Acervo Fortaleza Antiga, FB
Em 1984, fechou suas portas na Praia de Iracema e foi para a Beira-Mar, ao lado do Alfredo. No lugar de origem do restaurante surgiria o Edifício Lido.
Frequentei o Lido do primeiro endereço. Correspondendo ao período em que o cantor Vitor Portela, que eu conhecera no restaurante Nilu's, fazia suas imitações vocais do Miltinho, Cauby Peixoto, Martinho da Vila e do menino Michael Jackson.
Portela dizia ser filho do cantor Miltinho (sua melhor imitação), o que não passava de uma brincadeira. Ele costumava me anunciar ao microfone como médico "cardiologista", mesmo depois de já ter sido corrigido quanto à citação da especialidade. Numa noite, acompanhei-o em uma sequência de shows que ele deu por clubes suburbanos de Fortaleza. Seu empresário era o comunicador Irapuan Lima. No Vila União, recordo-me, assisti ao show do Vítor, sentado à "mesa da diretoria".
Certa vez, um grupo de pessoas chegou ao Lido. O grupo era numeroso, e houve necessidade de juntar várias mesas para atender a todos. Um dos recém-chegados era o ortopedista Mario Mamede, meu colega de turma na Faculdade de Medicina da UFC e que atuava na política cearense. Outros eram pessoas que eu conhecia de vista, principalmente do Estoril, outro reduto da boemia local.
Mário então me apresentou a um homem de trinta e tantos anos, de estatura mediana e com uma barba cerrada, bem preta - o centro das atenções. A conversa que tive com ele foi rápida, e desejei-lhe boas vindas. Ao retornar para a mesa que eu ocupava com Elba, Vítor Portela me procurou para perguntar quem era aquele homem.
(Ele gostava de anunciar a presença das pessoas no Lido.)
Disse-lhe:
- É o Lula.
- O Lula... do PT?
- Sim, ele mesmo.
Naquela noite de 1984, Luiz Inácio da Silva, cercado de companheiros e admiradores, tinha ido distrair-se no bom e velho Lido. Longe de imaginar a perseguição midiatico-judicial que, no futuro, promoveriam contra ele, "lawfare" é como se designa tecnicamente o expediente.
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As táticas do lawfare:
Manipulação do sistema legal, com aparência de legalidade, para fins políticos
Instauração de processos judiciais sem qualquer mérito
Abuso de direito, com o intuito de prejudicar a reputação de um adversário
Promoção de ações judiciais para desacreditar o oponente
Tentativa de influenciar opinião pública com utilização da lei para obter publicidade negativa
Judicialização da política: a lei como instrumento para conectar meios e fins políticos
Promoção de desilusão popular
Crítica àqueles que usam o direito internacional e os processos judiciais para fazer reivindicações contra o Estado
Utilização do direito como forma de constranger o adversário
Bloqueio e retaliação das tentativas dos adversários de fazer uso de procedimentos e normas legais disponíveis para defender seus direitos
Frequentei o Lido do primeiro endereço. Correspondendo ao período em que o cantor Vitor Portela, que eu conhecera no restaurante Nilu's, fazia suas imitações vocais do Miltinho, Cauby Peixoto, Martinho da Vila e do menino Michael Jackson.
Portela dizia ser filho do cantor Miltinho (sua melhor imitação), o que não passava de uma brincadeira. Ele costumava me anunciar ao microfone como médico "cardiologista", mesmo depois de já ter sido corrigido quanto à citação da especialidade. Numa noite, acompanhei-o em uma sequência de shows que ele deu por clubes suburbanos de Fortaleza. Seu empresário era o comunicador Irapuan Lima. No Vila União, recordo-me, assisti ao show do Vítor, sentado à "mesa da diretoria".
Certa vez, um grupo de pessoas chegou ao Lido. O grupo era numeroso, e houve necessidade de juntar várias mesas para atender a todos. Um dos recém-chegados era o ortopedista Mario Mamede, meu colega de turma na Faculdade de Medicina da UFC e que atuava na política cearense. Outros eram pessoas que eu conhecia de vista, principalmente do Estoril, outro reduto da boemia local.
Mário então me apresentou a um homem de trinta e tantos anos, de estatura mediana e com uma barba cerrada, bem preta - o centro das atenções. A conversa que tive com ele foi rápida, e desejei-lhe boas vindas. Ao retornar para a mesa que eu ocupava com Elba, Vítor Portela me procurou para perguntar quem era aquele homem.
(Ele gostava de anunciar a presença das pessoas no Lido.)
Disse-lhe:
- É o Lula.
- O Lula... do PT?
- Sim, ele mesmo.
Naquela noite de 1984, Luiz Inácio da Silva, cercado de companheiros e admiradores, tinha ido distrair-se no bom e velho Lido. Longe de imaginar a perseguição midiatico-judicial que, no futuro, promoveriam contra ele, "lawfare" é como se designa tecnicamente o expediente.
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As táticas do lawfare:
Manipulação do sistema legal, com aparência de legalidade, para fins políticos
Instauração de processos judiciais sem qualquer mérito
Abuso de direito, com o intuito de prejudicar a reputação de um adversário
Promoção de ações judiciais para desacreditar o oponente
Tentativa de influenciar opinião pública com utilização da lei para obter publicidade negativa
Judicialização da política: a lei como instrumento para conectar meios e fins políticos
Promoção de desilusão popular
Crítica àqueles que usam o direito internacional e os processos judiciais para fazer reivindicações contra o Estado
Utilização do direito como forma de constranger o adversário
Bloqueio e retaliação das tentativas dos adversários de fazer uso de procedimentos e normas legais disponíveis para defender seus direitos
3 comentários:
Parabéns, Paulo! Bela crônica! Belo encontro com o Lula!
O maior de todos os presidentes!
Excelente crônica
Esta é a primeira vez que vejo seu o blog
Pelo estímulo, obrigado aos dois leitores (um deles, minha amaiga Ana Margarida).
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