onde guardava sapotis para separar os que já tinham amadurecido. E punha um chapéu meio amorfo na cabeça para ir ver as coisas do sítio.
Uma vez, segui-o por um bom tempo (sem que ele me visse) em sua caminhada. Ele andava apressadamente como se fosse um personagem do tempo do cinema mudo. Falando com si próprio e gesticulando sem parar.
Tio Raimundinho tinha três manias: falar sozinho, cuspir com grande frequência e coçar o nariz (que vinha ficando cada vez maior).
Mas o falatório dele era só durante o período diurno. Ao anoitecer, depois que acendia o lampião alimentado a querosene (a casa não tinha energia elétrica), ele emudecia completamente.
E ficávamos no terraço à espera de uma visita importante: o vento Aracati.
Esperando o buliçoso visitante da noite, o tio não participava mais das conversas. Nem para opinar sobre o que uma cobra acabara de pegar (teria sido um caçote?) atrás de umas pedras.
Ele era o caçula dos sete filhos de José Tristão Gurgel do Amaral e Maria Gurgel Valente, que haviam gerado sete filhos.
Um dia, tio Raimundinho não compareceu à mesa para o café matinal. Abriram a porta de seu quarto e o encontraram em pé, apoiado em uma cômoda. Mas não estava vivo.
Morreu como morrem os bravos.
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Tia Olímpia e Ventura
Muito doente, tia Olímpia veio a Fortaleza. Levei-a a uma consulta médica na Faculdade de Medicina e depois a internei no Hospital Geral de Fortaleza. Ao visitá-la, choramingou e, talvez pressentindo a morte próxima, suplicou-me para que eu a tirasse do hospital. Não a atendi. Achei que, com a boa assistência prestada no hospital, ela teria chance de sobreviver. Não aconteceu.
Ventura, o sorriso largo, era nossa tia Nastácia - sem crendices e esconjuros. Tinha a doçura dos doces que fazia. E custa a crer que ela tivesse o poder de vida e morte sobre as pequenas criaturas do Sítio Catolé.
LUIZ GONZAGA - 110 ANOS DO NASCIMENTO
Este livro (vendido no local por 350 reais), com quase 500 páginas, é fruto de quase três décadas de pesquisa de Paulo Vanderley. Ilustrado pelo Mestre Espedito Seleiro, a obra permite que o próprio Gonzaga conte suas histórias, com trechos extraídos de mais de 100 entrevistas e depoimentos, além de oferecer uma experiência multimídia, com QR codes que direcionam os leitores para materiais adicionais.
A mostra com cerca de 100 artigos originais, como fotos pessoais, documentos históricos e objetos marcantes da vida e obra do Rei do Baião, proporciona uma verdadeira imersão sensorial, em que o público pode ouvir entrevistas com o próprio Luiz Gonzaga e com outros artistas que tiveram o privilégio de conviver com ele. Em sete estações interativas, os visitantes têm acesso a vídeos, áudios e outros conteúdos.
A entrada é grátis.
O CABRIOLÉ
Mas o que era o cabriolé?
Veículo leve e de luxo, era utilizado por diplomatas estrangeiros, grandes do império e opulentos negociantes. Dispunha de duas rodas e era tirado por um animal.
Variavam bastante os seus tipos. Os primeiros aqui chegados tinham um compartimento almofadado, na traseira, onde se sentava o cocheiro, passando as rédeas por cima do toldo. (1) Estes apareceram, sem maiores alardes, em meados de 1814. Tinham vindo da França: "dernier cri" da moda em matéria de viaturas. Na Europa seu domínio foi grande, tendo empolgado Paris, quase fazendo desaparecer a "sège" e outros pequenos veículos. Conta-nos Noronha Santos, que, Luís XVI teria proferido ante a verdadeira praga que se tornara o elegante veículo: "Si j'etais lieutenant de police, je supprimerais les cabriolets". (2)
Em 1817 ainda eram vistos, na nossa "urbs", "lançados impetuosamente, em corridas pelas ruas, por condutores inexperientes, atropelavam transeuntes e atravancavam os logradouros".
