TODAS AS RUAS DE FORTALEZA

Este projeto de Anvaka (Andrei Kashcha) desenha todas as ruas de uma cidade em uma única página. Os dados vêm do OpenStreetMap, que, como se sabe, é uma espécie de Google Maps público e aberto, com que qualquer pessoa pode colaborar. No total, são cerca de 3.000 cidades com mais de 100.000 habitantes já pré-carregadas e prontas para download e visualização detalhada.
Aqui, por exemplo, estão todas as ruas de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no Brasil, desenhadas esquematicamente em uma única página.
Antes que alguém escreva para dizer que, em sua cidade "falta esta ou aquela rua", basta lembrar que o projeto está aberto a colaborações., O que é a coisa mais construtiva a ser feita quando se lê uma informação que está errada na Wikipédia - e adiciona-se ou corrige-se o que falta ou excede na própria fonte, neste caso, o OpenStreetMap, o que tampouco é tão difícil.

ENCONTROS COM BELCHIOR

1
Quando eu cursava medicina na UFC, ouvia falarem de um aluno na Faculdade de Medicina que se destacava por seu talento de compositor. Chamava-se Belchior, mas não foi por termos sido contemporâneos na Faculdade que nos conhecemos.
Fui conhecê-lo no dia em que um amigo, Osternes Brandão (irmão do poeta e letrista de música Antônio José Brandão) me convidou para um sarau. A casa do meu amigo ficava na Parquelândia e levei comigo o violonista Claudio Costa. Nesse dia, além de Antonio Carlos Belchior, conheci  também o Miguel da Flauta.
Era manhã e fez-se tarde. Quando alguém sugeriu que continuássemos a reunião no Bar do Anísio, na Beira-Mar. E fomos todos a esse local no carro do anfitrião Osternes.
Além de nos apresentar as canções que vinha compondo, pelas tantas Belchior passou a mostrar outras versatilidades, tais como 1) fazer repente e 2) contar causos.
Causo
Faziam os alunos da Medicina um semicírculo em torno do professor da disciplina de Proctologia. Com todos interessados em acompanhar, da melhor forma possível, os ensinamentos do mestre naquela aula prática. E, também, em ver os detalhes da lesão que ele, com a ajuda da mão enluvada e lubrificada, estava a lhes apontar... na região anal de um paciente.
Num dado momento, em seu afã de descrever a patologia, o mestre empregou uma expressão de duplo sentido: "na entrada". No jargão proctológico, esta expressão tem um sentido próprio. Mas não para o paciente que, em posição de prece maometana, tomou por desfeita o que acabara de ouvir. A ponto de retrucar peremptoriamente: "Alto lá, doutor, esse negócio aí nunca foi entrada. É só saída".
E sair com ar de ofendido.

[comentário]
Estimado Paulo,
Como a disciplina de Proctologia, com 4 créditos = 60 horas, foi por mim criada e implantada em 1965, para ser ofertada como "optativa", é bem provável, ou certamente (a bem da verdade, não recordo), esse causo aconteceu numa de minhas aulas. De qualquer maneira, categoricamente afirmo que, muita coisa jocosa e muitos "causos" patéticos por lá ocorreram.

José Maria Chaves

2
Em 6 de junho de 1969, botei umas cervejas para gelar e encomendei umas bandejas de salgadinhos. Reuni em minha casa Francisco Dário, Osternes Brandão, Claudio Costa e o compositor Belchior, entre outros amigos. Por volta da meia-noite, encerramos a parte doméstica da noitada e fomos ao Pombo Cheio, onde nos encontramos com o Miguel da Flauta em seu retorno de um compromisso profissional.
Naquela data, eu estava completando 21 anos. Uma fita-cassete registrou aquelas maravilhosas canções que foram tocadas e cantadas durante o encontro. Uma delas, por exemplo, era a canção "Paralelas", que Belchior originalmente cantava assim: "No Karmann-Ghia, sobre o trevo a cem por horas, meu amor". Adiante, foi que ele modificou a letra da canção para: "Dentro do carro..."
No entanto, algo aconteceu com a fita-cassete da festa. Meu irmão Marcelo usou-a para gravar umas anotações que a nossa irmã Marta havia feito em caderno de uma aula de biologia do Prof. Hildemar. E, ao fazer o novo registro, o gravador (que era de fita única) apagou definitivamente o registro anterior.

