"MEDICINA, MEU HUMOR!". PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO

Em 2012, o médico e escritor cearense Marcelo Gurgel Carlos da Silva publicou “Medicina, Meu Humor! Contando Causos Médicos” (ISBN 978-85-901655-7-6), um livro em que ele reuniu uma série de hilários instantâneos dos quais participou como testemunha ocular, ou escutou-as em narrativas orais de seus colegas.
Tendo o prefácio do médico Dr. José Murilo Martins, da Academia Cearense de Letras, a referida obra encontra-se dividida em quatro Partes: I – Historietas infantis, 2 – Da medicina da UFC (em que fui o informante de duas das histórias, "Os Bilhetes do Sombra" e "Decisão Sacramental"), III – Do ensino médico e IV – Dos serviços médicos, além de um Apêndice.
Esgotada a tiragem inicial (de mil exemplares), o autor retorna com a obra em Segunda Edição (ISBN 978-65-996963-0-5), a qual ganhou a Parte V e a inclusão em seu Apêndice" de seis "Gaiatices do Paulo Ferreira", anestesiologista e notável causeur no meio médico cearense.
Nesta quinta Parte, denominada "Dos nossos tempos discentes da Medicina na UFC", Marcelo Gurgel deu roupagem literária a divertidas situações por que passaram cinco colegas acadêmicos da Medicina da UFC, nos anos setenta do século passado, cujos nomes são inteiramente fictícios. Mas, os fatos aqui narrados são verdadeiros, ponto.
O traço comum dessas novas histórias é que foram protagonizadas por colegas transferidos de outras universidades do Brasil e do exterior. Alguns dos quais mercê da artimanha de ter ascendência lusitana e de contar com a intervenção de embaixadas ou consulados da "terrinha" para dar início a uma graduação médica em Portugal. E, na sequência, possuídos de uma incontrolável saudade da pátria que Glauber Rocha chorou no exílio, terem engendrado o retorno ao Brasil.
Aqui chegados, graças a um processo de "repatriamento" adubado pelos famosos "jeitinhos" brasileiros, esses nostálgicos acadêmicos, depois de soltos no verde campus de Porangabuçu, revelar-se-iam, em algum momento, A/A (autores/atores) de esquetes da vida real. Se vivo estivesse à época, o dramaturgo Molière aplaudiria de pé o desempenho de tão jeitosa trupe.
Hilaridades à parte, entre eles, "havia aqueles que mostravam um excelente rendimento acadêmico, expresso em notas altas, e que, depois da formatura seguiram a formação pós-graduada e converteram-se em profissionais dedicados e competentes e bem avaliados por seus pares. Alguns desses assumiram uma carreira acadêmica como docente da própria UFC", ressalva Marcelo Gurgel.
Nas lavras dos causos (médicos e de outros setores ocupacionais), estou certo de que Marcelo continua a bamburrar.
Paulo Gurgel Carlos da Silva
De "EntreMentes" (http://blogdopg.blogspot.com) e
"Linha do Tempo" (http://gurgel-carlos.blogspot.com)
O "CAUSEUR" MARCELO GURGEL

LANÇAMENTO DO LIVRO "MEDICINA, MEU HUMOR! Contando Causos Médicos - 2.ª edição"

A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará (Sobrames-CE) convida para a noite de autógrafos da 2.ª edição de "Medicina, meu humor! contando causos médicos", livro do médico e economista Marcelo Gurgel Carlos da Silva, cuja renda será revertida para as ações culturais da Sobrames-CE.
O livro e o autor serão apresentados pelo Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva, ex-presidente e sócio-fundador da Sobrames-CE.
Local: Espaço Cultural Dra. Nilza dos Reis Saraiva, na Av. Rui Barbosa, n.° 1.880 (altos) - Aldeota.
Data: 28 de março de 2022 (segunda-feira)
Horário: 20h.
Traje: Esporte Fino.
Dr. Raimundo José Arruda Bastos
Presidente da Sobrames-CE

Confirmar presença: 98616.8781 ou 3244-3807 (Sra. Orlania).
Uso obrigatório de máscara.