Novamente encontramos, no Rio de antanho, o "condutor inexperiente" que atropela os transeuntes e atravanca os lagradouros. Como se vê, neste ponto em nada o Rio evoluiu! Estamos, ainda, no século XIX.
Depois disso, ou melhor, dessa época, não há mais noticias dos "Cabriolets".
Voltaram, porém, em 1839. Com estardalhaço. Alvorotando o mais pacato dos cariocas. Vemos, reproduzido por Noronha Santos, um comentário feito por um jornal da época sobre o grave acontecimento: a volta do "Cabriolet".
"O Mikado do Japão (3) — diz o noticiarista — não causaria maior sensação do que a presença desse veículo nas ruas da cidade. O careca da rua dos Pescadores (atual Visconde de Inhaúma), assíduo companheiro de gamão do cônego Januário da Cunha Barbosa, foi a pé das Laranjeiras ver o estupendo produto ultramarino."
"Outros carecas, jogadores do triquetraque dos jesuítas, se dispuseram a contemplar o carrinho que, em breve, teve preferência de muita gente do dinheiro."
Tamanha foi a fluência de povo à Alfândega para ver o "Cabriolet", que se tornou necessária a intervenção da policia, chamada — diz, ainda, Noronha Santos — pelo escrivão aduaneiro Joaquim Teixeira de Macedo.(4)
Viera, diretamente de Paris, o belo veículo, para um "filhinho de papai", o jovem herdeiro do veador do Paço, (5) Joaquim José Pereira de Faro, primeiro Barão de Rio Bonito. Veio, foi visto e venceu. Passaram a ser fabricados no Rio pelo francês Ambroise, que, em 1851, teve, por decreto assinado pelo Visconde de Monte Alegre, concessão para sua fabricação. Ambroise alterou um pouco as linhas do carro, que passou a se assemelhar ao "cab" francês, viatura que teremos ocasião de focalizar.
O fisco também se aproveitou do sucesso do "Cabriolet": tributou-o, e pesadamente. (6)
Companheiro do "Cabriolet" foi o "Sociável", fabricado, também, por Ambroise. Diferia do primeiro pela ausência do toldo. Teve grande aceitação, criando, inclusive, séria crise entre os alugadores de "Cabriolets". Desvalorizou-se, assim, o carro que fizera tanto barulho à entrada. Passaram a ser vendidos a preço baixo. Seu fastigio passou, como tudo na vida.
http://memoria.bn.gov.br/pdf/120588/per120588_1953_01247.pdf Acesso em: 08/09/2024.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Veador#
(2) Tradução: "Se eu fosse tenente da polícia, eu eliminaria os cabriolés". Na verdade, esta frase foi dita por Luís XV, quando havia apenas duzentos ou trezentos deles circulando em Paris.
(4) Não há notícia de que a polícia sertaneja tenha sido chamada para acalmar os ânimos.
(5) Não é "vereador" (com erro de revisão). "Veador", ou antes "viador", do latim "via", era um antigo título honorífico em Portugal e no Brasil, que se dava ao oficial-mor da casa real que servia junto à rainha ou a imperatriz, no paço ou fora dele. Eram geralmente escolhidos entre membros da nobreza e fidalguia. Isso explica a nota anterior.
(6) Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos. (Benjamim Franklin)
ELDA, A MULTIFACETADA
Inicialmente nossas conversas eram esporádicas tendo como cenário o murinho que dividia as áreas de acesso às nossas residências. A aproximação maior teve como gênese minha primeira gravidez. Ela, com toda sua experiência de mãe de "várias viagens", supervisionou a montagem de enxoval do bebê, bem como esteve presente em todas as consultas do pré-natal, haja vista que minha mãe e minha sogra moravam no município de Jaguaruana, distando 180 Km de Fortaleza.
Diariamente ia fazer-me uma visita e certificar-se de que eu não estava precisando de nada. Epifânio Terceiro nasceu, para gáudio meu e de Epifânio Pai e foi ELDINHA quem deu o seu primeiro banho. Eu estava ali de pé, observando e aprendendo.
Mesmo após a nossa mudança para o bairro das Damas mantivemos contatos frequentes com o ilustre casal e seus filhos.
