O CASTELO DE NEUSCHWANSTEIN

19/02/2017
Bem no sul da Alemanha fica a cidade de Füssen. Localizada na fronteira com o Tirol austríaco, é a cidade de maior altitude na Baviera. De Karlsruhe (a cidade em que estávamos) a Füssen a distância é de 281 quilômetros. Uma autobahn possibilita realizar essa viagem em menos de 3 horas.
A cidade abriga os castelos de Neuschwanstein e Hohenschwangau, que tornaram Füssen mundialmente famosa. Construído pelo rei Ludwig 2º (Luís II da Baviera), na segunda metade do século 19, o palácio Neuschwanstein serviu de inspiração para outros palácios, como o castelo de Cinderela do Walt Disney World®‎, nos Estados Unidos.
Neuschwanstein (pronuncia-se "nóichivanstáin") era o castelo dos sonhos de Luís II. Está situado num magnífico cenário montanhoso, tendo como pano de fundo os Alpes da Baviera.
Em Füssen, próximo a um grande estacionamento para os carros dos visitantes, charretes puxadas por robustos cavalos partem transportando os turistas ao penhasco em que o palácio se encontra. Mas a maioria das pessoas prefere ir a pé deste ponto até o castelo de Neuschwanstein. Estimo que este trecho do percurso meça cerca de 1,5 quilômetro.
Um pouco abaixo do nível do castelo, existe uma área coberta e com assentos à disposição dos visitantes. Um painel luminoso informa a vez de cada grupo visitar o castelo.
Um dispositivo de áudio, que o turista recebe na entrada do castelo, orienta a visita no idioma selecionado pelo visitante. O primeiro esclarecimento: ali não se trata de um castelo medieval. Neuschwanstein foi um castelo mandado construir por alguém que admirava profundamente tudo que se relacionava  com a Idade Média. Imagens de cisnes, a cor azul e pinturas de cenas das óperas de Wagner são vistas por toda parte no interior do castelo.
Vista aérea do Castelo de Neuschwanstein
Construído a partir de 1868, "no estilo genuíno dos antigos castelos dos cavaleiros medievais", conforme o próprio Ludwig 2º escreveu ao compositor Richard Wagner, marca o capítulo final da vida do rei. Foi de lá que ele partiu para uma viagem sem retorno, poucos dias depois de ser destronado em consequência de seus problemas mentais.
Os médicos haviam atestado (sem examiná-lo) que ele sofria de esquizofrenia paranoica. Ele morreu misteriosamente nas águas do Lago Starnberger, em 13 de junho de 1886, juntamente com o médico que o acompanhava.
Um detalhe intrigante: o excêntrico monarca era considerado um bom nadador.
Curiosidades
  • O complexo do castelo estende-se por 6.000 metros quadrados articulados em quatro andares e numerosas torres, com uma altura que atinge os 80 metros.
  • O castelo pode ser considerado como um monumento dedicado a Richard Wagner, o qual Luís II da Baviera admirava muito. Neuschvanstein, que significa "Novo Cisne de Pedra", tem este nome em homenagem a uma ópera do compositor Wagner chamada "Lohengrin".
  • De fato, muitas das suas salas são inspiradas em óperas do compositor alemão.
  • Luís II empenhou todo o seu patrimônio na construção do castelo, superintendendo os trabalhos; no entanto habitou durante muito pouco tempo nesta residência.
  • Luís II observou o avanço dos trabalhos diretamente do castelo onde passou a infância, o vizinho Castelo de Hohenschwangau.
  • A Sala do Trono não tem trono: isto porque Luís II morreu antes que o trono ficasse completo, e por isso não foi mais colocado no seu lugar.
  • Uma das salas do castelo reproduz, de maneira muito realista, uma gruta com suas estalactites e estalagmites, a qual possuiu uma cascata durante o reinado de Luís II.
  • Luís II, receando os danos, ordenou ao curador do castelo que interditasse as visitas dos curiosos depois da sua morte. Poucas semanas depois da morte do soberano, o castelo abriu as suas portas aos visitantes. É atualmente um dos lugares mais visitados da Alemanha em qualquer estação do ano.
  • Afirma-se que este é o edifício mais fotografado da Alemanha, e um dos destinos turísticos mais procurados do país.
Na Baviera, quanto mais se procuram pistas sobre o rei Ludwig 2º, mais complexa e misteriosa parece ter sido sua vida. Visitantes de todas as partes do mundo querem conhecer sua história. Muitos vêm da Ásia, dos Estados Unidos e também da Europa – especialmente da França, cujo rei Luís 14 e seu estilo de governo absolutista eram muito admirados pelo monarca bávaro. E milhares de turistas visitam anualmente os três castelos do monarca: Linderhof, Herrenchiemsee e especialmente Neuschwanstein. 
http://www.tudoparaviajar.com/destinos/europa/alemanha/neuschwanstein
http://www.dw.com/pt-br/dicas-para-um-passeio-em-f%C3%BCssen-a-cidade-do-castelo-neuschwanstein/a-15927714
http://www.dw.com/pt-br/desvendando-os-mist%C3%A9rios-do-rei-dos-castelos-de-fada-em-munique/a-15311341
http://www.dw.com/pt-br/1886-morria-ludwig-2%C2%BA-o-monarca-dos-belos-castelos-da-baviera/a-1402143
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_II_da_Baviera
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Neuschwanstein

