Período: 23 a 25/06/2015
Dia 23 (terça-feira)
Viagem aérea de Fortaleza a Brasília, com chegada à Capital Federal por volta das 9 horas e meia. Henrique e Maninha, irmã de Elba, nos levam do aeroporto ao apartamento em que moram, com a filha Jéssica, na Asa Norte. Foram mais uma vez nossos anfitriões em Brasília. O brigadeiro Pinto e sua esposa Eliane vieram nos visitar. E o dia livre foi uma oportunidade para Macedos e agregados colocarem os assuntos em dia.
Dia 24 (quarta-feira)
Henrique me leva cedo à Rodoviária, onde pego um ônibus da Real Expresso para Uberlândia, a principal cidade do Triângulo Mineiro. Elba ficou em Brasília para acompanhar uma cirurgia em Maninha. O percurso, de 422 quilômetros até Uberlândia, em sua maior extensão atravessou municípios de Goiás: Valparaíso. Luziânia, Cristalina e Catalão. O Cerrado é soja! Em Valparaíso, onde meu cunhado Moacir Pinto possui um cemitério, existe uma réplica da Estátua da Liberdade, coisa da
Havan. Em Catalão, próximo à divisa de Goiás com Minas Gerais, a "parada técnica" para o almoço, E, depois de passar por Araguari, em território mineiro, cheguei a Uberlândia onde desembaequei. Duração total da viagem: 6 horas e 45 minutos.
Hospedo-me no Universo Palace, no centro da cidade. Ao fim da tarde, saio para caminhar na Praça Tubal Vilena, onde há um busto de Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Otelo, Como há também (em outros locais da cidade) um teatro, uma rua e uma escola – em homenagem a esse dileto filho de Uberlândia.
Jantei no restaurante do hotel.
Dia 25 (quinta-feira)
Passeio pelo centro de Uberlândia. Na Praça Clarimundo Carneiro, no bairro Fundinho, visitei o Palácio dos Leões que já foi a sede da Câmara e da Prefeitura da cidade. Atualmente, o palácio abriga o Museu Municipal (
foto 1), que apresenta um acervo de documentos históricos, utensílios antigos, um painel de garrafas (com objetos curiosos no interior), rodas de carros de bois e uma maquete de São Pedro de Uberabinha (a vila que deu origem à Uberlândia), entre outras peças. Ao percorrer a sala que exibia uma cozinha rústica, eu tive a atenção voltada para uma caneca dentada, da qual explico depois a serventia. E havia ainda um coreto na praça, muito bonito, uai.
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foto 1 |
Prosseguindo a caminhada, visitei o Museu Universitário de Arte, o MUnA, que abrigava exposições simultâneas. A principal delas era a "Doce de Santo", uma mistura de fotos e desenhos acondicionados em frascos. Outra, era uma série de quadros do pintor cearense Aldemir Martins. seu estilo é inconfundível.
Aproveitei para deixar um exemplar do
Portal de Memórias na Biblioteca Municipal Juscelino Kubitschek, ao lado do Museu Universitário.
O Mercado Municipal distava um pouco do local em que eu me encontrava. Apesar de uma incômoda dor num tornozelo, arrastei-me até lá. É muito limpo, organizado e tem seu ponto alto na venda de queijos, doces e bebidas, além de muitas peças do artesanato da região. Alguns restaurantes e lanchonetes completam os atrativos do Mercado.
Na entrada de uma cafeteria, li esta curiosa placa:
Café - 3,00.
Café com "por favor" - 2,90
Café com "bom dia" e "por favor" - 2,80.
Ao meio dia, a fome apertava e parei para almoçar no "Fogão de Lenha". Um restaurante popular com comida boa e barata.
Após um período de descanso no hotel, saí para outro caminhada no centro. Na Praça Adolfo Fonseca. fotografei um poema do Marçal Costa. Em seguida, tirei algumas "selfies" tendo ao fundo o restaurante Sibipiruna (
foto 2), do qual cuidei de memorizar o endereço para retornar à noite. O restaurante tem este nome por causa de uma frondosa sibipiruna (
Caesalpinia pluviosa) que existe em sua calçada. Uma placa, ao lado da árvore, avisa que, por força de um decreto municipal. ela é "imune ao corte".
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foto 2 |
Julho de 1918. Uma muda de árvore de poucos centímetros foi plantada pelo comerciante Oscar Miranda no meio da avenida João Pinheiro, ainda sem asfalto, no centro de Uberlândia. Seus arredores se modificaram enquanto a cidade crescia. Ela ganhou porte, conquistou os moradores e se tornou patrimônio histórico-cultural da cidade. O que acreditava-se ser um pau-brasil, tornou-se a sibipiruna frondosa da praça Adolfo Fonseca, antiga praça Dom Pedro, que neste mês comemora 93 anos.
Nestas mais de nove décadas, a árvore resistiu – mesmo que com algumas sequelas – a tempestades, ameaças de corte, fungos e à modernidade. Foi tema de escritores que eternizaram a história da cidade. Entre tantos relatos, um se destaca. Foi no fim dos anos 60, quando o então prefeito Renato de Freitas resolveu asfaltar a avenida João Pinheiro e retirar a sibipiruna que “atrapalhava o trânsito”. “Meu pai disse que ficou em frente à árvore com uma arma e não deixou cortar.
Depois, muitas pessoas convenceram o prefeito a desistir”, disse Maurício Miranda, 82 anos, filho de Oscar Miranda.
Em 1984, o então prefeito Zaire Rezende publicou um decreto declarando que a sibipiruna fosse protegida legalmente. Hoje, a árvore é sustentada por concreto que foi depositado dentro do tronco, que ficou oco após ser atacado por fungos. “Naquele tempo, nunca imaginava que Uberlândia seria como é hoje. Fico honrado por meu pai ter plantado esta árvore e tenho medo que ela não complete 100 anos”, afirmou Maurício Miranda.
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foto 3 |
A seguir, tomei um táxi para o Parque do Sabiá. No percurso, em boa parte feito pela larga Avenida Rondon Pacheco, veem-se hotéis e prédios residenciais, shopping centers, restaurantes (como o "Carro de Boi") e o Centro Administrativo (da Prefeitura). O táxi deve ter rodado uns sete quilômetros até chegar ao parque.
O Parque (ou Recanto) do Sabiá vale bem a visita (
foto 3). Não é á toa que o
Trip Advisor o coloca como a atração #1 de Uberlândia.
Localizado na Zona Leste de Uberlândia, entre os bairros Tibery e Santa Mônica e com portarias de acesso por ambas as regiões, o Parque do Sabiá ocupa uma área de 1,8 milhão de metros quadrados. Tem uma represa, pier para a atracação de pequenas embarcações e pedalinhos, bosque, zoológico, trilhas, pistas de caminhada, restaurantes, quiosques e equipamentos de lazer, e recebe uma média de 10 mil visitantes por dia. Aos sábados e domingos, a média chega a 25 mil frequentadores por dia.
Voltando (no sentido físico) ao Sibipiruna. O restaurante, bem entendido. Ele fica a uns 500 metros do Universo Palace, dividindo a rua dos fundos do hotel com outras casas noturnas de boa aparência. À noite, conforme a mim prometera, abanquei-me naquele restaurante para tomar uns chopes e comer uns petiscos. No palco, um conjunto se apresentava tendo como cantor "uma versão branca do Tim Maia". Assim comparado por causa do repertório e do corpanzil.
Não me demorei muito no Sibipiruna. Afinal, na manhã seguinte, teria de me encontrar com Elba em Caldas Novas.
(continua)