3
Em 1972, com frequência eu me deslocava do centro do Rio para Copacabana, e vice-versa. Quando o ônibus passava por/sobre o viaduto do Botafogo, dava para ver que existia um pequeno teatro nas proximidades. Um belo dia, notei que aquele teatro estava com uma placa, onde se lia em letras garrafais: BELCHIOR. À noite, fui ver o show do conterrâneo. Pouca gente a prestigiá-lo. No repertório, Belchior incluía um clássico da "música de fossa" nacional, provavelmente  do Lupicínio. Ao interpretá-la, foi que alguém acionou a estrondosa descarga de um vaso sanitário do teatro (risos, mas era tudo combinado). Findo o show, descemos ao aterro do Botafogo para conversar: Belchior, eu e uma terceira pessoa (Lauro Benevides? Pretestato Melo? Ah, não recordo). Quanto a Belchior, deduzi que a música o havia desencaminhado das lides acadêmicas. Como, em tempos mais remotos, aconteceu a Noel Rosa, um "monstro sagrado" da música popular brasileira.

4
Voltando a residir em Fortaleza, numa noite fui a um show do Gonzaguinha no teatro da Emcetur. Belchior chegou acompanhado do jornalista Odosvaldo Portugal Neiva, que cobria a pauta de música no Diário do Nordeste. E tivemos uma conversa rápida.

5
Em minhas andanças boêmias, uma vez resolvi baixar num restaurante novo (com algumas indicações a point). Não me recordo do nome do estabelecimento, apenas de que ele ficava próximo à Praça Portugal. Numa boca de noite, sentei-me a uma mesa e comecei a beber. Algumas horas após, já meio sonolento, paguei a conta para me retirar. Na calçada, alguém que acabava de chegar com amigos, abraçou-me e disse: "Professor, já está indo?" Era Belchior. Mudei de ideia e voltei ao bar. Como eu havia lido um texto de Belchior no Pasquim e do qual muito gostara, convidei-o para prefaciar um livro que eu vinha escrevendo. Não posso acusá-lo de haver faltado comigo, pois eu nunca concluí aquele livro.

6
Show do Belchior no Siará Hall. Fui (com Elba) ao Siará Hall, uma casa de eventos localizada na av. Washington Soares, em Fortaleza. Inaugurada em 2005, contava com uma infraestrutura que comportava mega-shows. Considerada a maior casa de espetáculos da cidade até seu fechamento em 2017, trouxe shows e espetáculos de níveis nacionais e internacionais. Bem, visitei-o no camarim, ora pois.

FALECIMENTO DA PROF.ª M. ZÉLIA ROUQUAYROL

É com pesar que aqui registro a notícia do falecimento, na madrugada de 13/02/2025, de um grande nome da Epidemiologia e da Saúde Pública no Brasil: a Prof.ª Dr.ª Maria Zélia Rouquayrol.
Zélia nasceu em Pernambuco (03/09/1931) e graduou-se em Farmácia, em 1955, pela Universidade Federal de Pernambuco, onde iniciou sua trajetória docente como instrutora de ensino de Microbiologia. No ano seguinte, foi transferida para a Universidade Federal do Ceará (UFC), instituição em que ocupou, de forma progressiva, os cargos de instrutor de ensino, professor assistente, professor adjunto e professor titular.
Em 1969, fez o Curso de Especialização no Institute of Tropical Medicine em Antuérpia-Bélgica. Entre 1975 e 1976, durante o mestrado Master of Public Health realizado na Tulane University-USA, publicou o trabalho Control of schistosomiasis in the irrigated áreas of Curu River. Ao retornar ao Brasil, deu continuidade às pesquisas e ao ensino da disciplina de Epidemiologia na UFC.
Conheci esta notável pesquisadora, no início da década de 1980, quando Zélia preparava a primeira edição de seu "Epidemiologia & Saúde", que viria a se tornar num livro-texto adotado por diversas universidades no Brasil. Em visita que fez ao Hospital de Messejana, ela me convidou para participar do quadro de colaboradores da referida edição, um encargo que aceitei ao escrever o capítulo sobre "Saúde Ocupacional".
Após sua aposentadoria como professora titular da UFC, além de professora titular da Universidade de Fortaleza (em que lecionou entre 1982 e 1989, e retornou em 2003), Maria Zélia passou a integrar a Secretaria de Saúde de Fortaleza, onde contribuiu com investigações epidemiológicas e coordenou a publicação do Boletim de Saúde da Célula de Vigilância Epidemiológica.
"Ao deixar um legado inestimável para a ciência e a saúde pública no país", como salienta o médico sanitarista Marcelo Gurgel, "Maria Zélia Rouquayrol permanecerá como inspiração, sobretudo para mulheres que atuam ou desejam atuar profissionalmente nessas áreas."
Requiescat in pace.

