FIM DE 2022: BOAS FESTAS E CASAMENTO EM BEBERIBE

24/12 - Inicialmente, estivemos no apartamento do nosso filho Érico, Aline e do neto Benício, no Cocó. Lá também estiveram alguns familiares da nora Aline, com os quais trocamos votos de Boas Festas. Convidados por Moacir e Maristane Macedo * para uma ceia de Natal, fomos depois ao apartamento do casal, na Avenida Beira-Mar. Na ocasião, conhecemos a família alemã Keller, da qual faz parte o jovem Pascal, que se casará com a cearense Arícia Castelo na próxima sexta-feira.

* Ganhei de Maristane como presente de Natal um exemplar de "O Mosquito - A incrível história do maior predador da humanidade", de Timothy C. Winegard. Será difícil vencer o desafio de ler este livro (representado pela figura ampliada de um hematófago em sua capa) de um único tapa. É que ele tem 608 páginas.

30/12 - Casamento de Arícia Castelo e Pascal Keller na Igreja de São Pedro, em Beberibe, às 15 horas. Elba e eu estamos incluídos entre os padrinhos do casamento. Após a cerimônia religiosa, acontecerá a recepção aos convidados na casa de praia de Moacir e Maristane, em Morro Branco. Uma van de turismo foi contratada para nos levar (com os filhos Érico e Natália e seus cônjuges) a Beberibe e Morro Branco e nos trazer de volta.

31/12 - Inclusão de uma fotografia do casamento de Arícia e Pascal:

Da direita para a esquerda: Natália e Rodrigo; Arícia e Pascal; Elba e eu (Paulo)

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DE DONA GRAZIELA

Faleceu na manhã de hoje (27), aos 95 anos de idade, a Sra. Graziela de Oliveira Carlos. Era viúva de José Carlos da Silva, o Zezinho, como ele era mais conhecido em nossa família.
Graziela trabalhou por muitos anos como chefe do serviço de nutrição da fábrica Mecesa. E tio Zezinho, falecido em 2003, foi professor de Geografia e História Geral e do Brasil em vários estabelecimentos de ensino de Fortaleza, inclusive no Colégio Estadual José Valdo Ramos, do qual foi Vice-Diretor e Diretor de Turno, por várias gestões.
Dona Graziela e Prof. Zezinho, desde o seu casamento em 1953, fixaram residência em Carlito Pamplona, onde se tornariam um casal de referência deste bairro da zona oeste de Fortaleza.
Graziela era gentil, elegante e culta. Tinha uma grande sensibilidade literária, o que demonstrava ao compor refinados versos.
A matriarca da família Oliveira Carlos deixou sete filhos (Maria das Graças, Antônio, Eduardo, Rosângela, Daniela, Gardênia e Valéria), que são nossos primos, além de netos.
Sua missa de exéquias foi celebrada pelo Pe. José Dantas na capela do cemitério Parque da Paz, onde seu corpo foi a seguir sepultado.

CORRESPONDÊNCIA COM PAULA

20 de fevereiro de 2015 
Postagem iniciadora da troca de mensagens:
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2015/02/prof-frota-pinto.html

2 de julho de 2019 08:20
Paula Borges disse...
Obrigada pelas informações. Sou neta do prof. Frota Pinto e me identifico muito com o que ele deixou escrito. Guardei comigo um exemplar do livro "Psiquiatria Básica", mas também me interesso por artigos de opinião e informações como as que constam de "Linha do Tempo".

2 de julho de 2019 21:34
Paulo Gurgel disse...
Olá, Paula Borges.
Grato pelos comentários.
Fui aluno de seu avô na disciplina de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFC.
No período de 1979 a 1983, colaborei na edição dos livros da Editora Centro Médico Cearense (como poderá conferir na mensagem do editor Emanuel Melo em "Psiquiatria Básica").
No bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, há uma rua denominada Prof. Frota Pinto.
Trata-se de uma homenagem a seu avô?
A pergunta é pertinente pois é preciso excluir a possibilidade de ser uma homenagem a um homônimo.
Um abraço.

21 de junho de 2022 04:12
Anônimo disse...
Sim! Homenagem ao falecido médico psiquiatra.

28 de agosto de 2022 08:42
Paula Borges disse...
Olá! Espero que o sr. esteja bem! Só agora, anos depois e após a pandemia da Covid-19, estou relendo os comentários. É um prazer conseguir trocar estas palavras com o sr.! Só agora fiquei sabendo desta rua e irei lá conferir! Meu e-mail é [...]. Por gentileza, me envie informações sobre acervos onde posso encontrar documentos e ou artigos do meu avô, caso o sr. saiba. Quero pesquisar sobre ele. Obrigada!

29 de agosto de 2022 06:49
Paulo Gurgel disse...
Olá!
Há uma segunda postagem em "Linha do Tempo" com breves informações sobre a vida profissional do Prof. Frota Pinto e homenagens ao mestre no Ceará. Talvez você não tenha lido.
Acesse por este link:
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/09/prof-frota-pinto-2.html

5 de outubro de 2022 17:14
Paula Borges disse...
Preciso encontrar um artigo que ele escreveu para a revista "Psychiatry on line Brasil", o título é "O enigma de Kafka". Acabei de notar que sumiu da internet. Estou arrasada. Adorava este artigo. Se o sr. achar em algum lugar peço por caridade que me envie. paulaborgesfp@gmail.com Obrigada!!!

5 de outubro de 2022 22:41
Paulo Gurgel disse...
Boa noite, Paula.
Pesquisando em "Psychiatry on line Brazil" o artigo "O enigma de Kafka, do Prof. Frota Pinto, de fato não o encontrei. Nem pelo título nem pelo autor.
No entanto, fui localizá-lo através do site POL+BR.
Eis o link: http://www.polbr.med.br/ano03/mour0603.php

25 de dezembro de 2022 03:42
Paulo Gurgel disse...
Publiquei um comentário de Marcelo Gurgel.

RAÍZES DE ELDA: SENADOR POMPEU

Paulo Gurgel Carlos da Silva
Nas margens do rio Codiá, em terras de Thomé Callado Galvão, no século XVIII, surgiram as primeiras casas do povoado de Humaitá. Esse topônimo é de origem indígena e seu significado é: hu = negro + ma = agora + itá = pedra = a pedra agora é negra. Em 1900, a estação ferroviária foi aberta com esse nome no município que fora criado em 1896, por desmembramento do município de Maria Pereira, atual Mombaça. Posteriormente, a cidade e a estação passaram a ser designadas de Senador Pompeu, em homenagem ao Senador da República Tomaz Pompeu de Souza Brasil (1818 - 1877), um dos idealizadores da E. F. Baturité.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_crato/senador.htm
http://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/senador-pompeu/historico
http://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/pedra-branca/historico
Crédito da imagem: Consuelo Lima, Fckr
Elda Gurgel Coelho
Nasceu em 11 de setembro de 1930, no município de Senador Pompeu-CE, tendo sido a segunda filha do casal Paulo Pimenta Coêlho e Almerinda Gurgel Valente.
O seu pai, Paulo, era natural de Pedra Branca-CE e havia nascido em 11 de maio de 1906, sendo o segundo filho de Francisco Coêlho e Clotilde Pimenta, modestos agricultores, e era irmão de João, Manuel, José, Atalia, Cinda e Maria José. Aos 14 anos, Paulo sofreu um ataque de febre reumática que o deixou com sequelas cardíacas e a saúde geral debilitada. Depois desse episódio, a família dele decidiu mudar-se de Pedra Branca para Senador Pompeu. E, para ajudar no sustento da família, Paulo empregou-se como balconista na loja Humaitá, do Sr. Sá, então o maior empório dessa cidade do Sertão Central.
Almerinda, sua mãe, nasceu em Maranguape-CE, em 29 de agosto de 1897, sendo filha de José Gurgel do Amaral (o José Tristão, como era conhecido) e de Maria Gurgel Valente, ambos primos e oriundos de Aracati. O Sr. José Tristão era fornecedor de dormentes para a Estrada de Ferro, em construção, que avançava para a região sul do Ceará, o que o obrigava a seguir o mesmo trajeto, ao tempo em que os filhos do casal foram nascendo durante o percurso. Com uma pausa em Senador Pompeu, onde José Tristão adquiriu o Sítio Catolé, uma gleba privilegiada em termos de fertilidade do solo, e converteu-se em agricultor. Aí se fixando, o casal completou e criou sua crescente prole: Francisco (1892), Antônio (1894), Claucídia (1896), Almerinda (1897), José (1900), Olímpia (1904) e Raimundinho (1906).
Foi em Senador Pompeu que Paulo conheceu Almerinda. Diferenças de idade (Paulo tinha apenas 21 anos e Almerinda, 30 anos), cor (ele era moreno e ela, de tez muito alva) e situação financeira das duas famílias foram sobrepujadas pelo amor daquele jovem pobre pela bela moça de posses maiores e mais velha do que ele. Contrariando a vontade dos pais, principalmente da mãe da nubente, o consórcio dos enamorados ocorreu em 19 de novembro de 1927, providenciado pela tia materna da noiva, D. Alzira.
Em 1930, Paulo foi trabalhar na Lundgren Tecidos, representando as Casas Pernambucanas em várias cidades da região. Contudo, a sua função de caixeiro-viajante o obrigava a longas ausências da família, em fatigantes viagens por locais inóspitos, que aportavam risco adicional à sua vulnerável condição física. Convidado por seu irmão José Pimenta para se estabelecer em Morada Nova-CE, a fim de substituí-lo na administração de uma farmácia, Paulo transferiu-se para esta cidade.
Em 1932, para assumir o cargo de escriturário na Siqueira Gurgel, emprego oferecido pelo cunhado José Gurgel Valente, um dos proprietários da fábrica de Otávio Bonfim, ele veio morar em Fortaleza. Trabalhando durante o dia na Siqueira Gurgel e, à noite, cumprindo o ofício voluntário de porteiro do Cine Familiar, de propriedade dos frades franciscanos do Convento N. Sra. das Dores, Paulo viu sua família crescer para seis filhos. Elda acompanhou os pais e os irmãos nessas sucessivas mudanças de empregos e residências.
No dia 17 de fevereiro de 1946, aos 39 anos, Paulo morre de causas naturais. Para criar os filhos deixados na orfandade (Elza, Elda, Elma, Edson, Edmar e Espedito), Almerinda contaria com a ajuda do seu prestativo irmão José Gurgel.
Cronologia
(período 1897 – 1947)
1897: Almerinda nasce em Maranguape (29 de agosto).
1906: Paulo nasce em Pedra Branca (11 de maio).
1920: Paulo muda-se para Senador Pompeu. Trabalha na loja Humaitá para ajudar no sustento da família. 1927: Paulo e Almerinda casam-se (19 de novembro).
1930: Elda nasce em Senador Pompeu (11 de setembro). Paulo trabalha na Lundgren Tecidos (Casas Pernambucanas), em seguida numa farmácia em Morada Nova e tem curta permanência em Pacatuba.
1932: A família Gurgel Coelho muda-se para Fortaleza. Paulo trabalha na Siqueira Gurgel.
1946: Elda conhece Luiz. Ensina na Alfabetização no Instituto Padre Anchieta, de propriedade do futuro esposo.
1947: Paulo morre (8 de fevereiro).
1947: Luiz e Elda casam-se (14 de agosto).
Fonte
SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores: sob o olhar de uma família. Fortaleza: EdUECE, 2008. (p. 18-22) ISBN 978-85-7826-007-1