"O Ceará é celeiro de humoristas, bons ou maus, para todos os gostos, daí o trade turístico alardear, aos quatro ventos, estar aqui a "Terra do Humor", um território livre, onde impera a chacota, o chiste, o riso, mesmo a despeito de tantas mazelas que assolam o torrão cearense." (MGCS)
  1. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Contando causos: de médicos e de mestres. Fortaleza: Expressão, 2011. 112p.
  2. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. (org.). Portal de memórias. Fortaleza: Expressão, 2011. 200p.
  3. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Medicina, meu humor! Contando causos médicos. Fortaleza: Edição do autor, 2012. 120p.
  4. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da (org.). Meia-volta, volver! Médicos contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2014. 112p.
  5. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da (org.). Ordinário, marche! Médicos contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2015. 112p.
  6. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da (org.). Ombro, arma! Médicos contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2018. 112p.
  7. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Ridendo castigat mores! Contando causos. Fortaleza: Expressão, 2019. 112p.
  8. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Contando causos da mídia. Fortaleza. Expressão,2020. 108p.
  9. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da (org.). Fora de Forma Médicos contam causos da caserna. Fortaleza. Expressão,2020. 108p.
  10. SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Medicina, meu humor! Contando causos médicos (2.ª edição). Fortaleza: Expressão, 2022. 144p.

BILHETE PARA O DR. EDUILTON GIRÃO

Estimado confrade Eduilton Girão, recebi o livro de sua autoria 1"Por Gratidão ou por Benquerer" (Expressão Gráfica e Editora, 2020). Muito obrigado! Estou encantado com o livro construído com biografias de parentes, colegas e amigos. Gentes da sua estima! Excelente ideia de homenagear as pessoas do seu Benquerer.
Você é um homem rico de amigos, os tem em todo lugar. Muitos deles fazem parte da Sobrames, ora prestigiados: 2Ana Margarida, Eurípedes Chaves Júnior, 1Marcelo Gurgel, Murilo Martins, 1Paulo Gurgel, Sebastião Diógenes e Vladimir Távora. Legal! Todavia, ouso dizer que a obra ficou devendo o verbete biográfico do próprio autor. Único senão do livro!
As "Palavras Introdutórias" da obra são a essência do seu ser, especialmente quando o notável Girão de Morada Nova ressalta a "importância de agradecer". Receba, pois, meus parabéns! A um só tempo, agradeço-lhe de coração ter sido contado entre os seus amigos. Uma homenagem que muito me cativa! Sei perfeitamente que essa homenagem é fruto do genuíno sentimento de gratidão ou benquerença que o nobre confrade tem por hábito consagrar às pessoas. Saiba meu prezado colega que estou muito agradecido com a distinguida deferência de o meu nome figurar como verbete em seu livro. Como se não bastasse tanta honraria, eis-me que a ordem alfabética dos verbetes fez a sua parte na minha fortuna. Pois, encontro-me ao lado do verbete do inesquecível 3Sérgio Gomes de Matos.
Por enquanto, um virtual abraço!
Sebastião Diógenes
Extraído de: "A Plenos Pulmões" (38.ª Antologia da Sobrames - Ceará). Marcelo Gurgel Carlos da Silva (org.). Fortaleza: Edições Sobrames. Expressão Gráfica e Editora, p. 293. ISBN 978-65-5556-286-6
1 http://gurgel-carlos.blogspot.com/2021/01/por-gratidao-ou-benquerer.html

