A PROFISSÃO DE JORNALISTA

Carta enviada a parlamentares do Congresso Nacional pela jornalista Márcia Gurgel, formada em Comunicação Social e em Letras pela Universidade Federal do Ceará:

Caro Parlamentar,
Sou jornalista aposentada após mais de trinta anos ininterruptos de atividades. Aposentei-me por tempo de serviço mas poderia também ter requerido o afastamento definitivo em função das
graves lesões sofridas no exercício da Profissão (LER/DORT). Após dezenas e dezenas de sessões de fisioterapia e de uma cirurgia na mão direita, continuo com problema. Esta informação é só para ressaltar que a nossa profissão não pode ser equiparada às demais. São tantas as especificidades que somente quem a exerce pode avaliar corretamente. Além da LER/DORT, contraí outras enfermidades no decorrer das mais de três décadas de trabalho em jornal e em assessoria de comunicação, como hipertensão, arritmia e fibromialgia. Contudo, tenho saudades do meu trabalho. Ainda assim, digo que eu nunca voltaria se a nossa profissão não fosse reconhecida como de nível superior e exclusiva dos bacharéis em comunicação social, com habilitação em jornalismo. O STF rasgou diplomas e sonhos de milhares de brasileiros e a expectativa, agora, é de que os parlamentares se sensibilizem e restabeleçam a exigência do diploma, como nunca deveria ter deixado de ser.
Com atenção,
Márcia Gurgel
Publicada a 29/10/09 no Sindjorce.

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