Quando eu necessitava sair para resolver algumas questões no centro da cidade, dona Elda não confiava que o pequeno Epifânio ficasse aos cuidados de nossa secretária; escalava uma de suas filhas para ficar fazendo guarda à criança.
Convidamos o casal Luiz Carlos da Silva e Elda Gurgel e Silva para padrinhos do nosso segundo filho, o George. Este clima de grande amizade e excelsa fraternidade durou por meio século, quando Deus chamou ELDINHA para a eternidade, o que havia feito vinte anos antes em relação ao Dr. Luiz Carlos, advogado dos mais laureados nas hostes do Direito Trabalhista.
ELDINHA nos dias atuais seria considerada uma pessoa multifacética. Atuava com muita eficiência e eficácia em vários campos, ou sejam: esposa, mãe, dona de casa, excelente vizinha, voluntária na Igreja Católica, onde exerceu as elevadas funções de Ministra da Sagrada Comunhão, e solidária para com as pessoas que estivessem passando por uma dificuldade temporária ou permanente.
Foi também uma extraordinária artista plástica, sendo especializada na produção de tapeçarias para exposição em paredes. As páginas desta magnífica obra mostram várias de suas notáveis criações.
Espero, sinceramente, que o texto acima possa levar o leitor a entender a personalidade, bem como a alma de um grande extraordinário ser humano que já passoupor este mundo e deixou um rastro de muita luz e bondade.
CANTINHO DO FRANGO
REMINISCÊNCIAS CARIOCAS
Boate Plaza (no subsolo do Hotel Plaza), na Prado Junior. Nesta boate, certa vez fui sorteado com um relógio (roscofe).
Jaboatão, casa noturna na Av. Princesa Isabel, em Copacabana, frequentada pelo lumpen-proletariado.
Beco da Fome, uma galeria que reunia vários pequenos restaurantes e lanchonetes. Ficava ao lado do Cinema 1.
De setembro de 1972 a agosto de 2005 (quando cedeu espaço a um horti fruti), o Cinema 1, na Avenida Prado Júnior, entre as ruas Barata Ribeiro e Ministro Viveiros de Castro, ganhou fama por sua sofisticada seleção de filmes, com a exibição de clássicos ou obras contemporâneas que dificilmente chegavam ao circuito tradicional. [1]
Por falar em restaurantes e lanchonetes, lembro-me do super sanduíche de rosbife do Cervantes, um templo da baixa gastronomia que há mais de 30 anos mata a fome do pessoal da madrugada! Ele está lá até hoje e faz parte do "roteiro cultural" da PJr, com visita recomendada. [2]
Garota de Ipanema. Localização: Prudente de Moraes c/ Vinicius de Moraes. Inaugurado em 1949 com o nome de bar Montenegro, o estabelecimento era conhecido pelos artistas como bar do Veloso, por conta do nome do proprietário.
Zeppelin, point em Ipanema que fechou em 1972. [3]
Gafieira Elite, no centro do Rio de Janeiro, próximo ao Campo de Santana. No passado, a Elite foi palco das apresentações de grandes orquestras (Raul de Barros, Maestro Cipó e Tabajara) e de consagrados cantores. Entre seus frequentadores ilustres são lembrados: Getúlio Vargas e o pé de valsa Juscelino Kubitschek [4]
Beco das Garrafas, indissociável da história da bossa nova. Só fui conhecer em 2022. [5]
Ed. Torres, R. Benjamin Constant, 139, Glória, onde morei 18 meses com a minha irmã Marta e seu esposo João Evangelista, ambos já falecidos. Convidado pelo casal, deixei Copacabana para ir morar com eles na Glória. O modesto apartamento ficava num edifício de poucos andares, no último quarteirão da rua Benjamin Constant.[6]
No Hospital da Beneficência Portuguesa (cujos fundos davam para a Benjamin Constant) aconteciam as sessões clínicas comandadas pelo renomado cirurgião torácico Jesse Teixeira, sempre com a brilhante participação do Dr. Amarino, um médico radiologista da cidade.
