POSSE DE J.B. SERRA E GURGEL NA ACLJ

O Prof. J.B. Serra e Gurgel informa e convida para a sua posse como membro titular da cadeira n.º 23 da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ), a qual tem como patrono Dorian Sampaio.
Dia: 4 de maio de 2023, a partir de 19h
Local: Palacio da Luz, Rua do Rosário (Praça dos Leões), no centro de Fortaleza
Traje: esporte fino (para convidados); passeio completo com pelerine (para acadêmicos)
Confirmar presença pelo WhatsApp 9 9712 1262
Minibio
João Bosco Serra e Gurgel nasceu em Acopiara, Ceará, de onde saiu aos 10 anos para estudar no Crato e, depois, aos 17, para estudar em. Fortaleza. Aos 17, começou a trabalhar na Gazeta de Notícias, com Dorian Sampaio, Tarcísio Holanda e Juarez Barroso e, aos 19, no jornal O Estado e na rádio Dragão do Mar.
Aos 20, estava no Rio de Janeiro. Levado por Tarcísio Holanda, entrou para o Última Hora. Depois, trabalhou na sucursal do Diário de São Paulo e na Editora Top, como repórter da coluna de Ibrahim Sued, em O Globo.
Aos 25, graduou-se em Ciências Sociais, com habilitação em Sociologia e Antropologia, pelo Instituto se Ciências Sociais da Universidade do Brasil, hoje UFRJ.
Através de Ibrahim Sued, chegou à Cia de Turismo do Estado do RJ, a Flumitur, onde foi diretor, e depois ao Ministério da Fazenda e à Embratur. Desta última, foi para o Instituto Brasileiro do Café, o IBC, e depois para o Instituto Nacional da Previdência Social.
Em 1974, fez concurso para o INPS, ingressando no Serviço Público Federal.
Aos 36, ingressou como professor de Relações Públicas e de Publicidade e Propaganda da Universidade de Brasília.
Foi colunista do Jornal de Brasília, do Jornal do Comércio do RJ, de A Crítica, de Manaus, e diretor da sucursal de O Fluminense, de Niterói, em Brasília.
Produziu e publicou mais de duas centenas de publicações nos Ministérios por onde passou e na Presidência da República.
Tem os seguintes livros publicados (entre muitos outros):
  • Cronologia da Evolução Histórica das Relações Públicas
  • Dicionário de Gíria (em sua 9.ª edição)
  • Livro Negro da Previdência Social
  • Livro Evolução da Previdência Social
  • Nas Terras do Senhor Meu Pai
  • Nas Terras do Senhor Meu Rei (volumes I e II)
Em Brasília, participa como voluntário da Casa do Ceará, sendo responsável pelo jornal Ceará em Brasília. 
É membro da Associação Brasileira de Imprensa e também organiza o banco de dados da família Gurgel do Amaral Valente, de Acopiara.
Mantém na web os sites www.dicionariodegiria.com.br, www.cruiser.com.br e www.familiagurgeldeacopiara.com.br 

BARRACA KABULETÊ

A partir da década de 1970, restaurantes com o nome (parcial ou completo) do título desta canção de Toquinho e Vinicius foram abertos no Brasil. Como o "Kabuletê", na Praia do Futuro, em Fortaleza, a "Pizzaria Tonga da Mironga do Kabulete", em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, e o "Tonga da Mironga do Kabuletê", em Boa Vista, Roraima.
Em "Passado, presente e futuro de uma praia" (publicado em "O Povo", de 20/03/2017), Adriano Nogueira escreveu:
Com a metropolização e a consequente expansão da Loura (Desposada do Sol, a cidade de Fortaleza, no dizer de Paula Ney) nos anos de 1970, a vocação turística da cidade insinuou-se como o nicho possível para sua inserção no mercado das oportunidades de desenvolvimento. Estendeu-se a Avenida Santos Dumont até o seu encontro com a Dioguinho, criando-se a Praça 31 de Março (hoje mais bem denominada de Praça da Paz D. Helder Câmara). Surgiram botequins e boates praianos famosos como o Carnaubinha, o Kabuletê (que deu lugar ao Rebu), o Playboy e a Tatarana. E clubes de segmentos profissionais como o do Médico (o dos Magistrados, o dos Oficiais da Polícia e o de Engenharia) também foram sendo criados. As barracas pioneiras, frágeis e de singelo projeto, começaram a dar o ar da graça na parte velha do bairro. O ir e vir de norte a sul ainda era complicado, pois não havia urbanização. As praias do Meireles passaram a ser trocadas paulatinamente pela PF (Praia do Futuro), como passou a ser chamada.
Os grifos são nossos.
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/romeuduarte/2017/03/passado-presente-e-futuro-de-uma-praia.html
Leitura recomendada:
https://docplayer.com.br/66439638-Tempos-e-espacos-da-praia-do-futuro.html