LAERTE ANTÔNIO JOSÉ, UM EXEMPLO DE FORTALEZA

De ascendência italiana e natural de Rio Claro-SP, LAERTE ANTÔNIO JOSÉ entrou para nossa família pela porta nupcial - ao casar-se em 2001 com minha irmã Meuris.
Conheceram-se em Campinas, onde a engenheira química Meuris Gurgel Carlos da Silva é professora titular e pesquisadora da Unicamp.
Profissional de Ciências Contábeis, Laerte possuía grande sensibilidade artística. Trabalhou como dublador profissional de desenhos animados e colecionava fitas com "reclames"(jingles) do rádio e DVDs de filmes e seriados.  
Era fotógrafo e videomaker. Fotografou as tapeçarias criadas pela matriarca de nossa família, organizando-as num álbum fotográfico a ela dedicado. Adiante, produziu um vídeo em que Dona Elda era entrevistada (pelo próprio Laerte, no melhor estilo Fernando Faro), tendo como gran finale as imagens das tapeçarias feitas pela sogra.
Laerte faleceu na madrugada de hoje, 15. Depois de um longo período de sofrimento, com internações hospitalares e sessões de hemodiafiltração, que ele soube suportar com determinação.
Um ser humano benquisto por todos, este torcedor pontepretano que sabia como poucos movimentar as rodas de conversa com a contação de histórias engraçadas.
Costumava vir com Meuris ao Ceará, principalmente nos meses de dezembro. Em Fortaleza, eles dispunham de apartamento e carro de que se valiam para atenuar a síndrome da lonjura.
Descanse em paz, meu "campineiro torto".

À Meuris, enviamos esta mensagem:
Nossos profundos sentimentos pela partida de LAERTE ANTONIO JOSÉ. Que as boas memórias da convivência que tivemos com seu estimado esposo ajudem a dissipar as tristezas ora presentes nos espíritos de todos nós!
a) Paulo e Elba
Que assim respondeu:
Paulo e Elba, muito obrigada pela mensagem. O Laerte realmente nos deixou uma grande saudade, mas também nos deixou um exemplo de fortaleza, alegria e principalmente amor como legado para nossa vida.
a) Meuris
Ler também: MEU ADEUS AO LAERTE ANTÔNIO JOSÉ, por Marcelo Gurgel

"OURO PARA O BEM DO BRASIL"

1942 - Iniciam-se, em Fortaleza, os exercícios de defesa passiva anti-aérea. Por esta época proliferam as "pirâmides de metal", nos principais pontos do centro de Fortaleza, onde as pessoas colocam peças de alumínio, cobre e zinco que servirão de ajuda na fabricação de artefatos de guerra, como capacetes, armamentos, navios etc. Os simpatizantes do nazismo, chamados de quinta-colunas, jogavam penicos (urinóis) nas "pirâmides" no intuito de ridicularizá-las. As pirâmides de metal já existiram antes como ajuda para a construção de navios da Armada, porém com pouquíssimos resultados. (Nirez)

1964 - Tem início em São Paulo, no dia 13 de maio, a campanha "Ouro para o bem do Brasil", um movimento arrecadatório liderado pelos Diários Associados que logo se espalhou por todo o Brasil. É a partir dessa campanha que são denunciados os perigos pelos quais a nação passava, com a promessa de que ela poderia voltar ao seu caminho natural de potência grandiosa, que fora interrompido por governos "demagógicos" e "comunistas". Ao doar  anel de ouro, dinheiro ou cheque, o doador recebia uma anel de latão com a inscrição DOEI OURO PARA O BEM DO BRASIL - 1964. 

O texto a seguir foi extraído do Trabalho de Conclusão de Curso de Éderson Ricardo Schmitt, realizado sob a orientação da professora Liane Maria Nagel e apresentado na Universidade Federal de Santa Catarina, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em História.
"Nesse sentido surge a figura de um herói, um ser incorruptível que deseja o bem do país e de seus habitantes. É ele que evocam como o guardião do tesouro, sendo esse nada menos do que a própria imagem do futuro grandioso o qual aguarda o Brasil. Castelo Branco então passar a ser essa figura. Apesar de uma presença tímida nos idos da campanha – apenas alguns minutos, no qual doou um pequeno chaveiro de ouro – sua figura é colocada em um panteão superior. Ao doar, passa a ser apenas um brasileiro desejoso do bem do Brasil. Aliado a esses simbolismos, a campanha buscou dar legitimidade ao novo governo.
Essa busca norteou os objetivos da campanha, com um simbolismo de certa forma mais importante do que os bilhões de cruzeiros arrecadados em todo o território nacional. Foi a partir dela que se quis dar um apoio especial ao marechal Castelo Branco. Pautada no discurso de que o povo desejou a ação dos militares, e que, devido a isso, as doações seriam um voto ao novo governante, onde os cofres representariam as urnas.
O sonho de um milenarismo brasileiro, ou seja, um período de paz e prosperidade, na década de sessenta começa a se transformar em dúvida. Logo após o término da campanha a questão referente ao destino dos recursos arrecadados – um valor considerável – começa a ser posta em xeque. De uma dúvida passará então à acusações formais aos envolvidos na arrecadação e resguardo dos bens doados.
Desejando ficar na história, quando os patriotas deram seus valores para salvar o país, a campanha acaba ficando na memória como uma grande armação, onde toda uma população foi enganada. A medida em que a ditadura vai perdendo sua legitimidade a campanha é evocada, agora como um simbolismo do fracasso e da mentira que foi o governo militar. E a memória da campanha sobreviveu, mas de uma forma que seus organizadores não previram."

ANTIGAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS EM FORTALEZA

CRONOLOGIA
E. F. de Baturité (1873-1909)
Rede de Viação Cearense (1909-1975)
RFFSA (1975-1997)
CBTU/Metrofor (1997-2013)
===================================================================
ESTAÇÃO CENTRAL
Professor João Felipe km 0
A antiga Estação Central de Fortaleza foi inaugurada em 1873 pela Estrada de Ferro de Baturité. Em 1946, passou a se chamar Professor João Felipe, nome de um engenheiro ferroviário cearense. Desta estação partiam duas linhas de trens: a LINHA SUL até Crato e a LINHA NORTE (que passava por Sobral, a terra natal de Belchior) até Oiticica.
30/03/2022 - "A noite dessa quarta-feira foi histórica para a Cultura do nosso Estado. Inauguramos o Complexo Cultural Estação das Artes Belchior, na antiga Estação João Felipe, em Fortaleza. A área, de 67 mil m2, passou por restauração estrutural e modernização. O equipamento conta com Mercado das Artes, Pinacoteca do Estado, mercado gastronômico, salas de exposição, biblioteca, museu e as sedes da Secult e do Iphan, além de urbanização do entorno." @CamiloSantanaCE, no Twitter
LINHA SUL
Otávio Bonfim km 3,5
03/08/1917 - Inauguração da nova linha de trens partindo do Jacarecanga e indo encontrar-se com um antigo caminho na altura do Benfica, na avenida Carapinima/avenida José Bastos, desativando a linha que passava no centro da cidade, na Avenida Tristão Gonçalves. Popularmente chamou-se "linha nova". O curioso é que o antigo traçado corresponde ao do atual metrô de Fortaleza, só que este é subterrâneo. Na ocasião, foi inaugurada a Estação do Matadouro, depois chamada de Otávio Bonfim.
1925 - Vítima de infecção paratífica, morreu, aos 41 anos de idade, o engenheiro civil Otávio Bonfim, chefe de tráfego da Rede de Viação Cearense - RVC. Nascera em 1884. É hoje é nome (não oficial) do bairro onde ficou a estação ferroviária.
Couto Fernandes km 7,1
29/07/1956 - Conforme lei votada pela Câmara Municipal de Fortaleza e sancionada pelo prefeito Acrísio Moreira da Rocha, o bairro Quilômetro Oito passa a se chamar Couto Fernandes, numa homenagem ao engenheiro Henrique Eduardo Couto Fernandes, que foi diretor da Rede de Viação Cearense.
Parangaba km 9
Mondubim km 13
LINHA NORTE
Álvaro Weyne (antiga Floresta) km 4,1
Antonio Bezerra (antiga Barro Vermelho) km 7,5
http://www.estaçoesferroviarias.com.br
http://www.facebook.com/miguelnirez.azevedo
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2021/10/complexo-cultural-estacao-das-artes.html