MEMÓRIA. PETRÓPOLIS E TERESÓPOLIS

Trabalhei em Petrópolis neste hospital de psiquiatria, a Casa de Saúde Santa Mônica. Ainda existe (CNES 2275600). Um frenocômio de natureza privada, conveniado com a previdência social e que apresentava uma característica sui generis. O setor para pacientes femininos da instituição (foto recente) distava cerca de 9 km do setor para pacientes masculinos. O primeiro setor (onde funcionavam também a administração do hospital e o repouso do plantonista) ficava em uma colina do bairro Roseiral, na Estrada União Indústria, a caminho de Juiz de Fora. Já o segundo ficava em outro bairro mais próximo do centro de Petrópolis.
Meus plantões iam das 19 horas dos sábados às 19 horas dos domingos. E cumpri-os todos ao longo de um ano (de 1.º de março de 1973 a 28 de fevereiro de 1974). No horário das 19 às 24 horas é que aconteciam as admissões e as intercorrências Registrava as histórias clínicas e fazia as prescrições exclusivamente no setor feminino. Recolhia-me a seguir para o repouso. No dia seguinte, após o desjejum, deslocava-me em meu carro até o setor masculino, onde repetia as atividades anteriormente descritas. Um que me acompanhava na visita aos pacientes masculinos era o atendente Carolino (personagem de um dos causos do livro "Portal de Memórias").
Finda a visita médica voltava ao setor feminino. Almoçava. E passava a tarde numa sala a ler algum livro ou revista de medicina. Tentando, é verdade, não desviar minha atenção para o televisor que o Dudu deixava ligado no Sílvio Santos. Quase sempre um dos diretores do hospital, o Dr. Rodolpho Chauphaille, aparecia por lá e então batíamos um papo. Dentista por formação, era um administrador exigente e parecia gostar de mim.
Às 19 horas, concluído o plantão médico, logo mais eu baixava num dos points da cidade para me divertir. Um barzinho, um restaurante, um clube social... tendo como pano de fundo a tranquilidade e o clima serranos. Dormia num hotel modesto no centro de Petrópolis, onde o dono nunca acertava com o nome do meu posto no Exército. E, às 5 horas da segunda-feira, iniciava a descida da serra para uma nova semana de trabalho no Hospital Central do Exército.
Com a minha inesperada transferência para uma região de fronteira no Amazonas, não lamentei por ter deixado a Guanabara; Petrópolis, sim. Não cheguei a me hospedar no Palácio Quintadinha (ficou só na intenção), não visitei o Museu Imperial, o Palácio de Cristal nem a Casa de Santos Dumont. Comprei malhas em lojas da Rua Teresa. E, quando minha mãe visitou a Cidade Maravilhosa, acrescentei uma esticada a Petrópolis. Dona Elda adorou ter ido àquela casa de chá com roseiras no jardim.
Antes de partir para o Alto Solimões, me programei para uma despedida sentimental da serra fluminense. Não esquecendo de incluir no roteiro a vizinha Teresópolis (que eu ainda não tinha visitado). Viajando pela Estrada União Indústria, de Petrópolis até Itaipava, e deste distrito pela BR-495 até Teresópolis - um percurso de 53 km. Um agradável passeio em que me deixei maravilhar por cachoeiras, reservas da Mata Atlântica e montanhas sob uma manhã iluminada. E o Dedo de Deus quase a me rogar para ser fotografado. 
Além de tudo, como entrava o país no reino da pagodeira, convidei minha irmã Marta e seu esposo João Cunha(do), meus companheiros de moradia no bairro da Glória, para irmos a um baile de carnaval no Clube Serrano de Petrópolis.
Tornei a ver Petrópolis mais uma vez. Na "quinta-feira de cinzas", em meu percurso para Fortaleza, onde passaria as férias antes de seguir para o Amazonas. E parei na Cidade Imperial por um motivo bem prosaico: sacar o FGTS e o último mês de salário que a Casa de Saúde Santa Mônica depositou em minha conta no Banco Real. Ia precisar de um reforço de caixa para a viagem que faria - por terra - a Fortaleza. Levando alguns pertences e o fusca cuja venda já estava apalavrada com meu genitor Luiz Carlos.
15/03/2022 - Esta crônica está sendo publicada quase um mês depois da tragédia que atingiu Petrópolis, quando fortes chuvas provocaram grandes deslizamentos de terras que deixaram muitas pessoas mortas, feridas e desaparecidas, pricipalmente na Rua Teresa, Alto da Serra e Morro da Oficina. Que a brava gente petropolitana consiga se recuperar desse período de dor e sofrimento.