CANINHA SERESTEIRA

No site Brasil cult, em sua página dedicada à cachaça, encontro esta quadrinha com versos de pé quebrado:
Ó lua cheia,
Cheia de graça,
E o meu bucho
Está repleto de cachaça.
De época e autor desconhecidos, como todas as demais quadrinhas que o Brasil cult selecionou no livro "Traçado Geral das Batidas", de Roberto Costa.

Ora, quem acompanhou o violão seresteiro de Claudio Costa (sem parentesco conhecido com o escritor de igual sobrenome), sabe que esses versos não acabam assim. 
Não representam uma quadrinha. 
Aliás, fazem parte da letra de uma canção até hoje grudada em minha mente: 
Ó lua cheia,
Cheia de graça,
E o meu bucho
Está repleto de cachaça.
Apague a luz
Que ninguém viu
Eu estou doido, estou doidinho
Estou seco pra beber
Um garrafão não satisfaz
Eu não encontro amigos desleais
Um vagabundo que está
No botequim para cair
Ele promete não beber de hoje pra trás.
Ó flor!

CANÇÕES, PARÓDIAS E VIRUNDUNS

Canções
A música tinha um papel relevante nas atividades recreativas da Turma de Médicos de 71 da UFC. Tanto em nossos passeios, piqueniques e tertúlias, quanto na grande excursão que fizemos pelo Brasil, Uruguai e Argentina, no verão de 1970.
Tínhamos, por assim dizer, a nossa trilha musical, da qual constavam canções da Época de Ouro da música brasileira (Noel, Pixinguinha, Ary), sambas-canções (Ataulfo, Lupiscínio, Dolores, Maysa) e boleros (Evaldo e Jair), guarânias (Vieira, Taiguara), ritmos nordestinos (Gonzaga, Jackson), marchinhas de carnaval (Lamartine, Braguinha), bossa nova (Tom, Vinicius, João, Menescal e Bôscoli, Toquinho, Lyra e os irmãos Valle), músicas da jovem guarda (Roberto e Erasmo), do rock patropi (Seixas, Rita), músicas de festivais (Chico, Edu, Vandré, Milton), da tropicália (Gil, Caetano, Gal e Betânia), do Pessoal do Ceará (Fagner, Ednardo e Belchior), e da emergente MPB.
Que alternávamos com os hits que chegavam do exterior: músicas inglesas (Beatles, Rolling Stones), estadunidenses (Sinatra, Ray, Elvis, Dilan), latino-americanas (Trini Lopez, Bienvenido, Mercedes), francesas (Aznavour, Piaf), portuguesas (Amália) e italianas (Pavone, Endrigo, di Capri, Ornella). 
Sim, contávamos também com as apresentações do colega ítalo-brasileiro, Roberto Misici, um profundo conhecedor  de óperas e que fazia incursões no bel canto com sua maviosa voz de barítono.
E... na hora que nos víamos no ônibus fretado, de volta para casa? Certamente, estaríamos todos entoando a clássica "Está chegando a hora". Uma adaptação para o samba da valsa "Cielito Lindo", de A.Sedos e F. Tudela.

Quem parte leva saudades de alguém
Que fica chorando de dor
Por isso eu não quero lembrar
Quando partiu meu grande amor.
Ai, ai, ai ai, ai ai ai
Está chegando a hora
O dia já vem raiando, meu bem
Eu tenho que ir embora.