MOVIMENTOS APENDICULARES

Em "Contando Causos: de médicos e de mestres", ao descrever o emérito Prof. Newton Gonçalves, diz Marcelo Gurgel:
"Depois de aposentado, o Prof. Newton Gonçalves não perdeu o hábito diário de, após o café matinal, arrumar-se, impecavelmente, de paletó e gravata, como se fosse para a universidade, ou estivesse esperando visitas já agendadas. Na verdade, ele andava apenas uns poucos passos para ficar no seu aconchegante gabinete, repleto de estantes de livros valiosos, sendo alguns de notável valor estimativo, onde se comprazia, por horas a fio, com a prazerosa leitura de suas preciosas obras, não se dando conta da marcha do tempo. No turno vespertino, essa prática prosseguia, deixando-o absorto, imerso em tantas leituras."
Como não contei a seguinte história a Marcelo (que a repassaria a vocês, certamente), cuido eu mesmo de relatá-la:
Em 1971, o Serviço de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC tinha a regência de três luminares: Haroldo Juaçaba, Paulo Machado e Newton Gonçalves. O destino me colocou no serviço do Prof. Newton Gonçalves para cumprir meus obrigatórios dois meses de internato na Cirurgia.
Certa vez, o Prof. Newton me interrogou sobre o significado de uma expressão que eu havia escrito num prontuário médico. Na véspera, eu havia feito a admissão de um paciente para uma cirurgia eletiva e, relativo ao exame físico, registrei em seu prontuário a expressão "movimentos apendiculares". 
"Que é isto?", quis saber Newton Gonçalves. "Estou me referindo aos movimentos dos membros do paciente que, no caso, estão normais, pois ele não apresenta paralisias nem plegias."
De fato, existem o esqueleto axial e o esqueleto apendicular, este último formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores, pela cintura escapular e pela cintura pélvica (em contraposição ao esqueleto axial que é composto de cabeça, caixa torácica e coluna vertebral) O esqueleto apendicular, portanto, é o que reúne os ossos dos membros superiores, inferiores e os elementos de apoio, denominados cíngulos, que os conectam ao tronco.
Eu havia lido isto em algum compêndio médico e quisera impressionar o erudito mestre.
Prof. Newton sorriu, mas foi um sorriso que dizia tudo. E nunca mais utilizei-me da referida expressão que só fica bem no linguajar de uma pessoa pedante.
Em sua sapiência, o elegantérrimo Newton Gonçalves era tolerante com docentes e discentes. Exceto, como pude observar, em duas situações distintas: com um cirurgião do serviço que, escalado para uma operaçao, chegou atrasado; e com um interno que, de uma maneira folgada, se sentou na borda do leito de um paciente.
A ingênua Irilinda, responsável pela arrumação de sua sala, quando ouvia Newton Gonçalves se queixar de uma bursite que recorrentemente o afligia, tinha a solução na ponta da língua:
"Desligue este ar-condicionado, Dr. Newton. É como o senhor vai melhorar."

ALMA MATER

É uma expressão alegórica em latim usada por estudantes que frequentaram uma determinada instituição de ensino, que pode ser traduzida como a mãe que alimenta ou nutre. Usada especialmente nos Estados, também indica a instituição onde a pessoa se graduou. A expressão é traduzida de várias formas como "mãe que nutre", "mãe que amamenta" ou "mãe que cuida", sugerindo que uma instituição fornece alimento intelectual a seus alunos.
Antes de seu uso atual, alma mater era um título honorífico para várias deusas relacionadas à maternidade, como Ceres e Cibele. Posteriormente, com o catolicismo, esteve relacionada à Virgem Maria. Entrou para o meio acadêmico através da Universidade de Bolonha, que adaptou a frase Alma Mater Studiorum ("mãe que nutre os estudos"), para descrever seu legado de universidade mais antiga em operação na Europa Ocidental.


O documento mais antigo a usar o termo em referência a uma universidade em um país de língua inglesa é datado de 1600, quando o editor da Universidade de Cambridge, John Legate, começou a usar como emblema nas publicações da universidade. E a primeira impressão foi na página título (folha de rosto) da obra "A Golden Chain", do teólogo William Perkins, onde a frase Alma Mater Cantabrigia ("Cambridge, mãe que alimenta") está inscrita.


A Faculdade de Medicina da UFC é a alma mater de nossa turma, os graduados de 1971. Como  também de todos os médicos que, desde 1953 (ano em que apenas três alunos colaram grau), tenham concluído a graduação pela referida Unidade Acadêmica. Consultando o Portal Egressos da UFC (egressos.ufc.br), que disponibiliza a relação nominal dos egressos de 1971 a 2021, encontramos que o número de graduados durante esse período alcançou 7376.

LANÇAMENTO DO LIVRO "ELÓQUIOS ACADÊMICOS"

CONVITE

A Editora da Universidade Estadual do Ceará (EdUECE), por ocasião da XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará, convida para o lançamento do livro Elóquios Acadêmicos. *
A obra de autoria do Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, produzida no formato de e-book, foi prefaciada pelo Dr. Neuzemar Gomes de Moraes,** advogado, sócio efetivo do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) e ex-presidente da Academia Cearense de Retórica.
Data: 16 de novembro de 2022 (quarta-feira), às 19h, durante a Bienal do Livro do Ceará.
Local: Stand da EdUUECE, no Centro de Eventos do Ceará (stand 140, localizado entre a Praça Gilmar de Carvalho e a lanchonete Cheia de Arte).
Profa. Cleudene Aragão
Diretora da EdUECE
*elóquio [do latim eloquium], fala, discurso, palestra; exposição de ideias
**falecido em 22/08/2021

A LETRA "E"

Paulo Gurgel Carlos da Silva

[...] Aquela casa caiada / Donde mora a letra "I".
Luiz Gonzaga – Zé Dantas

A LETRA "I" - Baião da parceria Luiz Gonzaga-Zé Dantas, feito em homenagem à esposa de Zé, que se chamava Iolanda (também inspiradora de outro clássico de ambos, "Cintura fina"). Originalmente gravado por Gonzagão em 1953, mereceu um novo registro dele, seis anos mais tarde, para o LP de selo RCA Victor "Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zé Dantas". Se vivo fosse meu pai Luiz criaria uma "fanpage" para o xará.

Os sete filhos de meus avós maternos, Almerinda e Paulo, foram todos registrados em cartório e batizados com nomes que começam pela letra "E": Elza, Elda, Edilson, Elma, Edson, Edmar e Espedito.

A escrita não se repetiu com os filhos de dona Elda. Houve, é verdade, uma frequência aumentada de nomes com a letra inicial "M" (Marta, Marcelo, Márcia, Meuris, Magna e Mirna).

Enquanto o "L" de Luiz apareceu em três casos (Lúcia, Luciano e Luiz). E o "P", o "S", o "G" e o "J", cada uma delas teve a prerrogativa de iniciar um único nome (Paulo, Sérgio, Germano e José).

Como se estivesse latente, o "E" reapareceu na família através de dois enlaces matrimoniais. Ocorridos em 1984, quando Luciano casou com (Francisca) Elsa e eu, com Elba (Maria). E o atavismo então foi cumprido.

Elza, Elda, Elma, Elsa e Elba. O jogo ficou completo para as mulheres.

E, por falar em "E", eis minha oferenda aos olhos compassivos de minha mulher:

http://preblog-pg.blogspot.com/2008/01/senhorita-e.html

(Pegue esse link, bibliômano. E vá ler no celular, tablet ou notebook o que escrevi para Elba em 1984.)

NOTA DE PESAR POR DR. ANTÔNIO CARLOS DE MAGALHÃES PORTELA

Na madrugada desta sexta-feira (11), faleceu de causas naturais, em Belém/PA, o nosso estimado colega Portela. Vinha lutando bravamente contra uma atroz enfermidade, auxiliado nesse difícil transe pelo apoio, carinho e desvelo de sua esposa Júlia.
ANTÔNIO CARLOS DE MAGALHÃES PORTELA graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, em 1971 (19.ª Turma), tendo se especializado em Cirurgia Plástica.
Deixou esposa, filhos e netos, aos quais desejamos que encontrem a conformação necessária a quem vê partir um ente querido para o "lado invisível da vida".
Sempre nos lembraremos de você, Portela. Sua cortesia, o sorriso luminoso e a prontidão com que atendia a todos nós.
A seguir, transcrevo o que o colega Newton Timbó publicou sobre você:
Segundo Santo Agostinho, nós não morremos, apenas mudamos de lado e continuamos a caminhada andando paralelamente. Podemos conversar, soltar piadas, beijos e cumprimentar...
A amizade desta turma/1971 iniciou-se na sombra afável dos mangueirais da Faculdade de Medicina, ambiente que floriu nossa mocidade e, hoje, enfeitiça nossa velhice.
Foram seis de convivência amiga e fraterna, que acrisolaram uma amizade que transcende a religião, a ideologia e o "modus vivendi" de cada um.
Muitos colegas já passaram para o outro lado, mas a afetividade ficou e permanecerá até o encontro triunfal de todos.
Hoje, Portela, foi a sua vez. A saudade compunge nossos corações, todavia a certez de que vamos nos encontrar a qualquer dia, enxuga nossas lágrimas e conforta nossas almas.
Deus o receba e console sua família.
Até breve.