TELEFÉRICOS NO CEARÁ

Conceito de teleférico. É um meio de transporte aéreo que utiliza cabos de aço para sustentar e tracionar cabines que transportam pessoas ou materiais. O teleférico é um meio de transporte popular em áreas montanhosas, pois proporciona uma vista panorâmica aos passageiros. O termo teleférico vem do francês téléphérique.

  1. Bondinho de Ubajara. O Teleférico (bondinho) faz um trajeto de 550 metros, entre a Estação Monte (planalto) e a Estação Gruta (inferior, próximo à Gruta). O bondinho é utilizado pelos visitantes que pretendem visitar a Gruta do Parque Nacional de Ubajara.
  2. Teleférico do Horto. Instalado na Colina do Horto, em Juazeiro do Norte, foi inaugurado pelo Governo do Estado do Ceará em 2022. Os bondinhos percorrem uma distância de aproximadamente dois quilômetros, em um tempo de 7 minutos e meio. Este equipamento é importante para incrementar o turismo na região, principalmente o religioso, já que liga a Praça dos Romeiros ao local onde fica a estátua de Padre Cícero.
  3. Teleférico de Caldas. Instalado no Complexo Ambiental Mirante de Caldas, em Barbalha, é um teleférico de cadeiras. Conta também com mirante, passarelas, borboletário, centro de interpretação histórica e ambiental e um café cultural. Foi entregue à população cearense pelo Governo do Estado em 2021.

Outros teleféricos no Brasil:

🚠 Bondinho do Pão de Açúcar RJ 🚠 Teleférico Parque UniPraias SC 🚠  Teleférico de São Vicente SP 🚠 Teleférico do Parque Capivari, Campos do Jordão SP 🚠 Teleférico de Bonito PE

UM MILHÃO DE VISUALIZAÇÕES

Criado em 9 de outubro de 2007, o Blog Linha do Tempo atingiu nesta quarta-feira (5) a marca de 1.000.000 de visualizações

Outras estatísticas do Linha do Tempo  segundo o Blogger:

(a partir de 30/06/2010)

