BARCARENA

16/11, sábado
Região Metropolitana de Belém (RMB), também conhecida como Grande Belém, reúne oito municípios do Estado do Pará em relativo processo de conurbação (integrados socioeconomicamente). A RMB é formada pelos municípios de Ananindeua, Barcarena, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará.
Barcarena
126.650 pessoas (2022)
O nome "Barcarena" se originou da presença no assentamento de uma grande embarcação batizada como "Arena" e vulgarmente conhecida como "Barca". E a junção destas duas palavras fez com que a localidade ficasse conhecida como Barcarena. Contudo, o nome da cidade pode também ter sua origem numa povoação em Portugal chamada Barcarena, de onde vinha a maior parte do armamento e pólvora do império português (Fábrica da Pólvora de Barcarena).
Na época da Cabanagem, Barcarena foi um dos principais palcos dos conflitos.
É onde se encontra a sede operacional da Alunorte, a maior refinaria de alumina (*) do mundo fora da China. E onde está localizado o maior porto do Estado do Pará, o Porto de Vila do Conde.
(*) a matéria-prima do alumínio.
Praia do Caripi, a principal atração turística de Barcarena. Nesta praia fluvial, em Vila dos Cabanos, estão o Samaúma Park Hotel, a Casa da Árvore e o trapiche do Caripi, além de outros restaurantes e hotéis.
A partir de Belém, o acesso à Praia do Caripi pode ser feito, via Ananindeua, pela Alça Viária do Pará (PA-483), com pontes que cruzam os rios Guamá, Acará e Moju, com um trajeto de 115 km; ou, pode ser feito, pela PA-151, com um trajeto rodoviário de 51 km, acrescido do percurso pelo rio com a utilização de uma balsa da Arapari Navegação (em que cobram 66 reais por veículo). 
Usamos a primeira opção (com uma parada na Padaria DomNato para o nosso café da manhã) na ida para Barcarena e a segunda opção, na volta para Belém. Rodrigo, que tinha voltado de Foz do Iguaçu no dia anterior, dirigiu o carro.
Em Caripi, optamos por ficar nas instalações do Samaúma, cujo restaurante é aberto ao público.
Rodrigo, Renan, Natália c/ leon, eu e Elba no Samaúma Park
17/11, domingo
Com as horas que me restavam em Belém (antes de voltar para Fortaleza), aproveitei para conhecer o Complexo Ver-o-Rio. Está sendo preparado para receber os participantes da COP30.

PÉROLA DO CAETÉ

Bragança, no Pará, é conhecida como "Pérola do Caeté", por sua localização na margem do rio Caeté. É uma das cidades mais antigas da Amazônia, tendo 411 anos de existência.
População: 130.122 habitantes (IBGE/2021).
É um importante polo pesqueiro do Pará e do Brasil, além de destacar-se pela culinária, artesanato e pelas danças típicas. 
A distância pela rodovia de Belém a Bragança é 222 quilômetros.
Em fevereiro de 2020 escrevi no Blog LT:
No Parque da Residência (antiga residência dos governadores do Pará e onde hoje abriga a Secretaria de Cultura), há um vagão de trem que pertenceu à Estrada de Ferro Belém-Bragança. Com a extensão de 222 quilômetros, esta ferrovia foi a primeira a ser construída na Amazônia brasileira. Esta EF foi terminada em 1908 e desativada em 1965.
Atualmente os treze municípios que compõem a rodovia PA-242 (ligação via terrestre da capital paraense com Bragança), aderiram ao termo de reconstrução do caminho da antiga Estrada de Ferro, que marcou parte da história econômica do estado do Pará, com o fim de criar a Rota Turística Belém-Bragança.
14/11, quinta-feira
Locais visitados:
Praça da Matriz (Catedral de Nossa Senhora do Rosário).
Praça da Bandeira, onde pegamos uma condução coletiva para Ajuruteua. Duração da viagem: 1 hora.
Praia de Ajuruteua
Fica a 38 quilômetros do centro urbano de Bragança. Em boa parte da viagem, a rodovia atravessa uma Area de Proteção Ambiental (APA) e o micro-ônibus percorre a Vila de Pescadores dsa região praieira.
A praia marítima de Ajuruteua tem aproximadamente 3 km de extensão e 800 m de largura, em maré baixa. Sua nova orla, constituída por calçadão, restaurantes, quiosques e outros equipamentos urbanos, foi entregue ao público pelo governo estadual do Pará em dezembro de 2023.
Circulamos no calçadão, tiramos algumas fotos e almoçamos no restaurante Sabor de Beijo.
De volta à sede de Bragança. Após um curto descanso na pousada, saí para visitar:
Museu da Marujada
É um teatro e museu brasileiro fundado em 1997 no antigo cinema Olímpia, localizado na cidade paraense de Bragança. em homenagem aos 204 anos de tradição da marujada de São Benedito na região, uma manifestação de sincretismo religioso e cultural do povo bragantino. No museu há, entre outras curiosidades, uma exposição dos instrumentos musicais de pau e corda (violino, rabeca, banjo e tambores) como os que são tocados pelos membros da irmandade em seus dias festivos.
15/11/2024, sexta-feira (feriado)
Locais visitados:
Igreja de São Benedito, construída por negros e índios no século XVIII, sob a supervisão dos jesuítas, apresentando peças barrocas no interior.
Passeio com Elba na Orla de Bragança (que tem dois níveis) para fazer fotografias.
Fizemos pequenas compras no Supermercado Beira-Rio, onde conhecemos a administradora do estabelecimento, uma senhora muito simpática natural do Quixadá. Dizendo-se alegre por estar atendendo conterrâneos do Ceará, ela foi logo se apresentando como uma  fã ardorosa do Lula e do Camilo Santana. E deu notícias sobre o compositor e cantor Almirzinho Gabriel, filho do médico e ex-governador do Pará Almir Gabriel, o qual foi casado com Maria do Socorro, prima de meu pai.
Almoçamos no Tipiti da Orla e rumamos para a Rodoviária Municipal, onde tomamos o ônibus de volta a Belém.
[continua]

BELÉM, BRAGANÇA E BARCARENA

Período: 12/11 a 17/11 (até 24/11 para Elba)
12/ 11, terça-feira
Almoço na Praça de Alimentação do Aeroporto Pinto Martins. Voo Latam, trecho Fortaleza-Belém, com chegada na capital paraense, às 16h25. Natália foi nos buscar no Val De Cans para nos levar a seu apartamento no Umarizal.
À noite, como estava previsto, fomos comemorar em petit comité a mudança de idade de Elba. No "Amazônia na Cuia", um restaurante de comidas típicas paraenses.
Elba, Renan e Natália
Tendo viajado para partipar como palestrante do IX Encontro Nacional dos Tribunais de Contas, em Foz do Iguaçu, o genro Rodrigo não pôde estar conosco neste evento familiar.
13/11, quarta-feira
Após o café da manhã, Natália nos levou ao Terminal Rodoviário de Belém, no bairro de São Brás, onde Elba e eu pegamos um ônibus da empresa Boa Esperança com destino a Bragança, uma das cidades históricas do Pará.
Trajeto: 223 quilômetros de Belém até Bragança, em que passamos por Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Izabel do Pará, Castanhal, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, Capanema e outros municípios. Duração da viagem: 5 horas.
Hospedagem no Arans, uma pousada com cachoeirinha e tanque de carpas.
Locais visitados no dia:
Praça do Coreto
Orla de Bragança (Rio Caeté)
À noite, jantar no restaurante Benquerença.
[continua]

ESPAÇO DA LEITURA PIO RODRIGUES NETO

A leitura é um exercício que estimula a percepção e aguça a criatividade, e pensando nos benefícios que esta atividade pode proporcionar para as pessoas, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), inaugurou, neste domingo (10), o Espaço da Leitura Pio Rodrigues Neto, no Parque Estadual do Cocó.
O local é uma homenagem ao ambientalista, empresário e membro do Conselho Gestor da Unidade de Conservação (UC) estadual, que em 2017, promoveu o plantio de 40 mil árvores nativas às margens do rio Cocó e em áreas específicas do Parque, em celebração aos 40 anos da C. Rolim Engenharia, empresa que Pio Rodrigues Neto à época dirigia. Ele também é celebrado por suas obras literárias e por seu compromisso com a preservação ambiental.
A cerimônia de inauguração contou com a presença da titular da Sema, Vilma Freire; do secretário executivo, Fernando Bezerra; do homenageado e seus familiares. Além de frequentadores do Parque e cidadãos engajados com a causa ambiental.
Durante a inauguração, o homenageado (foto), que também possui o título de "Amigo do Cocó", fez um discurso emocionado. “Eu não tenho nenhuma dúvida que plantar árvores faz parte da minha missão e eu fico extremadamente feliz com esta honraria de ter meu nome preservado, aqui no parque, recebo isso com o coração cheio de gratidão mas isso também me serve de forte incentivo para continuar trabalhando. Eu acho que é uma missão cidadã, é uma missão de um ser humano que entende um pouco essa necessidade do verde em Fortaleza”, declarou Pio Rodrigues Neto.
Na segunda-feira (11), fui ao Parque do Cocó para conhecer esta inicitativa, tendo deixado para o acervo do Espaço de Leitura um exemplar do livro "Edição Êxtase", de minha autoria.

