O CATAVENTO

para Fernando Gurgel Filho
A casa de n.º 53 da rua Justiniano de Serpa não mais existe. Foi demolida nos últimos anos em função de um alargamento do trecho da rua em que ela ficava. E nossa família não conservou nenhuma imagem do imóvel que foi berço da família Gurgel Carlos e sede do Instituto Padre Anchieta, educandário dirigido pelo nosso pai.
No livro "Anos Dourados em Otávio Bonfim", de Vicente de Moraes, deparamo-nos com a foto do Posto Carneiro e Gentil, tendo ao fundo um bonito catavento.
Pois esse catavento, como Vicente escreveu no livro, ficava realmente no quintal de nossa casa. Puxava água de uma cacimba que dividíamos com a família do Sr. Raul, a qual morava na casa seguinte.
Na falta de registros iconográficos da casa que se foi, fica convencionado que a foto do catavento (da forma como foi postada  no blog Fortaleza Nobre) passa a representar essa casa para fins saudosistas.
Arquivo Nirez
Comentário
Como no livro "O PEQUENO PRINCIPE", olhando a foto do catavento você verá a casa.
Auxiliadora Barroso, por e-mail

CONFRATERNIZAÇÕES E MENSAGENS

Confraternizações da véspera de Natal
1.º tempo - Apartamento de Moacir Pinto e Zaíra Macedo, pais de Elba.
2.º tempo - Apartamento de Mirna Gurgel e Andreas Heger, com a presença especial dos pais e da irmã de Andreas, recém-chegados da Alemanha.
Mensagens de Natal e Ano-Novo
Desejo agradecer e retribuir as mensagens recebidas dos seguintes amigos, colaboradores e leitores:
- Geraldo Bezerra (médico e escritor)
- Herbênia Gurgel (diretora da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira)
- Auxiliadora Barroso (médica - UFC 1971)
- José Luiz Paz (médico - UFC 1971) e Cecelia
- Winston Graça (médico e blogueiro)
- Celina Corte (médica e escritora)
- Nelson Cunha (médico - UFC 1971 e colaborador do blog EM) e Conchita
- Fernando Gurgel (funcionário público federal e colaborador do blog EM)
- Ormuz Simonetti (bancário, escritor e blogueiro)
- Martinho Rodrigues (médico e professor)
- Clovis Viana (médico - UFC 1971)
- José Simões (médico)
- Ana Margarida Arruda (médica, historiadora e blogueira)
- Afrânio Bizarria (bancário), na foto abaixo com Beth.


A vocês todos, os meus votos de um venturoso e próspero 2013.

CASAMENTO DE MARCELA E RICARDO

A cerimônia religiosa do casamento de Marcela e Ricardo, filhos de Sérgio Gurgel Carlos da Silva e Solange Maria Quezado Santos Gurgel e de Francisco William Cavalcante e Ângela Quezado de Figueiredo Cavalcante, respectivamente, será celebrada hoje (20), às 20 horas, na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, à Avenida Dolor Barreira, s/n.
Em seguida, os recém-casados receberão os cumprimentos no Imperium Buffet, à Avenida Conselheiro Gomes de Freitas, 3333, na Água Fria.
26/12/2012 - Atualizando por inserção de foto
Marcela e Ricardo recém-casados. Clécio fotografou

AOS 70 LIVROS E ALÉM

“Fortaleza de encantos e (des)encantos”
Livro de Marcelo Gurgel Carlos da Silva, lançado pelo autor em 22 de novembro, no Auditório Paulo Petrola, da Reitoria da Uece, ao ensejo da XVII Semana Universitária. Com este título Marcelo Gurgel alcançou a marca de setenta livros publicados.
http://blogdomarcelogurgel.blogspot.com.br/2012/11/convite-v-lancamento-coletivo-da.html
“Medicina da UFC 1977-2007: 30 anos de formatura da Turma Prof. José Carlos Ribeiro”
Obra organizada por Marcelo Gurgel, que reúne, no todo, quase 40 textos, em prosa e em verso, produzidos por 20 colegas, amigos e convidados, que foi lançada em 8 de dezembro, no Hotel Jangadeiros, na Praia do Presídio, durante a confraternização dos colegas da Turma Prof. José Carlos Ribeiro, pela passagem dos 35 anos de formatura (jubileu de coral) em Medicina, pela UFC.
http://blogdomarcelogurgel.blogspot.com.br/2012/12/lancamento-do-livro-medicina-da-ufc.html
"Murmúrios Literários"
A antologia anual, de número 29, que reúne textos dos membros da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, seção do Ceará, uma das mais atuantes do país. A organização desses escritos coube a Marcelo Gurgel e a Ana Margarida Furtado Arruda.
http://blogdomarcelogurgel.blogspot.com.br/2012/12/antologia-da-sobrames-2012-destaque-no.html

