FERNANDOS

Dr. Paulo,
Recebi o livro do Dr. Marcelo ("Refazendo o caminho..."), pelo qual agradeço de coração.
Ao ler o livro, descobri na página 123 que os irmãos e irmãs Gurgel Carlos, todos estudaram no Liceu do Ceará.
Como ainda tenho meu convite de formatura do Curso Científico - como se chamava o 2º Grau - descobri que a Márcia Gurgel Carlos da Silva se formou no mesmo ano que eu.
Veja nossos nomes na imagem que anexei.
Grande abraço,
Fernando Gurgel (de Brasília)
N. do E.
Fernando e Márcia constam da relação, li e dou fé. E parece que os Fernandos têm sido frequentes na vida de Márcia Gurgel. Senão, vejamos: o esposo, o sogro (que já faleceu), o genro e você - que foi contemporâneo dela no Liceu do Ceará.
Corrigindo-o: estudaram neste colégio Paulo, Marta, Márcia, Marcelo, Sérgio e Meuris (6 de 11 irmãos).

ZÉ PINTO - 2

"Não se pode aceitar que ele tenha falecido, de fato, em 2004, em Fortaleza, porque até hoje, quando se vê o Dom Quixote feito por ele, fica-se a imaginar, que o grande Zé Pinto continue pedalando sua bicicleta, em busca de moinhos de vento, para verificar, talvez, se há alguma sucata de aço e de sonho sobrando, que ele possa transformar em arte." Marcelo Gurgel
Imagem; Blog do Eliomar
Zé Pinto era o nome artístico do escultor cearense Francisco Magalhães Barbosa (1925-2004). Até 1996, ano em que parou de transformar sucata em arte, ele criou um grande número de esculturas. Muitas delas ainda estão expostas em museus e prédios no Brasil e no exterior.
Tinha o seu ateliê nas proximidades do antigo CPOR, na Avenida Bezerra de Menezes. Num trecho do canteiro central desta avenida, defronte ao ateliê, ficava o "Pintódromo", onde ele exibia suas peças de grande porte.
As peças menores ficavam em exposição em seu ateliê-restaurante. Onde se podia tomar uma cerveja gelada, saborear um tira-gosto regional e atualizar-se sobre o "zepintismo".
O "zepintismo" era o costume que ele tinha de explorar os trocadilhos para criar frases espirituosas. Como estas que se tornaram populares no Ceará:
O humilde não tem hum mil de jeito nenhum.
O martelo prega religião?
Quem tem pouca fé não bebe café.
A mulher quando pede biscoito ela está querendo de novo?
Quem anda na linha o trem pega?
Pegar devia ser com os pés e não com as mãos.
A agulha falou para a linha: ô coisa comprida!     
PGCS
Referências
Revista ARSENAL de Literatura, novembro de 1980
Oboé - Dicionário de Artes Plásticas do Ceará
Wikipédia
ZÉ PINTO, Blog "Linha do Tempo"
O ZÉ PINTO DA SUCATA, "Blog do Marcelo Gurgel" (sendo esta referência, a partir de agora, a fonte de informação mais completa a respeito do artista)

LANÇAMENTO DE "REFAZENDO O CAMINHO"

Ontem, dia 13 /03, às 19h30, no Centro de Formação Pastoral Santa Clara da Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Otávio Bonfim, aconteceu a noite de autógrafos do 65º livro do Dr. Marcelo Gurgel.
A mesa que presidiu o evento foi formada por: pároco Frei Jurandir Caetano, Prof. Dr. Epifânio Menezes, Prof. Dr. Marcelo Gurgel e Dr. Paulo Gurgel, o cerimonialista da solenidade.
O autor e seu livro "Refazendo o caminho: passado e presente de uma família" foram apresentados por Epifânio Menezes de Oliveira, professor da UECE e presidente da Academia Cearense de Medicina Veterinária. Em seguida, houve uma exibição do coral da Paróquia Nossa Senhora das Dores, sob a regência do Prof . Elói. No final, Marcelo Gurgel fez o seu discurso de agradecimento e um coquetel foi servido aos convidados.
Para mais informações sobre a festa de lançamento do livro, sugiro acessar o blog Memórias, da médica e historiadora Ana Margarida Arruda, onde inclusive se encontra uma cobertura fotográfica do evento.
Em tempo
MENSAGEM AO PAULO, MEU PRIMEIRO FILHO, um dos textos do livro "Refazendo o caminho...", de Marcelo Gurgel, com a sua republicação retorna à situação de primeira postagem deste blog (09/10/2007).