JANUÁRIO E MACÁRIO

Esta história reúne "Seu" Januário (foto), pai do cantor e compositor Luiz Gonzaga, com o Dr. Humberto Macário de Brito (1929 - 2023), médico urologista nascido em Campos Sales e formado em Salvador,  Bahia, que construiu longa carreira profissional no Crato, além de ter sido professor universitário, administrador público e político. 

Foi-me relatada por um contador e motorista de carro por aplicativo, de nome João, durante uma corrida que fiz com ele.

Doente da próstata e já com quase 90 anos de idade, Seu Januário necessitava de se submeter a uma prostatectomia. Eis que surge na estrada da vida do respeitado sanfoneiro de oito baixos, o cirurgião Dr. Macário, o qual logo se prontificou em realizá-la.

Operado e assistido com desvelo pelo cirurgião, Seu Januário pôde voltar com a saúde restabelecida para o convívio de seus familiares. Perguntado sobre os honorários médicos, o humanitário Dr. Macário dispensou-os de qualquer pagamento.

Agradecido, Luiz Gonzaga gravou "O Vovô do Baião", em homenagem ao médico.

Seu Januário com bem 90 anos / Tinha nos seus planos fazer uma operação / Sua família 'tava toda reunida / Rezando pela vida do vovô do baião. / Vai, Januário, que nós reza por você / Opera, Januário, você merece viver / Humberto Macário, famoso cirurgião / Fez aquela operação que abalou o Cariri.

http://youtu.be/cLWmWvx6bUc?si=Yg8NmbFZ1UUXiFHK

ESTÁTUAS DA ÍNDIA IRACEMA EM FORTALEZA. SEGUNDA PARTE

Personagem principal de um dos romances do escritor cearense José de Alencar, a índia Iracema é homenageada em diversos locais da capital cearense.


Praça José de Alencar
Cena em alto relevo da índia Iracema com o filho Moacir nos braços, esculpida na base da estátua que homenageia o escritor cearense José Martiniano de Alencar, na Praça José de Alencar. Neste logradouro também está localizado o Theatro José de Alencar.
Foto: PGCS
Palácio Iracema
Homenagem do Governador do Estado do Ceará aos 140 anos de publicação do livro "Iracema" do cearense José Martiniano de Alencar (1829 - 1877). A estátua, criação do artista Francisco Zanazanan, foi confeccionada de resina, recoberta por cristal. E representa a personagem principal do romance, a índia Iracema dos "lábios de mel". 15-2-2005. Lúcio Gonçalo de Alcântara, Governador do Estado do Ceará
Foto: PGCS

Rotary Club de Fortaleza (a conferir)

ARCO-ÍRIS SOBRE A RODOVIA

Um arco-íris é um fenômeno óptico e meteorológico que dispersa a luz branca do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotículas de água suspensas no ar. É um arco multicolorido com o vermelho em seu exterior e o violeta em seu interior. Por ser um espectro de dispersão da luz branca, o arco-íris contém uma quantidade infinita de cores sem qualquer delimitação entre elas. Devido à necessidade humana de classificação dos fenômenos da natureza e à capacidade finita de distinção de cores pela visão humana e por questões didáticas, o arco-íris é mais conhecido por uma simplificação criada culturalmente que resume o espectro em sete cores na seguinte ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil (ou índigo) e violeta. Tal simplificação foi proposta primeiramente por Isaac Newton, que decidiu nomear apenas cinco cores e depois adicionou mais duas apenas para fazer analogia com as sete notas musicais, os sete dias da semana e os sete planetas do sistema solar conhecidos à época.
(Para ajudar a lembrar a sequência de cores do arco-íris, usa-se este mnemônico: «Vermelho lá vai violeta», em que «l», «a», «v», «a» e «i» representam a sequência laranja, amarelo, verde, azul e índigo.)

No início de 2020, testemunhei a conclusão da duplicação da rodovia CE-060 entre os municípios de Pacatuba e Redenção. O novo trecho, de 37,4 km de extensão, melhorou notadamente as condições de tráfego de Pacatuba até a base do Maciço de Baturité, ao fazer a conexão com o trecho da rodovia duplicada que já existia entre a capital cearense e Pacatuba. Uma obra que beneficiou diretamente as populações de Pacatuba, Guaiuba, Acarape e Redenção e facilitou a ligação dos municípios do Maciço de Baturité (o que inclui Aracoiaba, Capistrano e Itapiúna) com a área metropolitana de Fortaleza.
No local em que termina a CE-060 duplicada, já perto de Itapaí existe um vale. E, numa manhã chovida em que eu dirigia para Itapiúna, o vale serviu de fundo a um arco-íris de beleza indescritível. Então, que fiz eu? Parei o carro no acostamento da rodovia para fotografá-lo? Não. Limitei-me a dirigir o veículo mais lentamente para apreciar aquele espetáculo da natureza. Mas registro fotográfico, que é bom, eu não fiz nenhum.
Arrependo-me dessa negligência até hoje.

O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA

José Sinval de Sá, jornalista e escritor paraibano de Conceição, foi o primeiro biógrafo autorizado de Luiz Gonzaga do Nascimento. Sobre o qual, ele  escreveu "O sanfoneiro do Riacho da Brígida", uma obra que narra a trajetória do Rei do Baião, do seu nascimento numa casa de barro batido em Exu, Pernambuco, até os meados dos anos 1960. 
Li este livro há muito tempo. No aconchego da casa das tias Carlos da Silva em Jacarecanga, onde costumava ir aos domingos. Numa dessas visitas, ao me deparar na citada residência com um exemplar de "O sanfoneiro do Riacho da Brígida", tive então a melhor oportunidade de conhecer a vida desse artista  atemporal.
O livro em epígrafe foi o resultado de uma sequência de conversas de José Sinval com Luiz Gonzaga na Ilha do Governador, em que, ao longo de quatro meses, o artista expôs suas emoções, paixões, sentimentos, dúvidas e expectativas. Sem que houvesse, por exigência de Gonzaga, o romanceio de sua biografia.
Em dez cadernos, Sinval anotou a mão as informações ditadas pelo Velho Lua. Da chegada da família de Gonzaga a Exu, o nascimento do menino, a vocação musical que começou cedo, os primeiros trabalhos. O ambiente sertanejo, as primeiras paixões e a surra que levou da mãe, Santana, que o fez fugir para Fortaleza.
Suas aventuras como militar, a viagem para o Sudeste e sua saída da instituição. Sua carreira artística, inicialmente tocando em festas e bares, depois, participando de programas nas rádios cariocas. Sua luta para se firmar como cantor e não apenas como instrumentista. E o encontro com Humberto Teixeira, do qual resultou a gravação de "Asa Branca", que o levaria a ser reconhecido nacionalmente.
No apêndice, um cancioneiro de Luiz Gonzaga, com seus mais emblemáticos sucessos.
Lançado em 1966, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, sua primeira edição de 3 mil exemplares esgotou-se rapidamente. E, como informa o musicólogo Ricardo Cravo Albin, em menos de um ano foram feitas 4 reedições do livro. Segundo o autor, era o próprio Gonzaga o maior divulgador de sua biografia, levando-a para seus shows Brasil afora e vendendo-a em suas andanças. 
É possível que última edição deste livro seja a que atende pelo ISBN 978-85-7858-312-5, da Companhia Editora de Pernambuco (ano: 2015), a qual pode ser lida no Books com páginas omitidas.
Webgrafia  
https://www.camara.leg.br/radio/programas/383096-sinval-sa-conta-estorias-que-ouviu-do-proprio-gonzagao
https://revistacontinente.com.br/edicoes/144/biografia--luiz-gonzaga--segundo-sinval
https://maladeromances.blogspot.com/2016/12/sinval-sa.html
https://acordacordel.blogspot.com/2012/06/cem-anos-de-gonzagao-90-de-sinval-sa.html
https://www20.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/07/21/noticiasjornalvidaearte,2882642/gonzagao-revisitado.shtml
https://www.google.com.br/books/edition/O_Sanfoneiro_do_Riacho_da_Br%C3%ADgida/KAFCCwAAQBAJ?hl=en&gbpv=1&dq=sinval+s%C3%A1&printsec=frontcover