HOMENAGEM À DRA. LÚCIA ALCÂNTARA

O Centro de Radioterapia do Instituto do Câncer do Ceará passou a ser nomeado, a partir de hoje (14), Centro de Radioterapia Dra. Lúcia Alcântara, em homenagem a uma das médicas mais antigas da instituição.
Na solenidade de nomeação do setor, coube a saudação ao médico Marcelo Gurgel, colega de trabalho da Dra. Lúcia.
Formada em 1971 pela Universidade Federal do Ceará, a médica homenageada é radioterapeuta do ICC há 38 anos e também preside a Rede Feminina de Combate ao Câncer do Ceará.
Parabéns à colega Lúcia Alcântara cujos serviços profissionais e sociais estão sendo formalmente reconhecidos na instituição em que trabalha. (PGCS)
Congratulations
Since I do not have Lucia's email please be so kind to give her my congratulations and regards .What a beautiful accomplishment , bringing back to the memories of a nice lady and wonderful colleague.
Regards,
Hugo Lopes

UMA TURMA DO COLÉGIO CEARENSE

Paulo,
Guardo uma foto PRATICAMENTE IDÊNTICA àquela (LINK) que publicaste em teu blog. Segue essa foto, uma outra com o detalhe da minha identificação (1) e os nomes que consegui garimpar. (2) Incrível como a grande maioria dos alunos está nas duas fotos (a minha e a tua).


Estudei em 1961 e 1962 no Colégio Cearense, 3.ª e 4.ª séries ginasiais, imagino. Depois concluí no São João e, em 1965 e 1966 estudei na Faculdade de Direito da UFC. Não concluí pois entrei no BB e fui mandado para os interiores. Depois optei por "faturar mais e estudar menos".
Afrânio Bizarria
N. do E.
1) Afrânio é o segundo da fila dos alunos sentados, contando-se da esquerda para a direita.
(2) A relação dos nomes dos alunos está em formato de imagem, pouco legível para publicação no blog.
Paulo Gurgel

ORMUZ NO PROGRAMA CONEXÃO POTIGUAR

O escritor e genealogista Ormuz Barbalho Simonetti, que lançou recentemente o livro "Praia da Pipa no Tempo dos meus Avós"(exemplar recebido, obrigado), concedeu uma entrevista a Pinto Júnior, apresentador do programa "Conexão Potiguar" da TV Bandeirantes, durante a qual anunciou estar trabalhando em dois livros de genealogia, um dos quais sobre a família GURGEL.
A entrevista de Ormuz foi postada no YouTube, fatiada em três vídeos.




JOÃO CARLOS CLEMENTE

Foto: Ewerton Lemos
Registro com grande pesar a morte de João Carlos Clemente Soares (foto), 66, conceituado empresário do ramo dos produtos de alumínio.
Ele foi morto, na última segunda-feira (03/12), em uma tentativa de assalto, ao chegar a sua fábrica no bairro Carlito Pamplona.
Clemente foi meu colega de turma no Colégio Cearense, época em que ele residia no bairro Farias Brito, nas proximidades do Mercado São Sebastião, e perto da rua Domingos Olímpio onde eu morava.
Comandava há tempos a Alumínio Ironte, uma empresa que pertenceu a seu pai, e uma loja de utensílios de cozinha, a Vitória Régia.
A última vez em que nos encontramos foi na Praia do Iguape, anos atrás, quando aproveitamos para reavivar lembranças de nossas juventudes.
Não esqueço a fidalguia com que Clemente tratava a todos.
Deixou esposa, três filhos e uma grande legião de amigos, pessoa benquista que ele era.
Paulo,
O João Carlos Clemente era casado com a Teresa Oliveira, minha prima legítima, filha do Gilberto Freitas de Oliveira, irmão da minha mãe, já falecido. Meu amigo, senti muito a partida do João Carlos, estive lá pela manhã, mas não fui ao enterro.
Afrânio Bizarria

