MANGUEIROSA - 2

15/02, sábado
Tendo desistido de ir à ilha do Marajó (fica este passeio para maio, talvez), juntei-me aos meus que iriam para a ilha de Combu. A travessia para esta ilha se dá por embarcações que saem de um porto na Praça Princesa Isabel (atualmente sob reformas), em Belém.
A ilha do Combu é a quarta maior de Belém, entre as 39 que circundam a capital paraense, e um dos destinos turísticos mais procurados pelos belenenses e turistas. Um paraíso de mata virgem que fica a pouco mais de um quilômetro da capital paraense, em uma viagem de 15 minutos pelas águas turvas do rio Guamá. O local oferece diversos bares e restaurantes localizados de frente para Belém e ao longo do igarapé do Combu, que corta a ilha. São cerca de 25 estabelecimentos funcionando na ilha, e oss cardápios dos restaurantes privilegiam os peixes da região amazônica, açaí e sucos de frutas regionais.  Há locais que contam, ainda, com atrativos como piscinas naturais, trilhas, música ao vivo, playground para crianças e redários.
https://redepara.com.br/Noticia/199824/ilha-do-combu-os-sabores-que-encantam-do-outro-lado-do-rio
O restaurante mais conhecido da ilha do Combu, o "Saldosa Maloca" (com L mesmo), foi onde estive em 2014. Saboreando a culinária local e maravilhando-me com a visão de uma gigantesca sumaúma que sombreava ao lado.
Desta vez, o local escolhido pelo casal anfitrião Rodrigo e Natália, foi o "Solar da Ilha" (foto). Um restaurante rústico à maneira de outros que são frequentados no lugar.
O sol abriu. Natália e Matheus foram chapinhar nas águas da piscina do restaurante. E todos (menos Leon, que tem uma comida específica) almoçamos.
De volta a Belém, demos uma breve parada na arborizada Batista Campos para comprar brownies numa doceria da praça. Tive de ensaiar uma caminhada no lobby do Angra dos Reis, porque uma chuva renitente não me deixou sair. Teria voltado à Batista Campos, mas o tempo não melhorou.
À noite, continuei em recesso. Os demais saíram com destino a um shopping e uma pizzaria.
16/02, domingo
Iniciamos o passeio deste domingo pelo Mangal das Garças, na Cidade Velha. Com lagos, fonte, viveiros, borboletário, passarelas, mirante do rio e outros atrativos como o Farol de Belém e o Museu da Navegação, o Mangal é um parque naturalístico belíssimo.
Vide Mapa do Mangal.
Com acesso por elevador, o Farol de Belém (foto) é uma torre em estrutura metálica de 47 metros de altura e dois níveis de observação,  de onde se descortina a cidade de Belém, a Baía do Guajará (rio Guamá) e o Mangal das Garças.
Memorial Amazônico da Navegação, integrado ao Mangal das Garças
Detalhes transformam o Memorial Amazônico da Navegação num ambiente atrativo e diferente. Toda a estrutura do local é feita em ipê. O telhado do prédio é todo revestido de palha, já o piso da parte interna é de pedra-sabão, e os painéis com os textos históricos são feitos de ferro. Os visitantes encontram também os três aspectos da evolução dos meios de transporte de navegação na Amazônia: o aspecto militar, (representado pela Marinha do Brasil); o comercial representado por um breve histórico da Enasa; e o regional, revelado na exposição de barcos que são muitos utilizados na região Norte.
Vide Calafate no Blog EM.
Outros espaços visitados  na Cidade Velha:
Museu de Arte Sacra, integrado à Igreja de Santo Alexandre, originalmente Igreja de São Francisco Xavier, construída pelos padres jesuítas com participação do trabalho indígena entre o fim do século XVII e início do século XVIII.
Casa das Onze Janelas, palacete que abriga um museu de arte contemporânea e restaurante.
Forte do Presépio, a primeira construção de Belém (1616). Após os vários usos militares, essa fortificação foi revitalizada em 2002 para uso museológico.
Almoçamos no Tio Armênio, no armazém gastronômico da Estação das Docas, um complexo cultural e turístico que já foi parte do porto da cidade de Belém. E, mais tarde, houve tempo para darmos uma passada no Boulevard Shopping, que fica no Reduto.
Às 23h25, estávamos no Aeroporto Val-de-Cães embarcando em nosso voo de volta para Fortaleza.
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MANGUEIROSA - 1

