CHAMADA À FAMÍLIA GURGEL

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HOSPITAL DE MESSEJANA. Aniversário de 79 anos

O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) comemora amanhã (dia 24) o aniversário de 79 anos de existência da instituição.
Programação
8h - Alvorada e hasteamento das bandeiras com a participação da Banda do Corpo de Bombeiros.
8h30 - Abertura da exposição Velhas tecnologias que antecederam novos saberes.
9h - Acolhimento dos convidados com a apresentação do coral A Voz do Coração.
9h30 - Sessão solene com as entregas da Comenda Dr. Carlos Alberto Studart Gomes.
10h - Palestra: A evolução do HM no cenário de transformação das políticas públicas de saúde.
10h30 - Mesa-redonda: O papel do HM no fortalecimento do SUS.
12h - Almoço de confraternização.
15h - Plantio de 79 mudas de árvores no Bosque dos Eucaliptos.
(programação conforme consta do convite que me foi enviado)
+ informações
Site do HM
24/05/2012 - Atualizando...
A sessão solene contou com a presença das seguintes autoridades: Secretário de Saúde do Ceará Dr. Arruda Bastos, Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde Dr. Odorico Monteiro, Deputado Estadual Dr. Carlomano Marques e Diretora Geral do HM Dra.Socorro Martins.
Foram agraciados com a comenda Dr. Carlos Alberto Studart Gomes os seguintes funcionários e ex-funcionários do HM:
- Dr. José Eldon Barros de Alencar (médico cardiologista)
- Dr. Edísio Machado Carneiro (médico cardiologista)
- Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva (médico pneumologista), que discursou em nome dos homenageados
- Enf.ª Dra. Sâmia Coutinho de Oliveira (diretora administrativa do HM)
- Dra. Solange Cecília Cavalcante Dantas (farmacêutica)
- Dra. Taciana Figueiredo de Carvalho (nutricionista)
- Sra. Maria Cleudes Benevides de Alencar (ex-chefe de pessoal do HM)