N.º total de postagens: 1.138

N.º total de comentários: 851

Principal referenciador: Google

ESPEDITO SELEIRO

"Trabalhar com o artesanato, com o couro, foi o que Deus me deu, e é o que eu acho bom. Não existe preguiça, falta de coragem, nem de memória para fazer o que eu quero. Toda a família está envolvida; neto, filho, sobrinho, primo, irmão; e a algum vizinho que está desempregado, não tendo o que fazer, eu digo: venha para o couro." (ES)
Nascido em 29 de outubro de 1939 em Arneiroz, cidade do Sertão dos Inhamuns, Espedito Veloso de Carvalho representa não apenas a cultura e a criatividade cearenses, mas também é figura importante do Nordeste brasileiro.
Toda a sabedoria que Espedito costura no couro até hoje começou a ser aprendida quando ele ainda era menino, na década de 1940. Ao ver o pai, Raimundo Pinto de Carvalho, que era vaqueiro e agricultor, fabricando selas e trajes para vaqueiros sertanejos (chapéu de couro, gibão, peitoral, luvas, entre outras peças), a criança brincava com os cortes que caiam no chão enquanto desenhava o próprio futuro. 
Foi no Cariri cearense que ele criou raízes e iniciou sua carreira como artesão,. tornando-se um dos principais marcos da cultura nordestina.
Considerado mestre, Espedito Seleiro é um artesão que carrega a tradição e a cultura em suas mãos. A habilidade de produzir peças em couros na região do Cariri, é reconhecida no Brasil e no mundo. Aos 85 anos, ele mantém viva uma arte que, tendo passado de geração em geração (desde seu tataravô), tornou-o um patrimônio vivo.
Mestre Espedito Seleiro ainda hoje mora em Nova Olinda, na região do Cariri, no Sul do Ceará.
Ele produz calçados, bolsas, chapéus, carteiras, bancos, poltronas, além das selas, gibões e outros elementos da cultura vaqueira.
É um difusor das tradições, histórias e identidade do Ceará, repassando seus saberes e experiências às novas gerações.
Principais títulos e homenagens
● Mestre da Cultura (reconhecido pelo Governo do Ceará e pelo Ministério da Cultura)
● Medalha da Abolição
● Título de Notório Saber pela Universidade Estadual do Ceará
● Troféu Sereia de Ouro do Sistema Verdes Mares em 2019
Em 16/01/2025, estivemos em Nova Olinda (a 543 quilômetros de distância de Fortaleza) na casa de Espedito Seleiro para conhecê-lo. A residência fica numa quadra onde estão também uma loja de  artefatos de couro, uma oficina escola (na qual ele supervisiona os trabalhos feitos por jovens artesãos) e o Museu sobre o Ciclo do Couro. Espedito foi muito gentil ao nos receber, logo nos convidando a que sentássemos para uma conversa. Enquanto descascava e comia vagarosamente umas laranjas, tivemos com ele um agradável bate-papo. Em que o mestre falou das origens e do aprendizado, de suas experiências com pigmentos, dos artistas que vestiram seus gibões (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença e outros), da relação (amistosa) com aqueles que copiam sua arte, muita coisa. E, a um comentário que fiz sobre a presença de sua arte ilustrando o livro do pesquisador Paulo Vanderley, ele imediatamente apontou para um quadro na parede da sala com a imagem que ele criara para ilustrar a capa.
Da esquerda para a direita: José, Luciano, Paulo e Espedito Seleiro

PARQUE AZA BRANCA

O Parque Aza Branca é o principal ponto turístico de Exu.
Ele foi fundado pelo próprio Luiz Gonzaga. A fazenda onde foi instalada esta atração foi comprada pelo Rei do Baião no início dos anos 1970. Em 1982, voltando a morar no Exu, o sanfoneiro  elegeu o Parque como moradia definitiva.
Ele foi idealizado pelo próprio artista – que, com a carreira já  consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra.
No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outras atrações são a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado juntamente com sua primeira mulher ("dona" Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal.
Foto. Nós (Sérgio, Paulo, Elba, Luciano e Elsa), sob um frondoso  juazeiro, árvore típica da caatinga, no Parque Aza Branca.
Há ainda uma réplica da casa de reboco onde nasceu o músico e um viveiro de asas-brancas (nome científico: Patagioenas picazuro, a ave columbídea que inspirou a famosa canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). A grafia do nome do parque acompanha a da canção original, registrada assim para acompanhar o Z de Luiz e de Gonzaga. 
O parque tem também duas pousadas para hóspedes: Santana, em homenagem à mãe de Gonzagão (a agricultora e dona de casa Ana), e Januário, nome de seu pai, lavrador e sanfoneiro.
Endereço: Rodovia Asa Branca, KM 38, Exu (PE). Ingresso 12,00

