A BICA

Joel Beltrão Borba

Quando Deus resolveu fazer o mundo
Assim nos diz a velha, antiga lenda
Na Serra de Portalegre armou a tenda
E tudo se fazia num segundo.

Adão seria do barro oriundo
E Deus o fez para que o povo entenda
Sua obra-prima tal qual uma comenda
Feita de amor com esmero profundo.

Mas, para amassar o barro de Adão
Que Deus fez com sua própria mão,
Cantofa (*) humildemente até suplica:

"Senhor, não temos água nesta serra".
Deus então fez surgir água da terra
Bebeu dela, gostou... Surgiu a bica.

(*) Cantofa foi uma índia tapuia brutalmente assassinada em 3 de novembro de 1825. Segundo a tradição popular, o local da morte de Luíza Cantofa corresponde àquele local onde hoje existe a chamada Fonte da Bica, distante cerca de 400 metros do centro da cidade de Portalegre-RN.
Em passeio que fizemos nos dias 22 e 23, em Portalegre-RN, vimos este soneto em uma placa que a Prefeitura Municipal, em homenagem à família Borba, mandou afixar no Terminal Turístico da Bica. O passeio será descrito na nota ALTO OESTE POTIGUAR, a ser posteriormente publicada em "Linha do Tempo".

A ISLÂNDIA SULAMERICANA

Islândia, com 2.310 habitantes, é a capital do distrito de Yavari, departamento de Loreto, no Peru. É limítrofe com o município de Benjamin Constant-AM, onde trabalhei como médico militar nos idos de 1974/75.
Não cheguei a visitar esta pequena cidade (que os peruanos apelidam de "segunda Veneza"), apesar de estar localizada ao lado da sede de Benjamin Constant. Os moradores de Islândia, muitos deles índios da tribo Tikuna, eram frequentemente atendidos no Hospital de Guarnição de Tabatinga, que era o único hospital da região do Alto Solimões.
Certa vez, ao subir o rio Javari, numa lancha dirigida por um funcionário da Funai, que me convidou para um passeio em Atalaia do Norte, devo ter visto a city line de Islândia (sem ter a noção de que estava a ver a cidade peruana). Outra ocasião, a vista deu-se do alto. Quando voei no Cesna de um missionário para ir buscar um militar que se encontrava gravemente enfermo no pelotão de Ipiranga.
Islândia foi uma cidade que nasceu e inicialmente prosperou à margem esquerda do rio Javari, no interior de um meandro. Ontem como atualmente, sua ligação com outros núcleos urbanos do Peru e do Brasil era feita por meio de embarcações, em sua maioria canoas com motor de popa ou com rabetas.
Designa-se por "meandro" a curva acentuada de um rio que corre numa planície aluvial. O termo deriva do rio Meandro, na Turquia, caracterizado por apresentar um curso muito sinuoso.Como a velocidade do fluxo fluvial é maior na parte externa do que na parte interna do meandro, este apresenta tendência nítida e constante para ser erodido na margem externa e receber depósito de sedimentos na margem oposta, o que conduz ao pronunciamento do meandro. Por esta razão, o curso fluvial tem tendência permanente para se deslocar na direção da margem côncava do meandro. Por vezes, o meandro atinge, praticamente, os 360º, deixando a corrente fluvial de o utilizar, passando a fluir pela via mais fácil e direta. O meandro acaba, consequentemente, por ficar inativo. Origina-se, assim, um meandro abandonado, correspondente a um lago em forma de U. (J. Alveirinho Dias, Geologia Ambiental)
O rio Javari, afluente do rio Solimões, tem particularidades que vão além de sua fisiografia. Configura a fronteira do Brasil com o Peru e com a Bolívia, e isso passa a ser decisivo à medida que o rio ajusta e reajusta os limites.
Por volta de 1930, segundo depoimentos de pessoas mais antigas na região, o rio Javari, num processo comum para a geomorfologia fluvial da planície amazônica, isolou o meandro com relação ao Peru, deixando Islândia na margem direita do rio. Em períodos, o meandro reintegrava-se ao curso anterior do rio e a comunidade podia estar novamente na margem esquerda. Mas, aos poucos, a passagem da cidade peruana para a margem direita foi-se consolidando. É possível que o evento de Curuçá, que fez desparecer a histórica Remate de Males, tenha contribuído para esse desfecho.
Hoje, Islândia encontra-se definitivamente no "lado brasileiro" (imagem), entre o Javari e o Javarizinho, ainda que permaneça com a nacionalidade peruana. Aguiar, em seu livro "Rio Javari ..." cita os mutirões que os moradores de Islândia fazem em determinadas épocas para não deixar que sua cidade se transforme num meandro abandonado.
Fontes==============================================
Aguiar, Francisco Evandro. Rio Javari: o rio martirizante na bacia amazônica. Curitiba, Appris, 2018. 171p. ISBN: 978-85-473-1420-0
http://es.wikipedia.org/wiki/Distrito_del_Yavar%C3%AD
http://correiodaamazonia.com/veneza-amazonica-nas-lentes-de-moises-maciel-da-costa/
http://rpp.pe/peru/loreto/reportaje-islandia-esta-en-peru-tiene-selva-y-se-cree-venecia-noticia-1060026
http://encicloturismoperu.blogspot.com/2009/08/historia-del-valle-del-rio-yavari.html
http://www.researchgate.net/figure/Figura-9-Orla-da-cidade-de-Islandia-Peru_fig18_307511631
http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA3_cheias/GA33_SistFluviais/SistFluviais.html IMAGEM
http://blogdopg.blogspot.com/2019/08/o-evento-do-curuca.html
http://youtu.be/GLyWz1jNT64 (vídeo)
http://youtu.be/DzxXD1nONg8 (vídeo)