DIA DO MÉDICO EM 2024. DIPLOMAS E MEDALHAS

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC) confere anualmente o Diploma de Mérito Ético-Profissional a todos os médicos que completam 50 anos de exercício da Medicina sem sofrer qualquer penalidade em processo ético-profissional.
Ainda no sentido de reconhecer o papel fundamental da ética no exercício da Medicina, o Conselho também concede a Medalha de Honra ao Mérito Profissional a três médicos que tenham 30 anos de formação e que sirvam de exemplo e inspiração aos colegas. No presente ano, foram agraciados com esta honraria o médico-sanitarista e economista da saúde Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, a médica infectologista e professora universitária Dra. Mônica Cardoso Façanha e o médico oftalmologista Dr. Rafael Dias Marques Nogueira.
A solenidade de outorga dos diplomas e das medalhas teve lugar na sede do CREMEC, na última sexta-feira (18), a partir das 19 horas. 

RODOVIÁRIA DE TÁXIS (INTERMUNICIPAIS) COMPARTILHADOS

Em Boa Vista-RR, além da Rodoviária Internacional de onde partem ônibus para o Amazonas, a Venezuela e a Guiana, há uma rodoviária de táxis de profissionais cooperados que, a partir do Terminal do Caimbé, na zona oeste da cidade, transportam passageiros em táxis compartilhados para outros municípios do Estado de Roraima. 
Quando estive em Roraima (maio de 2024) optei por utilizá-los para fazer um "bate e volta" a Bonfim e outro até Pacaraima.
São carros de passeio (em geral, do modelo Chevrolet Spin com 7 lugares), climatizados e dirigidos por motoristas experientes.
Assim que o táxi atinge o número de passageiros que pode transportar (6), o taxista inicia a viagem para a cidade de destino (Mucajaí, Bonfim ou Pacaraima).
A passagem para Bonfim, que dista 120 km de Boa Vista, custa 50 reais (ou 70 reais, se o passageiro for até Lethem, na Guiana, como foi o meu caso). E, para Pacaraima, a 220 km de Boa Vista, a passagem custa 85 reais. Obviamente, um valor menor é cobrado se o passageiro for descer numa cidade menos distante da capital.
Em hora e meia de viagem, cheguei a Bonfim pela bem conservada BR-401, e desci em Lethem (GY) que forma uma aglomeração urbana transnacional com Bonfim. 
Indo a Pacaraima (um trecho da BR-174 encontra-se em péssimo estado), a viagem de ida durou três horas. É que houve uma parada no Restaurante da Paçoca, além de que chovia. Em Pacaraima, contratei por 120 reais um táxi local para ir conhecer Santa Elena de Uiarén (VEN), que me trouxe de volta a Pacaraima duas horas após.
Nos retornos a Boa Vista destes dois passeios compartilhados, fui deixado no hotel.


Por que não há em Fortaleza uma rodoviária de táxis compartilhados? Não me venham com esses pontos de embarque em que vans apanham passageiros nas ruas da cidade.

BYE BYE BRASIL

Filme brasileiro de 1979 dirigido por Carlos Diegues. Em novembro de 2015, esta comédia entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Sinopse - Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas de teatro mambembe que cruzam o país com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos em pequenas localidades do interior do Brasil, onde a população ainda não tinha acesso a televisão. A eles se juntam o acordeonista Ciço e sua esposa, Dasdô, com os quais a Caravana cruza a Amazônia pela rodovia Transamazônica até chegar a Altamira.

Música e letra de Roberto Menescal e Chico Buarque. Gravação em vídeo por Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar.


2:44 - 2:58. 

"Em março vou pro Ceará / Com a benção do meu orixá / Eu acho bauxita por lá / Meu amor."
(Trecho a incluir numa postagem em elaboração, "O Ceará no Universo Musical do Chico Buarque".)

TIO RAIMUNDINHO

Se cada ser humano é único, meu tio-avô Raimundinho foi o mais único de todos. Solteirão e residindo no Sítio Catolé, em Senador Pompeu, com a irmã Olímpia e a preta Ventura, que fazia as comidas da casa num velho fogão a lenha.
Todas as manhãs, o miúdo administrador da propriedade baixava as gaiolas que estavam penduradas no alpendre de casa. Limpava-as dos dejetos dos passarinhos e renovava o alpiste e a água de beber, e tornava a pendurá-las.
Barbeava-se com um canivete que ele amolava numa pedra lisa. Abria um baú onde guardava sapotis para separar os que já tinham amadurecido. E punha um chapéu meio amorfo na cabeça para ir ver as coisas do sítio.
Uma vez, segui-o por um bom tempo (sem que ele me visse) em sua caminhada. Ele andava apressadamente como se fosse um personagem do tempo do cinema mudo. Falando com si próprio e gesticulando sem parar.
Tio Raimundinho tinha três manias: falar sozinho, cuspir com grande frequência e coçar o nariz (que vinha ficando cada vez maior).
Mas o falatório dele era só durante o período diurno. Ao anoitecer, depois que acendia o lampião alimentado a querosene (a casa não tinha energia elétrica), ele emudecia completamente.
E ficávamos no terraço à espera de uma visita importante: o vento Aracati.
Esperando o buliçoso visitante da noite, o tio não participava mais das conversas. Nem para opinar sobre o que uma cobra acabara de pegar (teria sido um caçote?) atrás de umas pedras.
Ele era o caçula dos sete filhos de José Tristão Gurgel do Amaral e Maria Gurgel Valente, que haviam gerado sete filhos.
No Sítio Catolé, existia - trancada em seu quarto a cadeado - uma bicicleta de fabricação estrangeira. Eu é que não me atrevia a tomá-la emprestada para ir à cidade. Ela pertencia a Raimundinho, um solteirão cheio de manias e ciumento de seus objetos pessoais. E, para o meu tio, aquela bicicleta era "a joia principal da Coroa". Corria inclusive a história de que ele, quando ia à cidade, não pedalava o veículo por todo o trajeto. Bastava se deparar com um pequeno aclive, que ele então desmontava da bicicleta e passava a empurrá-la. E não era por falta de condicionamento físico, não. Era para não forçar a catraca.
Tio Raimundinho vinha periodicamente a Fortaleza para cuidar da saúde. Na capital, sua primeira providência era visitar o irmão José Gurgel. Era deste abonado irmão que vinha o adjutório para os gastos que teria com médicos, exames e remédios (embora no final sobrasse algum).
Acompanhei-o numa operação da próstata e em algumas consultas médicas. Numa destas, ao cardiologista que lhe fez a clássica pergunta sobre o que estava sentindo, ele respondeu espantado: "Eu? Eu não sinto nada."
Um dia, tio Raimundinho não compareceu à mesa para o café matinal. Abriram a porta de seu quarto e o encontraram em pé, apoiado em uma cômoda. Mas não estava vivo.
Morreu como morrem os bravos.
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Tia Olímpia e Ventura
Tia Olímpia organizava a casa. Gostava de rezar e vivia lendo um livro de devoção. E, quando havia pescaria no açude velho, era quem conferia a partilha dos peixes.
Muito doente, tia Olímpia veio a Fortaleza. Levei-a a uma consulta médica na Faculdade de Medicina e depois a internei no Hospital Geral de Fortaleza. Ao visitá-la, choramingou e, talvez pressentindo a morte próxima, suplicou-me para que eu a tirasse do hospital. Não a atendi. Achei que, com a boa assistência prestada no hospital, ela teria chance de sobreviver. Não aconteceu.
Ventura, o sorriso largo, era nossa tia Nastácia - sem crendices e esconjuros. Tinha a doçura dos doces que fazia. E custa a crer que ela tivesse o poder de vida e morte sobre as pequenas criaturas do Sítio Catolé.