ANTOLOGIA E HOMENAGENS NO 40.º ANIVERSÁRIO DA SOBRAMES CEARÁ

A primeira parte do evento foi o lançamento da Antologia da Sobrames de 2022, intitulada "Limiar da Criação", cuja apresentação ficou sob o encargo do Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva. Na sequência, foi projetado um audiovisual por ele concebido exibindo as capas das 39 antologias, acompanhadas com informações sobre o número de participantes e de contribuições nelas contidas.
A segunda parte da solenidade foi reservada às homenagens a sete ex-presidentes da Sobrames/CE, no caso, os quatro primeiros presidentes: Drs. Emanuel de Carvalho, Paulo Gurgel Carlos da Silva, Geraldo Beserra da Silva e Luiz Gonzaga Moura Jr., todos ainda entre nós; e também a três outros ex-presidentes, na forma de homenagens póstumas: Drs. Pedro Henrique Saraiva Leão, José Telles da Silva e Celina Côrte Pinheiro.
A saudação aos homenageados em nome da Sobrames/CE foi feita pelo ex-presidente José Maria Chaves e a fala de agradecimento, como representante dos agraciados com certificados de agradecimento e de gratidão, coube ao Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva.
O discurso de encerramento foi pronunciado pelo Dr. Raimundo José Arruda Bastos, presidente da Sobrames/CE.
Extraído do Blog do Dr. Marcelo Gurgel

LANÇAMENTO DO LIVRO "LIMIAR DA CRIAÇÃO"

CONVITE
A Diretoria da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará, ao ensejo das comemorações dos seus 40 anos de fundação, convida para o lançamento de "Limiar da Criação", a trigésima nona antologia anual da Sobrames-CE.
O livro é prefaciado pelo professor e escritor Dr. Luciano Maia, ilustre membro da Academia Cearense de Letras, e conta com 68 autores participantes.
Local: Auditório da Unichristus - Campus Parque Ecológico. Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó.
Data: 4 de novembro de 2022 (sexta-feira) Horário: 19h.
Traje: Esporte fino.
Após o evento será servido um coquetel.
a) Raimundo José Arruda Bastos
Presidente da Sobrames-CE

COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DA SOBRAMES CEARÁ
HOMENAGEM A EX-DIRETORES
Vídeo Dr. Arruda Bastos

SÓ PODIA SER DO CEARÁ

Só podia ser do Ceará o baiano-cearense Rodolfo Teófilo que criou o vacinogênio e inventou a cajuína. O Moura Brasil, do colírio, e o cirurgião Dr. Mattos, da pílula.
A Bárbara de Alencar.
Os restaurantes Estoril e O Anysio.
O Leão Coroado, a Prova de Fogo, o mela-mela; e, em Paracuru, o azul da estrela.
O cajueiro botador da Praça Ferreira, à sombra do qual se comemorava o Dia da Mentira.
Só podia ser do Ceará o meu padim Padre Cícero, a Beata Mocinha, o Caldeirão de Lourenço.
A rabeca do cego Oliveira, Patativa do Assaré e os galos de Aldemir Martins.
Só podia ser do Ceará Quintino Cunha.
Chico Anysio, Didi Mocó, os leruaites do Falcão; Seu Lunga, Manezinho do Bispo e Zé Pinto, o artesão da sucata.
Os filmes "hollywoodianos" de Halder Gomes.
José de Alencar, a jandaia nas frondes da carnaúba, a bica do Ipu, a lagoa de Messejana; e a índia Iracema, anagrama de América.
Os Índios Tabajaras.
Só podia ser do Ceará o vento Aracati, que percorre o sertão canalizado pelo Rio Jaguaribe.
Raquel de Queiroz, O Quinze e o sítio Não Me Deixes.
O museu do Nirez, O Grande Eclipse de Sobral.
O bode Ioiô e a Praça do Ferreira onde o povo um dia vaiou o Sol.
A estrada de Canindé, os monólitos de Quixadá e o Cratinho de açúcar.
Jericoacoara, Canoa Quebrada, a praia dos amores que o mar carregou e as velas do Mucuripe
As lendas urbanas da Perna Cabeluda, do Cão de Itaoca e da Mulher Cavalo.
Antonio Sales e a Padaria Espiritual.
Só podia ser do Ceará o Dr. do Baião Humberto Teixeira, Ramos Cotoco, o balanceio, Evaldo Gouveia, de Tango pra Teresa, Ednardo, do Pavão Mysteriozo;  e o rapaz-latino-americano-sem-dinheiro-no-bolso, com nome de rei mago.
Só podia ser do Ceará o Dragão do Mar; e a primeira academia de letras do Brasil.
Estou certo, Terta?

(inspirado em "Só podia ser de Pernambuco", de Fabrício Carpinejar)

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO DR. VINICIUS BARROS LEAL

O Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) acolheu, em suas dependências, na tarde de 20 de outubro de 2022 (quinta-feira), evento comemorativo do Centenário de Nascimento do sócio efetivo Vinícius Antonius Holanda de Barros Leal, organizado como uma tocante homenagem familiar, para lembrar que o Dr. Vinícius Barros Leal, cujo nascimento se deu em 16/10/2022, na cidade de Baturité-CE, haveria completado cem anos de idade se vivo fosse.
Por especial deferência do clã familiar, coube ao Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, traçar de forma minuciosa um panegírico do homenageado, assinalando seus feitos principais como médico, historiador, professor e escritor de múltiplos talentos.
VINÍCIUS ANTONIUS HOLANDA DE BARROS LEAL nasceu em Baturité, em 16 de outubro de 1922, onde fez os seus estudos primários sob a orientação dos padres jesuítas, daí transferindo-se para Fortaleza, para cursar o Seriado, como aluno-interno do Colégio Marista Sagrado Coração.
Após realizar o propedêutico pré-médico no Liceu do Ceará, em 1943, prestou vestibular para Medicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nela se formando em 1948. Especializou-se em Pediatria no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo em 1959.
Foi médico da Legião Brasileira de Assistência, ocupando o cargo de Diretor de Posto, de 1951 a 1967, e diretor do Departamento de Saúde Materno-Infantil, durante dois anos. Como atividade voluntária e de benemerência, a pedido da Arquidiocese de Fortaleza, foi diretor do Posto de Saúde de Parangaba por oito anos; diretor do Asilo de Menores Juvenal de Carvalho, de 1950 a 1970; e diretor de Patrimônio da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e mordomo dessa instituição, desde 1984.
Foi professor de Clínica Pediátrica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, tendo ingressado em 1964, da qual se aposentou , como professor adjunto, em 1987, após profíqua dedicação ao magistério superior, como docente e médico, do Serviço de Pediatria do Hospital Universitário Walter Cantídio.
Em 1960, juntamente com outros colegas, fundou a Sociedade Cearense de Pediatria, da qual foi seu presidente de 1970-1971. Como pediatra de largo conceito, foi examinador do Título de Especialista em Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria durante cinco anos.
Ex-presidente do Centro Médico Cearense (hoje, Associação Médica Cearense) de 1963-1964, foi também membro da Associação Brasileira de Medicina, da Associação Regional de Escolas Médicas, da Academia Americana de Pediatria e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará.
Foi sócio efetivo do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, eleito em 20/09/1974 e empossado em 04/12/1974; integrou a Academia Cearense de Medicina, como fundador em 1978, e guindado, posteriormente, a acadêmico emérito; e imortal da Academia Cearense de Letras, admitido em 1984, sendo ocupante da Cadeira 34, patroneada por Samuel Uchoa.
Publicou diversos livros, dentre os quais se sobressaem: "História da Medicina no Ceará" (Prêmio Governo do Estado do Ceará), "Villa Real de Monte Mor, o Novo D’América" (história de seu município natal na época colonial), "A Colonização Portuguesa no Ceará – O Povoamento", "Bumba-meu-boi" (Prêmio Leonardo Mota), ainda "Dom Antônio de Almeida Lustosa, um discípulo do Mestre – Manso e Humilde" e "Padre Artur Redondo: um modelo de Mansidão e Amor a Deus", além de extensa produção sob a forma de artigos na imprensa, nos Anais da Academia Cearense de Medicina e na Revista do Instituto do Ceará.
Dedicou-se durante anos ao estudo da formação social do Nordeste brasileiro, debruçando-se, notadamente, sobre os fatos relacionados aos processos do povoamento e da colonização lusitana.
Possuia um amplo acervo de documentos sobre a história eclesiástica no Ceará, fruto de sua intensa atuação como historiador sacro, mercê de sua prática de vida cristã e da esmerada educação católica recebida, que nutria as suas intervenções como médico, professor, intelectual e cidadão. Durante décadas, enquanto a saúde permitiu, participou intensamente das atividades encetadas pela Sociedade Médica São Lucas, o que incluía os retiros espirituais anuais pregados, amiúde, pelo Padre Monteiro da Cruz. Como reconhecimento dessa atuação, particularmente por sua gestão na presidência dessa entidade, em dezembro de 2004, foi agraciado com a Comenda Médica São Lucas.
Cônscio de sua responsabilidade de cidadão, foi vereador de Fortaleza, de 1950 a 1954, encerrando prematuramente sua carreira política, perdendo, com isso, o povo fortalezense.
Era casado com D. Idilva de Castro Alves, de cuja duradoura união, marcada por amor e compreensão, resultaram sete filhos: Angela, Virginia, Elizabeth, Fernando, Adriano, Tarcísio e Maria de Lourdes, todos formados e reconhecidos como bons profissionais nos respectivos campos de atuação.
(Escrito por Marcelo Gurgel para a página Vinicius Barros Leal - Genealogia Cearense, disponível no Angelfire.)

NOTA DE PESAR POR MARIA JOSÉ SALES CALADO

"Não podemos mudar a hora da chegada. Nem talvez a mais certa. A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta. Do que presta e não presta. Nesta vida."

~ Miguel Torga, médico e escritor português

Recebo com imenso pesar a notícia do falecimento de Dra. Maria José Sales Calado - nossa querida colega Mazé.
Nascida nas terras da Bahia e crescida criança do sol nas ruas de Fortaleza, ela graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em dezembro de 1971. Nos anos seguintes, Maria José prosseguiu em seus estudos, fazendo a residência médica em Pediatria no Hospital Cruz Vermelha, em São Paulo, onde ela se radicou para exercer com afinco sua profissão.
Como médica pediatra, abraçou a causa quase sem cura da AIDS na infância.
Gostava de correr mundos, cultivar amizades e de conviver com Jimmy, seu cãozinho chihuahua. E de expressar-se na língua dos poetas (como seu tio-avô Antonio Sales).
Ela partiu na manhã da quinta-feira, 12, após sucessivas internações em hospitais de São Paulo.
Seu corpo foi sepultado no dia 14, às 12h, no Cemitério do Morumby.
Meus sentimentos a seus familiares, amigos e a todos que compõem a 19.ª Turma de Medicina da UFC, da qual Mazé, de uma forma inesquecível, sempre fará parte.
Saudades perenes.
Dela:
https://www.facebook.com/mariajose.salescalado/
https://mariajosecalladopoesias.blogspot.com/

QUEM SALVA UM LIVRO ...