As obras da estação da Glória do Metrô do Rio já ocupavam uma parte do largo em que começava a rua Benjamim Constant. E, quando a Taberna da Glória (onde se dizia que Noel Rosa compôs "Conversa de Botequim") deu sua última função, eu fui até lá para dar as condolências. E, ao lado dos grandes sambistas e chorões do Rio Antigo, chorei um rio pelo fechamento da casa.
Renascença Clube, onde assisti ao musical "Orfeu Negro" de Vinicius de Moraes.[7]
Apontamentos:
Hospital Central do Exército com seu Pavilhão de Isolamento, na Triagem, Instituto de Tisiologia e Pneumologia, no Caju, Hospital Central do IASERJ, na Praça da Cruz Vermelha, e Pavilhão Carlos Chagas da UFRJ (de quando se ouviam as aulas do Prof. Dr. José Rodrigues Coura).
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[1] http://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-historias/cinema-1-reduto-da-intelectualidade-do-rio-exibe-classicos-como-os-de-bergman-8901131#ixzz7u6Jq2ESW stest
[2] http://copacabana.com/avenida-prado-junior
[3] http://blogdopg.blogspot.com/2023/02/bar-zeppelin.html
[4] http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/04/na-gafieira-elite.html
JORGE HELDER (BOLERO BLUES)
Saibam quem são estas "feras" (da esquerda para a direita):
Márcio Rezende (flauta e sax)Márcio Senise é flautista e saxofonista, Mestre em música pelo New England Conservatory of Music, EUA ; Amaro Penna, o Peninha, é cantor, violonista e compositor; Jorge Helder, o baixista, integra a banda de Chico Buarque; Manassés, que é um exímio violonista; Edson, o tecladista, que é filho de outro grande tecladista, o Edson Távora.
Amaro Penna (voz e violão)
Jorge Helder (baixo)
Manassés de Sousa (violão)
Edson Filho (órgão)
BOLERO BLUES, de Chico Buarque e Jorge Helder
24/09/2024 - ATUALIZAÇÃO
ERIC MORAES GURGEL
Hoje (17), às 14h30, ele é assunto de uma reportagem no programa Se Liga VM, da TV Verdes Mares.
Neto mais velho de meu irmão médico, escritor e professor Marcelo Gurgel, o professor-mirim Eric é per via consequentiae meu sobrinho-neto.
EDÍSIO MACHADO CARNEIRO (06/04/1947 - 07/08/2024)
Por mensagem que me foi enviada pelo amigo Edmilson Nascimento Silva, tomo conhecimento da morte do colega Dr. Edísio Machado Carneiro, no dia 7 do mês em curso.
Edísio era cardiologista do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), em Fortaleza. Durante longos períodos, exerceu a função de médico intensivista e ocupou o cargo de chefe da Seção de Pacientes Externos (SPE) desta instituição.
Profissional conceituado, era muito benquisto pelos colegas, funcionários e pacientes.
Descanse em paz, meu bom Edísio. Meus sentimentos a seus familiares.
PRAÇA ESTRIGAS & NICE
Há inclusive um acesso a este logradouro por uma saída lateral do RioMar (de onde eu fui até a referida praça).
É uma praça bonita, arborizada e bem cuidada. Ocupa um espaço de cerca de 10 mil metros quadrados. Como qualquer praça tem gramado, canteiros, bancos e passeios, mas a Praça Estrigas e Nice apresenta um laguinho com ponte e uma academia de ginástica ao ar livre.
O nome do logradouro é uma homenagem ao pintor e escritor Nilo de Brito Firmeza, o Estrigas, e à esposa dele, Nice, também pintora.
Em sua inauguração (24/01/2015), o Prefeito Roberto Claudio destacou a trajetória do Estrigas e Nice e, ao lado de familiares do casal, plantou uma muda de baobá originada do baobá plantado por Estrigas no sítio em que morou grande parte da vida e, aos pés do qual, estão depositadas suas cinzas. Esta árvore, por sua vez, consta que descende do velho baobá do Passeio Público, tombado pelo Patrimônio Histórico-Cultural.
Nice faleceu em 13/04/2013 e Estrigas, como era seu sonho, dormiu e não acordou mais em 02/10/2014.