LUIZ GONZAGA - 110 ANOS DO NASCIMENTO

PGCS (visitante da mostra)
Livro e exposição
O RioMar Fortaleza está oferecendo uma experiência imperdível para os fãs de Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912 – Recife, 2 de agosto de 1989) e da cultura nordestina. Até o dia 13 de outubro, a Praça de Eventos do shopping recebe a exposição interativa "Luiz Gonzaga: 110 anos do Nascimento", baseada no livro homônimo do pesquisador Paulo Vanderley, proprietário do acervo e também curador da exposição.
Este livro (vendido no local por 350 reais), com quase 500 páginas, é fruto de quase três décadas de pesquisa de Paulo Vanderley. Ilustrado pelo Mestre Espedito Seleiro, a obra permite que o próprio Gonzaga conte suas histórias, com trechos extraídos de mais de 100 entrevistas e depoimentos, além de oferecer uma experiência multimídia, com QR codes que direcionam os leitores para materiais adicionais.
A mostra com cerca de 100 artigos originais, como fotos pessoais, documentos históricos e objetos marcantes da vida e obra do Rei do Baião, proporciona uma verdadeira imersão sensorial, em que o público pode ouvir entrevistas com o próprio Luiz Gonzaga e com outros artistas que tiveram o privilégio de conviver com ele. Em sete estações interativas, os visitantes têm acesso a vídeos, áudios e outros conteúdos.
A entrada é grátis.

O CABRIOLÉ

No livro "A história de Elda: a matriarca da família Gurgel Carlos", no capítulo dedicado a José Gurgel Valente, cito a compra de um cabriolé, provavelmente fabricado no Sul Maravilha, por esse Gurgel  empresário, para que os Gurgel do sítio Catolé pudessem se deslocar à sede do município. Conduzido por Tio Raimundinho, o cabriolé era uma atração na cidade de Senador Pompeu.
No ocaso de sua vida, ao me segredar um fato que se reportava à meninice, mamãe por vezes esquecia detalhes. Embora tenha se lembrado de que o referido veículo servia para que fossem (ela, a irmã Elza e Tia Olímpia) às missas dominicais na cidade.
Mas o que era o cabriolé?
Na edição de 20/01/1953 do periódico "A Noite Ilustrada", encontro este artigo de Arnaldo Fábregas, ao qual acrescentei algumas notas:
O "Cabriolet" teve, no Rio, uma história reticenciada. Apareceu, desapareceu para, anos depois, aparecer.
Veículo leve e de luxo, era utilizado por diplomatas estrangeiros, grandes do império e opulentos negociantes. Dispunha de duas rodas e era tirado por um animal.
Variavam bastante os seus tipos. Os primeiros aqui chegados tinham um compartimento almofadado, na traseira, onde se sentava o cocheiro, passando as rédeas por cima do toldo. (1) Estes apareceram, sem maiores alardes, em meados de 1814. Tinham vindo da França: "dernier cri" da moda em matéria de viaturas. Na Europa seu domínio foi grande, tendo empolgado Paris, quase fazendo desaparecer a "sège" e outros pequenos veículos. Conta-nos Noronha Santos, que, Luís XVI teria proferido ante a verdadeira praga que se tornara o elegante veículo: "Si j'etais lieutenant de police,  je supprimerais les cabriolets". (2) 
Em 1817 ainda eram vistos, na nossa "urbs", "lançados impetuosamente, em corridas pelas ruas, por condutores inexperientes, atropelavam transeuntes e atravancavam os logradouros".
Novamente encontramos, no Rio de antanho, o "condutor inexperiente" que atropela os transeuntes e atravanca os lagradouros. Como se vê, neste ponto em nada o Rio evoluiu! Estamos, ainda, no século XIX.
Depois disso, ou melhor, dessa época, não há mais noticias dos "Cabriolets".
Voltaram, porém, em 1839. Com estardalhaço. Alvorotando o mais pacato dos cariocas. Vemos, reproduzido por Noronha Santos, um comentário feito por um jornal da época sobre o grave acontecimento: a volta do "Cabriolet".
"O Mikado do Japão (3) — diz o noticiarista — não causaria maior sensação do que a presença desse veículo nas ruas da cidade. O careca da rua dos Pescadores (atual Visconde de Inhaúma), assíduo companheiro de gamão do cônego Januário da Cunha Barbosa, foi a pé das Laranjeiras ver o estupendo produto ultramarino."
"Outros carecas, jogadores do triquetraque dos jesuítas, se dispuseram a contemplar o carrinho que, em breve, teve preferência de muita gente do dinheiro."
Tamanha foi a fluência de povo à Alfândega para ver o "Cabriolet", que se tornou necessária a intervenção da policia, chamada — diz, ainda, Noronha Santos — pelo escrivão aduaneiro Joaquim Teixeira de Macedo.(4)
Viera, diretamente de Paris, o belo veículo, para um "filhinho de papai", o jovem herdeiro do veador do Paço, (5) Joaquim José Pereira de Faro, primeiro Barão de Rio Bonito. Veio, foi visto e venceu. Passaram a ser fabricados no Rio pelo francês Ambroise, que, em 1851, teve, por decreto assinado pelo Visconde de Monte Alegre, concessão para sua fabricação. Ambroise alterou um pouco as linhas do carro, que passou a se assemelhar ao "cab" francês, viatura que teremos ocasião de focalizar.
O fisco também se aproveitou do sucesso do "Cabriolet": tributou-o, e pesadamente. (6)
Companheiro do "Cabriolet" foi o "Sociável", fabricado, também, por Ambroise. Diferia do primeiro pela ausência do toldo. Teve grande aceitação, criando, inclusive, séria crise entre os alugadores de "Cabriolets". Desvalorizou-se, assim, o carro que fizera tanto barulho à entrada. Passaram a ser vendidos a preço baixo. Seu fastigio passou, como tudo na vida.
Referências
SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da; SILVA; HEGER, Mirna Gurgel Carlos; SILVA, Paulo Gurgel Carlos da (orgs.). A história de Elda: a matriarca da família Gurgel Carlos. Fortaleza: Edição do Autor, 2023. 152p. ISBN: 978-65-996963-8-1
http://memoria.bn.gov.br/pdf/120588/per120588_1953_01247.pdf  Acesso em: 08/09/2024.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Veador#
Notas
(1) Para transportar Tio Raimundinho, na função de cocheiro, e mais três membros da família, o cabriolé certamente não devia ser do tipo que Joselito desenhou para a ilustração do artigo.
(2) Tradução: "Se eu fosse tenente da polícia, eu eliminaria os cabriolés". Na verdade, esta frase foi dita por Luís XV, quando havia apenas duzentos ou trezentos deles circulando em Paris.
(3) Antigo termo japonês para "imperador" e, mais especificamente, para o Imperador do Japão significando "porta sublime".
(4) Não há notícia de que a polícia sertaneja tenha sido chamada para acalmar os ânimos.
(5) Não é "vereador" (com erro de revisão). "Veador", ou antes "viador", do latim "via", era um antigo título honorífico em Portugal e no Brasil, que se dava ao oficial-mor da casa real que servia junto à rainha ou a imperatriz, no paço ou fora dele. Eram geralmente escolhidos entre membros da nobreza e fidalguia. Isso explica a nota anterior.
(6) Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos. (Benjamim Franklin) 