RETORNO AO CARIRI

Passeios nesta região com Elba e o casal Luciano/Elsa
13/01/2025, segunda-feira
Percurso: Fortaleza; Triângulo; Quixadá; rest. Pé de Serra (lanche: tapioca com queijo, cuscus com carne moída e café); Juatama e Pedra do Vento (pela 2.ª vez); Banabuiú e Açude Arrojado Lisboa (tomando água com as primeiras chuvas da quadra invernosa), Orós; Lima Campos; Cedro (lanche: pastéis de queijo e caldo de cana), Caririaçu (altitude 713 m) e Juazeiro do Norte.
Sérgio Gurgel e Solange, foram nossos anfitriões em Juazeiro do Norte. Meu irmão José Gurgel e Isabel nos acompanharam em alguns passeios.
À noite, estivemos na casa de Paolo Giorgio e Lorena, na Lagoa Seca, para nos deliciarmos com vinhos brancos e pizzas de vários tipos preparadas pelo anfitrião com farinha de trigo importada da Itália.
14/01/2025, terça-feira
Acompanhei Sérgio em sua tomografia multislice de tórax realizada pelo radiologista Dr. Expedito. Tudo bem com o estado de saúde do meu irmão, que poderá inclusive receber alta clínica da doença que o acometeu recentemente.
Elba foi visitar sua tia Teresa, de 97 anos, em situação de leito permanente.
À tarde, chovia bastante. As mulheres do grupo foram ver e comprar folheados a ouro no comércio de Juazeiro.
15/01/2025, quarta-feira
Viagem de Juazeiro do Norte, passando por Crato e pela Floresta Nacional do Araripe até Exu, Pernambuco (80 km). Num trecho da viagem, o observador experimenta um fenômeno semelhante ao que ocorre na Rua do Amendoim, em BH. Ao deixar o motor desligado e desengrenado e soltar os freios, tem-se a ilusão de que o automóvel sobe a rodovia em vez de descê-la (uma ilusão de óptica causada pela topografia do local em que um aparente aclive é, na verdade, um declive).
Local visitado:
Parque Aza Branca
É o principal ponto turístico de Exu. Fundado por Luiz Gonzaga, o Parque foi idealizado pelo próprio "Rei do Baião" – que, com a carreira já consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra. No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo material original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outra atração é a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado junto com sua primeira mulher ("dona" Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal. Ingresso: 12 reais.
Endereço: Rodovia Asa Branca, KM 38, Exu (PE).
À tarde, fomos à Colina do Horto, em Juazeiro do Norte. O acesso a este geossítio é possivel por caminhada ou por um teleférico, o qual foi construído há três anos pelo Governo do Ceará. Nesse local estão a Estátua e o Museu Vivo do Padre Cícero e a Igreja do Senhor Bom Jesus do Horto. O visitante chega ao templo depois de percorrer uma alameda com cerca de 300 metros.
À noite, participamos de um bingo na casa de Paolo Giorgio e Lorena.
16/01/2025, quinta-feira
Viagem de Juazeiro do Norte a Santana do Cariri.
Locais visitados:
Museu Paleontológico Plácido Cidade Nuvens. Guia: aluno João Victor
Esta instituição foi criada com o objetivo principal de proteger o patrimônio fossilífero da Bacia do Araripe. Hoje o MPPCN tem uma missão científico/cultural na região do Cariri, fortalecendo a pesquisa científica e o turismo nesta região.
Santuário da Beata Benigna
Brugge Vila Medieval. É um projeto composto por arquitetura europeia do período medieval e jardins renascentistas de propriedade do Dr. José Pereira. Fica localizada no distrito de Araporanga a 8 Km da sede de Santana do Cariri. As construções formam um conjunto representativo de 7 países como Suíça, Inglaterra, Alemanha, França, República Theca, Áustria e Espanha.
Viagem de Santana do Cariri a Nova Olinda
Locais visitados:
Mestre Espedito Seleiro, artesão do couro: casa (na qual o entrevistamos), oficina e museu
Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri. Fundado por Alemberg Quindins após a restauração da primeira casa grande da fazenda que deu origem ao município de Nova Olinda. Guia: aluna Ana Beatriz
Almoço/jantar no Pinheiro Restaurante, no Crato Tênis Clube.
17/01/2025, sexta-feira
Viagem de Juazeiro do Norte a Barbalha
Locais visitados:
Centro de Barbalha
Balneário do Caldas (a 8 km da sede do município). Destino de milhares de turistas por ano, este  balneário é responsável por boa parte da renda da cidade e, compondo o complexo turístico, ainda apresenta fontes e piscinas naturais de água mineral e um hotel de serra.
Complexo Ambiental Mirante do Caldas
Além do mirante (equipado com binóculos para a observação da natureza e da vila local), o Complexo conta com teleférico de cadeiras, passarelas, borboletário etc.  Construído pelo Governo do Estado do Ceará, foi inaugurado em 2021. Uma estrada que liga Barbalha a Pernambuco cruza este geopark.
Distrito de Arajara (Barbalha), com retorno pelo Crato para Juazeiro.
Cariri Garden Shopping
Jantar no restaurante Pasto y Pizzas na Lagoa Seca
18/01/2025, sábado
Retorno a Fortaleza. Em Quixadá, estacionamos no Pé de Serra para o almoço (à base de carnes, arroz, feijão e macaxeiras).
Agradecimentos
A Luciano, que nos transportou em seu carro novo por estas viagens; a Sérgio e Solange, nossos diligentes anfitriões em Juazeiro; e ao gentil lojista Tico Amorim, proprietario da Casa da Aliança, que se interpôs entre nós e o garçom, à hora de pagar uma conta. 