ESCRITOR MARCELO GURGEL REÚNE AMIGOS E ADMIRADORES EM NOITE DE AUTÓGRAFOS

Médico e escritor Marcelo Gurgel lança “Refazendo o caminho” que fala de sua trajetória vivida no Bairro Otávio Bonfim
Para lançar o seu 65º livro “Refazendo o Caminho: passado e presente de uma família”, nesta terça-feira (13/03), data também em que completa 59 anos de idade, o médico, professor, pesquisador, escritor Marcelo Gurgel Carlos da Silva escolheu um local que lhe traz recordações lá da infância: o Centro de Formação Pastoral Santa Clara, da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, antiga sede do Cine Familiar, no Bairro Otávio Bonfim. Na noite de autógrafos, marcada para as 19h30, professor Marcelo vai comemorar o passado e o presente num grande encontro com os que o viram crescer, sempre assoberbado de livros, e galgar os diferentes degraus do conhecimento, desde a escola básica até a Faculdade de Medicina da UFC e funções importantes que vem ocupando ao longo da vida. Para os que fizeram parte dessa trajetória, bem como a comunidade acadêmica, amigos e os amantes da literatura, o escritor Marcelo Gugel está convidando para o lançamento do seu livro.
Ao falar sobre a escolha do local para a noite de autógrafo, Marcelo Gurgel disse se tratar de um espaço que preserva uma atmosfera de saudade, permeado pelas mais caras recordações. O autor e sua obra serão apresentados por Epifânio Menezes de Oliveira, médico veterinário e professor universitário, membro da Guarda de Honra paroquiana, da época do Frei Lauro, um indicativo da ratificação da afeição familiar ao bairro que abrigou tantas pessoas dignas e honestas. Segundo Marcelo Gurgel, os exemplares não estarão à venda, porém, acolhe-se a doação de cestas básicas e produtos de cama e mesa para distribuição aos carentes, assistidos pelas Pastorais da Criança e do Idoso, que executam, no Bairro do Otávio Bonfim, um trabalho social da maior importância.
Sobre o Livro
Ao falar sobre o livro, a paroquiana de Nossa Senhora das Dores, Elsie Studart, disse que “A leitura deste livro se faz tanto mais interessante, quanto mais vai sendo aprofundada, aguçando a curiosidade do leitor pelo desdobramento de onze vidas que experimentaram o lado ruim da história, com as dificuldades naturais de uma prole alentada, mas que souberam o que era o “lado bom da coisa”, na medida em que tiraram proveito de tudo o que estava ao seu alcance – educação, principalmente, atingir um patamar grandioso de realização pessoal e profissional.
“Refazendo o caminho” para Elsie Studart, significa, pois, uma volta às origens – o passado, mas já com o delineamento do roteiro da caminhada, cumprido no presente, pondo em destaque até os frutos vingados na nova geração, todos trazendo estampada no peito a marca que caracteriza o grupo familiar: “caminhar em direção ao sonho, mas sem tirar os pés do chão”.
Fonte / Informação
www.uece.br/uece/index.php/lista-de-noticias/2134