ELDA, A MULTIFACETADA


PREFÁCIO (*)
No limiar desta despretensiosa crônica, quero agradecer penhoradamente ao Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva pelo honroso convite para prefaciar uma notável obra, cuja protagonista é uma das mais extraordinárias pessoas que tive a subida honra de privar de sua amizade. Conheci dona Elda, carinhosamente chamada de ELDINHA, quando em 1972, recém-casada fui ser sua vizinha no último quarteirão da Rua Domingos Olímpio.
Inicialmente nossas conversas eram esporádicas tendo como cenário o murinho que dividia as áreas de acesso às nossas residências. A aproximação maior teve como gênese minha primeira gravidez. Ela, com toda sua experiência de mãe de "várias viagens", supervisionou a montagem de enxoval do bebê, bem como esteve presente em todas as consultas do pré-natal, haja vista que minha mãe e minha sogra moravam no município de Jaguaruana, distando 180 Km de Fortaleza.
Diariamente ia fazer-me uma visita e certificar-se de que eu não estava precisando de nada. Epifânio Terceiro nasceu, para gáudio meu e de Epifânio Pai e foi ELDINHA quem deu o seu primeiro banho. Eu estava ali de pé, observando e aprendendo.
Mesmo após a nossa mudança para o bairro das Damas mantivemos contatos frequentes com o ilustre casal e seus filhos.
Quando eu necessitava sair para resolver algumas questões no centro da cidade, dona Elda não confiava que o pequeno Epifânio ficasse aos cuidados de nossa secretária; escalava uma de suas filhas para ficar fazendo guarda à criança.
Convidamos o casal Luiz Carlos da Silva e Elda Gurgel e Silva para padrinhos do nosso segundo filho, o George. Este clima de grande amizade e excelsa fraternidade durou por meio século, quando Deus chamou ELDINHA para a eternidade, o que havia feito vinte anos antes em relação ao Dr. Luiz Carlos, advogado dos mais laureados nas hostes do Direito Trabalhista.
ELDINHA nos dias atuais seria considerada uma pessoa multifacética. Atuava com muita eficiência e eficácia em vários campos, ou sejam: esposa, mãe, dona de casa, excelente vizinha, voluntária na Igreja Católica, onde exerceu as elevadas funções de Ministra da Sagrada Comunhão, e solidária para com as pessoas que estivessem passando por uma dificuldade temporária ou permanente.
Foi também uma extraordinária artista plástica, sendo especializada na produção de tapeçarias para exposição em paredes. As páginas desta magnífica obra mostram várias de suas notáveis criações.
Espero, sinceramente, que o texto acima possa levar o leitor a entender a personalidade, bem como a alma de um grande extraordinário ser humano que já passoupor este mundo e deixou um rastro de muita luz e bondade.
Aldênia Coelho Rocha Menezes
Amiga e comadre de Elda Gurgel e Silva

(*) Prefácio do livro "A HISTÓRIA DE ELDA - A matriarca da família Gurgel-Carlos". Autores: Marcelo, Mirna e Paulo Gurgel. O dia de hoje assinala o aniversário natalício de Elda Gurgel e Silva, que estaria completando 94 anos, se viva fosse.

CANTINHO DO FRANGO

O Cantinho do Frango iniciou suas atividades no ano de 1994, a partir da expansão do seu tradicional serviço de galeteria (uma das pioneiras de Fortaleza). Ao longo desses 30 anos muita coisa mudou. A cozinha passou a focar no resgate dos sabores regionais e na tradição da culinária típica do nordeste. Foram preservados os serviços à la carte e delivery.
Neste espaço gastronômico e cultural da Aldeota (rua Torres Câmara,71) fomos almoçar no último domingo de agosto (25) com membros da família Almeida Gouveia, estando estes de ingressos já comprados para o jogo do Fortaleza com o Corintians no Estádio Castelão, logo depois.
O restaurante atualmente conta com 4 ambientes, entre os quais se incluem: uma loja de discos em vinil, uma cachaçaria com mais de 450 rótulos e uma mesa reservada a uma estátua.
O Cantinho do Belchior, onde Natália e eu posamos para esta e outras fotografias que foram tiradas pela consogra Eveline.
E o restaurante também apresenta uma robusta agenda cultural de shows, exposições e lançamentos literários, além de ter entre seus  frequentadores alguns dos componentes do Pessoal do Ceará (Ednardo, Fausto Nilo, Rodger Rogério) e o popstar Falcão.
Quem foi ao Castelão viu o Fortaleza vencer o Corintians por 1 a 0 (gol do Pikachu), então assumindo a liderança da Série A do Brasileirão.

REMINISCÊNCIAS CARIOCAS

(1972-1974)
Ed. Corumbá, Av. Prado Junior, 145, Posto 2 Copacabana. Em 1972, um dos quitinetes do Corumbá abrigou durante 6 meses uma "república" de tenentes-médicos alunos da Escola de Saúde do Exército (gaúchos Henz, von Kossel e Bonilha, e cearenses Valdenor, Ozildo e eu). No edifício em frente morava o museólogo e carnavalesco Clóvis Bornay, o idealizador do "Baile de Gala" do Theatro Municipal do RJ. Ele era hors concours nos concursos de fantasias. Tinha o direito de participar sem ser julgado.
Boate Plaza (no subsolo do Hotel Plaza), na Prado Junior. Nesta boate, certa vez fui sorteado com um relógio (roscofe).
Jaboatão, casa noturna na Av. Princesa Isabel, em Copacabana, frequentada pelo lumpen-proletariado.
Beco da Fome, uma galeria que reunia vários pequenos restaurantes e lanchonetes. Ficava ao lado do Cinema 1.
De setembro de 1972 a agosto de 2005 (quando cedeu espaço a um horti fruti), o Cinema 1, na Avenida Prado Júnior, entre as ruas Barata Ribeiro e Ministro Viveiros de Castro, ganhou fama por sua sofisticada seleção de filmes, com a exibição de clássicos ou obras contemporâneas que dificilmente chegavam ao circuito tradicional. [1]
Por falar em restaurantes e lanchonetes, lembro-me do super sanduíche de rosbife do Cervantes, um templo da baixa gastronomia que há mais de 30 anos mata a fome do pessoal da madrugada! Ele está lá até hoje e faz parte do "roteiro cultural" da PJr, com visita recomendada. [2]
Garota de Ipanema. Localização: Prudente de Moraes c/ Vinicius de Moraes. Inaugurado em 1949 com o nome de bar Montenegro, o estabelecimento era conhecido pelos artistas como bar do Veloso, por conta do nome do proprietário.
Zeppelin, point em Ipanema que fechou em 1972. [3]
Gafieira Elite, no centro do Rio de Janeiro, próximo ao Campo de Santana. No passado, a Elite foi palco das apresentações de grandes orquestras (Raul de Barros, Maestro Cipó e Tabajara) e de consagrados cantores. Entre seus frequentadores ilustres são lembrados: Getúlio Vargas e o pé de valsa Juscelino Kubitschek [4] 
Canecão, no Botafogo, onde fui assistir a um show do Simonal.
Beco das Garrafas, indissociável da história da bossa nova. Só fui conhecer em 2022. [5]
Ed. Torres, R. Benjamin Constant, 139, Glória, onde morei 18 meses com a minha irmã Marta e seu esposo João Evangelista, ambos já falecidos. Convidado pelo casal, deixei Copacabana para ir morar com eles na Glória. O modesto apartamento ficava num edifício de poucos andares, no último quarteirão da rua Benjamin Constant.[6]
No Hospital da Beneficência Portuguesa (cujos fundos davam para a Benjamin Constant) aconteciam as sessões clínicas comandadas pelo renomado cirurgião torácico Jesse Teixeira, sempre com a brilhante participação do Dr. Amarino, um médico radiologista da cidade.
No fim da rua, havia também uma comprida escadaria pela qual se podia ir (nunca me atrevi) da Glória ao Morro de Santa Teresa. E, por último mas não menos importante, uma padaria-raiz em que eu gostava de comer um pão quente passado na manteiga.
As obras da estação da Glória do Metrô do Rio já ocupavam uma parte do largo em que começava a rua Benjamim Constant. E, quando a Taberna da Glória (onde se dizia que Noel Rosa compôs "Conversa de Botequim") deu sua última função, eu fui até lá para dar as condolências. E, ao lado dos grandes sambistas e chorões do Rio Antigo, chorei um rio pelo fechamento da casa.
Renascença Clube, onde assisti ao musical "Orfeu Negro" de Vinicius de Moraes.[7]
Apontamentos:
Hospital Central do Exército com seu Pavilhão de Isolamento, na Triagem, Instituto de Tisiologia e Pneumologia, no Caju, Hospital Central do IASERJ, na Praça da Cruz Vermelha, e Pavilhão Carlos Chagas da UFRJ (de quando se ouviam as aulas do Prof. Dr. José Rodrigues Coura).
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[1] http://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-historias/cinema-1-reduto-da-intelectualidade-do-rio-exibe-classicos-como-os-de-bergman-8901131#ixzz7u6Jq2ESW stest
[2] http://copacabana.com/avenida-prado-junior
[3] http://blogdopg.blogspot.com/2023/02/bar-zeppelin.html
[4] http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/04/na-gafieira-elite.html

JORGE HELDER (BOLERO BLUES)

NO TÚNEL DO TEMPO

Fiz esta foto em dezembro de 2007, no Restaurante Manjericão, em Guaramiranga-CE. Numa noite serrana (como são todas as noites de lá) em que rolou na cidade o melhor da MPB. (Paulo Gurgel)
Saibam quem são estas "feras" (da esquerda para a direita):
Márcio Rezende (flauta e sax)
Amaro Penna (voz e violão)
Jorge Helder (baixo)
Manassés de Sousa (violão)
Edson Filho (órgão)
Márcio Senise é flautista e saxofonista, Mestre em música pelo New England Conservatory of Music, EUA ; Amaro Penna, o Peninha, é cantor, violonista e compositor; Jorge Helder, o baixista, integra a banda de Chico Buarque; Manassés, que é um exímio violonista; Edson, o tecladista, que é filho de outro grande tecladista, o Edson Távora.