A FLORAÇÃO DA PALMEIRA TALIPOT

Uma das três árvores plantadas em meados dos anos 1980, como parte de um projeto do paisagista Burle Marx, começou a dar flores no jardim do Centro Administrativo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), no bairro Passaré, em Fortaleza. A florada, que tem chamado a atenção de moradores da região, só ocorre uma vez na vida e, depois disso, a palmeira morre.
A planta é a Corypha umbraculifera, chamada popularmente de talipot. Nativa do Sul da Índia e do Sri Lanka, ela pode chegar a 30 metros de altura. Mas é no topo que sua beleza se destaca, quando suas minúsculas  flores nascem. A palmeira exibe essas flores geralmente quando atinge entre 40 e 70 anos de idade.
Esta é a segunda árvore do tipo a florescer desde a chegada delas (a primeira floresceu em 2014). E a terceira árvore dessa leva de 1980 ainda não floresceu, mas a expectativa é que isso aconteça nos próximos cinco ou dez anos.
O processo de florescimento dura seis meses. Em um primeiro momento nascem as flores e, em seguida, ocorre a frutificação - o momento em que nascem os coquinhos. Como esse processo é o que antecede a morte da árvore, algumas novas mudas já foram plantadas no jardim do Centro Administrativo do BNB para garantir as próximas gerações.
Fonte: http://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2022/02/22/palmeira-de-quatro-decadas-tem-primeira-e-unica-floracao-no-ceara-video.ghtml
Meu filho Érico. que trabalha no BNB, enviou-me a foto da palmeira em floração (crédito: Fernando Cavalcante).

PUXANDO AS CAPIVARAS

Para Judson:
Toussaint Gurgel, que deu origem à família Gurgel no Brasil (1595), foi corsário, contrabandista de madeira e caçador de baleias.
Em 1716, o alferes José Gurgel do Amaral e amigos travaram um cruento duelo com gente do governador Francisco Xavier de Távora (RJ), no fim do qual os desafetos estavam mortos. José Gurgel homiziou-se em Cataguases-MG, onde foi preso, a seguir sentenciado e levado ao patíbulo em 1722.
Vicente Gurgel do Amaral, n. 1812, na Fazenda Porteiras, em Aracati-CE, que foi proprietário de terras e tenente-coronel da Guarda Nacional. Para vingar um irmão assassinado, Vicente reuniu alguns familiares, foram no encalço dos facínoras e praticaram a justiça com as próprias mãos. O fato ficou conhecido pelo nome de "esfola-vivos".
Antônio (Valeriano) Gurgel do Amaral, que foi proprietário rural no Oeste Potiguar, quando viajava de Mossoró para Caraúbas e Brejo do Apodi, foi aprisionado por Virgulino Lampião, em 12/06/1927, e mantido refém por 17 dias. Ao ser libertado, recebeu de Lampião três moedas de ouro para sua neta (corrupção passiva?).
E, para a hipótese de termos uma ancestralidade com o sobrenome Gourges, na Gasconha:
Em 1568, Dominique de Gourgues, liderou uma força francesa que atacou, capturou e queimou o Fort Caroline. Em seguida, ele matou os prisioneiros espanhóis para vingar um massacre sofrido pelos franceses em 1565.
Não se avexe, não. Toda família tem suas "capivaras".
Paulo Gurgel Carlos da Silva