COM O EXÉRCITO NÃO DÓI
Consultório de campanha montado, iniciei o meu trabalho no começo de uma bela manhã. Primeiro paciente, um falante que foi logo dizendo:
"Toda vez que o Exército vem aqui em extraio um dente; todo mundo aqui sabe que eu só extraio dente com o Exército, porque com o Exército não dói!". Posicionei o saltitante paciente na cadeira odontológica (de campanha, sem conforto), e comecei a trabalhar.
De cara, fraturei a corroa de um primeiro molar inferior, e então ouvi: "É sempre assim. Vá em frente Tenente, que eu sou descendente de índios e tenho os dentes muito duros".
Início de carreira, pouca experiência, corria o ano de 1978. Então pensei em me valer do Capitão-Chefe, mas não o encontrei... Convoquei então um esforçado soldado para me dar apoio e comecei o quebra-quebra, com cinzel e martelo.
Dava sempre uma paradinha e, preocupado, perguntava:
– Dói? – e lá vinha a resposta, incontinenti:
– Como Tenente, se com o Exército não dói?
Duas horas de luta, consegui o intento, mediquei e dispensei o paciente.
À noite, no acampamento, eu já deitado, eis que ouço o índio falante procurando o Tenente Gurgel. Pensei: meu Deus, o coitado deve estar morrendo de dor...
Com o coração em sobressalto me dirigi a ele e perguntei:
– Você está com algum problema? Está com muita dor? – e lá veio a resposta enfática:
– Não estou sentindo nada. Eu vim só saber do Senhor se posso arrancar o dente vizinho amanhã de manhã...
E repetiu o velho chavão:
– Dor que nada, Tenente. Com o Exército não dói!
(*) Marcos Maia Gurgel (05/07/1953 - 20/07/2024), odontólogo e escritor cearense (contador de histórias).
NÓS, OS ESTUDANTES
Este é o livro do médico e escritor Mariano Freitas, lançado em 2002, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar. Com a presença do Belchior, o prefaciador, do Cláudio Pereira, do editor Sérgio Braga e de uma multidão de líderes do movimento estudantil.
Aos 97 anos de idade, o reitor Antônio Martins Filho, da UFC, também compareceu ao lançamento do livro e fez uma belíssima fala.
Mariano Freitas: "Bergson Gurjão tornou-se uma unanimidade dentro do movimento estudantil".
NÓS, OS ESTUDANTES conta a vida dos universitários cearenses na década de 1960. Este livro vendeu 398 exemplares em seu lançamento, e sua edição de 1.500 exemplares foi completamente vendida em 30 dias. A capa é do Audifax Rios.
Ver também: Lançamento do livro CINQUENTA MIL MULHERES de Mariano Freitas
NOTA DE PESAR POR AMAURY TEÓFILO BRASIL
Vindo morar em Fortaleza, passou a a trabalhar como tisiopneumologista do Sanatório de Messejana e do Sanatório de Maracanaú.
Descanse em paz meu estimado amigo.
Reprodução de uma antiga foto, tirada no Hospital de Messejana em seu período sanatorial.
CÉSAR FORTI (1945 - 2024)
Formado em medicina no ano de 1971 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), especializou-se em medicina nuclear pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1973, e fez mestrado em Farmacologia pela UFC, em 1985.
Médico do Ministério da Saúde, ocupou o cargo de chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). Foi também Subscretário da Saúde do Estado do Ceará, Diretor Médico e Diretor Geral do HUWC e Diretor do Hospital Municipal de Maracanaú.
Vitimado pelo câncer, César Forti faleceu na noite de 21 de julho de 2024.
Meus sentimentos à família do meu estimado amigo e colega Dr. César Forti.
22/07/2024
DE LERIADO A LERUAITE
No livro CRIAÇÕES, publicado em 1986 sob os auspícios do Centro Médico Cearense e da Sobrames Ceará, no texto "As lérias estão de volta", debulhei umas lérias autorais:
- Quem ama a todos gasta uma fortuna em motel.
- Desperdício é o exemplo vivo do esperdício.
- Conforme o tempo para os discursos, um banquete pode ser maçante ou massacrante.
- Ante uma mulher de muitas curvas não existe homem reto.