ROTHENBURG OB DER TAUBER

18/02/2017
Com o dia ainda escuro saímos para conhecer Rothenburg ob der Tauber, no Estado da Baviera. Uma cidade que atrai muitos turistas, pois até hoje preserva seu ambiente medieval com a muralha ao redor do antigo centro. Passa por ela o rio Tauber, daí o nome da cidade.
Rothenburg ob der Tauber (A Fortaleza Vermelha sobre o Rio Tauber), que está a 190 quilômetros de Karlsruhe, assim como a cidade de Heidelberg, integra a Rota Romântica (Romantische Straße) da Alemanha.
A igreja mais famosa de Rothenburg é a Jakobskirche. Conforme o período da história, tem sido ora um templo católico ora um templo protestante. Seus atuais detentores, que fazem parte da denominação luterana, ainda preservam no templo os símbolos característicos do catolicismo.
Na frente da igreja, ergue-se uma estátua de St. Jakob, o apóstolo Tiago (foto). É um dos pontos de partida para as peregrinações que afluem a Santiago de Compostela.
Tiago reparte comigo o bastão, mas a vieira, não.
Outras atrações da cidade são a Käthe Wohlfahrt, a loja mais famosa da Europa em decoração natalina, a Plönlein, uma casa torta construída na bifurcação de uma rua, e a Praça do Mercado com a Ratstrinkstube (Taberna do Conselheiro) e seu relógio astronômico. Num dos cafés de Rothenburg, podemos apreciar as Schneebälle, massas doces em forma de bolas com diferentes tipos de recheio e coberturas.
Também visitamos o Museu Medieval do Crime, uma exposição de instrumentos de tortura e punições, e o Reichsstadtmuseum, que mostra a história da cidade.
Por fim, caminhamos por um dos trechos de sua muralha de 3 quilômetros, intercalada por torres.
Nós, em frente à Casa Torta de Rothenburg
"Se um de vocês tiver a coragem de poder tomar, em somente um gole, este cântaro de 3,25 litros de vinho, prometo não saquear e nem destruir esta cidade." (General Tilly)
Foi assim que Nusch, prefeito da pequena cidade de Rothenburg ob der Tauber, em 1631, durante a Guerra dos Trinta Anos, conseguiu salvar a cidade da destruição das tropas do General Tilly. Os dramáticos acontecimentos de 1631, mas conhecido como Der Meistertrunk, são encenados anualmente desde 1881, durante o festival histórico mais importante da Alemanha, na praça do mercado em Rothenburg, no dia de Pentecostes. A rivalidade entre protestantes e católicos é representada com muita emoção e cheia de suspense. No Ratstrinkstube mit Kunstuhr, prédio com o famoso relógio astronômico, quatro vezes todos os dias, aparece um bonequinho em uma das janelinhas do prédio e a lendária cena do prefeito bebendo os 3,25 litros de vinho é encenada.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago
http://www.porquenaotravels.com/2011/06/rothenburg-ob-der-tauber-alemanha-rota-romantica-o-que-fazer-em-rothenburg.html
http://partiupelomundo.com/o-que-fazer-em-rothenburg-ob-der-tauber/