Numa das visitas que eu fazia à Dona Elda (como filho e médico), mamãe me passou às mãos um calhamaço sem dar maiores explicações. Presumi que teria sido deixado por Marcelo, por ser frequente meu irmão recorrer a essa intermediação materna quando queria me dar conhecimento de suas produções literárias.
Ao examinar o conteúdo, vi que se tratava de textos que se referiam a pessoas, coisas e assuntos do bairro Otávio Bonfim. Eram uma preciosidade histórica em cujas páginas não se conseguia identificar a autoria. Mas não parecia ser algo que Marcelo houvesse escrito.
Lembrei-me então do memorialista Vicente Moraes, a quem conhecia apenas de nome, o consagrado autor de "Anos Dourados em Otávio Bonfim: À memória de Frei Teodoro". O local e o período das histórias relatadas coincidiam, e os textos pareciam ser os originais de um livro na linha do anterior. Guardei o calhamaço numa das prateleiras de minha biblioteca. Se não localizasse o autor, talvez servisse como fonte de consulta para as notas que eu publico semanalmente em "Linha do Tempo".
Anos depois, fui chamado para uma reunião no apartamento de tio Edmar. Ele estava planejando um encontro de congraçamento entre pessoas que, nas décadas de quarenta e seguintes, residiram em Otávio Bonfim. Na noite da reunião estiveram presentes, além do tio anfitrião, Marcelo, Vicente Moraes e eu.
Foi quando ouvi Vicente lamentar-se do extravio dos originais da 2.ª edição de seu "Anos Dourados em Otávio Bonfim". Para complicar, o computador utilizado na digitação dos originais, fora dado de presente ao filho de sua empregada doméstica, e o rapaz formatara o computador. E, por algum esquecimento, Vicente não havia feito back-up dos arquivos nem guardado cópias.
Eram textos que não constavam da 1.ª edição - anos desperdiçados do trabalho de um memorialista! Vicente já dava a nova edição como irremediavelmente perdida.
Ele cobrava de Edmar, que cobrava de mamãe, que cobrava de Marcelo, que não sabia de nada.
Entrei na conversa. O calhamaço de autor anônimo que eu guardava em casa talvez fosse o que Vicente tanto procurava.
E era. Após receber os originais extraviados, Vicente digitou novamente o livro e deu entrada na Editora Iuris para a impressão.
O lançamento da 2.ª edição (revista e ampliada) de "Anos Dourados em Otávio Bonfim (À memória de Frei Teodoro)" aconteceu no Salão de Santo Antônio, ao lado da igreja da Paróquia N. Sra. das Dores, em 25/08/2017.
Marcelo fez o prefácio e eu escrevi a contracapa.
Um espaço generoso do conteúdo desse livro foi dedicado a nosso pai, Luiz Carlos da Silva (Seu Silva), que o autor chama de "enciclopédia ambulante de Otávio Bonfim".
P.S.: Vicente se valeu dos préstimos de Edmar para fazer chegar os originais a Marcelo, que deveria escrever o prefácio. Acostumada a receber os escritos de Marcelo (doador universal) para entregá-los a mim (receptor universal), mamãe seguiu a rotina. E, com essa distração, deixou Marcelo no vácuo.
Referências:
MORAES, Vicente de Paula Falcão. Anos Dourados em Otávio Bonfim: à memória de Frei Teodoro / 2.ª edição revista e ampliada. Fortaleza: Iuris, 2017. 320p.
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2015/09/dos-anos-dourados-aos-anos-iluminados.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/08/lancamento-do-livro-anos-dourados-em.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/09/anos-dourados-em-otavio-bonfim-quarta.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2018/09/seu-silva-o-mestre-educador-do-bairro.html

PALMAS - TO (segunda parte)

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27/09 - terça-feira
Reservei esta manhã para conhecer o Parque Cesamar. A entrada é gratuita, e o parque tem como principal atração uma pista de Cooper de 3 quilômetros circundando  um lago. Fiz esse percurso em 40 minutos por que tive de parar algumas vezes para tirar fotos do lago, dos pedalinhos, de uma ponte (são três) e de dois grupos de capivaras que cruzaram meu caminho.
A propósito: o parque em agosto esteve fechado alguns dias para que fizessem uma desinfestação dos carrapatos-estrelas nas capivaras.
Outros equipamentos do Parque Cesamar: academias para ginástica ao ar livre; pista para skate; áreas para piqueniques; playground; cachoeira artificial etc.
Uma senhora tocantinense de nome Tainá, que se encontrava acompanhada por dois homens (um dos quais um mineiro que visitava Palmas), ajudou-me com a foto abaixo.
Check-out no Ibis ao meio-dia. Em seguida, toca ir ao Capim Dourado para aguardar a hora de ir ao aeroporto.
O almoço foi no "Divino Fogão". 
E não é que tornei a me encontrar com Tainá e seus acompanhantes, desta vez no Capim Dourado Shopping. Quando conversávamos no Parque, ela tocou na existência de artigos regionais que eram feitos de capim dourado. Ante a minha curiosidade, recomendou-me que procurasse esses objetos em alguma loja de artesanato perto do hotel. Eu não tive tempo de procurá-los, é verdade. Mas, ali no shopping center, havia um quiosque em que eram vendidos, e Tainá indicou-me o local. Comprei dois pares de brincos e três chaveiros com direito a ganhar o quarto.
Naquele shopping center há um espaço gratuito à disposição dos clientes (de coworking que eles chamam). No qual o cliente abre o notebook, faz um rápido cadastro e acessa a internet. Permanece por lá o tempo que quiser. Um deles usava (alternadamente) dois notebooks, e dois outros mantinham-se concentrados numa partida de xadrez.
Duas horas após deixei o recinto, chamei um veículo pelo Uber e fui para o aeroporto.
Cheguei a Brasília às 19h30.
Onde não estive em Palmas: Ilha Canela, Palacinho e Taquaruçu. O Palacinho foi a antiga sede do governo, antes da construção do Palácio de Araguaia, e no qual atualmente funciona o Museu Histórico de Tocantins. Ilha Canela é a tal que 4 em cada 4 motoristas de aplicativo falam da beleza do local (sem que 3 tenham ido lá). Taquaraçu, um distrito de Palmas que fica a 32 quilômetros da capital. É um lugar de belezas naturais com trilhas, 82 cachoeiras catalogadas e onde se pratica rapel e tirolesa. 
P.S. Saem expedições diárias de Palmas para o Jalapão.
(fim)

PALMAS - TO (primeira parte)

(1 de 2)
25/09 - domingo
Após um voo de Brasília a Palmas, com duração de uma hora e vinte minutos, cheguei à capital de Tocantins, um dos estados da região Norte do Brasil. Banhada pelo Rio Tocantins, a cidade é a mais jovem capital brasileira, tendo sido fundada em 1989.
É uma cidade planejada, com avenidas largas e rotatórias ajardinadas. Atualmente abriga uma população de 313 mil habitantes.
Seu aeroporto fica a cerca de 21 km do centro, onde estão os principais hotéis da cidade. Como o Ibis Palmas Avenida JK, hotel no qual me hospedei para uma estada na cidade.
Por ser domingo, poucas pessoas eram vistas nas avenidas das imediações do hotel. Portanto, pareceu-me adequado fazer como os palmenses que, aos domingos, vão para a orla de sua cidade. Sua alma, sua palma.
Então, fui à Praia da Graciosa, a famosa praia do Lago de Palmas, que foi formado com a construção da Usina  Hidrelética de Lajeado e que, antes da usina, era o Rio Tocantins. E pus-me a caminhar no calçadão a partir do local em que existe uma marina.
Rosa Madalena, Tastro, Choupana do Lago, Mumbuca, Tucum e Dona Maria são os nomes de alguns dos restaurantes do lugar. Vários deles oferecem som ao vivo, à base de violão e bateria. Como o flutuante Rosa Madalena Gastrobar, onde almocei um espaguete com camarão. Não louvo o cozinheiro, mas sim os garçons da casa por serem gentis.
No Rosa Madalena
Desisti de pegar um barco para ir até Ilha Canela. Dizem que por lá se vê um belíssimo pôr-do-sol.
Em seguida, fui ao Capim Dourado, um shopping center no estilo mall. De lá saí com alguns petiscos que comprei para abastecer o frigobar do 357.
26/09 - segunda-feira
Reservei a manhã para esquadrinhar a Praça dos Girassóis. Esta é a maior praça do Brasil e da América Latina, e a quarta maior do mundo – a primeira e a segunda ficam na China e a terceira, em Jacarta, Indonésia. A praça reúne os prédios públicos mais importantes de Palmas, a começar pelas sedes dos três poderes públicos do Estado: o Palácio Araguaia (Poder Executivo), a Assembleia Legislativa (Poder Legislativo) e o Tribunal de Justiça (Poder Judiciário), além de vários monumentos que recontam partes da história do Tocantins, como o Memorial da Coluna Prestes e o Cruzeiro (uma cruz de pau-brasil).
Projetado por Oscar Niemeyer, o Memorial é uma homenagem aos tenentes de 22 e à marcha da Coluna Prestes, liderada por Luis Carlos Prestes, pelo interior do Brasil, que passou por terras tocantinenses. Foram 25 mil quilômetros da maior marcha revolucionária na história da humanidade. Já o Cruzeiro foi o primeiro monumento artístico e histórico erguido em Palmas, palco da realização da primeira missa, quando da instalação da capital em 20 de maio de 1989.
Memorial da Coluna Prestes
Na Praça dos Girassóis também estão os monumentos do Levante do Forte de Copacabana, da Súplica dos Pioneiros, o marco do Centro Geodésico do Brasil 1 e o maior relógio de sol horizontal do Brasil. 2
À tarde, visitei o Espaço Cultural (em obras) da Fundação Cultural de Palmas, o qual agrega as seguintes atividades:
Teatro • Cinema • Dança • Literatura  • Música • Artes Visuais 
Doei um exemplar do livro "Portal de Memórias" à Biblioteca Municipal Jaime Câmara, que integra a Fundação Cultural de Palmas.
À noite, fui ao Palmas Shopping.
1 O Centro Geodésico do Brasil é o ponto equidistante dos extremos entre Norte-Sul e Leste-Oeste do país. Histórico, mas não científico, o IBGE não reconhece o de Palmas como tal. Acesse esta página do site Conexão Tocantins. 
2 O relógio de sol horizontal deve ser projetado para a latitude em que vai ser utilizado. Acesse esta página (em português) do site The Sundial Primer, na qual há muita informação sobre o assunto.
(segue)

CASAMENTO DE RENATA E FELIPE

A cerimônia de casamento de Renata e Felipe, ela - filha de Regina Márcia Pinheiro de Oliveira e Marcus Gondim de Albuquerque, e ele - filho de Francisco Moacir Pinto Filho e Maristane Fernandes Macedo Pinto, será realizada hoje (24), às 14h15, na Catedral Metropolitana de Brasília.
Após a cerimônia, os convidados serão recepcionados no Brasília Palace Hotel, em SHTN Trecho 01 Conjunto 01 Asa Norte - DF (às margens do Lago Paranoá).