MEMÓRIA. CARIRI CEARENSE

A primeira vez que eu estive no Cariri cearense foi em 1976. Naquele ano, servindo como capitão médico no Hospital Geral de Fortaleza, fui designado para chefiar uma Comissão de Seleção Volante.
Foram 40 dias em que percorri municípios cearenses com a missão de examinar os conscritos para os Tiros de Guerra. Para isso, botei meu carango na estrada, contei com a ajuda de instrutores locais (sargentos), a acolhida de prefeitos e ganhei diárias.
No Ceará, existiam 11 Tiros de Guerra. Estive em oito deles: Aracati, Limoeiro do Norte e Russas; Crato e Juazeiro do Norte; Quixadá, Quixeramobim e Iguatu. Ficaram fora do meu roteiro: Acaraú, Camocim e Itapipoca. Acredito que estes últimos municípios foram visitados pelo capitão médico Raimundo Queiroz, a quem coube também realizar a seleção em Tiros de Guerra no Piauí e no Maranhão.
Em momentos de lazer, compareci a uma seresta na casa do Sr. Leandro Bezerra e fui até Barbalha onde conheci o Balneário do Caldas com suas águas termais.
Na década de 1980, acompanhando o empresário Edmilson Alves de Sousa, proprietário de "A Ferragista", fomos uma vez ao Crato, via Várzea Alegre.
Em Várzea Alegre, terra natal do Padre Antônio Vieira (de "O Jumento, nosso irmão"), do compositor Luiz Sérgio Bezerra, de Otacílio Correia e de Vilani, esposa de Edmilson, comparecemos numa festa em que o empresário foi homenageado. Era uma sexta-feira à noite.
No dia seguinte, viajamos ao Crato. onde Edmilson tratou de negócios imobiliários. E, à noite, fomos ao Crato Tênis Clube.
No domingo, voltamos para Fortaleza. Uma viagem apenas interrompida para almoçarmos num restaurante à margem da estrada. 
Com as noites anteriores mal dormidas, preocupava-me um plantão noturno que eu teria logo mais no Setor de Emergência do Hospital de Messejana. Então, mudei-me para o banco de trás do espaçoso carro do Edmilson, onde sob o domínio da sonolência pós-prandial consegui dormir um par de horas. E, para minha sorte, o plantão noturno acabou se mostrando excepcionalmente calmo.
Nos anos seguintes, o Cariri cearense esteve no roteiro dos meus passeios (com Elba e filhos) por cidades da Paraíba (Campina Grande) e Pernambuco (Garanhuns, Triunfo e Caruaru). Numa dessas oportunidades, hospedamo-nos no Verdes Vales Hotel, em Juazeiro do Norte; em outra, pernoitamos em Aurora, a terra natal de minha mulher, e noutra fomos até Jardim.
E sucederam as viagens (aéreas) que fiz às Microrregionais de Saúde do Estado do Ceará para ministrar aulas em Cursos de Capacitação de Médicos e Enfermeiros das Equipes de Saúde da Família em Diagnóstico, Tratamento e Ações de Controle da Tuberculose:
23/08/2001, Juazeiro do Norte;
13/11/2001, Brejo Santo;
11 e 12/07/2002, Crato.
Em 22/12/2001 houve o casamento de minha sobrinha Francesca Germana Quezado Gurgel e Silva com Daniel Magalhães Soares, em Juazeiro do Norte. 
22/12 - Partida de Fortaleza em ônibus fretado pela família Gurgel. Almoço em Iguatu. Casamento. Recepção em buffet. 23/12 - Almoço no Granjeiro. Jantar em  Lagoa Seca. 24/12 - Sítio B. Santos e passeio em Caririaçu (a 25 km). 24/12 - Almoço no Cariri Shopping. Jantar de véspera de Natal na casa de José Gurgel e Isabel. 25/12 - Almoço em Quixeramobim. Chegada a Fortaleza.

