PORTUGAL: PENÍNSULA DE SETÚBAL

O6/06/2018 - 4.º dia
Cedo, tomamos o metrô até a Estação do Oriente e, ao lado desta na estação rodoviária local, pegamos um ônibus interurbano da Transportes Sul do Tejo (TST, linha 431) com destino ao município de Alcochete, que fica na área metropolitana de Lisboa. A viagem rodoviária foi também a oportunidade de percorrer a grandiosa Ponte Vasco da Gama, já que ela se encontra na rota desta linha de ônibus da TST. A Vasco da Gama foi uma obra construída como alternativa à congestionada Ponte 25 de Abril.
A Ponte Vasco da Gama é uma ponte estaiada sobre o estuário do rio Tejo, na área da Grande Lisboa, ligando Montijo e Alcochete a Lisboa e Sacavém. Com os seus 12,3 km de comprimento é a mais longa ponte da Europa Ocidental e a segunda mais longa da Europa. Foi inaugurada em 29 de março de 1998, dois meses antes da abertura da Exposição Mundial. O seu nome comemora os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, ocorrida em maio de 1498.
[https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Tejo]
Era objetivo de Elba fazer compras no Freeport. Quanto a mim, apenas passar algum tempo neste outlet (que é o segundo maior da península ibérica) e, em seguida, ir a Setúbal. Então, tomei outro ônibus (linha 413 da TST) que me levou a esta cidade, enquanto Elba ficou se vendo com suas compras.
O Freeport Lisboa Fashion Outlet foi inaugurado em 2004 e está localizado a 30 minutos de Lisboa, em Alcochete. Possui uma vasta gama de lojas de vários tipos e é um grande chamariz para os turistas que visitam Portugal por ter lojas de marcas de luxo. Alcochete é uma vila portuguesa do distrito de Setúbal, região de Lisboa e na sub-região da Península de Setúbal, com cerca de 10 700 habitantes.
A cidade de Setúbal é a capital do distrito de Setúbal que reúne 13 municípios, dentre os quais Palmela, Montijo e Alcochete. Na viagem para esta capital, que durou cerca de uma hora e um quarto, o ônibus passou por várias cidades e vilas que me pareceram atraentes e bem cuidadas. Desci na rodoviária, que fica no centro de Setúbal, para dar início a uma caminhada.
Este selfie, por exemplo, foi tirado no Parque do Bonfim. No qual havia um restaurante em que, pelas tantas, entrei para comer uma fatia de torta de laranja com café. Também para pedir informações.
- Aqui tem wi-fi?
- São só 5 euros.
- Qual é a senha?
- Tudo junto: saoso5euros.
A conta do lanche teve o valor aparentemente inspirado nessa senha. E eu saí do restaurante com o esboço de um mapa que um gajo muito prestativo desenhou num guardanapo de papel. Era o caminho para que eu chegasse à Casa do Bocage, o que não chegou a acontecer.
Na verdade, a maioria das pessoas que eu abordei em Setúbal desconhecia a existência da tal Casa. Sabiam me indicar, o que inclusive faziam com lusitana cortesia, onde ficava a Praça ou Largo do Bocage, o nome do filho mais célebre da cidade.
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765 - 1805) foi um poeta português. Escrevendo no início de sua carreira sob o pseudônimo de Elmano Sadino, ele empregou todos os recursos literários e deixou sua marca em tudo: em seus epigramas espirituosos, suas sátiras rigorosas e persuasivas, suas odes muitas vezes cheias de nobreza. Mas a sua fama repousa principalmente em seus sonetos, que quase rivalizam com os de Camões no poder, elevação de pensamento e terna melancolia, embora não tenham o refinamento erudito do último. O centenário de sua morte foi ali observado com muita circunstância em 1905. Talvez por causa da pura rudeza de alguns dos seus versos, Bocage é ainda hoje uma figura genuinamente popular, e não apenas em Setúbal. A subversividade de seus poemas fez com que, por muitos anos, eles não estivessem (oficialmente) disponíveis em Portugal e sua poesia erótica foi publicada pela primeira vez, anonimamente, no final do século XIX.
[https://en.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage ]
O centro histórico e comercial de Setúbal é em grande parte formado por ruas estreitas e inacessíveis aos carros. Depois de andar por elas, conjeturando sobre a origem medieval da cidade, cheguei à Praça do Bocage. Nesta, em 1871, foi erguido um monumento ao poeta junto ao qual (a coisa homenageante, bem entendido) eu tirei alguns selfies.
Nisso, vi algo que também me interessou na referida praça: o Botequim du Bocage.
Por fora, sendo como você vê na foto acima, e internamente, todo decorado com frases e imagens alusivas a Bocage, o botequimdubocage (tudo junto) foi o local em que entrei a seguir. Desta vez para comer uma bifana (uma espécie de sanduíche de carne de porco) e uma sopa de legumes.
Foi legal o passeio, pá!  Mas já estava quase no horário do ônibus que me levaria de volta para Alcochete, onde Elba certamente tinha concluído suas compras.
Acredito que uma praça + um monumento + um botequim tenham sido uma boa compensação pela casa que não foi encontrada.
(a continuar: ESPANHA)
Na seção de comentários desta postagem: MARIA AUXILIADORA BARROSO.

Um comentário:

Paulo Gurgel disse...

De: Auxiliadora Barroso
20:56 (há 13 horas)
Para: mim
Adorei seu relato sobre sua recente viagem a Portugal e Espanha. Até colhi algumas informações para a minha próxima viagem à Península Ibérica, provavelmente em 2019.
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