"Cielito Lindo", para quem não sabe, é mexicana. E o tema da letra original é bem diferente.
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Paródias
Entre os recursos da intertextualidade estão as paródias. Nestas, há sempre uma melodia feita anteriormente, cuja letra é modificada a fim de produzir humor, uma vez que o objetivo da paródia é divertir.
Lei 9610 de 19/02/1998 - Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito.
Assim é que circulavam entre nós as recriações com efeito humorístico de algumas canções. Dentre as mais lembráveis, as paródias de "Máscara Negra" (de Zé Kéti e Pereira Matos, gravada pelo próprio Zé Kéti e depois por Dalva de Oliveira), sem título certo ao ser recriada, e de "O Trovador" (de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, sucesso na voz de Altemar Dutra), que foi convertida para "O Trocador".

Quantos tiras!
Oh, quantos gorilas!
Mais de mil milicos em ação!
Estudante está apanhando pelas ruas da cidade
Gritando por liberdade.

[...]
Vou gritar, agora!
Não me leve a mal
Fora o Marechal!(bis)


O Marechal era Castello Branco.

Sonhei que um dia eu era um trocador
Dos velhos bondes que não voltam mais.
Passava assim a toda hora:
– Olha a ficha, senhor.
– Olha a ficha senhora.
Tinha uma mocinha que sentava atrás,
Não pagava porque a brecha era demais.

Nos anos 1960, também surgiu a paródia de um samba de Ataulfo Alves. Assim que circulou um boato (falso como quase todos) da prática de necrofilia por uma conhecida pessoa da sociedade cearense. Nos versos seguintes, reconhece-se facilmente onde foram buscar (ô raça) a fonte inspiradora:

Quando morrer
Me enterrem nu'a cova bem funda
Que é pro (a gente fazia um "L")
Não mexer na minha bunda.

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Virunduns
Além dessas, havia a "Lorota Boa" (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), que alguém puxava o verso para a turma toda arrematar: "Que mentira / Que lorota boa / Que mentira / Que lorota boa"; as fesceninas: "Abra os olhos e sinta / um metro e trinta"; e os virunduns: "Telma, eu não sou gay" (uma pseudotradução de "Tell me once again") e o"Tá com pulga na cueca / já vi, vou catar", inspirado no "Pata Pata" de Miriam Makeba.
E, não sendo paródia nem virundum, mas apenas uma canção de domínio público, a "Maria Chiquinha": "Que 'ocê foi fazer no mato, Maria Chiquinha?"

ELDA: UM ANO DE SAUDADES

Por Magna Gurgel, em nome do clã Gurgel Carlos

Todo dia sentimos tua falta, seja numa frase, num gesto, num canto de mesa.
Ufa! Quanta saudade!
Querida Eldinha, sabemos que estás no Céu, pois como cristãos entendemos e acreditamos na ressurreição em Cristo. Há um ano, em 9/04/2022, a senhora partiu para o plano divino, mas nossa certeza de que estás com o Pai Eterno vem também da vida terrena que tiveste, considerando que te conduziste no caminho da bondade, do amor ao próximo e dos serviços aos entes queridos e, principalmente, a Deus.
Tua convivência conosco foi marcada pelo exemplo da retidão e do espírito de abnegação, de doação.
Cabe destacar que nos surpreendia sempre com tua atitude sábia e um exemplo "franciscano" de viver, demonstrando desprendimento das coisas materiais e ainda a importância da união familiar e dos valores éticos, morais e espirituais.
Eldinha, não temos palavras suficientes para expressar a grandeza da tua vida e da enorme satisfação em sermos teus filhos.
Por fim, reafirmamos o sentimento de que o teu amor por nós, teus filhos, continua presente no cuidado, no olhar afetuoso, no zelo maternal, só que agora vem de outro plano.
Obrigado por tudo, querida mamãe, estamos tentando seguir teus ensinamentos, conscientes do grande legado recebido por nós.
Paz e bem!
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Ontem (10/04/2023), após longo período de sofrimentos impostos por uma enfermidade neurológica (ELA) e suas intercorrências, faleceu minha prima Tânia Maria Gurgel Coelho. Nascida em 1960, era filha de meus tios Edmar e Marta e deixou um filho, Renato. O velório e a missa de corpo presente aconteceram na Funerária Paz Eterna. (PGCS)