BOLERO BLUES, de Chico Buarque e Jorge Helder

"Jorge Helder me deu uma música que é impossível de se fazer a letra e eu fiz. Ele não sabe que eu fiz. É... Acho que deve ser a primeira música letrada dele." (Chico Buarque)


24/09/2024 - ATUALIZAÇÃO

Além de companheiros de palco e de estúdio, Chico Buarque e Jorge Helder já são parceiros em três canções – "Bolero blues" (2006), "Rubato" (2010) e "Casualmente" (2017).

ERIC MORAES GURGEL

Filho de brasileiros do Ceará, o estadunidense Eric Moraes Gurgel, de 11 anos, faz versão para o inglês das gírias e expressões brasileiras que ele aprende em casa com os pais Felipe e Anna. Ou quando ele vem com os pais ao Brasil para curtir as suas preferências (banho de mar, água de coco e brigadeiro). 
Em seu canal Aprenda Inglês com Eric, o garoto bilíngue posta vídeos sobre o tema para os seus atuais 31 mil seguidores no Instagram.
Hoje (17), às 14h30, ele é assunto de uma reportagem no programa Se Liga VM, da TV Verdes Mares.
Neto mais velho de meu irmão médico, escritor e professor Marcelo Gurgel, o professor-mirim Eric é per via consequentiae meu sobrinho-neto.

EDÍSIO MACHADO CARNEIRO (06/04/1947 - 07/08/2024)

Por mensagem que me foi enviada pelo amigo Edmilson Nascimento Silva, tomo conhecimento da morte do colega Dr. Edísio Machado Carneiro, no dia 7 do mês em curso.

Edísio era cardiologista do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), em Fortaleza. Durante longos períodos, exerceu a função de médico intensivista e ocupou o cargo de chefe da Seção de Pacientes Externos (SPE) desta instituição.

Profissional conceituado, era muito benquisto pelos colegas, funcionários e pacientes.

Descanse em paz, meu bom Edísio. Meus sentimentos a seus familiares.

PRAÇA ESTRIGAS & NICE

Eu não conhecia esta simpática praça de Fortaleza. Fica no bairro do Papicu, com um dos seus lados dando para a rua Ari Barroso.
Há inclusive um acesso a este logradouro por uma saída lateral do RioMar (de onde eu fui até a referida praça).
É uma praça bonita, arborizada e bem cuidada. Ocupa um espaço de cerca de 10 mil metros quadrados. Como qualquer praça tem gramado, canteiros, bancos e passeios, mas a Praça Estrigas e Nice apresenta um laguinho com ponte e uma academia de ginástica ao ar livre.
Foto: PGCS
Num dos pontos da praça funciona uma base fixa da Polícia Militar, o que deve tornar o local mais seguro àqueles que o frequentam.
O nome do logradouro é uma homenagem ao pintor e escritor Nilo de Brito Firmeza, o Estrigas, e à esposa dele, Nice, também pintora.
Em sua inauguração (24/01/2015), o Prefeito Roberto Claudio destacou a trajetória do Estrigas e Nice e, ao lado de familiares do casal, plantou uma muda de baobá originada do baobá plantado por Estrigas no sítio em que morou grande parte da vida e, aos pés do qual, estão depositadas suas cinzas. Esta árvore, por sua vez, consta que descende do velho baobá do Passeio Público, tombado pelo Patrimônio Histórico-Cultural.
Nice faleceu em 13/04/2013 e Estrigas, como era seu sonho, dormiu e não acordou mais em 02/10/2014.

COM O EXÉRCITO NÃO DÓI

por Marcos Gurgel (*)
Como 2º Tenente R/2, do quadro de saúde, lotado no Hospital do Exército em Fortaleza, cedido ao quartel do 23º Batalhão de Caçadores, participei de uma ação cívico-social em um pequeno distrito de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza.
Consultório de campanha montado, iniciei o meu trabalho no começo de uma bela manhã. Primeiro paciente, um falante que foi logo dizendo:
"Toda vez que o Exército vem aqui em extraio um dente; todo mundo aqui sabe que eu só extraio dente com o Exército, porque com o Exército não dói!". Posicionei o saltitante paciente na cadeira odontológica (de campanha, sem conforto), e comecei a trabalhar.
De cara, fraturei a corroa de um primeiro molar inferior, e então ouvi: "É sempre assim. Vá em frente Tenente, que eu sou descendente de índios e tenho os dentes muito duros".
Início de carreira, pouca experiência, corria o ano de 1978. Então pensei em me valer do Capitão-Chefe, mas não o encontrei... Convoquei então um esforçado soldado para me dar apoio e comecei o quebra-quebra, com cinzel e martelo.
Dava sempre uma paradinha e, preocupado, perguntava:
– Dói? – e lá vinha a resposta, incontinenti:
– Como Tenente, se com o Exército não dói?
Duas horas de luta, consegui o intento, mediquei e dispensei o paciente.
À noite, no acampamento, eu já deitado, eis que ouço o índio falante procurando o Tenente Gurgel. Pensei: meu Deus, o coitado deve estar morrendo de dor...
Com o coração em sobressalto me dirigi a ele e perguntei:
– Você está com algum problema? Está com muita dor? – e lá veio a resposta enfática:
– Não estou sentindo nada. Eu vim só saber do Senhor se posso arrancar o dente vizinho amanhã de manhã...
E repetiu o velho chavão:
– Dor que nada, Tenente. Com o Exército não dói!
(*) Marcos Maia Gurgel (05/07/1953 - 20/07/2024), odontólogo e escritor cearense (contador de histórias).

NÓS, OS ESTUDANTES

Este é o livro do médico e escritor Mariano Freitas, lançado em 2002, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar. Com a presença do Belchior, o prefaciador, do Cláudio Pereira, do editor Sérgio Braga e de uma multidão de líderes do movimento estudantil. 

Aos 97 anos de idade, o reitor Antônio Martins Filho, da UFC, também compareceu ao lançamento do livro e fez uma belíssima fala.

Mariano Freitas: "Bergson Gurjão tornou-se uma unanimidade dentro do movimento estudantil".

NÓS, OS ESTUDANTES conta a vida dos universitários cearenses na década de 1960. Este livro vendeu 398 exemplares em seu lançamento, e sua edição de 1.500 exemplares foi completamente vendida em 30 dias. A capa é do Audifax Rios.

Ver também: Lançamento do livro CINQUENTA MIL MULHERES de Mariano Freitas

NOTA DE PESAR POR AMAURY TEÓFILO BRASIL

Faleceu, aos 95 anos, o médico Dr. Amaury Teófilo Brasil (foto). O óbito se deu no domingo, 21, às 5 horas, no Hospital Oto Meireles, tendo sido o seu corpo velado na funerária Ethernus e sepultado no cemitério Parque da Paz.
Amaury era natural de Redenção-CE, residiu por algum tempo em Quixadá e formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco.
Vindo morar em Fortaleza, passou a a trabalhar como tisiopneumologista do Sanatório de Messejana e do Sanatório de Maracanaú.
No Sanatório de Messejana (atual Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes), onde o conheci no ano de 1977, foi chefe da Seção de Documentação Científica e da Seção de Pacientes Externos. Foi também um dos fundadores do Centro de Estudos Prof. Manuel de Abreu (nome que ele inclusive sugeriu para o referido Centro).
Deixa a esposa Eliana, três filhos e quatro netos, aos quais manifesto meus sentimentos.
Descanse em paz meu estimado amigo.
Reprodução de uma antiga foto, tirada no Hospital de Messejana em seu período sanatorial. 
Da esquerda para a direita, sentados: Drs. Amaury Brasil, Carlos Alberto (diretor), Trajano Almeida e Eldair Sátiro; em pé: Drs. Abner Brasil, Alarico Leite, Francisco Oliveira e Jorge Matos.