HEIDELBERG E KARLSRUHE

16 e 17/02/2017
Partimos na quinta-feira, 16, às 17h30, em voo direto de Fortaleza para Frankfurt. No avião da companhia Condor, íamos Elba, eu e Mirna, minha irmã cujas férias estão programadas para a Alemanha.
Ela e seu esposo Andreas Heger (foto) serão nossos anfitriões na temporada alemã.
O voo durou nove horas e meia, durante o qual sobrevoamos o "Açude do Boris" (na maior parte do tempo), além de alguns países do continente europeu, até chegarmos a Frankfurt, às 7 horas do dia seguinte.
(As quatro horas a mais de duração da viagem aérea são explicadas pelas diferenças de fusos horários.)
Andreas, que é engenheiro civil com atuação na área de estrutura de ferrovias, em Karlsruhe, nos esperava no aeroporto de Frankfurt. Levou-nos inicialmente a Heidelberg, sua terra natal e que fica a cerca de 90 quilômetros de Frankfurt. Em Heidelberg, moram seus pais, um casal de idosos simpáticos que nos aguardava para o café da manhã. Foi um manjar dos deuses a apfelküchen que a mãe de Andreas havia preparado para nós.
Andreas e Mirna
Nesta cidade, um ponto turístico imperdível é o Castelo de Heidelberg, uma das mais famosas ruínas da Alemanha e símbolo de Heidelberg. O visitante pode subir até o castelo por uma estrada ou através de um funicular, Optamos pelo funicular.
Há muito o que se ver no Castelo. Como o Fassbau (Edifício do Barril), que foi mandado construir especificamente para acolher o famoso Grande Barril. Estava diretamente ligado ao Salão do Rei, de forma a permitir, durante as celebrações, o acesso direto ao vinho contido no barril. Não tendo direito a essa regalia, bebericamos nas instalações do castelo um pouco de vinho, em pequenos copos que, após a degustação, foram a nós presenteados.
No Fassbau ergue-se a estátua de Perkeo, o bufão da corte, símbolo do consumo de vinho, ali colocado por Carlos Filipe III para guardá-lo.
(Perkeo, "A Dentada da Bruxa" e "O Salto do Cavaleiro" são histórias fantasiosas relacionadas com o Castelo de Heidelberg a serem contadas no blog EM.)
Elba e eu no Castelo. Heidelberg ao fundo
Visitamos também a Apothekerturm (Torre da Farmácia). Esta torre deve o seu nome à palavra grega "apotheca", que significa "espaço de armazenamento". Na verdade, nunca albergou uma farmácia, a qual esteve alojada noutras partes do castelo. Atualmente faz parte do Deutschen Apothekenmuseums (Museu da Farmácia Alemão). É constituída pela coleção de medicamentos (Materia medica), a qual exibe drogas conseguidas a partir de minerais, animais e plantas.
Após a visita ao castelo, passeamos no centro histórico de Heidelberg, onde nos detivemos algum tempo para assistir à apresentação de um coral infantil em uma praça (foto), almoçamos no restaurante Vetter (chope, repolho com salsicha e joelho de porco) e prosseguimos nossa viagem para Karlsruhe.
Coral infantil
Situada no vale do rio Neckar, no noroeste do Baden-Württemberg, e contando com mais de 150 mil habitantes, Heidelberg é a quinta maior cidade da região (depois de Stuttgart, Mannheim, Karlsruhe e Freiburg em Breisgau), . É também conhecida pela Universidade de Heidelberg, a mais antiga da Alemanha), e que é muito famosa, principalmente na área da Medicina.
À noite, Andreas, Mirna e Elba foram ao Steuermann, um restaurante de Karlsruhe. Fiquei em repouso no apartamento do casal no bairro Daxlanden por me encontrar apresentando desconfortos intestinais.
A cidade de Karlsruhe, capital do distrito homônimo, está situado no estado de Baden-Württemberg. Tem uma população de cerca de 300 mil habitantes e desfruta de um alto nível de riqueza. A Universidade de Karlsruhe foi a primeira universidade tecnológica da Alemanha. Em 1984, o primeiro e-mail recebido teve como destinatário o Karlsruher Institut für Technologie. A cidade é a terra natal de Karl Benz, inventor do automóvel, e Oliver Kahn, ex-goleiro da Seleção Alemã de Futebol. Desde a sua criação, o Tribunal Constitucional Federal (em alemão: Bundesverfassungsgericht, que é um tribunal especial estabelecido pela Grundgesetz, a Lei Fundamental alemã) foi localizado na cidade de Karlsruhe, intencionalmente deslocada das outras instituições federais, como a sede do Governo (anteriormente em Bonn, agora em Berlim). Está aí um bom exemplo para o Brasil.
Comentaram esta nota: MARCELO GURGEL, MÁRCIA ALCÂNTARA e ANA MARGARIDA ARRUDA.

SÔNIA MARIA E MARIA AUXILIADORA

Sônia Maria Carneiro de Mesquita Lôbo e Maria Auxiliadora Bezerra, duas médicas formadas pela Universidade Federal do Ceará, em 1971, e colegas sempre presentes nos encontros de nossa turma. Como em outras ocasiões, Sônia e Auxiliadora foram as organizadores do IX Encontro, que aconteceu no Vila Galé, em Cumbuco, de 20 a 23 de outubro de 2016, e as principais responsáveis pelo sucesso do referido evento.
Comentaram esta nota: HUGO MENDONÇA e MARIA AUXILIADORA.