ACOPIARA X IGUATU

Rixas, tricas e futricas
Carlos José Holanda Gurgel
A briga vem de longe e não tem nenhum sentido. Não existe disputa político ou intriga familiar ou algum fato concreto que justifique tal rivalidade. A disputa entre cidades vizinhas é até normal e não é nenhuma novidade. O fato é que essa velha disputa entre Acopiara e Iguatu é histórica e recheada de fatos pitorescos. Sou natural de Acopiara, mas morei pouco tempo lá. Era muito pequeno, apenas com cinco anos, quando meu pai fugindo da seca de 58 e dos seus reflexos sociais e econômicos e das dificuldades para criar os filhos, veio morar em Fortaleza. A partir dessa mudança eu somente retornava para Acopiara durante as férias escolares. Como minha mãe era natural de Iguatu e até hoje tenho família e parentes por lá, também passava parte das férias escolares nessa cidade vizinha. Ficava dividido, mas invariavelmente passava as férias no interior. Iguatu ou Acopiara? Era o grande dilema. E por conta da “dupla cidadania” sofria dos dois lados. Se estivesse em Acopiara tinha que aguentar as brincadeiras e os xingamentos contra os moradores e as mazelas da cidade de Iguatu. Se ao contrário, pior ainda, pois era acopiarense nato. Não aliviavam nas brincadeiras e por vezes na humilhação dos conterrâneos e nos comentários maldosos sobre minha pequena cidade natal. Nem mesmo meus primos do Iguatu tinham qualquer compaixão. Baixavam o sarrafo, como se diz. E eu lá, sem saber para onde correr. Defendia, argumentava, justificava e de nada adiantava. Nunca levava vantagem diante da evidente desvantagem.
Em que pesem as discussões e os constrangimentos sofridos por conta dessa rivalidade, nem por isso me afastei das cidades. Ao contrário. Sonhava durante todo período letivo com as férias “nos matos”, como chamavam pejorativamente meus amigos da capital e se referindo às duas cidades. Bem, nesse caso menos mal, afinal não dava para comparar Acopiara ou Iguatu com Fortaleza. Capital é capital, e não se discute. Mas na minha visão, prioridade e vontade nem passava perto a idéia de ficar em Fortaleza durante as férias. Fazendo o que dentro de casa? O bom mesmo era no interior, lá nas brenhas, como se falava. E era esse o entendimento dos meus primos e demais estudantes que tiveram a mesma sina de ter que morar e estudar na capital. O sonho da liberdade total e sem qualquer compromisso com horários. Festas e mais festas, pescarias, caçadas, bebedeiras e tudo que é diversão. Jogar bola, sinuca, baralho e até pedra no telhado do vizinho. Tudo valia para passar o tempo. Até dormir de dia para virar a noite nas farras. E tudo isso durante quatro meses. É muito? Que nada. Era isso mesmo e eu ainda achava pouco. Naquela época, acreditem, as aulas transcorriam em períodos bem definidos assim como as sagradas férias. As férias eram gozadas em dois períodos: no meio do ano, no mês de julho e no final do ano, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Isso para quem passava por média. Para quem ficava em recuperação vinha o castigo. Perdia o mês de dezembro com aulas de reforço e provas. Um martírio para quem aguardava ansiosamente a viagem para o “paraíso” depois de quatro torturantes e intermináveis meses de aulas.
Mas retomando as históricas disputas, relembro algumas das infames brincadeiras e insultos trocados entre os moradores das cidades. Por conta da sua acidentada geografia, a maioria das ruas em Acopiara possui acentuadas subidas e descidas, as chamadas ladeiras. A turma do Iguatu aperreava dizendo que para se tomar sopa em Acopiara era necessário calçar o prato com um tijolo senão a sopa entornava. Pronto, tava feita a confusão. A turma de Acopiara devolvia dizendo que em Iguatu tinha uma vantagem, não precisava esquentar a sopa para servir. Bastava colocar a sopa na janela que ela fervia, em alusão ao calor infernal reinante na cidade. As discussões chegavam ao ridículo de comparações tipo qual era a cidade em que mais se bebia, em qual mais se brigava, qual tinha o pistoleiro mais valente e cruel, entre outras inutilidades. Isso sem falar nas tradicionais disputas de futebol, qual o melhor carnaval, onde as mulheres eram mais bonitas, onde residiam os comerciantes mais ricos e outros temas inusitados. Até uma disputa para saber qual das duas cidades tinha o homem mais feio ocorreu. Nessa briga Iguatu ganhou disparado com o incrivelmente feio e malfeito “Chico Beiçola”. Se bem que Acopiara apresentou um forte concorrente, o “Galba Zoião”. Pense num macho feio!
Do ponto de vista econômico, a briga era desigual. Iguatu sempre foi uma cidade bem maior, mais do dobro do tamanho, com varias indústrias e intenso comércio, agricultura de porte e pecuária desenvolvida. Mas a cidade tinha seus pontos fracos. Curiosamente e inexplicavelmente perambulava pelas ruas de Iguatu um grande contingente de malucos maltrapilhos. Chamava atenção nas décadas de 60/70 a incrível quantidade de doido na cidade. Que eu me recordo: Chico Siebra, Maria Doida, Neném Teixeira (lançou a moda da minissaia no sertão), Baú, Calorzinho, Zeca Peidão, Maria Leão, Turica, entre outros menos conhecidos. E nisso a turma de Acopiara não aliviava. Bastava chegar alguém de Iguatu que vinha logo a gozação: ih, chegou mais um doido do Iguatu! E tome bate-boca e xingamentos mútuos. E não raro os ânimos se exaltavam e os rivais saíam no braço.
Também me recordo das famosas brigas sobre a existência ou não de homossexuais nas cidades. Naquela época a homofobia era tolerada e não existia a onda do politicamente correto e muito menos se falava em direito de minorias. Nenhuma cidade do interior aceitava livremente as opções sexuais não convencionais e os homossexuais eram xingados e perseguidos. O simples fato de um homem usar cabelo comprido já era motivo de piadas e provocações. Imagine então se vestir de mulher e pintar as unhas. Pois não é que apareceu uma “bicha”, dessas bem escandalosas, lá em Iguatu. A dita cuja tinha o interior do estado todo para escolher, mas optou por morar justamente em Iguatu. Foi um prato cheio para a turma de Acopiara. Não faltavam piadas quanto a masculinidade dos homens do Iguatu e, para completar, um belo dia a “boneca” teve a coragem de ir passear em Acopiara. A cidade quase foi abaixo. A figura exótica, que atendia pelo codinome de “Sol” (abreviatura de Solange), simplesmente arrasou. Talvez por vingança, por conta das humilhações sofridas, abriu a agenda e o coração. Contou tudo e ainda por cima “entregou” uma meia dúzia de ilustres moradores iguatuenses que se diziam muito macho. A galera de Acopiara foi ao delírio. Essa história ficou atravessada na garganta dos machos iguatuenses e até hoje rende gozações. Foram inúmeras as brigas, ameaças e juras de vingança. Dizem que teve até morte por conta desse fato. Coisas de interior. Coisas do meu Ceará.