SIÁ MARIQUINHA

Em 1947, Luiz Assunção teve a sua primeira composição gravada, a rancheira "Sá Mariquinha", lançada pelo grupo vocal "Quatro Ases e Um Curinga", na Odeon. Em 1950, essa rancheira foi gravada pelo cantor Jamelão, também na Odeon. Em 1958, o violinista Gabriel Antônio de Azerêdo gravou o LP "Um violino no samba Nº 2", no qual "Sá Mariquinha" foi incluída.
Em 1966, a rancheira "Sá Mariquinha", recebeu uma adaptação de Evenor Pontes e virou "Siá Mariquinha", e foi gravada por "Canhoto E Seu Regional", no LP "As festas de junho - Canhoto e Seu Regional" da gravadora RGE. Em 1970, "Siá Mariquinha" foi gravada pela "Lyra de Xopotó" no LP "As 14 maiorais juninas com a Lyra de Xopotó", da gravadora Copacabana.
Em 1975, os cantores cearenses : Rodger Rogério e Teti, no LP "Chão sagrado - Rodger e Teti do Pessoal do Ceará", do selo RCA Vik, gravaram "Siá Mariquinha". Em 1987, a rancheira foi gravada por Alcymar Monteiro, no LP "Portas e janelas", da Continental. Em 1996, a rancheira "Siá Mariquinha" foi incluída na trilha sonora da novela "Rei do gado", da TV Globo, na interpretação de Dominguinhos.
Fonte: http://dicionariompb.com.br/luiz-assuncao
Em 2001, o violonista Nonato Luiz gravou "Siá Mariquinha". É a faixa 6 do álbum "Ceará", em que Nonato Luiz homenageia nosso Estado com arranjos e execução no violão de músicas de 18 compositores cearenses. Embora Luiz Assunção tenha nascido em São Luís, Maranhão, foi em Fortaleza que ele desenvolveu seu talento de músico e compositor. Atuava como pianista em pensões, cinemas e estação de rádio (Ceará Rádio Clube), além de participar intensamente da vida boêmia de nossa cidade. Luiz Assunção é também lembrado como o autor dos sucessos "Adeus, Praia de Iracema" (onde é nome de um Largo) e "Vive Seu Mané Chorando".

Leitura recomendada:
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/luiz-assun-o-pianista-carnavalesco-bo-mio-e-compositor

EUSÉBIO (CEARÁ)

O Eusébio, com seus 79 km2 e 52.667 habitantes, é um município que tem uma das melhores infraestruturas de acesso rodoviário no Estado do Ceará, sendo servido pela BR-116 e pelas rodovias CE-040 e CE – 010. Localizado a 15 minutos de Fortaleza, o município vem se consolidando em seu desenvolvimento social e econômico com cerca de 150 indústrias de grande porte instaladas em seus três polos industriais (Jabuti/Pedras, onde está localizada a Fábrica Fortaleza, Grande Sede – Autódromo e Santa Clara, no Anel Viário).
O topônimo Eusébio pode ser uma alusão a:
• Um antigo morador, Seu Eusébio, dono de uma casa que servia de pousada para os comerciantes em trânsito do interior do Estado para Fortaleza.
• O ex-ministro da justiça e senador Eusébio de Queirós, autor da lei que proibiu o tráfico de escravos para o Brasil.
Em 1933, Eusébio, então distrito de Aquiraz, assumiu o nome de Eusébio de Queirós. Em 1938, tornou a se chamar apenas Eusébio. Atualmente, como município, integra a Região Metropolitana de Fortaleza.
É o único município do Norte/Nordeste que tem o transporte público gratuito. Basta ser morador, trabalhador/servidor público da cidade para ter direito à gratuidade nos ônibus do Transporte Urbano do Eusébio - TRUE, que rodam pelos bairros da sede, distritos e zona rural do Eusébio.
O município conta com um shopping Open Mall, Mercado Central, supermercados, restaurantes, concessionárias de veículos, G7-Garage (um museu privado de automóveis), polo de recreação, lojas de artesanato etc. E, para os amantes da velocidade, conta ainda com o autódromo Vigílio Távora e o kartódromo Júlio Ventura. Como atrativos naturais, apresenta as lagoas do Parnamirim, do Polo de Lazer, da Precabura e o rio Pacoti.
Na visita que fiz ao Eusébio, em 16/10/2019, tive a oportunidade de percorrer os seguintes pontos:
✓Shopping Eusébio
✓Pasta e Pizza Emporium (para o almoço)
✓Núcleo de Artes, Educação e Cultura Aloísio Bruno (NEAC)
✓Biblioteca Municipal Patativa do Assaré (para a doação de um exemplar do livro "Portal de Memórias")
✓Mercado Central
✓Polo de Lazer Ivens Dias Branco
✓Praça da Igreja de Sant'Ana e São Joaquim
✓Quiosques a Praça (para a compra de tapiocas)
✓Café do Sertão
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2018/12/g7-garage.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2018/12/casamento-de-thalita-e-gaudencio-junior.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2018/05/o-criador-de-capotes.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/09/carros-brecheiros.html