ARROZ, FEIJÃO, BUGIGANGAS E SEXO

Carlos José Holanda Gurgel
O velho e abandonado, mas ainda belo centro da nossa capital está totalmente decadente. Não é nenhuma novidade e não temos como negar essa triste constatação. O problema não é somente de Fortaleza. É geral e aflige sem distinção as capitais e a maioria das grandes cidades brasileiras. As regiões centrais, com raríssimas exceções, tornaram-se ao longo das ultimas décadas em antros de marginais e de prostituição. Sem falar na violência, no tráfico e no assustador e crescente consumo de drogas. O comércio, antes rico e variado, tornou-se uma grande feira livre de produtos piratas, importados de baixa qualidade e até mesmo de mercadorias roubadas. Uma legião de camelôs e todo tipo de trabalhadores informais, com suas bancas e seus produtos espalhados nas calçadas, atrapalha o trânsito dos pedestres e infernizam a vida dos poucos comerciantes que ainda sobrevivem na legalidade. Além da concorrência desleal e ilegal deixam para trás montanhas de lixo espalhados nas ruas e calçadas. Mau cheiro, bueiros entupidos, barulho insuportável, furtos frequentes fazem o dia-a-dia dos que são obrigados a circular ou trabalhar no centro. Isso tudo durante o dia. Com a noite a situação piora ainda mais. A insegurança é total e os marginais tomam conta do local, juntos com mendigos, moradores de rua, prostitutas, travestis e todo tipo de excluídos sociais. Uma realidade chocante, de difícil e complexa solução ou mitigação e para a qual os poderes públicos muito pouco ou nada têm feito. A antiga e numerosa clientela assustada pela insegurança se refugiou nos amplos, confortáveis e seguros Shopping Centers. Estes, por sua vez e na grande maioria, instalados em bairros classe média-alta e distantes do velho centro. Em consequência a maioria das lojas fechou e vários prédios foram abandonados ou transformados em estacionamentos ilegais e improvisados. Andar pelas ruas do centro é deprimente. Fazer compras, somente em último caso e se não existir outra opção.
Aparentemente indiferente e em meio a esse quadro de decadência e de graves problemas sociais sobrevive uma forte atividade comercial. Falo do grande comércio de alimentos praticado pelos tradicionais atacadistas da Rua Governador Sampaio. Indiferentes, mas não tanto. Também sofrem com os problemas que atormentam toda região central. Mas permanecem firmes nos seus pontos comerciais por décadas. Vários deles já na terceira geração dos seus fundadores. Um comércio que se iniciou nos primeiros anos do século passado e se fortaleceu após a década de 40, com o fim da 2ª Guerra Mundial. Eram os conhecidos armazéns de secos e molhados e grande parte fundados por emigrantes árabes e sírio-libaneses e alguns portugueses. Os principais focos desse comércio eram os cereais e alimentos em geral, com destaque para o arroz, feijão, açúcar, farinha, alho, óleo e mantimentos diversos. A região da Governador Sampaio e ruas adjacentes, tornou-se o denominado “estômago” da capital. Quase toda alimentação básica da maioria da população da nossa cidade era por lá estocada e comercializada. Os atacados cresceram, as lojas se multiplicaram e diversificaram seus portfólios. Junto com o desenvolvimento do comércio central surgiram dos atacadistas de perfumaria, material escolar, utensílios plásticos e bugigangas incontáveis. O antigo Mercado Central de Fortaleza também se instalou na região e cresceu junto com os atacados. Tornou-se um grande centro de comércio de artesanatos e comidas regionais e ponto turístico famoso da nossa capital. Visita obrigatória de turistas vindos de todos os cantos do país na busca por artesanatos, roupas, rendas e belíssimos bordados vendidos por preços incrivelmente baixos. Os turistas ficavam extasiados com as camisas e toalhas confeccionadas e bordadas à mão, verdadeiras obras-de-arte, comercializadas a preços irrisórios. Porém não faz muito tempo o velho Mercado foi demolido e reconstruído em outro local mais à frente. Encontra-se atualmente instalado num grande e confortável imóvel, mas sem o charme e originalidade da antiga construção.
Sobrevivem no local apenas os velhos e teimosos atacadistas. Somente uns poucos cresceram e tornaram-se grandes distribuidores e juntamente com outros comerciantes bem sucedidos mudaram-se para locais mais estratégicos e de melhor acesso (como a BR-116 na entrada da cidade). Os que lá permaneceram, além de sofrer as agruras e decadência do velho centro, passaram a sofrer a concorrência do varejo e das grandes redes de supermercados. Mesmo com tudo contra, vários atacadistas da Governador Sampaio ainda sobrevivem a essa moderna e ágil forma de comércio e ao poderio econômico dos grandes grupos com suas confortáveis e amplas lojas, espalhadas em quase todos os bairros.