O CASAMENTO CIVIL DE RODRIGO E NATÁLIA

Rodrigo Almeida Soares e Natália de Macedo Gurgel tornaram-se pela lei brasileira marido e mulher. A cerimônia aconteceu hoje (dia 29), no Cartório Botelho, com a presença de parentes próximos do casal.
Houve, em seguida, uma confraternização familiar nas dependências do restaurante Piaf.
Natália e Rodrigo: casório civil
Rodrigo e Natália já estão de mudança para Belém, onde ele assume um cargo de auditor do Tribunal de Contas do Estado do Pará. Enquanto Natália, que acaba de concluir o curso de Direito na Unifor, pretende submeter-se a concursos públicos na capital paraense.
O casamento religioso de Rodrigo e Natália está marcado para 29 de junho, em Fortaleza.
Elba e eu, pais de Natália, Érico, Raíssa e Matheus desejamos desde já muitas felicidades a vocês.
Mensagens
Natália e Rodrigo,
Desejamos que a união de vocês seja repleta de amor, carinho, companheirismo... uma infinidade de condições ideais para a vida de um casal.
Muitas felicidades!!!
Andreas e Mirna
Parabéns minha prima!!!
Abraços e felicidade.
Igor Lucena
Desejamos muitas felicidades ao belo casal Natália e Rodrigo. Que Deus os abençoe!
Mais dois ingressando ingressando na área jurídica para completar o quadro - como diz a Elda - do nosso primo (sic) procurador.
Abraços.
Edmar
Natália e Rodrigo,
Harmonia, sucesso profissional, saúde e felicidades. São os nossos desejos.
Tios Fernando e Márcia e primas Larissa, Vanessa e Melissa

LANÇAMENTOS DE LIVROS TÉCNICOS

O médico, professor e polímato Marcelo Gurgel fez o lançamento, a 17 de novembro (sábado), no Espaço Saúde e  Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), das seguintes obras:
Quarta edição do livro “Saúde Pública: autoavaliação e revisão”, de autoria de Marcelo Gurgel Carlos da Silva.
Sétima edição do livro “Rouquayrol – Epidemiologia e Saúde”, organizada pelos Profs. Maria Zélia Rouquayrol e Marcelo Gurgel Carlos da Silva.


A 29 de novembro (quinta-feira), às 18 horas, será a solenidade de lançamento, desta vez em Fortaleza, na Escola de Saúde Pública do Ceará, da já citada edição do “Rouquayrol – Epidemiologia e Saúde”