QUATRO ASES E UM CORINGA

me·lé,substantivo masculino
Etimologia: origem obscura
1. [Brasil, Informal] Aguardente de cana. = CACHAÇA
2. [Brasil: Regionalismo] [Jogos] No jogo do pôquer, carta que muda de valor, segundo a combinação que o jogador tem na mão. = CURINGA
3. [Brasil] Diamante com imperfeição.
In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
"MÚSICA NORDESTINA" E AS MEMÓRIAS EM DISPUTA
"A versão mais disseminada na imprensa carioca sobre o surgimento do Quatro Ases e Um Coringa atenta para o desejo do violonista Evenor Ponte Medeiros de fazer um conjunto quando morava em uma pensão só para rapazes nos idos de 1940, na maioria estudantes, localizada na Av. Princesa Isabel, em Copacabana. Evenor reuniu seus dois irmãos Permínio e José Ponte Medeiros e mais o André Batista, cearense apelidado por “Melé” nas antigas peladas de futebol e formaram um conjunto a que deram o nome de Bando Cearense. Começaram tocando em festas, reuniões familiares, shows, etc.
Inicialmente os rapazes cursavam faculdade e não tinham a pretensão de se dedicarem exclusivamente ao conjunto, diferente de outros grupos que se deslocavam com o desejo de impulsionarem a carreira artística. Em dezembro os quatro integrantes embarcaram para o Ceará em visita aos parentes e chegando em Fortaleza convenceram Esdras Guimarães, um amigo apelidado de Pijuca, exímio violinista e integrante de um outro conjunto, a fazer parte do grupo.
Por esse tempo, o poeta e jornalista Demócrito Rocha fundou o jornal O Povo no Ceará e ao conhecer os cinco jovens músicos colocou o nome do conjunto de Quatro Ases e Um Melé, e assim começaram a fazer algumas apresentações. Mais tarde, retornaram novamente ao Rio de Janeiro, conseguiram cair no agrado do locutor César Ladeira, que na época era diretor da Rádio Mayrink Veiga, e acabou contratando os cinco rapazes para se apresentarem no horário nobre da emissora, permanecendo por cerca de três meses.
De acordo com Miguel Curi, jornalista e compositor de sambas, o quinteto também participou de audições na Ceará Rádio Clube (PRE-9) com o nome Quatro Ases e Um Melé, agradando João Dummar, que os recomendou ao Teófilo de Barros Filho, diretor da Rádio Tupi. No Rio de Janeiro fizeram o teste e foram contratados pelo valor de Cr$240,00 para cada um e estrearam no programa Noite na Roça, com o nome modificado para Quatro Ases e Um Coringa (*) a pedido de João Dummar, fundador da Ceará Rádio Clube, pioneira da radiofusão no estado, que esclareceu aos integrantes que a expressão "melé", que significava no Ceará uma expressão popular para a carta do Coringa do baralho, não seria compreendida pelo público carioca."
N. do E.
(*) Também modificado como pilhéria para: Quatro com Asma e Um com Íngua
Vídeo:
NO CEARÁ É ASSIM, de Carlos Barroso, com Quatro Ases e Um Coringa (1952):