Esta foi a nossa sexta estada na cidade de Belém, onde nossa filha Natália, formada em Direito e investigadora da Polícia Civil do Estado do Pará, mora com seu esposo Rodrigo Soares.
Período: 13 a 16/02/2020
Visitantes: Paulo, Elba e o neto Matheus
Caso o leitor queira ler sobre as visitas anteriores que fizemos à capital paraense (com Macapá, Paramaribo e Salinópolis nos roteiros), disponibilizo os links abaixo:
OLÁ, BELÉM
CIDADE DAS MANGUEIRAS
BELÉM E MACAPÁ - 1
BELÉM E MACAPÁ - 2
PARAMARIBO E BELÉM
BELÉM E SALINÓPOLIS - 1
BELÉM E SALINÓPOLIS - 2
13/02, quinta-feira
Partindo com atraso de Fortaleza (devido a uma passageira que teve de desembarcar por problema de doença), e tendo voado em áreas de turbulência, chegamos a Belém às 16 horas. Natália e Rodrigo nos esperavam no aeroporto. O casal reside num apartamento adquirido em 2019, no bairro de Umarizal, e o tem decorado com muito bom gosto, faltando apenas concluir o quarto do futuro herdeiro Renan.
Aproveitei o fim da tarde para dar uma caminhada pelas ruas de Umarizal e Nazaré. Comprei laranjas, refrigerantes sem açúcar e castanhas do Pará, no supermercado Nazaré da Travessa 14 de Março.
(No linguajar de Belém, "travessa" não é uma rua estreita, secundária e transversal a duas ruas importantes, é também uma rua tão importante quanto.)
À noite, fomos jantar no Bar do Parque, ao lado do Theatro da Paz. Um tornedor de filé mignon, um T-bone com baião e fritas, e um filé de peixe gratinado foram os pratos que pedimos, além de sucos diversos.
No Bar do Parque
14/02, sexta-feira
Visita ao Espaço São José Liberto e ao Museu Paraense Emilio Goeldi, o jardim zoobotânico da cidade.
O São José Liberto é o antigo presídio de Belém, que, em 2002 (Governo Almir Gabriel), depois de uma ampla reforma deu lugar ao Polo Joalheiro - Casa do Artesão - Museu de Gemas do Pará - Capela (onde se realizam concertos de música sacra).
Situado no centro de Belém, o Museu Emílio Goeldi é uma amostra da floresta amazônica em meio urbano. Dispõe de pavilhões com aquário, terrário, museu de arte e com utensílios de povos indígenas, e os visitantes podem ver a exuberância das plantas, além de animais presos (onças, jacarés, gaviões, macacos, antas, tartarugas, ariranhas, jabotis etc) e bichos que circulam livremente como cotias e preguiças. Por diversas vezes, tivemos de interromper o passeio nas trilhas do parque por causa da chuva que recrudescia. Numa dessas paradas, fomos nos abrigar no "Castelinho".
No Museu Emilio Goeldi
Inaugurado em 1901 como uma das principais atrações do Parque Zoobotânico, o conhecido "Castelinho" era, na verdade, uma caixa d'água disfarçada. O próprio Emilio Goeldi concebeu a edificação, aproveitando a estrutura elevada para ciar um mirante que permitisse a vista do parque e da rua. A construção simula as ruínas de um castelo, com catacumbas de teto abobadado. O conjunto incluía ainda um lago com vitórias-régias. A visita a esse local logo se tornou um hábito para muitos moradores de Belém, que ali permaneciam até à noite para testemunhar a aberturadas flores da planta aquática.
No período da tarde, após almoçarmos no self service do "Boi Novo", fomos conhecer ao lado o Parque da Residência. Antiga residência dos governadores do Pará, e onde hoje funciona a Secretaria da Cultura, o parque apresenta amplos jardins, coreto, orquidário, uma antiga estação do gasômetro (transformada em teatro), na qual é exibido um vistoso automóvel Cadillac que o governador usava em duas datas específicas do ano. Inteiramente reformado, o modelo em exposição é exemplar único no país.
No Parque da Residência
Antes do dia escurecer, caminhei por mais de uma hora pela Quatorze de Março, até os limites do bairro de Cremação.
E fomos jantar no tradicional "Remanso do Peixe" (que já conhecíamos), ao qual chegamos por um complicado percurso traçado pelo Waze.
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O VENTO ARACATI

O vento pontual
Se não estivesse retratando uma cena diurna, uma certa pintura a óleo de Edward Hopper viria a calhar. Mostrando como eram aqueles momentos em que a gente, no Sítio Catolé, em Senador Pompeu-CE, esperava a passagem do vento Aracati para depois ir dormir.
O vento passava às 20 horas.
http://blogdopg.blogspot.com/2010/05/o-vento-pontual.html

