Retornando de Maranguape, onde visitei a Casa de Chico Anysio, fui conhecer a de Rodolfo Teófilo, que fica na Rua Petrônio Portela, nº. 153, em Pajuçara, distrito de Maracanaú.
Foi construída no alto de uma colina em um lugar chamado Alto da Bonança. Seu portão de ferro artisticamente trabalhado estava entreaberto. Entrei. Não havia ninguém por lá, naquele momento.
É uma casa branca com portas e janelas azuis. Na frente, há um alpendre com bancos e uma faixa amarronzada de tijolos aparentes que realça a fachada (foto 1). Árvores frutíferas de várias especies crescem no terreno ao redor.
Após muitos anos abandonada, a casa foi reformada em 2005 pela Prefeitura de Maracanaú. Dois anos depois, foi tombada pelo patrimônio histórico municipal. Nesta casa, Rodolfo Teófilo escreveu alguns dos 27 livros que publicou.
Nascido na Bahia, Rodolpho Marcos Teóphilo (1853 - 1932) veio para o Ceará com 15 dias de vida. Farmacêutico, historiador, industrial e sanitarista, ele atuou no combate à varíola no fim do século XIX e início do século XX. Sempre se disse e se considerou cearense, não aceitando jamais ter nascido em outro lugar. "Sou cearense porque quero" asseverou sempre e, se assim o dizia, melhor demonstrava o infinito amor que nutria pelo Ceará.
A tarde estava nublada e começou a cair um toró. Esperando que a chuva passasse, sentei-me num dos bancos do alpendre. Foi quando chegaram duas funcionárias da Prefeitura de Maracanaú, pedindo desculpas pelo pequeno atraso. Abrindo a casa, elas me disseram que esta não dispunha de acervo. A casa era utilizada para ensaios de música e reuniões de grupos religiosos da comunidade.
Na verdade, o único objeto digno de apreciação era aquele que eu tinha visto ao entrar: o Monumento à Cajuína (foto 2). Feito em cimento, essa obra reproduz a imagem de um tronco, que dá origem a um galho com um caju na ponta, o qual, por sua vez, repousa na boca de uma garrafa. Explicaram-me, ainda, que existia uma folha que integrava o conjunto, mas esta tempos atrás havia se desprendido.
Segundo Rachel de Queiroz, a Rodolfo Teófilo se deve a invenção da cajuína, uma bebida não-alcoólica à base do suco de caju que é muito popular no nordeste brasileiro.
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