LENDA DA SUMAÚMA

Conta a lenda que em tempos antigos o marido de uma curandeira foi picado por uma cobra venenosa, e ela nada pôde fazer para salvá-lo. Passado o luto, ela se dedicou a pesquisar a cura para a picada de cobras. E descobriu que o tubérculo da planta Dracontium lorettense não só curava as picadas, como também dava imunidade à vítima contra o veneno das picadas.
Infelizmente, um dia o filho da curandeira foi picado, e o remédio não funcionou. Desesperada, ela suplicou ao espírito da planta que deixasse seu filho viver. Em troca, a curandeira concordou em tornar-se espírito e viver para sempre na base da Sumaúma. Por isso é que existe a "Mãe Sumaúma", este espírito que ocupa um lugar de honra no reino dos espíritos da selva. É ela que, com seus poderes, olha e protege as plantas e os animais da floresta.

Este texto é um excerto editado de "Um Conto Amazônico", de Arnaldo Quispe, publicado em 2013 no Blog Terra Náua.

Foto - Crianças brincando em torno de uma sumaúma (ou samaúma, as duas grafias são usadas). Fotografei esta cena no Horto Municipal de Belém.

ANA KAROLINA E HUMBERTO NETO

CONVITE

Cerimônia religiosa e recepção de casamento (com a bênção de Deus e dos pais) de Ana Karolina e Humberto Neto na Praia de Morro Branco, em Beberibe - Ceará.

Quatro de janeiro de 2025, às 16 horas.

Postagem atualizada em 05/01/2025, com a inclusão da fotografia acima.

Minha esposa e eu fizemos reservas para "Ocas do Índio", uma pousada em Morro Branco perto do local do evento.

"CHICO BUARQUE EM 80 CANÇÕES" E OUTROS LIVROS

Como acontece por ocasião dos festejos de fim de ano, fui presenteado em 2024 pela amiga Maristane Fernandes Macedo com um livro. 
CHICO BUARQUE EM 80 CANÇÕES, de André Simões, Editora 34
Sobre o livro:
Já no prefácio, o autor diz que "para analisar uma canção, requer-se a utilização de critérios próprios e adequados. A indissociabilidade entre música e letra é apenas o mais básico deles". Depois de enumerar outros elementos que devem ser pesados - arranjo, interpretação, performance etc. - ele conclui que a canção "é um objeto de estudo fortemente interdisciplinar". É com essa disposição que André Simões (um jornalista que estudou música e literatura) se debruça sobre 80 canções de Chico Buarque, dispostas ao longo de quase seis décadas de criação. O livro abre com "Pedro Pedreiro", de 1965, e se encerra com "Que tal um samba?", de 2022.

Nos anos anteriores:
2023 - "Escritos da Casa Morta", romance de F. Dostoiévski
2022 - "O Mosquito - A incrível história do maior predador da humanidade", de Timothy C. Winegard
2021 - "Redentor", de Rodrigo Alvarez
2019 - "João de A a Z", livro autobiográfico do pianista e maestro João Carlos Martins
2018 - "Conquistadores - Como Portugal forjou o primeiro império global", de Roger Crowley
2017 - "Médico de Homens e de Almas", de Taylor Caldwell.
2016 - "101 Canções que tocaram o Brasil", de Nelson Motta
2015 - "Smart" (sobre a internet), de Frédéric Martel 
2013 - "Contra a Perfeição - Ética na era da engenharia genética", de Michael J. Sandel
2011 - "O Livro de Ouro da MPB", de Ricardo Cravo Albin
2010 - "Chico Buarque", de Wagner Homem.