O MURO DAS FORNICAÇÕES

Eita muro famoso de Otávio Bonfim!
Vamos dar as suas coordenadas: fica no penúltimo quarteirão da rua Domingos Olímpio. Alto e impávido, o muro é uma testemunha auricular de muitas histórias do bairro.
No lado oposto, aqui se considerando o sentido crescente da numeração da rua, ficavam a casa da família do Sr. Jaime Cavalcante, o portão de entrada de uma oficina de conserto de caldeiras, as casas das famílias do Sr. Oscar e da Vovó Almerinda, o ponto de venda de utensílios de barro e de fogos de artifício do Dão, a casa da família do Sr. Pedro "Oião" e a bodega do genro deste, o"Seu" Edmundo. Destes imóveis, a casa do Sr. Jaime e a bodega do "Seu" Edmundo" tinham suas frentes para as ruas Justiniano de Serpa e Dom Jerônimo, respectivamente.
Eu podia ter simplificado a descrição de sua localização, apenas dizendo que é o muro dos fundos do Convento dos Frades Franciscanos. Mas, puxa, foi uma boa oportunidade para me lembrar de algumas pessoas do bairro, à época de minha juventude.
São muitas lembranças...
O Sr. Jaime, que comprou um dos primeiros televisores do bairro, e de quem fui um bem-comportado "televizinho". De seus filhos, fui amigo principalmente do Jairo Cavalcante, que fazia Direito, lia Pitigrilli e sabia de cor o repertório do Augusto Calheiros. Fizemos serestas. Hoje, ele é dono de uma grande imobiliária em Fortaleza.
A oficina metalúrgica, como eu disse, era representada pelo portão de entrada. Jamais devassei o seu interior e vinha de lá muito barulho.
A casa do Seu Oscar e Dona Edina e a da Vovó Almerinda, eram geminadas e de propriedade do meu tio-avô José Gurgel, um dos donos da Siqueira Gurgel. E Detinha, Tarcísio, Zé Antônio e Helena eram os filhos do citado casal.
Na casa de número 2.209, moravam Vovó Almerinda e Tia Elza. Criavam um vira-latas de cor branca que atendia pelo nome "Black" e que não manjava de ironias. No quintal, que era muito maior do que a casa, havia cajazeira, pitombeira, goiabeira, ateira... Ao anoitecer, a gente assistia à fuga subida das galinhas. Por uma escada tosca, elas alcançavam os galhos mais altos de uma das árvores do quintal, onde se empoleiravam para dormir. Uma árvore que secou de tanto receber os dejetos noturnos das galinhas.
Ah, o minúsculo ponto comercial do magérrimo Dão. Uma vez abriu, digo, fechou só para ocultar o primeiro pileque de um grupo de adolescentes. Sei disso porque eu estava lá. À voz miúda, Dão era acusado de enviar cartões "bostais" para o quintal da Vovó.
Quanto ao Pedro "Oião", não era nenhum Adônis. E sua família havia pedido aos franciscanos frades para cortar as cenas em que aparecesse algum ogro na tela do Cine Familiar.
Na mercearia do "Seu" Edmundo o freguês tanto podia jogar no bicho quanto "matar o bicho".
Agora, falar, falar no duro sobre as fornicações que aconteciam no muro acabou ficando para outra oportunidade.

PERSONALIDADES HOMENAGEADAS PELA SESA

Ontem (07/11/2012), no "Fórum de Políticas Públicas do Tabaco com Interface no Controle Social", patrocinado pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA), Ana Margarida Arruda e o Prof. Rosemberg (in memoriam) foram homenageados.
Foi um justo reconhecimento ao trabalho que ambos desenvolveram, ao longo de 10 anos, para o controle do tabagismo no Ceará.
A homenagem foi uma iniciativa do Secretário da Saúde Arruda Bastos e dos técnicos que fazem o Controle do Tabagismo da SESA.
Ana Margarida e Arruda Bastos
24/11/2012 - Atualizando...
Prof. Rosemberg - Renomado médico pneumologista, líder nas lutas contra a tuberculose e o tabagismo no Brasil, falecido em 24/11/05.
V. nota no blog Acta Pulmonale sobre o sexto aniversário de sua morte.
V. nota no blog Memórias, postada hoje (sétimo aniversário de sua morte), por  Ana Margarida Rosemberg para o seu inesquecível "Rose".

MIRNA: ENTREVISTA NA JANGA

Na última quinta-feira (01/11), em seu programa Câmera 12, a TV Jangadeiro apresentou uma entrevista concedida pela jornalista Mirna Gurgel.

Mirna falou das sensações por ela experimentadas durante um período de coma por traumatismo craniano e de como, cerca de trinta anos depois, essas recordações se tornaram extremamente reais.
O programa traz a competente direção do comunicador e blogueiro Nonato Albuquerque.
Comentário
Paulo,
Obrigada pela especial divulgação e atenção com a entrevista que concedi ao programa Câmera 12, da TV Jangadeiro, na última quinta-feira passada. Na realidade meu agradecimento é eterno. Jamais esquecerei do teu socorro, profissionalismo, competência e, sobretudo, do teu amor fraterno que me foram e são preciosos.
Abraços, Mirna