BRASÍLIA E PALMAS

Viajo hoje para Brasília, para assistir ao enlace matrimonial amanhã (24) de Felipe Fernandes (meu sobrinho por afinidade) com Renata. Além de minha esposa Elba, que viaja comigo, seguem também para o Distrito Federal nossos filhos Érico e Natália com os respectivos cônjuges.
No dia 25, embarco para Palmas, Tocantins, onde pretendo passar dois dias conhecendo a cidade. Elba não me acompanhará neste trecho da viagem. Ela continuará em Brasília, onde residem dois irmãos e outros familiares.
Retornaremos para Fortaleza no dia 28.

REFERÊNCIAS MUSICAIS E FÍLMICAS À PRAIA DO FUTURO

A Praia do Futuro ocupa oito dos 25 quilômetros da orla de Fortaleza. Ao longo de seu calçadão, barracas oferecem cadeiras de praia, duchas de água doce e delícias da gastronomia cearense. Contudo, em épocas passadas (anos 1970), quando a Praia era um reduto pouco frequentado pela população, o seu relativo isolamento reforçava outras imagens. E a Praia do Futuro de então era vista como um lugar de ardentes desejos.

Em "Maria do Futuro", originalmente lançada pelo compositor Taiguara na década de 1970, e regravada em 2007 pelo cantor cearense Fagner, no trabalho "Fortaleza", são exaltadas poeticamente suas belezas naturais. Nessa canção, concebe-se a Praia do Futuro como o lugar da cidade onde tudo parece ser mais intenso e envolvente.

Sobre ela, o internauta Aurelino Santos Jr relata uma história que ouviu em 1973. Após um show em Fortaleza, Taiguara teria ido para um dos bares da Praia do Futuro e lá conhecido uma moça, com a qual teria passado uma noite arrebatadora nas areias da praia. Outro internauta, de nome Francisco, acrescenta ter ouvido do próprio Taiguara, em um show no Theatro Jose de Alencar - Fortaleza - CE (anos 1980), que essa música é realmente uma referência à Praia do Futuro.


Já na música "Terral", gravada pelo compositor/cantor cearense Ednardo e lançada em 1973, a Praia é retratada como o lugar de origem, o lugar de onde se vem e onde se quer ficar, caracterizado pelas "dunas brancas" e distante das "chaminés ou fumaça". É o lugar também que, de uma perspectiva marítima, avista-se a "praia fazendo amor". https://blogdopg.blogspot.com/2017/09/novissimo-farol.html

Em "Praia do Futuro –um filme em episódios", de 2008, realizada por um grupo de jovens cineastas cearenses reunidos em torno da Alumbramento Produções Cinematográficas. Essa produção fílmica cobre um período em que a Praia deixa de figurar como um lugar de promessas urbanas não realizadas para ser um lugar, no dizer de Nogueira Maciel, "onde o tempo se perdeu". https://docplayer.com.br/66439638-Tempos-e-espacos-da-praia-do-futuro.html | p.41-47

Em outro filme, "Praia do Futuro" (dirigido por Karim Aïnouz), de 2014, Donato, personagem de Wagner Moura, é salva-vidas na Praia do Futuro. Ayrton é um menino que sonha com motos e super-heróis e admira a coragem do irmão mais velho em se jogar nas ondas para salvar desconhecidos. Quando falha pela primeira vez em resgatar uma vida no mar, Donato acaba conhecendo Konrad, um alemão piloto de velocidade de motos, amigo do afogado. Donato parte com Konrad para Berlim e desaparece, deixando o irmão mais novo para trás. Anos depois, Ayrton, já adolescente, se aventura em busca de Donato para um acerto de contas com aquele que considerava seu herói. https://youtu.be/UyFBAAiGCC8 (trailer)

NOTA DE PESAR: ÍTALO ANTONIO CAVALCANTI DE AZEVEDO

Faleceu ontem, aos 44 anos, Ítalo Antonio Cavalcanti de Azevedo

Ele enfrentou durante três anos uma grave doença. Morreu de uma forma serena, cercado pelo carinho dos familiares, no Hospital São Carlos, .

Era o filho mais velho dos empresários Antonio Azevedo e Evanilda Cavalcanti, e deixa a esposa e uma filha de 2 anos.

O velório aconteceu a partir de ontem no Jardim Metropolitano. E a missa de corpo presente foi rezada às 9h de hoje (16), tendo o celebrante feito uma comparação espirituosa entre a fortaleza de Ítalo e o time de futebol para o qual ele torcia, o Ceará.   

Na sequência, às 10h, foi realizado o seu sepultamento.

Neste momento de dor, solidarizo-me com seus familiares e amigos.

WILSON CIRINO ENTRE VELAS E TUBARÕES

Na quarta feira, 7, aconteceu no Café Couture, na Praia de Iracema, o lançamento do livro "Wilson Cirino entre velas e tubarões" escrito por Solange Benevides.
No escrever de Durval Aires Filho, esta obra biográfica "recompõe a trajetória do violonista e compositor cearense Cirino: como foi sua carreira, desde o início, a sua estada no Sul (Rio e SP) e o seu retorno a Fortaleza. O artista cearense que, a par de seu enorme talento, realizou shows, ao lado de grandes nomes da MPB, participou de programas, em rede nacional, integrou festivais, mas teve dificuldades de lançar seu nome em nível popular, devido às disputas internas, lutas por espaços e às 'diferentes ondulações' que a vida apresenta".
Estivemos nesse evento lítero-musical, que foi uma excelente oportunidade para rever Wilson Cirino (que conhecemos nos idos de 1970 em um sarau na casa do colega Haroldo Heitor) e conversar com o compositor Eugênio Leandro, o poeta Diogo Fontenelle e o Desembargador Durval Aires Filho, membro da Academia Cearense de Letras.
Ao final da tarde-noite de autógrafos, Wilson (foto), que descende de uma família de músicos cerenses (seu avô Mamede, o pai Wôlmer e o tio Oscar Cirino), encantou aos que estiveram presentes com a sua virtuosidade.
VIOLONISTAS CEARENSES (página em construção)

O TROTE

"A primeira aula não se dá e à última não se assiste."
No primeiro dia de aula, assim como fizeram muitos calouros da instituição, eu me apresentei com o cabelo já cortado a zero. Sabendo que teria o cabelo tosquiado, da pior forma possível, pelos alunos veteranos da Faculdade de Medicina da UFC.
O trote acontecia no "Território Livre das Mangueiras", no campus de Porangabussu. Não era violento, mas receei estar marcado para o pior dos trotes. Na qualidade de aluno do cursinho prevestibular do Diretório Acadêmico XII de Maio, no ano anterior eu tinha sido muito observado pelos veteranos enquanto transitava nas dependências da Faculdade.
Da programação do trote constavam: beber óleo de rícino, ser tosquiado (com "caminhos de rato" sendo feitos no couro cabeludo), receber pinturas corporais, fingir-se de estátua, fazer agachados etc.
O veterano Manassés, que fora meu professor no cursinho do DA XII de Maio, me pegou para Cristo. Ordenando-me que eu fizesse uns agachamentos, enquanto ele contava até dez. E, quando eu estava prestes a findar uma série de agachamentos, ele passava a contar em decimal.
De qualquer maneira, foi a parte mais agradável do trote e eu, que não era besta. procurei não me distanciar dele.
Em 1966, o trote era leve. Não tinha comparação com o que meu pai levou, em 1943, ao ingressar na Faculdade de Direito. Na ocasião, os calouros de nossa Salamanca saíram em uma passeata com faixas pelas ruas de Fortaleza. Uma delas, com uma exortação à participação do Brasil na II Guerra Mundial, na qual se lia: "Casar para evitar convocação é covardia!".
Nada contra a cobra ir fumar na Itália. Não fosse o meu genitor ter sido obrigado a desfilar vestido de "noiva", como ficou registrado em uma fotografia da época.
Voltando ao trote no campus de Porangabussu. Por ter umas gordurinhas a mais, um de nossos colegas foi posto em plano superior e na posição de lótus para receber as honrarias de Buda dos demais "trotandos".
No final das brincadeiras, o "bicho" (tratamento carinhoso dado ao calouro) comprava uma boina branca com a inscrição MEDICINA e os convites para uma calourada que dava direito a apreciar os veteranos se divertindo.
No ano seguinte, pude executar meu plano de vingança. Nessa nova edição do trote, por desfrutar da prerrogativa de ser um aluno veterano, eu aproveitei para tirar um amigo do cercadinho.
Aí fomos comemorar tomando umas cervejas no Dozinho.