CÉSAR FORTI (1945 - 2024)

César Augusto de Lima e Forti nasceu em 28 de abril de 1945, na cidade de São Paulo-SP.
Formado em medicina no ano de 1971 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), especializou-se em medicina nuclear pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1973, e fez mestrado em Farmacologia pela UFC, em 1985.
Médico do Ministério da Saúde, ocupou o cargo de chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). Foi também Subscretário da Saúde do Estado do Ceará, Diretor Médico e Diretor Geral do HUWC e Diretor do Hospital Municipal de Maracanaú. 
Fonte: A história dos Secretários da Saúde do Estado do Ceará (arquivo PDF).
Vitimado pelo câncer, César Forti faleceu na noite de 21 de julho de 2024.
Meus sentimentos à família do meu estimado amigo e colega Dr. César Forti.
22/07/2024
Velório durante a manhã - com missa de réquiem às 12h. Local: Ethernus. 
Sepultamento às 14h no Cemitério Parque da Paz.

DE LERIADO A LERUAITE

Leriado deriva de "lero", que significa conversa mole, papo furado, broma; conversa pra boi dormir, papo pra engambelar, pra enrolar; miolo de pote etc.
Na Escolinha do Professor Raimundo, famoso pelo lero-lero havia o Sr. Rolando Lero, personagem do ator Rogério Cardoso. Em nova versão, este personagem é interpretado por Marcelo Adnet.
No livro CRIAÇÕES, publicado em 1986 sob os auspícios do Centro Médico Cearense e da Sobrames Ceará, no texto "As lérias estão de volta", debulhei umas lérias autorais: 
  • Quem ama a todos gasta uma fortuna em motel.
  • Desperdício é o exemplo vivo do esperdício.
  • Conforme o tempo para os discursos, um banquete pode ser maçante ou massacrante.
  • Ante uma mulher de muitas curvas não existe homem reto.
  • O indivíduo não se submeta ao coletivo, especialmente se tiver dinheiro para o táxi.
  • Deus! A autoridade máxima em "faça-você-mesmo".
  • Ah, esse tempo nublado provocando indecisões nos girassois!
  • Dia de não se ler jornal: terça-feira. Sai com material de segunda.
  • O escocês, quem diria, cria-se agarrado na saia do pai.
  • E a guerra acabou. Pode-se em paz matar os feridos.
Eu utilizei a palavra "léria" (uma variante de "lero") para fazer trocadilho com as "férias estão de volta".
Leruaite é um programa de televisão brasileiro em formato de talk show apresentado pelo cantor e humorista Falcão. Estreou em 2012 na TV Ceará (afiliada à TV Brasil), mas após a contratação do cantor pela TV Diário, passou a ser exibido nesta emissora a partir de 2015. Após um período de pausa, voltou a ser exibido na TV Ceará desde junho de 2018.
Fazem parte da equipe de Falcão a banda "Num Tô Nem Vendo", formada por deficientes visuais, o violonista Tarcísio Sardinha (até 2022, ano em que este instrumentista faleceu) e o desenhista Valber Benevides, responsável por fazer as caricaturas dos entrevistados de Falcão.
De onde Falcão obteve esse nome "Leruaite"? Segundo o cantor brega, seria uma combinação de "lero" (conversa) com "white" (branco, em inglês).
Quanto ao programa "Leriado" da TV Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, não sei dizer se ainda vai ao ar.

JOÃO BOSCO SERRA E GURGEL. Reminiscências

Encontro com JB, um agregador de amigos
Quando: num sábado, em maio de 2019.
Onde: no restaurante Carneiro do Ordones, no Parque Araxá.
Fui buscar JB Serra e Gurgel no Hotel Mercure e, por sugestão dele, fomos ao citado restaurante.
(Meu irmão Marcelo não pôde ir conosco devido a compromissos outros.)
Nesse restaurante da zona oeste de Fortaleza, estivemos a conversar por um par de horas.
João Bosco era jornalista e escritor, tendo sido o autor de 150 biografias de cearenses "de todos os andares". Além de ser um exímio contador dos acontecidos em Acopiara, cidade em que estavam fincadas suas raízes.
Ele costumava me enviar exemplares dos livros que escrevia e já havia transcrito algumas postagens minhas no jornal "Ceará em Brasília", do qual era um dos editores. Certa vez, subsidiei-o com informações para um artigo de reminiscências sobre o Usina Ceará, seu primeiro e único clube.
Também era um girólogo porreta, e seu alentado "Dicionário de Gíria" havia chegado à 9.ª edição.
Uma de suas preocupações: não ver, até então publicada, a obra que José Jarbas Studart Gurgel deixou inacabada (porém, em fase final), depois de ter rastreado os quatrocentos anos da família Gurgel no Brasil.
No final do encontro, convidou-me para visitá-lo em Niterói, onde residia, quando não estava em Brasília exercendo o voluntariado na Casa do Ceará.
Era membro da Associação Brasileira de Imprensa e também organizava um banco de dados na internet sobre os  Gurgel do Amaral Valente, de Acopiara.
JB Serra e Gurgel. Fotografado por mim no Ordones, em Fortaleza.
Livros que publicou
Cronologia da Evolução Histórica das Relações Públicas
Dicionário de Gíria (em sua 9.ª edição)
Livro Negro da Previdência Social
Livro Evolução da Previdência Social
Nas Terras do Senhor Meu Pai
Nas Terras do Senhor Meu Rei (volumes I e II)
Webgrafia de JB no blog Linha do Tempo
https://gurgel-carlos.blogspot.com/2022/01/a-escritura-polimorfa-de-jb-serra-e.html, por Barros Alves

JOÃO BOSCO SERRA E GURGEL. Nota de falecimento

10/07/2024 - Faleceu em 1.º de julho, em Niterói-RJ, o jornalista e escritor João Bosco Serra e Gurgel, que, por muitos anos, editou o jornal "Ceará em Brasília". Foi velado em Juazeiro do Norte e, como era desejo do próprio jornalista, teve o corpo sepultado em Acopiara-CE, sua terra natal.
Pesquisador da nossa cultura popular, escreveu o "Dicionário de Gíria", com 820 páginas, que se encontra em sua 9.ª edição. Além de outras obras que trazem sua assinatura, polígrafo que foi.
João Bosco deixa uma enorme saudade entre aqueles que, ao longo de uma vida luminosa, privaram de sua amizade e afeto.
A ele, nosso reconhecimento e  nossa homenagem.
Canal: FamaeFesta
Vida profissional
Fonte: Blog do Carlos Dehon
JB Serra e Gurgel nasceu em 22/03/1943, no município de Acopiara, no sertão central do Ceará, a 365 km de Fortaleza.
Fez o curso primário no Grupo Escolar de Acopiara, começou o ginasial no Seminário São José, no Crato, e o concluiu no Colégio Lourenço Filho. Em Fortaleza, fez o colegial no Colégio Estadual do Ceará, o Liceu.
Em Fortaleza, iniciou-se no Jornalismo, na Gazeta de Noticias e trabalhou no jornal O Estado e na Rádio Dragão do Mar.
Em 1963, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no Última Hora, nas agencias Asapress e Inrterpress, na sucursal do Diário de São Paulo.
Em 1964, ingressou no curso de Ciências Sociais, da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, concluindo em 1968 no Instituto de Ciências Sociais da UFRJ.
Em 1966, foi trabalhar com Ibrahim Sued, como redator de sua coluna em O Globo, e depois em seu programa na Rede Globo, Ibrahim Sued o Repórter. Em 1972, foi nomeado diretor da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, depois foi para a Assessoria do presidente da EMBRATUR e do IBC.
Em 1974, trabalhou como Assessor do Ministro da Previdência e Assistência Social, Luiz Gonzaga do Nascimento Silva, e, depois, do presidente do INSS, Reinhold Stephanes.
Em 1976, fez concurso para Técnico de Comunicação Social do MPAS.
Em 1979, foi requisitado pela Presidência da República, onde foi Coordenador de Divulgação da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República até 1985.
Em 1980, foi contratado como professor da Faculdade de Comunicação da UnB, lecionando Técnicas de Relações Publicas e Publicidade e Propaganda.
A partir de 1985, trabalhou como Assessor nos Ministérios da Fazenda, Agricultura, `Planejamento e Saúde.
Voltou à Previdência Social, ondee foi Assessor de Comunicação dos ministros Reinhold Stephanes, Sergio Cutolo e Antônio Brito.

