PIUM E CARAPANÃ

O período em que trabalhei como médico do hospital militar de Benjamim Constant (1974-75), no Alto Solimões, colocou-me em contato frequente com essas duas espécies de mosquitos. O carapanã... bem, este eu já conhecia de outros "ais", por ser a popularíssima muriçoca, aqui no Ceará. Porém, mais feroz do que a sua versão nordestina, por conta de uma transformação evolutiva para se tornar num dragãozinho da maldade, o carapanã picava sem anestesia. Ao anoitecer, em Benjamim Constant, eu tinha logo que buscar a proteção de algum imóvel telado. Era isso ou, então, ser uma vítima a prestação de sua selvageria amazônica.
Ele estava no centro de um ditado local: "carapanã encheu, voou". Uma possível adaptação do "maracanã comeu, voou", tão familiar a nós, e que, graças à blandícia da ave que protagoniza o ditado cearense, assume por aqui um caráter mais ameno.
Onchocerca volvulus
Em Benjamim Constant não vi o pium, mas comecei a conhecê-lo de... ouvir falar. E a respeitá-lo, principalmente depois que um médico de Manaus, especialista em medicina tropical, deu uma palestra no hospital que eu dirigia. Acho que ele se chamava Camurça (o médico, bem entendido). Em sua conferência, sobre as moléstias tropicais, destacou a oncocercose, doença causada pelas microfilárias do verme Onchocerca volvulus. Raramente fatal, é uma causa infecciosa de cegueira, e sendo também conhecida por "cegueira dos rios". Essa doença é transmitida por mosquitos do gênero Simulium, conhecidos por pium no Norte do Brasil  e por borrachudo nas outras regiões.
A palestra do colega de Manaus foi à noite, num caramanchão (devidamente telado) que eu mandara construir, uns dias atrás, no terreno do hospital.
No dia seguinte, a aula de laboratório sobre a oncocercose. A ocasião em que o colega nos mostrou as microfilárias em fragmentos de pele tirados a gilete, macerados com soro fisiológico e postos sem coloração ao microscópio. Pertencia o material examinado a índios de uma tribo Tikuna que, em nome dos altos propósitos da ciência, haviam comparecido ao hospital para os tais exames. Em vista de cujos resultados pontificou o especialista: a oncocercose era endêmica entre eles!
Nos quinze dias que passei como médico de um pelotão de fronteira, no Estirão do Equador, é que me desavim com o tal pium. Uns mosquitos miúdos cujas picadas, além de provocarem um certo prurido local, deixavam a pele com gotículas de sangue. Como têm hábitos diurnos eu me protegia deles usando o Repelex, uma loção repelente fabricada pelo Exército. E, à noite, trancava-me no alojamento (com telas nas portas e janelas), mas aí já era para me pôr a salvo dos carapanãs.
Como se dizia por lá, o pium passava o serviço para o carapanã. E este, por sua vez...

O ÚLTIMO APITO

Uma versão compacta do vídeo-documentário de Aderbal Nogueira que conta, através de depoimentos de pesquisadores e de ferroviários aposentados, a história da Estrada de Ferro do Ceará. A tônica emocionada dos depoimentos tomados e a sensação de nostalgia trazida pelas imagens da época nos levam a questionar: por que houve, em nosso país, o desmonte de tão importante meio de transporte?


Leitura recomendada: O ÚLTIMO APITO, artigo de José Cícero, Secretário de Cultura de Aurora. In: www.aurora.ce.gov.br

ARACY: DA INFÂNCIA TRAVESSA À MATURIDADE SERENA. LANÇAMENTO DE LIVRO

Dos tempos de meninice, quando improvisava trapézios na Sobral onde nasceu, a 17 de julho de 1911, à maturidade serena ao lado do marido Fernando, a vida de Maria Aracy Mont´Alverne Adeodato é retratada no livro - Aracy: da infância travessa à maturidade serena - organizado pelos filhos Fernando Adeodato Junior, Therezinha Mont´Alverne Adeodato Accioly e pela nora Márcia Gurgel Carlos Adeodato, com a colaboração das filhas Socorro Adedodato Veloso e Lys Adeodato Ramos e outros familiares. Hoje, 16, a família celebra o centenário da matriarca, mesmo tendo ela partido para a Casa do Pai em setembro de 2000. O livro será lançado no salão de festas do Edifício Maranello, após celebração de missa gratulatória, seguindo-se um brunch.
Márcia Gurgel