CHEGOU, CHEGOU

O chegadinho chegou
Este, que é um doce típico da culinária brasileira, especialmente na Região Nordeste do Brasil, chegou também ao "Linha do Tempo".
Em outros pontos do Nordeste, o doce é também conhecido por chegadinha, chegadim, cavaco chinês, cavaco, cavaquinho ou taboca; no Norte, por cascalho; em São Paulo e proximidades, por beiju (diferente do "biju", feito de tapioca); e, no Sul, por casquinha (por assemelhar a uma casquinha de sorvete).
Seus ingredientes básicos são farinha de trigo, goma (polvilho), açúcar e água. Pronta a massa, esta é finalmente assada em chapas quentes.
Suas porções são comercializadas por vendedores ambulantes que os levam em tambores metálicos, presos às costas por uma correia apoiada em um dos ombros. Percorrendo as ruas e praças da cidade, eles vão percutindo um triângulo (desses que são usados em trios de forró) por que precisam chamar a atenção dos potenciais fregueses.
Por vezes, o triângulo é substituído por uma matraca.
Notícia de jornal
"O humorista Renato Aragão foi hóspede, ao lado de sua mulher Lilian, do Hotel Caesar Park durante o feriadão. Ocasião em que foi autor de gesto surpreendente. Da sacada do hotel ouviu o barulho de um triângulo. Era um garoto vendendo o conhecido 'chegadinho'. Renato não se conteve, desceu do apartamento e comprou todo o estoque. 'Assim posso matar a saudade da minha infância', disse." (O Povo, 18/11/1993)
Dissertação e monografia:
ARAGÃO, Thaís Amorim. DOCE SOM URBANO: o triângulo e a territorializações dos vendedores de chegadinho em Fortaleza (dissertação), 190p. Faculdade de Arquitetura da UFRGS, Porto Alegre, 2012.
ARAGÃO, Thaís Amorim. Como vendedores de chegadinho usam o som em seu percurso urbano, (monografia), 15p. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011

CORRESPONDÊNCIA COM CONRADO

Postagem iniciadora da troca de mensagens:
http://blogdopg.blogspot.com/2013/05/os-girassois-de-van-gogh.html

Olá, Paulo, boa tarde, tudo bem?
Li no seu blog "EntreMentes", ao qual cheguei através do portal do querido Luis Nassif, o artigo sobre os girassóis de Van Gogh e a pesquisa genética que motivaram e achei muito interessante.
Por acaso vi uma espécie de "charge" com o tema, não é bem uma "piada", é mais uma ideia nonsense que achei simpática e achei que o Sr. gostaria de ver.
Mando a imagem.
Outrossim, gostaria de saber se o Sr. tem contato com os Gurgel de São Paulo. Sou músico e há muitos anos toco junto com a pianista Débora Gurgel, esposa do engenheiro Carlos Gurgel (ela é engenheira também, além de musicista). Conheço o Carlos Gurgel há mais de 30 anos, não lembro exatamente o grau de parentesco, mas sei que ele é parente do lendário Conrado Gurgel, meu xará.
Obrigado pela atenção.
Um abraço,
Conrado Paulino, por e-mail

Olá, Conrado, tudo bem!
Inicialmente, sua mensagem me fez lembrar de certo detalhe. Eu ando há algum tempo afastado do Portal do Luís Nassif. Isso não é coisa que eu faça, sô. Vou ver então se o editor ainda me aceita.
O cartum foi simpático, assim como a ideia de me enviar (resisti ao "mo enviar"). 
Pesquisando no Google, descobri que o autor é Angel Boligan, um cartunista cubano. Nele há Van Gogh em profusão: nos quadros do suposto museu (um autorretrato do pintor e uma natureza-morta), além do ramalhete de girassóis com que um galanteador pretende surpreender uma senhorita.
Agora, sobre a família. Os Gurgel em São Paulo com quem tenho contato moram todos em Campinas. São uma irmã (que atende pelo inabitual nome de ******), uma sobrinha e dois sobrinhos-netos.
Quanto a Conrado Gurgel, o engenheiro realmente faz jus ao conceito de lendário pela "muitonacional" que ele criou e administrou, a Gurgel Motores S/A (1969-1994).
Com minha muita consideração,
Paulo Gurgel