O CASO DOS CANGACEIROS PARENTES

Por seu vídeo-cangaço lembrei-me do caso destes cangaceiros parentes.
~ Nelson Cunha
Morri de rir (várias vezes), Nelson. Se a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas premiasse a categoria em questão, esse quadro do Zorra Total teria trazido o Oscar para o Brasil. Respeite a endogamia que come solta em nosso Semiárido, inclusive no cangaço e nas volantes. O fenômeno é tecnicamente chamado de IMPLEXO DA ASCENDÊNCIA.
~ Paulo Gurgel

PESAR PELO FALECIMENTO DE MARIA ELMA GURGEL MOTA

Faleceu hoje à tarde no Hospital OTOclínica, de causa neurológica, aos 88 anos, a minha tia materna Maria Elma Gurgel Mota.
Era viúva do Sr. José Alcy Mota. Cristã praticante e matriarca dedicada, Elma deixa 7 filhos, netos e bisnetos.
Seu corpo será velado amanhã (28), a partir das 8 horas, no Cemitério Parque da Paz, com a celebração religiosa a ser realizada às 11h30 e o sepultamento, às 12 horas, na referida necrópole.
Meus sentimentos à família Gurgel Mota pela partida deste ser humano tão querido. Descanse em paz, minha tia.
P.S.
Leia aqui o texto de Marcelo Gurgel, publicado em 2008, contendo um pouco da trajetória de vida da tia Elma.

COMÉDIAS SOBRE LAMPIÃO E SEU BANDO

Quatro comédias levaram ao cinema paródias sobre as aventuras de Lampião e seu bando com os comediantes mais populares de suas épocas:
Uma em 1959, "Os Três Cangaceiros", que reuniu Grande Otelo, Ronald Golias e Ankito; outra em 1964, "O Lamparina", com Mazzaropi; e outra em 1983, "O Cangaceiro Trapalhão", com direção de Daniel Filho, também explorando o sucesso popular de Renato Aragão e sua trupe do programa de TV "Os Trapalhões".
(https://semioticas1.blogspot.com/2012/03/lampiao-no-cinema.html)
A última delas, em "O Auto da Compadecida", de 2000, filme dirigido por Guel Arraes, em que João Grilo (Matheus Nachtergaele) engambela o cangaceiro Severino (Marco Nanini) com uma suposta gaita mágica que ressuscita os mortos. Severino, crente que visitaria no céu Padre Cícero, ao qual é devoto, e que depois voltaria, pede a seu guarda que o mate.
Eis a cena em que o cangaceiro Severino morre, enganado pela falácia de João Grilo.

Confira abaixo a lista completa dos 24 filmes em longa-metragem sobre o cangaço, realizados no Brasil de 1953 a 2015:
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2016/11/o-cangaco-e-o-cinema.html

MANEZINHO DO BISPO

Manuel Cavalcante Rocha (12/05/1856, Pernambuco - 1923, Ceará), o conhecido Manezinho do Bispo (foto). Foi porteiro do Palácio do Bispo, em Fortaleza-Ce, por muitos anos. Era popular por suas "tiradas" e pelos livretos que publicava no "Correio do Ceará".
Alta noite, o grande pensador levantava-se da cama e ia para a mesa de trabalho registrar uma ideia que lhe parecera genial. No dia seguinte, a ideia publicada passaria à história jocosa do Ceará, sendo motivo de comentários galhofeiros na Praça do Ferreira. 
De suas obras, a que causou maior sucesso foi um folheto cujo título era: M.C. Rocha - Biografia de sua ex-mãe (pois que ela já havia falecido). E o subtítulo: Acompanhada de um passatempo.
Também publicou um folheto intitulado Astronomia Popular, no qual dava noções dessa ciência. Na opinião de Otacílio de Azevedo, "coisa mais estapafúrdia dificilmente seria encontrada". 
Manezinho faleceu aos 63 anos.
Fontes:
Nirez, no Face.
http://www.fortalezaemfotos.com.br/2011/06/o-manezinho-do-bispo.html
http://www.fortalezanobre.com.br/2016/05/tipos-populares-manezinho-do-bispo-vd.html
http://www.casadoceara.org.br/?arquivo=pages/blog/perfil_edmilson/e1111.php

LANÇAMENTO DO LIVRO "CINQUENTA MIL MULHERES"

CONTRACAPA 
"A tudo isso eu assistia e, de minuto a minuto, eu me perguntava como o médico iria fazer aquele milagre. O parto de uma criança nascendo de mão. Já ouvira falar de nádegas, mas de mão, nunca. Quando uma pessoa tinha muita sorte, papai dizia que ela nascera com a bunda virada para lua." ~ Mariano Freitas, médico obstetra e escritor

OS CARLOS DA SILVA DA REGIÃO DE PEREIRO

Meu pai, Luiz Carlos da Silva, tinha como genitores José Carlos da Silva (n. 1886) e Valdevina Maria Carlos da Silva (n. 1886), conhecida antes do matrimônio por Valdevina Maria do Amor Divino. Meu avô José Carlos, nascido em Pereiro - CE, era o primogênito de uma família com 18 irmãos, e minha avó Valdevina, nascida em São Miguel - RN, provinha de uma família  com 22 irmãos. 
Vale salientar que possuíam parentesco entre si, sendo membros de uma clã numerosa que se distribuía pela microrregião da Serra de Pereiro, no Ceará (próximo à divisa com o RN, e na qual se incluem os municípios de Pereiro, Iracema, Ererê e Potiretama), e pela Serra de São Miguel, no Rio Grande do Norte.
Passada a seca de 1915, nossos avoengos fixaram-se em Acarape, à época pertencente ao município de Redenção, onde adquiriram uma propriedade rural denominada de "Pau Branco" ...
O enlace de José e Valdevina Carlos da Silva gerou os seguintes filhos, conforme sequência cronológica: Francisca (1913), Luiz (1918), Maria (1919), Eugênia (1920), Rita (1922), José (1924) e Valter (1925); entre Francisca e meu pai Luiz nasceram dois filhos que faleceram em idade tenra.
F1 - Francisca Carlos da Silva, professora da EVA Agnes Junes Leith; sem descendentes
F2 - Luiz Carlos da Silva, advogado, contador e professor, que casou com Elda Gurgel Coelho, com a qual gerou treze filhos; destes, sou o primogênito 
F3 - Maria Carlos da Silva, professora; sem descendentes
F4 - Eugênia Carlos da Silva, freira; sem descendentes
F5 - Rita Carlos da Silva, professora; sem descendentes
F6 - José Carlos da Silva, professor, que casou com Graziela Vasconcelos Pinto de Oliveira, com a qual gerou 8 filhos.
F7 - Válter Carlos da Silva, agricultor, que casou com Raimunda Gomes da Silva, com a qual gerou 10 filhos. O caçula Válter sucedeu o pai na administração do sítio da família em Acarape. E, por um mandato (entre os anos 1989 e 1993), foi também edil da cidade.
Todos os filhos de José Carlos e Valdevina já faleceram.

INFORMAÇÃO DE ANDRÉ GARCIA

Informo aos primos Agnor, Maria e Paulo,

Que já existe uma obra mais moderna tratando da família Gurgel, à venda no Sebo Vermelho.


Do autor José Veríssimo Fernandes.

"É um repositório de fatos pretéritos protagonizados por bravos homens e mulheres, que construíram com muito denodo e apego os liames da história da tradicional e vetusta família Gurgel. Obra com garantia de sucesso antecipado pelo manancial histórico e genealógico, amalgamados nos anais da rotina do tempo. Seu fio condutor reúne um legado de histórias de vida, registradas e fixadas na materialidade das fontes pesquisadas, rubricadas e sentenciadas para a eternidade do referencial bibliográfico." ~ Marcos Pinto

SOBRE A ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS

A Academia Cearense de Letras foi fundada no dia 15 de Agosto de 1894, em sessão solene realizada no salão nobre da "Fênix Caixeiral", então com o nome de Academia Cearense.
É a mais antiga de todas as academias de letras do Brasil.
Foi somente a partir de 1922 que passou a se chamar Academia Cearense de Letras (ACL).
Seu lema é "Forti nihil difficile".
O Palácio da Luz, um majestoso prédio construído na época do Brasil Colônia, é a sede da Academia Cearense de Letras e "serviu de sede oficial do Governo do Ceará de 1814 até 1970", conforme registra o livro "A Academia Cearense de Letras e o Palácio da Luz", de autoria de José Murilo Martins e Regina Pamplona Fiúza.
No Palácio da Luz, dirigiram os destinos do Estado mais de 90 governantes, entre capitães-mores do Ceará Colônia, presidentes da província no período do Império e presidentes, governadores e interventores nos anos da República. O Palácio por si só, como disse Gustavo Barroso, representa uma peregrinação ao passado.
Além do Palácio do Governo, ali já funcionou a Biblioteca Pública do Ceará e a Casa de Cultura Raimundo Cela. Mas foi somente em 1989 que o então presidente da ACL, acadêmico Cláudio Martins, conseguiu do governador Tasso Jereissati o Palácio da Luz para ser a sede da academia.
A Academia é constituída de um Quadro de Acadêmicos Titulares, em número de quarenta, além de Acadêmicos Honorários e Acadêmicos Correspondentes sem limitação de número. Dentre os atuais Acadêmicos Titulares, quatro são médicos: José Murilo Martins, Lúcio Gonçalo de Alcântara (que preside a ACL), Francisco Flávio Leitão de Carvalho e Marcelo Gurgel Carlos da Silva (cuja posse como membro titular aconteceu há três dias).
Foto: Jornal do Médico
Minibio
Marcelo Gurgel, 69, é médico, economista e professor universitário. Dirigiu o Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará em seus primeiros seis anos de existência (do ingresso à colação de grau de sua Turma Prima). Polígrafo laureado, com mais de uma centena de livros publicados, Marcelo é membro também da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Ceará (da qual foi diretor por dois períodos), do Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico e da Academia Cearense de Medicina, além de outros sodalícios.
Ver também: A solenidade de posse descrita pelo novel Acadêmico

A POSSE DE MARCELO GURGEL NA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS

Congratulo-me com meu irmão Marcelo Gurgel Carlos da Silva pela almejada e merecida admissão como membro titular da cadeira 25 da Academia Cearense de Letras. Estarei logo mais (com Elba)  em sua solenidade de posse na ACL, nesta que é a mais antiga de todas as academias de letras do Brasil.