Compondo o real e o imaginário do sertanejo
Antes de o sol se pôr, e mesmo depois dele, um grande sopro que vem do mar corta o Ceará ao meio, levanta poeira, vestido de moça, roda cata-vento, espalha o cabelo da mulher sentada na calçada, despede do calor com sua brisa marítima fresca no sertão. É o "vento Aracati", que todos os dias percorre mais de 300 quilômetros. Canalizado pelo Rio Jaguaribe, o vento compõe o real e o imaginário dos sertanejos, desde bem antes de ser retratado no romance "Iracema", de José de Alencar, e de ser objeto de estudos científicos na Universidade Estadual do Ceará (Uece). Patrimônio imaterial do Estado, o vento virou versos, depois documentário, que soprou a história do fenômeno para outros países e está prestes a virar um longa metragem. ~ Melquíades Júnior
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/vento-aracati-compoe-real-e-imaginario-dos-sertanejos-1.216432

Estudo para o vento
Curta-metragem de Aline Portugal e Julia de Simone
Sinopse - É fim de tarde quando o vento passa.
http://www.miradafilmes.com.br/filme/estudo

Seguindo a rota do vento, Aline e Júlia depois dirigiram o longa-metragem "Aracati".

Bônus: A PRAÇA E O VENTO
Houve um tempo na mui leal e heróica cidade de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção em que os rapazes ficavam na Praça do Ferreira à espera do vento que levantava as saias das moças.
http://slideshows-pg.blogspot.com/2011/08/praca-e-o-vento.html

O CASTIGO DO COLAR DE CACOS

A poetisa Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889, na casa por ela chamada carinhosamente de Casa Velha da Ponte, na antiga capital do Estado de Goiás, hoje cidade de Goiás. Ali viveu por vinte e dois anos, quando em 11 de dezembro 1911, parte "em busca de seu destino", ao lado do seu companheiro de "vida toda", Cantidio Tolentino Figueiredo Bretas, e vive no interior de São Paulo e na própria capital por quarenta e cinco anos. Viúva e já "vestida de cabelos brancos" (Coralina, 1994) contando com 67 anos, retorna à terra natal, obedecendo ao chamado de suas raízes, de sua ancestralidade. Dá-se o seu reencontro com a casa natal em l956.
Em 2014, tendo como objeto de pesquisa uma estatueta conhecida como "menina do caco" (foto), que está no Cemitério da Cidade de Goiás, Samuel Campos Vaz desenvolveu sua dissertação de mestrado A "MENINA DO CACO": IMAGEM, IMAGINÁRIO E RELIGIOSIDADE NO CEMITÉRIO SÃO MIGUEL DA CIDADE DE GOIÁS - GO. Protegida por grades, a estatueta corresponde a uma figura de criança, de cabeça baixa (como se estivesse chorando), enquanto segura na mão esquerda um objeto quebrado. Ela representa uma menina que, por deixar cair uma xícara de porcelana, foi submetida a um castigo, reconhecido como exemplar, para que outras crianças não cometessem o mesmo erro de quebrar uma louça.
Esta narrativa popular se encontra com os contos e uma nota de Cora Coralina, que estão no livro "Poemas dos becos de Goiás e estórias mais", de 1988. Em sua obra, a autora apresenta uma série de razões para o valor que era dado à porcelana. "O castigo do colar de cacos pode ser tomado como referência: foi um costume criado para diminuir, inibir, coibir, ameaçar e prevenir os incidentes com as louças." (Coralina, 1988, p. 86)
 Em "Nota: De como acabou, em Goiás, o castigo dos cacos quebrados no pescoço", Cora Coralina conta a estória da menina Jesuína, filha de escrava forra e órfã, criada pela madrinha de mesmo nome, senhora "apatacada, dona de Teres-Haveres". A menina Jesuina, um dia, por azar, quebra a tampa de uma terrina, e recebe como castigo, um colar de cacos quebrados no pescoço. Numa noite, uma das pontas do caco corta-lhe uma veia do pescoço, ficando ela a noite inteira a esvair-se em sangue e quando a madrinha acorda, encontra-a morta.
Com o sacrifício da menina Jesuína, acaba-se em Goiás o castigo do colar de cacos no pescoço.
Webgrafia
http://toleranciaecontentamento.blogspot.com/2012/07/nota-de-como-acabou-em-goias-o-castigo.html
http://www.uesc.br/seminariomulher/anais/PDF/MARLENE%20GOMES%20DE%20VELLASCO.pdf
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/884/1/SAMUEL%20CAMPOS%20VAZ.pdf
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/06/mochileiro-do-cerrado-1.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/06/mochileiro-do-cerrado-2.html