Curiosamente e sem explicações proliferou na região o comércio de bebidas e, como esperado, vieram juntos a malandragem e a prostituição. Bares e cabarés passaram a compor uma estranha vizinhança, em meio aos armazéns e lojas de atacados. E tudo isso ali juntinho da nossa imponente Catedral e da Praça da Sé. Na Rua Conde D’eu, que juntamente com a Gov. Sampaio concentravam os grandes atacadistas, se estabeleceram alguns dos mais famosos cabarés do centro da cidade. Real Drinks, Night and Day, 80, Dione, eram alguns dos bordéis que compunham a paisagem e faziam a estranha convivência dos comércios de alimentos e do sexo. Entre os bordéis se destacava o denominado “80”. O nome “Oitenta” como o local ficou conhecido era uma alusão ao número do imóvel e tornou-se ponto de encontro da boemia e de algumas figuras conhecidas da sociedade nas décadas de 60-70. O imóvel chamava atenção pela porta de entrada, duas bandeirolas que se abriam para os lados, como as famosas entradas dos saloons dos filmes de cowboy e também era conhecido pela beleza das “meninas”. Era um cabaré de luxo e nos seus amplos salões circulavam desde os tradicionais boêmios e políticos conhecidos até maridos dedicados em “escapadas” eventuais. Mas assim como o comércio atacadista nem os cabarés resistiram ao progresso e a evolução dos costumes. O sexo no atacado dos bordéis sucumbiu ao sexo no varejo dos motéis. A grande maioria dos bares também fechou as portas. Atualmente o “comércio do sexo” está restrito a uns poucos motéis, ou melhor, aos pequenos e decadentes hotéis e pensões da região central. Lugares imundos e fonte de proliferação de DST e AIDS, além de servirem como pontos de venda de drogas e refúgio de marginais.
Recordo-me do tempo em que o melhor passeio das famílias, em especial na época do Natal, era “olhar as vitrines” das famosas lojas do centro. Sair passeando pelas calçadas da Rua do Ouvidor (como era conhecida a Guilherme Rocha), indo da Praça José de Alencar até a Praça do Ferreira. Sem susto e sem medo e sem o assédio agressivo dos inúmeros camelôs. As grandes e luxuosas lojas como a Casa Parente, Caso Bicho, Milano, Ocapana, Romcy, Lobrás, entre outras, faliram ou encerram suas atividades. Surgiram inúmeras outras, é verdade, mas sem o charme e o brilho das antigas e tradicionais casas comerciais. Hoje, na grande maioria são lojas quase anônimas, sem nenhuma tradição e com nomes estranhos e sem significado. Mercadorias sem qualidade, produtos falsificados, vendedores despreparados e o péssimo atendimento nas lojas contribuem para afastar os eventuais clientes. Uma realidade que em nada lembra os áureos tempos em que fazer compras no centro era um evento festivo e um passeio ansiosamente aguardado pelas crianças. As drogas, a prostituição homossexual, os roubos e assaltos e a violência generalizada fazem do velho centro um lugar de alto risco e no qual a população cada vez mais evita circular. Uma triste realidade.

A DEMOLIÇÃO DO PRÉDIO DO COLÉGIO JULIA JORGE

Passados cinco anos do encerramento das atividades letivas do Colégio Júlia Jorge, o seu prédio será demolido para dar lugar a quatro torres de apartamentos. Esse centro de formação educacional, situado nas imediações da Igreja São Gerardo, integrante da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (Cnec), foi, nos anos 1960 e 1970, a melhor opção de ensino médio (ginásio e científico) para os jovens da Parquelândia e de bairros adjacentes, como Amadeu Furtado, Parque Araxá, Monte Castelo, Campo do Pio e Otávio Bonfim.


Em seu blog, Marcelo Gurgel, um dos ex-alunos do Colégio Júlia Jorge, lamenta o desparecimento físico da instituição em um artigo no qual afirma:
"Embora não fosse uma edificação cinquentenária, e muito menos tombada, por valor histórico ou cultural, a demolição da nossa escola, em que preciosos anos da juventude de milhares de ex-alunos foram nela vividos, causa intensa consternação, marcando um sentimento de ruptura com as lembranças de tempos juvenis, transformadas em escombros, sepultando as boas recordações vivenciadas naquela casa de aprendizado."
Ler o artigo completo aqui.