ÉRICO NO BNB

No dia 7 do corrente, Érico de Macedo Gurgel assumiu o cargo de Especialista Técnico - Engenheiro Mecânico do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Aprovado e bem classificado em concurso público de âmbito federal, sua convocação para o referido cargo, a ser exercido no Polo de Fortaleza do BNB, era aguardada por todos nós.
Graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 2008, Érico trabalhou nos últimos três anos como engenheiro mecânico da Ford, filial de Horizonte (Troller), onde adquiriu  uma boa experiência profissional, certamente a ser aplicada em seu novo cargo.
Atualmente, Érico é também aluno do curso de MBA em Gestão de Projetos da Faculdade Christus.
Desejamos-lhe o mais amplo sucesso.

MEDICINA MEU HUMOR! Apresentação do livro pelo autor

Arranjo artístico na Unicred feito com exemplares 
do livro de Marcelo. Ana Margarida fotografou (*)
Ao longo da minha existência, recolhi mais de seiscentos causos, muitos dos quais participei, como testemunha ocular, servindo-me deles, algumas vezes, para contá-los, em certos momentos de lazer, como uma forma de entretenimento social, ou de atividades laborais, para puro relaxamento da audiência, quebrando a aridez das minhas exposições técnicas.
Nos últimos três anos, com o intuito de preservar as narrativas, passei a transpô-las para o papel, como croniquetas, com vistas a reuni-las em publicações específicas de causos. Assim, das cerca de 150 já descritas, selecionei sessenta e três, que foram dispostas no livro: “Contando causos: de médicos e de mestres”, cujo lançamento se deu em março de 2011, focalizando histórias engraçadas de dez médicos, que foram meus professores da Faculdade de Medicina da UFC. Esse livro obteve uma larga aceitação dos costumeiros leitores e de outros considerados potenciais, sendo o mesmo objeto da aquisição de instituições de saúde, para distribuição entre os seus médicos afiliados.
Como a obra referida tinha, também, o velado propósito de homenagear meus queridos mestres, foram evitados os relatos envolvendo situações mais constrangedoras; cuidou-se, igualmente, de zelar pela produção das narrativas, buscando obter, previamente, a anuência do perfilado ou de seus herdeiros.
Agora, vêm a público, sob o título “Medicina, Meu Humor!”, mais sessenta novos causos, hilários e mais picantes que os anteriores editados, sobre os quais conta-se aqui o “milagre, sem revelar o santo”. Algumas das estórias receberam uma roupagem literária, fruto de licenciosidade do autor, embora com muito cuidado para não adulterar o fato, deixando-o tal e qual transcorreu.
O título em epígrafe espelhou-se na obra símile, “Medicina, meu Amor!”, do médico e escritor Prof. José Murilo Martins, intelectual que presidiu a mais antiga academia literária em atividade, no Brasil, no caso, a Academia Cearense de Letras, o qual, não por acaso, escreveu o prefácio deste livro.
O Ceará é celeiro de humoristas, bons ou maus, para todos os gostos, daí o trade turístico alardear, aos quatro ventos, estar aqui a “Terra do Humor”, um território livre, onde impera a chacota, o chiste, o riso, mesmo a despeito de tantas mazelas que assolam o torrão cearense.
► Como a “Terra da Luz” é, também, a “terra das academias”, que pululam até em pequenos municípios, o Ceará chega a ser um reduto de pessoas que cultivam as letras, incluindo aquelas que escrevem sobre humor e/ou põem humor nos seus escritos (e.g. Juarez Leitão, Ruy Lima, Pedro Salgueiro). Incrustado na Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Ceará, há um naipe de alto quilate, que publica “causos”, sobretudo “causos médicos”, cabendo mencionar os associados Dalgimar Beserra de Menezes, Geraldo Beserra, José Maria Chaves, José Murilo Martins, Luiz Moura, Paulo Ferreira e Paulo Gurgel.
Enfim, a “Terra do Sol” é um território aberto, iluminado por mentes que pensam, que riem e que até fazem chorar, caindo os escritos deste livro no gosto do leitor mais exigente.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
(*) A médica e historiadora Ana Margarida Arruda cobriu a noite de autógrafos de "MEDICINA MEU HUMOR!" para o blog MEMÓRIAS.