ELBA EM BOCA RATON

A médica Elba Maria de Macedo Gurgel viajou hoje (30) para os Estados Unidos.
Temporada de férias em Boca Raton, Flórida, tendo como anfitriões a sua irmã Márcia Macedo e o empresário Gaudêncio Lucena, vice-prefeito eleito de Fortaleza.
O seu retorno a Fortaleza está previsto para 11 de novembro.
05/11/2012 - Atualizando...
Ingrid Macedo enviou-me algumas fotografias de Elba nos jardins da casa de Márcia e Gaudêncio, em Boca Raton. Selecionei esta para a postagem:

MEMÓRIA. AS PÍLULAS DO DR. MATTOS NO MUSEU DA INDÚSTRIA DA FIEC

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) está montando o Museu da Indústria. As Pílulas do Dr. Mattos tiveram sua indústria e acho que sua memória deveria estar nesse museu.
Estas pílulas receberam prêmios em algumas exposições em Paris, se não me engano, ainda no século XIX.
Sou filha do Prof Abreu Matos e tenho alguns documentos sobre as famosas pilulas.
No Arquivo Central, existe uma série de documentos que fazem alusão a elas, e o filho do cirurgião Mattos foi o criador do Almanaque Mattos.
Gostaria de unir força e conhecimento no sentido de manter viva essa memória.
Trabalho na Secretaria da Saúde do Estado do Ceará e meu nome é Aída Matos Montenegro.
Resposta - Minha cara Aída,
Você conta com o meu apoio pessoal e com os espaços de meus blogs "EntreMentes" e "Linha do Tempo" em seus esforços para preservar a memória das "Pílulas do Dr. Mattos" – nisto se incluindo a preservação da memória da indústria que produzia o referido fitoterápico – pelo Museu da Indústria (em fase de organização) da FIEC.

LANÇAMENTO DE "A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS"

No próximo dia 25, às 19 horas, o genealogista e historiador Ormuz Barbalho Simonetti fará o lançamento do seu livro “A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS”, nas dependências da Academia Norte-Riograndense de Letras, à Rua Mipibu n° 443, Petrópolis - Natal - RN.
O livro apresenta 406 páginas com histórias e estórias reais e interessantes, adornadas com 428 imagens, entre fotos, telas e ilustrações, que ajudam o leitor a vivenciá-las. São histórias e estórias ocorridas em um tempo que o autor designa como “tempo da delicadeza”.
Durante o evento, será servido um coquetel aos presentes.


+ informações
Blog GENEALOGIA E HISTÓRIA

18 DE OUTUBRO DE 2012

Insiro a foto abaixo nesta "cápsula do tempo" chamada Linha do Tempo para, futuramente, me lembrar de como foi este dia. A trabalhar na Multiclínica Fortaleza, em Parangaba, onde, às quintas-feiras, desde 2008, atendo meus pacientes pulmonares.
Hoje, Dia do Médico, é uma quinta-feira especial.
E o Sr. Sydnei Alves, que me visita regularmente para divulgar os produtos do Laboratório Eurofarma, me trouxe um saboroso brownie, felicitou-me pelo Dia e, explorando os recursos do seu tablet, fotografou-me com a tal guloseima.

FERNANDO GURGEL: DE GRUMETE A CAPITÃO DE INDÚSTRIA!