MISSA PARA VLADIMIR MORAIS

Lúcia Bessa Morais

MÉDICOS FORMADOS PELA UFC EM 1971 - NOMES

Adriana Menezes da Costa
Aline Maria Barbosa Cavalcante
Ana Maria de Andrade Lira
Antenor Fernandes Mendes
Antonio Anglada Casanovas
Antonio Carlos de Magalhães Portela
Antonio Lages Alves
Antônio Newton Soares Timbó
Antonio Vieira de Araújo
Artur Pereira e Silva
Artur Wagner Vasconcelos Nery
Ary Silvério Reis de Souza
Carlos Alberto Soares
Carlos Maurício de Castro Costa
Cecília Braga de Azevedo
César Augusto de Lima e Forti
Clóvis Rodrigues Viana Filho
Diana de Sá Pereira Barreira
Edson Menezes da Nóbrega
Eleonora Pires de Almeida
Elenita Maria Pinheiro da Fonseca
Emanuel Ponte Frota Neves
Ercílio Guimarães do Nascimento
Fernando Antônio da Rocha Carvalho
Francisco Afrânio Gomes Pereira
Francisco Álvaro de Andrade Neto
Francisco de Assis Brandão Meireles
Francisco de Assis Martins
Francisco de Assis Negreiros Colares
Francisco Daniel Neto
Francisco José Batista da Silva
Francisco Sisvilan de Morais Coimbra
Francisco Valdenor Barbosa
Frederico Augusto de Lima e Silva
Getúlio Nunes do Rêgo
Haroldo Heitor Ribeiro
Hugo Lopes de Mendonça Júnior
Imeuda Maria de Almeida Carvalho
Jorge Washington Rebouças Chagas
José Gilbert Angelim Rocha
José Hildebrando Guedes Montenegro
José Joaquim Oliveira Monte
José Leite Gondim Cavalcante
José Luiz da Paz
José Lustosa Elvas Parente
José Maria de Vasconcelos
José Nilo Dourado
José Pereira dos Santos
José Rocélio de Lima
José Roosevelt Norões Luna
José Tarcísio Diniz
José Tocantins Viana
José Vileimar Gonçalves
José Wilson Rocha
Jucionou Coelho Silva
Lúcia Maria de Alcântara
Luciano Alves Façanha
Luiz Arnaldo Rodrigues dos Santos
Maria Alice Pessoa de Magalhães
Maria Auxiliadora Bezerra
Maria Célia Ciarlini Teixeira
Maria de Fátima Vasconcelos Teixeira
Maria José Sales Calado
Maria Leni do Monte
Maria Lery Soares
Maria Regina Saraiva Teixeira
Maria do Socorro Bezerra Barbosa
Maria do Socorro Madeiro Couto
Maria do Socorro Távora de Souza
Maria Tereza de Melo Cerqueira
Mário Mamede Filho
Maura Maria Araújo Bezerra
Maureen Schwartz
Melkon Fermanian
Miguel Nilton de Oliveira
Nelson José Cunha
Neusa de Melo Ferreira
Nilce de Matos Nunes
Noelma Pessoa de Magalhães
Núbia Martins
Otaviano Benevides de Alencar Araripe
Otoni Cardoso do Vale
Paulo Cid Torres da Silva
Paulo Gurgel Carlos da Silva
Raimunda Margarete de Oliveira Fichera
Raimundo Ozildo Rocha de Aragão
Raimundo Pereira de Queiroz Filho
Regina Alice Freire Coutinho
Roberto Barreto Marques
Roberto Bruno Filho
Roberto Misici
Sheila Machado Rolim
Silvio Roberto Aguiar do Nascimento
Sônia Maria Carneiro de Mesquita Lôbo
Vera Lúcia Benevides Leite
Vilani Oliveira Siqueira
Vera Lúcia Benevides Leite
Zélia Maria de Oliveira

Fonte
Convite para as solenidades de formatura dos doutorandos de 1971. Algumas pequenas correções de nomes foram feitas baseadas em consultas feitas ao site do CFM e ao Google.

