BELO ENTARDECER NO SERTÃO INVERNOSO

JOSÉ SIMÕES DE ALBUQUERQUE

VEJO, AO PERCORRER NUMA ESTRADA...
A NATUREZA VERDE, VIVA E BELA...
BELO ENTARDECER...
VERDE A ESPERANÇA...
CAMPOS VERDEJANTES...
PLANTAÇÕES NOVAS...
ORA TRANSFORMADAS...
HORIZONTE, COM NUVENS ESCURAS E CARREGADAS...
CHUVAS AO PERCEBER E SENTIR...
EFEITO FLORIR, COMO DIZ ALMIR SATER...
EMOÇÃO NO CORAÇÃO...
ÁGUAS ABUNDANTES, CORREM, E SE APRISIONAM PARA O BEM...
CHEIRO DE MATO VERDE...
CHEIRO DE CHUVA...
FÍSICA ELÉTRICA (RELÂMPAGO E TROVÃO)...
MEMÓRIA DA INFÂNCIA, DO TORRÃO NO SERTÃO...
O CÉU CORTINADO...
O SOL ACALMADO PELA NUBLAGEM...
AO LADO, OBSERVO O ARCO-ÍRIS, CORES VIVAS E BELAS, COM AS QUAIS O GRANDE ARQUITETO-DEUS PINTOU SUA OBRA...
ANIMAIS E VEGETAIS SE RENOVAM, FAZEM SENTIR ESTE MOMENTO...
PÁSSAROS ENTOAM CANTOS DE LOUVOR...
HÁ UNÍSSONO DE FELICIDADE COMPARTILHADA, NESTA NATUREZA VIVA...
HOMEM! TENS ISTO A FAVOR DA TUA SOBREVIVÊNCIA, PRESERVA-A PARA TE MANTERES VIVO...

O médico e amigo José Simões, que residiu em Otávio Bonfim, enviou-me este poema para publicação. Foi inspirado em suas observações na estrada de Canindé a Santa Quitéria, em abril de 2006.

ANA MARGARIDA NA SOBRAMES CEARÁ

A médica Ana Margarida Arruda Rosemberg (na foto) foi recentemente admitida nos quadros da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames) - Regional do Ceará. E coube a Marcelo Gurgel, na qualidade de amigo e conhecedor da obra de Ana Margarida, fazer a sua apresentação aos associados da Sobrames no Ceará.
Pneumologista e historiógrafa, Ana Margarida, que é viúva do renomado pneumologista José Rosemberg, enobrecerá com suas ideias e conhecimentos a sociedade literária que acaba de recebê-la.
Na apresentação, Marcelo ressaltou o fato de Ana Margarida ter sido, no Ginásio Maria Goretti, amiga e colega de nossa irmã Marta, que faleceu precocemente aos 29 anos de idade.

Aqui, para ler o discurso com que Marcelo Gurgel
apresentou a nova associada na Sobrames - Ceará.

CARLOS MAURÍCIO DE CASTRO COSTA

Ao ler o Blog do Marcelo Gurgel, eu tomei conhecimento da morte, ocorrida ontem (15/03/10), do Prof. Dr. Carlos Maurício de Castro Costa, o colega Carlos Maurício, que fez parte da minha turma de graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), no ano de 1971.
Com formação pós-graduada (Especialização, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorados) em Louvain / Leuven, na Bélgica, Carlos Maurício era Professor Titular de Neurologia e Neurofisiologia da UFC. Foi um dos pioneiros no estudo da dor no Ceará e detinha vasta experiência na área da Medicina, com ênfase em Neurologia, e com atuação nos seguintes temas: HTLV, Comportamento Experimental e Dor Neuropática.
Ex-seminarista, conhecedor de doze idiomas (sendo fluente na maioria deles), Carlos Maurício era também um grande apreciador de música erudita. Um de seus irmãos, o Claudio Costa, é um inigualável violonista que temos no Ceará.
Por longos seis anos, fomos colegas no curso que nos graduou em Medicina. E, por décadas, moramos em bairros vizinhos de Fortaleza - em Otávio Bonfim (minha família) e no Parque Araxá (sua família). Essas duas situações deram ensejo a que me tornasse um profundo admirador de Carlos Maurício, de suas excepcionais qualidades humanas e por tudo que ele representou para a ciência e a cultura em nossa terra.
Transcrevo, ainda, esta mensagem de pesar que Marcelo Gurgel pôs em seu blog:
"Seu desaparecimento prematuro, no auge de sua capacidade intelectual, deixa uma lacuna de difícil reposição, para a comunidade científica e médica, e uma imensa dor, de natureza intangível, para aqueles que tanto o amavam
Descansa em paz, pequeno gigante."
Post scriptum
A família de Carlos Maurício de Castro Costa convida parentes e amigos para a Missa de 7º Dia, a ser celebrada às 19 horas, desta 3ª-feira, dia 23, na Igreja Cristo Rei, localizada à Rua Nogueira Acioli, 805, em Fortaleza.