- O indivíduo não se submeta ao coletivo, especialmente se tiver dinheiro para o táxi.
- Deus! A autoridade máxima em "faça-você-mesmo".
- Ah, esse tempo nublado provocando indecisões nos girassois!
- Dia de não se ler jornal: terça-feira. Sai com material de segunda.
- O escocês, quem diria, cria-se agarrado na saia do pai.
- E a guerra acabou. Pode-se em paz matar os feridos.
De onde Falcão obteve esse nome "Leruaite"? Segundo o cantor brega, seria uma combinação de "lero" (conversa) com "white" (branco, em inglês).
Quanto ao programa "Leriado" da TV Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, não sei dizer se ainda vai ao ar.
JOÃO BOSCO SERRA E GURGEL. Reminiscências
Onde: no restaurante Carneiro do Ordones, no Parque Araxá.
Fui buscar JB Serra e Gurgel no Hotel Mercure e, por sugestão dele, fomos ao citado restaurante.
(Meu irmão Marcelo não pôde ir conosco devido a compromissos outros.)
Nesse restaurante da zona oeste de Fortaleza, estivemos a conversar por um par de horas.
João Bosco era jornalista e escritor, tendo sido o autor de 150 biografias de cearenses "de todos os andares". Além de ser um exímio contador dos acontecidos em Acopiara, cidade em que estavam fincadas suas raízes.
Ele costumava me enviar exemplares dos livros que escrevia e já havia transcrito algumas postagens minhas no jornal "Ceará em Brasília", do qual era um dos editores. Certa vez, subsidiei-o com informações para um artigo de reminiscências sobre o Usina Ceará, seu primeiro e único clube.
Também era um girólogo porreta, e seu alentado "Dicionário de Gíria" havia chegado à 9.ª edição.
Uma de suas preocupações: não ver, até então publicada, a obra que José Jarbas Studart Gurgel deixou inacabada (porém, em fase final), depois de ter rastreado os quatrocentos anos da família Gurgel no Brasil.
No final do encontro, convidou-me para visitá-lo em Niterói, onde residia, quando não estava em Brasília exercendo o voluntariado na Casa do Ceará.
Era membro da Associação Brasileira de Imprensa e também organizava um banco de dados na internet sobre os Gurgel do Amaral Valente, de Acopiara.
JB Serra e Gurgel. Fotografado por mim no Ordones, em Fortaleza.
Livros que publicou
Cronologia da Evolução Histórica das Relações Públicas
Dicionário de Gíria (em sua 9.ª edição)
Livro Negro da Previdência Social
Livro Evolução da Previdência Social
Nas Terras do Senhor Meu Pai
Nas Terras do Senhor Meu Rei (volumes I e II)
A história do Gurgel Inconfidente in: https://gurgel-carlos.blogspot.com/2024/06/o-panteao-dos-herois-da-inconfidencia.html, por JB Serra e Gurgel
JOÃO BOSCO SERRA E GURGEL. Nota de falecimento
Pesquisador da nossa cultura popular, escreveu o "Dicionário de Gíria", com 820 páginas, que se encontra em sua 9.ª edição. Além de outras obras que trazem sua assinatura, polígrafo que foi.
João Bosco deixa uma enorme saudade entre aqueles que, ao longo de uma vida luminosa, privaram de sua amizade e afeto.
JB Serra e Gurgel nasceu em 22/03/1943, no município de Acopiara, no sertão central do Ceará, a 365 km de Fortaleza.
Fez o curso primário no Grupo Escolar de Acopiara, começou o ginasial no Seminário São José, no Crato, e o concluiu no Colégio Lourenço Filho. Em Fortaleza, fez o colegial no Colégio Estadual do Ceará, o Liceu.
Em Fortaleza, iniciou-se no Jornalismo, na Gazeta de Noticias e trabalhou no jornal O Estado e na Rádio Dragão do Mar.
Em 1963, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no Última Hora, nas agencias Asapress e Inrterpress, na sucursal do Diário de São Paulo.
Em 1964, ingressou no curso de Ciências Sociais, da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, concluindo em 1968 no Instituto de Ciências Sociais da UFRJ.