MÉDICOS FORMADOS PELA UFC EM 1971

No início do ano letivo de 1966, selecionados pelo exame vestibular da Universidade Federal do Ceará (UFC) de dezembro de 65, estávamos reunidos em um auditório da Faculdade de Medicina para a aula inaugural de nosso curso de graduação. Éramos cem alunos, em maior parte nascidos no Ceará, jovens e com a predominância numérica do gênero masculino. Começávamos ali a dar os primeiros passos de um projeto comum que nos conduziria à profissão médica.
Em nossos tempos iniciais na Faculdade, escolhemos os representantes da turma para as várias disciplinas do primeiro ano e, obviamente, o nome pelo qual a nossa turma seria designada. Por aclamação, foi escolhido o nome de Andreas Vesalius, o médico belga que é considerado o “pai da anatomia moderna”. Vesalius foi o autor do "De Humani Corporis Fabrica", um atlas de anatomia publicado em 1543. Sobre a escolha de seu nome para a designação da turma, aparentemente pesou a circunstância de ser a Anatomia, dentre as disciplinas do primeiro ano, a que mais nos empolgava.
Andreas Vesalius foi, sem dúvida, merecedor de nossa homenagem, àquele momento. Esse rótulo serviu para manter a coesão da turma, em torno da proposta de fazer uma excursão, em ônibus fretado, até o Uruguai e a Argentina, conhecendo também outros estados brasileiros. Quando chegamos ao Internato, ao ensejo da preparação do convite de formatura, houve a decisão de adotar o nome de Carlos Chagas para designar a nossa turma, como forma de prestigiar o grande médico e cientista brasileiro.
A propósito das cadeiras, além da Anatomia, estudaríamos ao longo do primeiro ano: Histologia e Embriologia, Bioquímica e Estatística; e, durante o segundo ano: Fisiologia, Psicologia, Bioquímica II, Biofísica e Medicina Preventiva. Eram todas essas cadeiras anuais.
A partir do terceiro ano letivo, e prolongando-se a situação até o quinto ano, a nossa turma foi dividida por ordem alfabética em duas subturmas. Uma divisão que se fazia para atender ao caráter semestral das cadeiras (que passariam a ser trocadas, entre os dois grupos, no meio de cada ano). Bem, não há como negar que essa partição, imposta pela configuração da grade curricular, não tenha de algum modo afetado o grau de convivência entre nós.
Foram muitas as cadeiras por que passamos na Faculdade. Na terceira série: Clínica Médica I, Psiquiatria I, Anatomia e Fisiologia Patológicas, Parasitologia, Microbiologia e Imunologia, Medicina Preventiva, Farmacologia e Terapêutica Experimental. Na quarta série: Clínica Médica II, Dermatologia, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Clínica Radiológica, Psiquiatria II, Cirurgia Geral I, Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Puericultura. Na quinta série: Cirurgia Geral II, Urologia, Traumatologia e Ortopedia, Medicina Legal e Deontologia, Organização e Administração de Saúde, Clínica Médica III, Neurologia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia.
Em 1971, as duas subturmas foram reagrupadas e, a seguir, divididas em três subturmas. Para que cumpríssemos o ano de internato, o qual se estendeu de janeiro a dezembro, nas vagas de estágios disponibilizadas por três instituições: Hospital das Clínicas (com a Maternidade Escola Assis Chateaubriand), Hospital Geral de Fortaleza e Hospital Geral Dr. César Cals.
Neste último ano de Faculdade, não fazíamos mais provas parciais de conhecimento nem trabalhos individuais; recebíamos conceitos. Conforme o desempenho que apresentávamos em estágios por quatro setores: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Clínica Pediátrica e Clínica Obstétrica. Cabia a cada interno escolher a clínica de sua preferência, na qual passaria um período de seis meses, ficando reservado o tempo restante do internato para os estágios de dois meses nas outras três clínicas. A mais, havia a nos atazanar, com suas palestras e visitas a instituições, a extemporânea cadeira de Estudos de Problemas Brasileiros (Moral e Cívica): uma imposição do regime autoritário do país à Universidade.
Ao longo de nossa graduação, tivemos perdas de alguns colegas. Nenhuma delas, felizmente, por infortúnio que ceifasse vida. Foram colegas que deixaram a turma por motivos particulares, transferência e insuficiência no rendimento acadêmico. Um destes colegas, registre-se aqui, foi o nosso queridíssimo colega Francisco das Chagas Dias Monteiro, o Chico Passeata, que teve de interromper o curso por perseguição ideológica. Em contrapartida, outros colegas se juntaram a nós por transferência, reabertura de matrícula e repetição de ano acadêmico.
Feitas as contas de saída, somamos 97 formandos em nossa colação de grau a 18 de dezembro de 1971. Os ínclitos professores João Barbosa Pires de Paula Pessoa e Raimundo Porfírio Sampaio Neto foram respectivamente o patrono e o paraninfo da Turma Carlos Chagas, a 19ª turma de medicina da Universidade Federal do Ceará - a nossa turma!
De nossa formatura até os dias atuais, já se vão 40 anos. Quatro décadas no exercício da difícil arte de aliviar e curar! Vários colegas nossos já partiram (estão encantados, no poético dizer de Guimarães Rosa). E, ao evocarmo-los, dá-se que somos assolados por uma imenso sentimento de saudade. Não, não há como retornamos às passadas águas do rio de Heráclito. Continuemos, pois, a homenageá-los com o nosso trabalho e durante nossas vidas.
Paulo Gurgel Carlos da Silva
Nota: o colega Francisco das Chagas Dias Monteiro faleceu em 12/08/2011 (pouco mais de um mês após  haver sido este artigo publicado) e a ele rendemos nossas homenagens póstumas.

