Só o nome ficou.
Adeus, Praia de Iracema
Praia dos Amores
Que o mar carregou."
(Luiz Assumpção)
No início do século XX, a Praia de Iracema era uma aldeia de pescadores denominada de Porto das Jangadas, Praia do Peixe ou Grauçá.
Praia dos Amores
Que o mar carregou."
(Luiz Assumpção)
No início do século XX, a Praia de Iracema era uma aldeia de pescadores denominada de Porto das Jangadas, Praia do Peixe ou Grauçá.
Em decorrência da apropriação deste espaço por parte da elite econômica de Fortaleza, com a construção de seus bangalôs de frente para o mar (foto do Arquivo Nirez), a Praia do Peixe passou a ser reconhecida na cidade como um lugar encantador e bucólico, inclusive adquirindo o epíteto de Praia dos Amores.
Além disso, foi também cenário para o início da prática do banho de mar como medida terapêutica e mesmo de contemplação e lazer para muitos fortalezenses. Essas transformações revelaram a necessidade da mudança do nome Praia do Peixe para outra denominaçao menos repulsiva. Neste sentido, a jornalista Adília de Albuquerque propôs a ideia de que fosse erguido na praia um monumento em homenagem à Iracema, a heroína do romance de José de Alencar.
Motivado pela imprensa, os moradores do bairro encaminharam ao então prefeito Godofredo Maciel um abaixo-assinado para oficializar a mudança, como pode ser visto neste relato da revista "Ceará Iustrado": "Solicitamos que mude a denominação imprópria e vulgar por que é conhecido aquelle encantador trecho de Fortaleza para a de Prais de Iracema". (rev. CI n.º 13, de 5 de outubro de 1924).
Com a nova designação, as ruas ganharam nomes de etnias indígenas como Tabajaras, Pacajus, Arariús, Potiguaras, Cariris, Tremembés e Guanacés.
Fonte:
BEZERRA, Roselane Gomes. O bairro Praia de Iracema entre o "adeus" e a "boemia": usos, apropriações e representações de um espaço urbano. 2008. https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6247/1/2008-TESE-RGBEZERRA.pdf
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