Em 1966, foi trabalhar com Ibrahim Sued, como redator de sua coluna em O Globo, e depois em seu programa na Rede Globo, Ibrahim Sued o Repórter. Em 1972, foi nomeado diretor da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, depois foi para a Assessoria do presidente da EMBRATUR e do IBC.
Em 1974, trabalhou como Assessor do Ministro da Previdência e Assistência Social, Luiz Gonzaga do Nascimento Silva, e, depois, do presidente do INSS, Reinhold Stephanes.
Em 1979, foi requisitado pela Presidência da República, onde foi Coordenador de Divulgação da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República até 1985.
Em 1980, foi contratado como professor da Faculdade de Comunicação da UnB, lecionando Técnicas de Relações Publicas e Publicidade e Propaganda.
A partir de 1985, trabalhou como Assessor nos Ministérios da Fazenda, Agricultura, `Planejamento e Saúde.
Voltou à Previdência Social, ondee foi Assessor de Comunicação dos ministros Reinhold Stephanes, Sergio Cutolo e Antônio Brito.
O XILÓGRAFO J. BORGES
Eis acima a descrição, feita por Mariana Filgueiras no Globo Cultura, para um dia comum na vida de José Borges.
Na juventude, ele foi carpinteiro e pedreiro até descobrir a literatura de cordel. De leitor apaixonado que virou, passou a esculpir na madeira para imprimir no papel, tornando-se um xilógrafo requisitado pelos escritores de cordel. Desde que ganhou fama pela boca de Ariano Suassuna, que o chamava de "maior gravurista do Brasil" e sempre lhe confiou a ilustração de suas obras, J. Borges só viu sua reputação crescer. Estimulado por colecionadores e marchands, já teve xilogravuras expostas na Europa e nos Estados Unidos, ilustrou capas de livros de Eduardo Galeano e de José Saramago, além de aberturas de novelas (a primeira foi a versão censurada de "Roque Santeiro", em 1975, a última, "Cordel encantado", em 2011).
Em 2019, ele fez a exposição J. BORGES 80 ANOS, no RioMar em Fortaleza. Na ocasião, fotografei alguns de seus trabalhos, um dos quais o magistral COMO SE FAZ UMA XILOGRAVURA, em que ele conta os segredos de sua arte. Aos 88 anos, o mestre das gravuras vive em Pernambuco, enquanto sua arte ultrapassa as fronteiras. E que oportunidade o público tem agora para apreciar seus trabalhos em nova exposição. Com duzentas obras suas reunidas no Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
LE PROCOPE
LE PROCOPE - 13 rue de l'Ancienne Comédie - Paris
Em 1686, o siciliano Francesco Procopio fundou o Café-Glacier "Le Procope" em Paris.
Considerado o mais antigo da cidade-luz, o "Le Procope", no coração do bairro de Saint-Germain-des-Prés, foi o primeiro restaurante a introduzir o café e a democratizá-lo, oferecendo o seu serviço de mesa em chávena de porcelana.
Lugar mítico, o Le Procope foi frequentado por filósofos do iluminismo, escritores, politicos e revolucionários, como: Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Diderot, D'Alembert, Robespierre, Marat, Danton, Camille Desmoulins, entre outros. Até Napoleão Bonaparte, que deixou lá um chapéu, frequentou o "Le Procope".
A decoração do restaurante preserva a passagem destas ilustres personalidades; o papel de parede da década de 1830, que incluía os dois valores fundamentais da República, "Liberdade" e "Igualdade", foi concluído e apresenta agora o valor "Fraternidade".
Vale a pena conferir.
Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
Paris, 26.06.2024
https://www.instagram.com/reel/C8qkljhomCk/?igsh=ZG0zNDFrcnBjYWl4
Ana Margarida,
Quando estive em Paris (na carreira) visitei tão poucos locais (Eiffel, Triunfo, Champs-Élysées, Notre-Dame, Concórdia, Rio Sena...) que não mereço o título de conhecedor da Cidade-Luz. Mas, Dieu merci, fui almoçar neste lugar maravilhoso chamado "Le Procope", tão cheio de evocações. Guardo, até hoje, o cartão que eles distribuem com os visitantes. Fez-se a noite, e fui dormir num dos arrondissements de Paris.
https://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/03/paris-na-carreira.html
Paulo,
Parabéns por ter aproveitado tão bem Paris, dentro do tempo disponível. Paris é uma cidade em movimento. É muito difícil conhecer suas maravilhas. Não se conhece Paris nem em 6 dias, 6 semanas ou 6 meses. Talvez em 6 anos. E para conhecê-la é preciso conhecer sua história, arte, língua, culinária, moda, museus etc.