O LANÇAMENTO DO SACOLETRAS

Cópia da postagem de 12/03/10 do Blog do Marcelo Gurgel
"Hoje (12/03/10), no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), fiz a apresentação do livro “Sacoletras: um sacolão de consoantes, vogais, pontos, vírgulas e ...”, de Elsie Studart Gurgel de Oliveira, lançado, sem qualquer divulgação pública, e de surpresa para a própria autora.
O livro reúne parte da produção literária, contemplando diferentes gêneros: contos, ensaios, crônicas, discursos etc., de autoria da Profa. Elsie, incluindo artigos publicados em diferentes veículos e outros até então inéditos.
A escolha dos textos, a montagem e a editoração dessa obra foram da nossa total responsabilidade, dado que tudo foi empreendido à revelia da escritora, que, por sua conhecida modéstia, certamente, tentaria barrar essa nossa intervenção, o que privaria os leitores de ter o contato direto com uma substancial seleção de seus escritos, ora entranhados na citada coleção."
Comentário
Parabéns a Marcelo Gurgel por este empreendimento literário, que reuniu uma parte dos escritos da Profa. Elsie Studart, e... por se encontrar também aniversariando hoje (13/03).
Paulo

MINHA SUPERFATURADA BICICLETA

O meu sonho infantil de possuir uma bicicleta andava cada vez mais difícil de virar realidade. Não era do feitio do velho - nem, talvez, suas posses pudessem permitir a generosidade - dar valiosos presentes a seus filhos. Além disso, ainda estava longe de aparecer a estratégia publicitária que ensinava a gurizada a colocar, nos vários pontos da casa, os lembretes de "papai, não esqueça a minha Caloi".
Por isso, eu já havia fechado questão com os meus botões. Sobre a perspectiva de não sair coelho daquele mato. Se eu quisesse andar numa bicicleta, eu tinha mesmo de fazer o seguinte: alugá-la a hora.
Bicicleta de locação era sempre muito velha, de carregação. Lembro-me de que quando alguém saía à rua, montado numa delas, ouvia logo maldosos comentários. Do tipo "basta chover que os caranguejos aparecem". Mas foi nesses "caranguejos" que eu aprendi a dar minhas pedaladas, a tirar as mãos do guidão e a fazer outras proezas.
Aí pelos anos 60, cansei de pegar carona na bicicleta de Paulo Roberto. O "Brilhantina", como era o meu amigo apelidado (em virtude do excesso de "Glostora" na vasta cabeleira), não me faltava com a carona, ao término das aulas diárias no Colégio Cearense do Sagrado Coração. Antes do meio-dia, lá vínhamos os dois em desabalada carreira pela Duque de Caxias - numa só bicicleta! Com o perigoso detalhe de que a bicicleta de Paulo Roberto não tinha freio. Por descaso ou por busca de emoção barata, até hoje não sei bem. Sei apenas que, para freá-la, o colega encostava a sola do sapato no pneu dianteiro da bicicleta e o pressionava "de com força".
Um dia, compramos, de parceria, uma velha bicicleta que estava à venda por dois mil cruzeiros. Mil meu com mil dele (sei do cacófato). Gastamos, a seguir, ainda alguma grana para restaurá-la porque a idéia era revendê-la por um preço maior. E foi um grande negócio. Pois a "magrinha" acabou sendo vendida por dois mil e quinhentos de entrada, mais três prestações de igual valor. Embora Paulo Roberto não me tenha repassado a parte que me cabia na última prestação. Apenas me comunicou que resolvera dispensar o comprador de fazer o último pagamento. E uma crise de consciência pelo excesso de lucros foi o motivo alegado.
Em meio aos acertos de contas com a transação, recebi do meu sócio um blusão vermelho com gola e punhos pretos. Muito apropriado para dirigir lambreta. Mas foi vestido com ele que eu enfrentei o calor senegalesco dos estúdios da televisão local em um programa de perguntas patrocinado pelo Alumínio Ironte, ao qual fui para responder sobre Geografia. E o candidato aqui estava bem preparado para responder sobre os afluentes da margem direita do Rio Amazonas, as cidades da Finlândia, a altura do Monte K2, porém o que fez comigo o Augusto Borges. Mandou-me uma pergunta capciosa englobando alguns conceitos geográficos. E, não podendo ser socorrido pelo decoreba, eu "dancei" no ato.
Este insucesso, porém, não me impediu de circular, no dia seguinte, pelas ruas centrais de Fortaleza. Com o blusão a ajudar, junto à memória das pessoas, na operação de rescaldo dos meus quinze minutos de fama na televisão.
No Sítio Catolé, em Senador Pompeu, onde eu costumava passar as férias, existia - trancada num quarto a cadeado - uma bicicleta de fabricação estrangeira. Eu é que não me atrevia a tomá-la emprestada para ir à cidade. Ela pertencia a Tio Raimundinho, um solteirão cheio de manias e ciumento de seus objetos pessoais. E, para o meu tio, aquela bicicleta era "a joia principal da Coroa". Corria inclusive a história de que ele, quando ia à cidade, não a usava em todo o trajeto. Qualquer aclivezinho besta, ele já desmontava da bicicleta e a empurrava. E não era por falta de condicionamento físico, não. Era para não forçar a catraca.

FEVEREIRO DE 2010

  • No dia 9, foi comemorado no buffet Ôba-Lá-Lá o primeiro aniversário de Lívia, filha de Ivina e Wilson Ramos. A festa, que teve como tema o carnaval, contou com a presença do Rei Momo acompanhado de seu séquito. Todos os convidados mirins compareceram devidamente fantasiados ao "CarnaLívia". E foi uma feliz oportunidade para que nos reencontrássemos com os Botelho Ramos, um das famílias com que convivemos em Otávio Bonfim.
    Érico, Wilson, Ivina, Lívia e Igor
  • Aniversariantes de março: (2) Leonardo e (31) Luiz Otávio, filhos de Liduína e Leonardo Gurgel, (9) Rafael, filho de Isabel e José Gurgel, (13) Marcelo Gurgel e (31) Melissa, filha de Márcia e Adeodato.