RAFINHA 2.0

Júlio, Astolfo, Alípio, Zazá e o restante da turminha do cocoricó farão a festa de dois anos de vida do Rafael, filho da Melissa Gurgel Adeodato Vieira e do Fernando Farina Nunes Vieira e único neto da Márcia e do Fernando.
O aniversário é hoje (dia 3), mas a comemoração será em Fortaleza somente no dia 10, no Buffet Golden Kids. Os avós Celso e Emília, a tia Tatiana e os padrinhos Meuris e Laerte virão de Campinas (SP) para a festa do Rafa.
Aqui, as tias Larissa e Vanessa aguardam ansiosamente a chegada do sobrinho.
Márcia Gurgel

JUNHO DE 2011

  • Da agenda de Marcelo Gurgel: Dia 8, palestra sobre "A HISTÓRIA DO ENSINO DA ENFERMAGEM NO CEARÁ", no Auditório da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFC, como atividade da reunião científica mensal da Academia Cearense de Medicina. Dias 17 e 18, presença em Pacoti-CE para participar de um seminário pedagógico do Curso de Medicina da UECE, que ocorreu  na Estação Ecológica da UECE, nessa aprazível cidade serrana.
  • Da agenda de Paulo Gurgel: Dia 18, palestra sobre"SILICOSE"na ACEMT - Associação Cearense de Medicina do Trabalho. Dia 21, presença no Hospital de Messejana, atendendo a convite de sua direção clínica, para participar de uma sessão especial dedicada ao 1º. transplante pulmonar realizado no Ceará.
  • Aniversariantes de JULHO: (3) Rafael, filho de Melissa e Fernando; (9) Marta, filha de Germano Gurgel e Maysa Portanski; (10) Leonardo, filho de Marta Gurgel e João Evangelista; (17) Magna Gurgel; (23) Sérgio, filho de Sérgio Gurgel e Solange Quezado.