Parabéns pelo belo texto!
Abraço de Ana Margarida
O PANTEÃO DOS HERÓIS DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Encontra-se no primeiro andar do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto-MG, o Panteão dos Heróis da Inconfidência Mineira. Além de dedicado à memória do protomártir da Independência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792), o Panteão é o local em que também repousam os restos mortais dos heróis da conjuração mineira, mortos durante o degredo na África em fins do século 18.
Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga, João da Costa Rodrigues, Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Salvador Carvalho do Amaral Gurgel, Vitoriano Gonçalves Veloso, Álvares Maciel, Francisco de Paula Freire de Andrada, Domingos de Abreu Vieira, Luiz Vaz de Toledo Piza, José Aires Gomes, Antônio de Oliveira Lopes, Vicente Oliveira da Mota, Domingos Vidal Barbosa Lage, José de Resende Costa e João Dias da Mota.
A história do Gurgel Inconfidente
Para conhecer a história do inconfidente Salvador de Carvalho do Amaral Gurgel, nascido em Parati - RJ, médico, recomendo a leitura de dois excelentes trabalhos disponíveis na internet:
Um Gurgel fluminense que foi inconfidente mineiro, de João Bosco Serra e Gurgel. In: Google Docs.
O inconfidente que virou santo: estudo biográfico sobre Salvador Carvalho do Amaral Gurgel, de Adelto Gonçalves. In: Scielo.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142010000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt ~ Paulo Gurgel
Foi objeto de um artigo que publiquei em meu blog. Ele nasceu em Parati, berço de um grupo da familia Gurgel em território fluminense. O grupo é numeroso. Ele foi degredado para Moçambique e não para Angola (aqui JB Serra e Gurgel me corrigiu). Seus restos mortais foram trazidos para o Brasil e estão no Panteão dos Inconfidentes em Ouro Preto/MG. Foi o único não mineiro dos Inconfidentes, mas jamais foi lembrado por qualquer fluminense em qualquer tempo.
Parabéns, Paulo. Principalmente pelo texto de Adelto Gonçalves. Li e fiquei feliz pelas informações. Infelizmente, quando escrevi meu artigo não sabia de tudo. Mas minha intenção foi alcançada. Mostrei que havia um Gurgel na Inconfidência, um fluminense esquecido por seu povo. ~ JB Serra e Gurgel
Salvador Carvalho do Amaral Gurgel (16 de fevereiro de 1762, Parati - 10 de dezembro de 1812, Ilha de Moçambique) foi um cirurgião prático e envolvido na Inconfidência Mineira.
Filho do capitão-mor Salvador Carvalho Cunha do Amaral Gurgel e de Domiciliana de Jesus, então amante de seu pai. De Parati, Gurgel mudou-se para a capital, Rio de Janeiro, onde tirou a carta de praticante de cirurgia em 1787, e no mesmo ano mudou-se para Vila Rica (Ouro Preto), onde viria respirar o clima mais libertário das ideias iluministas em Minas Gerais.
Devido a sua participação na Inconfidência Mineira, foi condenado à forca em 17 e abril de 1792, pena que foi comutada para degredo pela rainha D. Maria I através de carta régia, em segredo, 18 meses antes do anúncio da pena, em 15 de outubro de 1790. Foi para a Ilha de Moçambique, onde atuou como cirurgião e ocupou o cargo de vereador da vila de Inhambane, sendo transferido, em 1804, para o regimento de infantaria da Ilha de Moçambique, como cirurgião-mor. Em Inhambane, Gurgel fabricava medicamentos na botica do regimento e os distribuía entre os pobres, gratuitamente. Viveu em degredo até a sua morte, em 10 de dezembro de 1812. WIKI