A segunda-feira última (12/02/2001) assinalou a irreparável perda para as classes produtoras, igualmente representadas por trabalhadores e empresários, que almejam o progresso de nosso torrão cearense. O passamento do Sr. Fernando Nogueira Gurgel, após longa enfermidade, que pôs à prova toda a sua resistência e tenacidade, características de seu ímpeto em dobrar às dificuldades e de apego à vida, é fato que deve ser lamentado por todos que o conheceram.
Da infância tolhida, marcada pela orfandade paterna, teve a sua criação inicial aos cuidados de D. Dulce - um doce de pessoa até no nome que portava – que, apesar de sua viuvez, agravada pela adversidade econômica, soube bem conduzir e educar a prole herdada, incutindo nos filhos alguns dos mais caros princípios cristãos: fé, esperança e caridade. A bondade de sua mãe e a forma carinhosa com que acolhia como irmão a quem a procurasse, traços relevantes de sua personalidade, talvez expliquem a aquisição de notórias qualificações do Sr. Fernando: a solidariedade, a gratidão e a generosidade, esta principalmente com os mais necessitados.
Dadas às limitações orçamentárias de uma família abatida pelo desaparecimento do provedor-mor, na década de quarenta, em tais situações, as alternativas naturais adotadas pela população fortalezense para “preparar” seus rebentos para o futuro eram encaminhar as meninas para a nupcialidade antecipada e os meninos para seminário e forças armadas. Dessa forma, era ainda um pequeno adolescente, vivendo em Fortaleza com o seu avô Riquet, quando engajou como Aprendiz de Marinheiro; no entanto, foi curta a sua permanência por problemas de adaptação, porém esse desencontro não foi empecilho à sua transformação mais tarde em grande Amigo da Marinha.
Os entraves financeiros empurraram-no para o trabalho precoce, levando-o a interromper seus estudos escolares. Durante muitos anos, labutou na Siqueira Gurgel, em diversas funções subalternas, onde demonstrou um especial talento para vendas. A experiência granjeada e a invejável disposição para o trabalho concorreram para alimentar seu sonho de ter seu próprio negócio.
Com efeito, aproveitando as oportunidades surgidas, ergueu a MECESA, consolidada com muito esforço à conta da indômita capacidade de trabalho, do tino gerencial e da concepção estratégica de seu fundador.
A MECESA é merecedora de destaque nos dois fatores de produção: o capital e o trabalho. Sob o primeiro prisma, tornou-se uma empresa inovadora e renovadora, pois, com sua tecnologia de ponta, revolucionou a indústria metalúrgica cearense, sendo exemplo para o país em seu ramo de atuação; sob o segundo enfoque, ocupou posição de vanguarda por sua preocupação com o bem-estar de seus empregados, consubstanciada na oferta de refeições em restaurante modelo, na prestação de serviços sociais e no funcionamento de serviço de higiene, segurança e medicina do trabalho, propiciando benefícios mesmo antes das disposições trabalhistas determinarem a sua vigência.
Sr. Fernando era muito querido por seus funcionários, aos quais tratava com urbanidade e respeitosamente, tanto que mais de uma dezena deles se prontificaram, voluntariamente, para ceder um rim quando necessitou ser submetido à cirurgia de transplante renal.
Inúmeras foram as honrarias recebidas em sua vida, contudo, uma das mais singelas e que talvez possa ser a maior delas, decorreu de sua motivação para a concessão. Trata-se da Placa de Prata do Centro Médico Cearense, conferida em outubro de 1993, em reconhecimento à doação que fez de equipamentos e material necessários à montagem do Setor de Transplante Renal do Hospital Geral de Fortaleza, unidade que já realizou cerca de quatrocentos transplantes e beneficiou indiretamente milhares de familiares, envolvidos na rotina dependência das máquinas de diálise renal; seguramente, este configura um dos maiores débitos da nossa comunidade para com esse benfeitor.
A solidariedade e a gratidão, conforme reportadas anteriormente, eram-lhe características intrínsecas e sobejamente caras, de modo que não negou apoio, sobretudo material e financeiro, aos familiares e amigos de longas datas, que a ele recorreram quando passavam por circunstâncias desfavoráveis. Sua generosidade era patente, mas se fazia quase anonimamente quando atendia aos pleitos, intermediados por dignatários religiosos, líderes comunitários e outros filantropos, em favor de desvalidos.
Por fim, cabe ressaltar as expectativas da sociedade de que o leme desta nau empresarial, dantes conduzida por tão intrépido capitão de indústria, seja agora igualmente bem direcionada por seus filhos em águas plácidas, nos mesmos rumos traçados pelo antigo timoneiro, proporcionando idênticos benefícios sociais e econômicos à coletividade.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Embora só agora esteja sendo publicado em "Linha do Tempo", este texto foi escrito em 2001, após o falecimento de Fernando Gurgel. No blog, existe outro texto sobre o perfilado, que pode ser acessado clicando sobre o link a seguir ► FERNANDO NOGUEIRA GURGEL

MUDOU O NAZARÉ OU MUDOU VAVÁ?