SEXO E DIVERSÃO

por Paulo Verlaine, jornalista
REVISTA FORTALEZA, 03/06/2006
Uma das frustrações da minha vida é a de não ter conhecido os cabarés de Fortaleza nos tempos áureos: décadas de 40, 50 e 60. Nos anos 70, eu poderia tê-los frequentado (já tinha idade para isto), mas ainda não era boêmio e essas casas estavam em decadência. Em 1971, veio a pá de cal: por pressão dos hotéis, eles foram fechados pela Polícia.
América, Império, Fascinação, Monte Carlo, Ubirajara, Boate Guarani. Fora do Centro, na Maraponga, havia a Leila, muito sofisticada. Nomes que emocionam os que passaram dos 50 anos. O livro Sábado: Estação de viver - histórias da boêmia cearense, do escritor Juarez Leitão, oferece um relato primoroso dessas coisas que o tempo levou. O escritor e jornalista Blanchard Girão, outra figura humana admirável e marcante, aborda com igual maestria o tema nos livros O Liceu e o Bonde e Sessão das Quatro. Outro com quem eu conversava muito sobre o assunto era o meteorologista Julian Ferreira Lima (um habitué das pensões, já falecido), filho do inglês Mr. Julian Hull.
Aviso aos politicamente corretos: não se trata de romantizar a prostituição, uma das mais degradantes formas de exploração do ser humano. O lado cruel se tornava mais visível no chamado baixo meretrício: Cinza, Curral, Arraial Moura Brasil (início do que hoje é a Leste-Oeste), visitados pelo filósofo Jean-Paul Sartre em 1960.
É preciso retroceder a Fortaleza do passado, onde, além dos cinemas e dos clubes, a única diversão - para os homens, é claro - eram os cabarés. Ali havia shows animados por orquestras e, também (ninguém é de ferro): sexo. Eram frequentes casos de romances entre clientes e prostitutas. Alguns terminaram em casamento.
Juarez Leitão no seu livro fala da Boate Guarani: "Foi uma grande casa de espetáculo. Promovia festas especiais"(...) "Os melhores músicos da cidade animavam os seus salões (das pensões alegres). O compositor e pianista Luiz Assunção tocou, dentre outros, no Bar da Alegria (da Nena) e na Pensão Graciosa). (...) A partir dos anos 50 pontificou no piano a figura ímpar de Glorinha Alenquer".
Do final dos anos 70 e de toda a década de 80, eu posso falar. O cabaré que me marcou foi o Sereia, localizado na avenida da Abolição, proximidades da AABB, de propriedade do Deó, torcedor doente do Fortaleza. O Sereia era um misto de restaurante e cabaré (caldo de peixe famoso, ideal para fim de farra). Frequentado por boêmios, artistas e... garotas de programa, mas tudo dentro da maior tranquilidade. Jamais vi uma briga ali. Numa noite, adentrou ao recinto Martinho da Vila, no auge do sucesso. Vinha de outras paragens e tinha tomado todas. Apenas balbuciava algumas palavras. Mesmo assim, deu autógrafos para quem lhe pedia.
Havia também a Boate Madrugada, na então avenida Aquidabã, a casa da Nazilde, grande amiga do Cláudio Pereira, também na Aquidabã; O lendário Senadorzão (este era prostíbulo puro), na Senador Alencar.
Numa galeria, ligando a rua Senador Pompeu à Barão do Rio Branco, pontificavam o Barba Azul, Le Bateau e Barroco Drinks, muito frequentados por gente de imprensa. Os grandes jornais ficavam nas proximidades.
Com a inauguração da avenida Leste-Oeste, criaram-se vários restaurantes para competir com os da Beira Mar: Beco, Reboco, La Playa, Saint-Tropez, Ladeira (mais perto da Santa Casa). A elite chegou a frequentá-los no início, mas depois a coisa descambou para a prostituição. A barra começava a ficar pesada.
Hoje os prostíbulos chamam-se casas de massagem e até anunciam nos jornais. Mas não têm o charme dos cabarés do passado.

A FESTA DE LUCIANO GURGEL NO WAI WAI

Na tarde de sábado (28/01), Luciano reuniu colegas do trabalho e o "núcleo duro" da família Gurgel Carlos para uma feijoada no Condomínio Wai Wai, em Cumbuco. Organizada pela esposa Elsa, a festa foi realizada para comemorar a aposentadoria dele no Banco do Brasil. Um feito conquistado após 37 anos de serviços prestados a esta instituição bancária. desde 1979, quando Luciano assumiu o cargo de escriturário na agência de Senador Pompeu. Dois anos após, ele foi transferido para Fortaleza, onde trabalhou ao longo do tempo em vários setores da instituição até aposentar-se recentemente.
Eu estive presente ao evento, acompanhado de Elba, Natália e Matheus. Parabéns a meu irmão Luciano por sua iniciação no otium cum dignitate.
Luciano e eu (Paulo). Natália fotografou