O XILÓGRAFO J. BORGES

"Todos os dias, ele acorda às seis da manhã, toma um cafezinho e desce para a oficina do Memorial J. Borges, que funciona embaixo de sua casa, um galpão onde expõe e vende suas xilogravuras há mais de 50 anos em Bezerros, agreste de Pernambuco. Vai devagar, “quem tem pressa fica no caminho”, diz ele, apoiando a muleta na mesa comprida antes de sentar-se para trabalhar. Puxa as ferramentas da gaveta: formão, buril e goivinhas. Liga o rádio num Lupicínio Rodrigues (um dos netos deixa um pen drive espetado nas caixas de som com as músicas preferidas do avô), escolhe um pedaço de pau de louro-canela, a 'melhor madeira para entalhar depois da imburana, que o Ibama não deixa mais', e passa a manhã a escavar tipos, cenas e histórias inteiras, que, acredita ele, estão só esperando para serem descobertas."
Eis acima a descrição, feita por Mariana Filgueiras no Globo Cultura, para um dia comum na vida de José Borges.
Na juventude, ele foi carpinteiro e pedreiro até descobrir a literatura de cordel. De leitor apaixonado que virou, passou a esculpir na madeira para imprimir no papel, tornando-se um xilógrafo requisitado pelos escritores de cordel. Desde que ganhou fama pela boca de Ariano Suassuna, que o chamava de "maior gravurista do Brasil" e sempre lhe confiou a ilustração de suas obras, J. Borges só viu sua reputação crescer. Estimulado por colecionadores e marchands, já teve xilogravuras expostas na Europa e nos Estados Unidos, ilustrou capas de livros de Eduardo Galeano e de José Saramago, além de aberturas de novelas (a primeira foi a versão censurada de "Roque Santeiro", em 1975, a última, "Cordel encantado", em 2011).
Em 2019, ele fez a exposição J. BORGES 80 ANOS, no RioMar em Fortaleza. Na ocasião, fotografei alguns de seus trabalhos, um dos quais o magistral COMO SE FAZ UMA XILOGRAVURA, em que ele conta os segredos de sua arte.

J. Borges (pôster reproduzido)
Aos 88 anos, o mestre das gravuras vive em Pernambuco, enquanto sua arte ultrapassa as fronteiras. E que oportunidade o público tem agora para apreciar seus trabalhos em nova exposição. Com duzentas obras suas reunidas no Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

26/07/2024 - Hoje José Francisco Borges foi entalhar nuvens no céu.

LE PROCOPE

Paulo Gurgel,
LE PROCOPE - 13 rue de l'Ancienne Comédie - Paris
Em 1686, o siciliano Francesco Procopio fundou o Café-Glacier "Le Procope" em Paris.
Considerado o mais antigo da cidade-luz, o "Le Procope", no coração do bairro de Saint-Germain-des-Prés, foi o primeiro restaurante a introduzir o café e a democratizá-lo, oferecendo o seu serviço de mesa em chávena de porcelana.
Lugar mítico, o Le Procope foi frequentado por filósofos do iluminismo, escritores, politicos e revolucionários, como: Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Diderot, D'Alembert, Robespierre, Marat, Danton, Camille Desmoulins, entre outros. Até Napoleão Bonaparte, que deixou lá um chapéu, frequentou o "Le Procope".
A decoração do restaurante preserva a passagem destas ilustres personalidades; o papel de parede da década de 1830, que incluía os dois valores fundamentais da República, "Liberdade" e "Igualdade", foi concluído e apresenta agora o valor "Fraternidade".
Vale a pena conferir.
Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
Paris, 26.06.2024
https://www.instagram.com/reel/C8qkljhomCk/?igsh=ZG0zNDFrcnBjYWl4

Ana Margarida,
Quando estive em Paris (na carreira) visitei tão poucos locais (Eiffel, Triunfo, Champs-Élysées, Notre-Dame, Concórdia, Rio Sena...) que não mereço o título de conhecedor da Cidade-Luz. Mas, Dieu merci, fui almoçar neste lugar maravilhoso chamado "Le Procope", tão cheio de evocações. Guardo, até hoje, o cartão que eles distribuem com os visitantes. Fez-se a noite, e fui dormir num dos arrondissements de Paris.
Paulo
https://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/03/paris-na-carreira.html


Paulo,
Parabéns por ter aproveitado tão bem Paris, dentro do tempo disponível. Paris é uma cidade em movimento. É muito difícil conhecer suas maravilhas. Não se conhece Paris nem em 6 dias, 6 semanas ou 6 meses. Talvez em 6 anos. E para conhecê-la é preciso conhecer sua história, arte, língua, culinária, moda, museus etc.
Parabéns pelo belo texto!
Abraço de Ana Margarida

O PANTEÃO DOS HERÓIS DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA

Encontra-se no primeiro andar do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto-MG, o Panteão dos Heróis da Inconfidência Mineira. Além de dedicado à memória do protomártir da Independência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792), o Panteão é o local em que também repousam os restos mortais dos heróis da conjuração mineira, mortos durante o degredo na África em fins do século 18.

Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga, João da Costa Rodrigues, Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Salvador Carvalho do Amaral Gurgel, Vitoriano Gonçalves Veloso, Álvares Maciel, Francisco de Paula Freire de Andrada, Domingos de Abreu Vieira, Luiz Vaz de Toledo Piza, José Aires Gomes, Antônio de Oliveira Lopes, Vicente Oliveira da Mota, Domingos Vidal Barbosa Lage, José de Resende Costa e João Dias da Mota.

A história do Gurgel Inconfidente

Para conhecer a história do inconfidente Salvador de Carvalho do Amaral Gurgel, nascido em Parati - RJ, médico, recomendo a leitura de dois excelentes trabalhos disponíveis na internet:
Um Gurgel fluminense que foi inconfidente mineiro, de João Bosco Serra e Gurgel. In: Google Docs.
O inconfidente que virou santo: estudo biográfico sobre Salvador Carvalho do Amaral Gurgel, de Adelto Gonçalves. In: Scielo.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142010000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt ~ Paulo Gurgel

Foi objeto de um artigo que publiquei em meu blog. Ele nasceu em Parati, berço de um grupo da familia Gurgel em território fluminense. O grupo é numeroso. Ele foi degredado para Moçambique e não para Angola (aqui JB Serra e Gurgel me corrigiu). Seus restos mortais foram trazidos para o Brasil e estão no Panteão dos Inconfidentes em Ouro Preto/MG. Foi o único não mineiro dos Inconfidentes, mas jamais foi lembrado por qualquer fluminense em qualquer tempo.
Parabéns, Paulo. Principalmente pelo texto de Adelto Gonçalves. Li e fiquei feliz pelas informações. Infelizmente, quando escrevi meu artigo não sabia de tudo. Mas minha intenção foi alcançada. Mostrei que havia um Gurgel na Inconfidência, um fluminense esquecido por seu povo. ~ JB Serra e Gurgel

Salvador Carvalho do Amaral Gurgel (16 de fevereiro de 1762, Parati - 10 de dezembro de 1812, Ilha de Moçambique) foi um cirurgião prático e envolvido na Inconfidência Mineira.
Filho do capitão-mor Salvador Carvalho Cunha do Amaral Gurgel e de Domiciliana de Jesus, então amante de seu pai. De Parati, Gurgel mudou-se para a capital, Rio de Janeiro, onde tirou a carta de praticante de cirurgia em 1787, e no mesmo ano mudou-se para Vila Rica (Ouro Preto), onde viria respirar o clima mais libertário das ideias iluministas em Minas Gerais.
Devido a sua participação na Inconfidência Mineira, foi condenado à forca em 17 e abril de 1792, pena que foi comutada para degredo pela rainha D. Maria I através de carta régia, em segredo, 18 meses antes do anúncio da pena, em 15 de outubro de 1790. Foi para a Ilha de Moçambique, onde atuou como cirurgião e ocupou o cargo de vereador da vila de Inhambane, sendo transferido, em 1804, para o regimento de infantaria da Ilha de Moçambique, como cirurgião-mor. Em Inhambane, Gurgel fabricava medicamentos na botica do regimento e os distribuía entre os pobres, gratuitamente. Viveu em degredo até a sua morte, em 10 de dezembro de 1812. WIKI