ZÉ MENEZES, O CRAQUE DAS CORDAS

José Menezes de França nasceu em 06/09/1921, em Jardim-CE. Compositor, arranjador e multiinstrumentista, dominava o cavaquinho, o bandolim, o banjo, o violão tenor, o violão de 6, 7 e 10 cordas, a guitarra e o contrabaixo.
Iniciou a carreira artística aos 8 anos em cidades do Cariri cearense. Aos 9 anos de idade, apresentou-se para o padre Cícero Romão Batista, executando um choro de sua autoria denominado "Meus oito anos". Aos 11 anos já era membro da Banda Municipal de Juazeiro.
Em 1943, foi levado pelo radialista César Ladeira para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Trabalhou no Hotel Quitandinha, Rádio Globo, Boate Casablanca.
Em 1947, foi contratado pela Rádio Nacional e passou a atuar ao lado de Garoto e a participar de orquestras, além de acompanhar os grandes artistas da época.
Em 1948, teve sua primeira composição gravada, o samba "Nova ilusão", parceria com Luiz Bittencourt, lançado pelo grupo "Os Cariocas", na gravadora Continental. Esse samba, inclusive, acabou se tornando o prefixo das apresentações do referido grupo.
Na década de 1960, gravou com o grupo "Os Velhinhos Transviados" uma série de 13 LPs que alcançaram grande sucesso.
De 1970 a 1992, integrou a a Orquestra da Rede Globo de Televisão como primeiro guitarrista. Nessa emissora, compôs o tema de abertura do programa "Os Trapalhões" e as vinhetas dos programas "Chico City" e "Viva o Gordo".
Faleceu em 31/07/2012, aos 93 anos, na cidade serrana de Teresópolis.

MEMÓRIA. RESENDE E ITATIAIA

Nos dias 13 e 14 de agosto de 2003, estive nestas duas cidades fluminenses. Tendo viajado da capital paulista (rodoviária Tietê) pela movimentada Nova Dutra até Resende, onde me hospedei por dois dias. A cidade em questão é cortada pela Rodovia Presidente Dutra e considerada a mais importante estrada brasileira. 
O município de Resende, no sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, é um importante polo industrial, automotivo, metalúrgico e turístico, e sede do segundo maior complexo militar do mundo, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN, que o Google traduz por "Um Homem").
Em Resende, tive a oportunidade de assistir a um show ao ar livre da banda da Academia Militar das Agulhas Negras. A banda tocou um repertório de músicas brasileiras e internacionais.
À noite, jantei trutas em molho de alho. As trutas são destaques no cardápio da região.
No segundo dia, fui conhecer Itatiaia (a 15 km de Resende) e Penedo. O Paço Municipal ocupa as instalações do antigo Hospital de Convalescentes de Itatiaia. Quanto a Penedo, é um distrito de Itatiaia.
Conhecido como "Pequena Finlândia", Penedo começou com a chegada de imigrantes finlandeses na região, em 1929. Quando a ideia de viver somente da terra começou a ser inviável, a solução dos colonos foi transformar suas casas em pousadas para receber visitantes. E abriram restaurantes e lojas de artesanato. Se hoje são poucos os descendentes diretos de finlandeses que moram em Penedo, no entanto o distrito realmente abraçou essa cultura, não sendo estranho ver lojas, restaurantes e pousadas com nomes finlandeses.
No dia 15, voltei a São Paulo para participar da Jornada Paulista de Doenças Ambientais e Ocupacionais, da SBPT, que foi realizada no Blue Tree Convention Plaza, no dia 16 de agosto. Hospedei-me no Hotel Excelsior. Em meu tempo livre, aproveitei para conhecer: Santa Ifigênia, Largos Paissandu e do Arouche, Parque Ibirapuera, Anhangabaú, Viaduto do Chá, Theatro Municipal e... este famoso cruzamento de Sampa:

OS GURGEL DE SENADOR POMPEU, CEARÁ

"O sabiá no sertão, quando canta me comove, passa três meses cantando, e sem cantar passa nove, porque tem a obrigação, de só cantar quando chove!"
- "Chover (ou Invocação para um Dia Líquido)", do Cordel do Fogo Encantado
A principal referência dos Gurgel de Senador Pompeu, município do sertão central do Ceará, é o Sítio Catolé. Neste sítio, situado na zona rural de Senador Pompeu, viveu José Tristão Gurgel do Amaral, casado com a prima Maria Gurgel Valente, ambos oriundos de Aracati.
O casal teve sete filhos:
Francisco (1892), Antonio (1894), Claucídia (1896), Almerinda (1897), José (1900), Olímpia (1904) e Raimundo (1906) - com o sobrenome Valente Gurgel do Amaral.
F1 - Francisco Valente Gurgel do Amaral, que casou com a prima Dulce Nogueira Riquet, que teve quatro filhos: Adélia,  Flávio, Fernando e Fernanda - com o sobrenome Riquet Gurgel.
Fernando, que foi fundador e proprietário da Mecesa, tem o perfil descrito aqui.
F2 - Antonio Valente Gurgel do Amaral, que casou com Emilia Mesquita, que teve dois filhos: Geraldo e Maria de Lourdes (Mesquitinha); e depois com Maria Sindeaux, que teve Tarcísio.
Geraldo Mesquita Gurgel casou com Antonieta (Tieta), deixando descendentes. Tarcísio Sindeaux Gurgel casou com Branca, deixando descendentes.
F3 - Claucídia Valente Gurgel do Amaral, que casou com Leopoldo Pinheiro, deixando descendentes.
F4 - Almerinda Valente Gurgel do Amaral, que casou com Paulo Pimenta Coelho.
O casal teve seis filhos: Elza (f.), Elda (f.), Maria Elma, Edson, Edmar e Espedito (f.) - com o sobrenome Gurgel Coelho.
Elza, sem descendentes.
Elda, que casou com Luiz Carlos da Silva, sendo a matriarca do ramo Gurgel Carlos da família, do qual sou o primogênito: Paulo, Lúcia (f.), Marta (f.), Márcia, Marcelo, Sérgio, Meuris, Luciano, Germano, Magna, José, Mirna e Luiz (f.).
Maria Elma, que casou com José Alci Mota e teve sete filhos. Edson, que casou com Elvani, que teve três filhos.
Edmar, que casou com a prima Marta Gurgel (de Acopiara), que teve cinco filhos; e depois com Liduína, que teve um filho.
Espedito, que casou com Lúcia, que teve quatro filhos.
F5 - José Valente Gurgel do Amaral, que casou com sua prima Guiomar, filha de José Teófilo. Tio José Gurgel tem o perfil descrito aqui, e o casal adotou uma filha.
F6 - Olimpia Valente Gurgel do Amaral, solteira, sem descendentes.
F7 - Raimundo (Raimundinho) Gurgel, solteiro, sem descendentes.
Fontes: Aldysio Gurgel do Amaral (in: “Nas Trilhas do Passado”), Edmar Gurgel Coelho e Francisco Edilmo Gomes Gurgel (9 9984 4408).Data desta atualização: 21/06/2022
Notas:
Raimundinho e Olímpia, auxiliadas pela preta Ventura, administraram o Sítio Catolé nas décadas de 1950, 60, 70 e possivelmente 80. Após as mortes destes meus tios-avós, o então proprietário maior da gleba, José Valente Gurgel do Amaral, vendeu o Sítio Catolé a Fernando Riquet (Nogueira) Gurgel, que o transferiu a um dos herdeiros, Geraldo Mesquita Gurgel. O sítio fica a 2 km da sede de Senador Pompeu, na CE 166, na saída para Encantado, distrito de Quixeramobim.
(f.) = falecido(a)
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O VESTIBULAR DA CECÍLIA MEIRELES

O vestibular que nos levou em 1966 à admissão na Faculdade de Medicina da UFC constou de cinco provas aplicadas em dias separados:
Física, Química, Biologia, Português e Inglês.
Para ser aprovado, o Concurso de Habilitação (leia-se: Exame Vestibular) exigia como nota mínima o 5 para Biologia e a Química; e o 4 para a Física, o Português e o Inglês.
Cada candidato, portanto, teria que matar cinco leões. Além disso, tinha que estar de olho no desempenho dos outros gladiadores, pois havia cerca de oitocentos candidatos para as cem vagas que estavam sendo disputadas.
A pontuação máxima foi obtida pelo colega Otoni Cardoso do Vale que fez 35, e coube-lhe o 1.º lugar da Medicina.
Surpreendendo os candidatos com o poema SURPRESA, o processo seletivo de 1966 ficou conhecido como "O vestibular da Cecília Meireles". Não era frequente em competições do tipo a escolha de uma poeta da Segunda Geração do Modernismo (*) para a análise literária pelos candidatos.

SURPRESA

Trago os cabelos crespos de vento
e o cheiro das rosas nos meus vestidos.
O céu instala no meu pensamento
aos seus altos azuis estremecidos.

Águas borbulhantes, árvores tranqüilas
vão adormentando meus tempos chorados.
E a tarde oferece às minhas pupilas
nuvens de flores por todos os lados.

Ó verdes sombras, claridades verdes,
que esmeraldas sensíveis hei nutrido,
para sobre o meu coração verterdes
mirra de primaveras e de olvidos?

Ó céus, ó terra que de tal maneira
ardente e amarga tenho atravessado,
por que agora pensais com tão fino cuidado
vossa mansa,calada, ferida prisioneira?

Cecília Meireles
In: Mar absoluto (1945)

OU ISTO (a poeta-surpresa na prova de Português) OU AQUILO (o grau de dificuldade das questões formuladas no Concurso de Habilitação), digamos que ambos, foram os fatores concorrenciais para que apenas 47 das 100 vagas disponíveis fossem inicialmente preenchidas.
E seguiu-se um segundo certame (com as respectivas revisões) a fim de que todas as vagas ofertadas fossem finalmente preenchidas.
As listas com os nomes dos aprovados foram afixadas num saguão da Reitoria.
Na lista da Agronomia, um deles saiu com nome e apelido (Titico). Com o tempo, seríamos apresentados por um amigo comum, o violão.

(*) Foram destaques da 2.ª Geração do Modernismo: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Mario Quintana e Cecília Meireles.