Caro PG,
Quando solteiro, estudante da FMUC e ainda morando com os pais no Parque.Araxá, conquistei minha atual mulher, que morava na Prof. Nogueira próximo ao ex-CPOR, no escurinho do cinema “dos padres” (Cine Nazaré?) no Otávio Bonfim.
Mesmo com as interrupções por quebra das fitas e luzes acesas de repente no meio da projeção, dava para namorar numa boa.
O único filme a que assistimos (?) inteirinho e com atenção no suspense foi o italiano “Um cidadão acima de qualquer suspeita” – uma película das antigas, mas surpreendentemente atual!
Observando a foto do Seu Vavá, vemos que ele se protegia devidamente da poeira da cabine e dos gases dos celuloides!
Recomendação de algum estudante aspirante a pneumologista?
Abraços.
Winston
Caro Winston,
Quem liga para o filme que está a assistir quando se está vivendo um grande amor? Aliás, nesta situação, quem liga para o cinema em que está a assistir ao filme?
Na época a que você se reporta, Winston, existiam dois cinemas: o Cine Familiar, de propriedade dos franciscanos frades, e o Cine Nazaré, que Frei Tedesco considerava um reduto dos maus costumes.
Vavá era o projetista do Cine Familiar. E meu avô, Paulo Pimenta Coelho, o bilheteiro, durante algum tempo, e talvez não tenham sido contemporâneos no Familiar.
O paroquiano que sentasse naquelas cadeiras de pau duro do Cine Nazaré virava réu de uma ação de excomunhão na Vara Curial de Otávio Bonfim. Na qual o frade, como faz hoje o inquisidor do STFE ("E" de exceção), acatava a denúncia, instruía o processo, julgava-o de acordo com o "domínio do fato", prolatava a sentença e fazia a "dosimetria" da pena. Em geral, a ser cumprida em regime fechado nos quintos do inferno pelo apenado.
O manso Seu Vavá, fiel funcionário do Familiar, não ia cometer um ato de desobediência a Frei Tedesco. De forma que a foto que você viu, a que mostra Vavá no Nazaré, não é da época da inquisição tupiniquim. É foto tirada recentemente. Depois que ele, por capricho do destino, assumiu a direção do Cine Nazaré.
Então, mudou o Nazaré ou mudou Vavá?
Eu diria que ambos. Mudou o Cine Nazaré porque, tendo passado às mãos de Vavá, deixou de ser a casa dissoluta que era antes. O cinema do Parque Araxá, para não contrariar o espírito de Frei Tedesco, certamente vem cumprindo uma programação bem comportada. E mudou Vavá porque, aderindo ao uso de um EPI, dá sinal de que ele não relaxa com a saúde.
Precisamos de um Vavá saudável, claro. Para ele tocar em frente aquele sonho de manter funcionando um cinema de subúrbio.
Por isso, aprovo-o pela máscara com que ele atualmente se protege, mas não fui eu que fiz a recomendação.
Abraços.
PG
Comentários
1 - Também morei por algum tempo no Otávio Bonfim, na Justiniano de Serpa, antes de ir morar no Monte Castelo. Mas nunca entrei no cinema (liseira pura!). Em compensação, a pracinha defronte à igreja era minha principal fonte de diversão. Participei da inauguração da nova(?) Bezerra de Menezes, com a presença do Castelo Branco. Foi uma festa grande (e quando me queixava de sede, naquele sol escaldante, minha mãe dizia assim: mije e beba!). E fui muitas vezes à igreja buscar leite do “fisco” (da tal Aliança para o Progresso). Quem se lembra?
Tempo bom! Era pobre, muito pobre, mas me divertia.
Joel Isidoro
Resposta - Se me lembro?! Ô leite danado de ruim! Vinha junto com ele umas cápsulas de conteúdo oleoso. Talvez fossem vitaminas que faltavam no leite em pó. Mas minha mãe melhorava o sabor fazendo com ele um doce de leite granulado.
PG
2 - Recordei com carinho aqueles tempos em que eu fui um grande e assíduo frequentador dos dois cinemas. Por esse tempo, eu morava na Padre Mororó, bem próximo ao mercado São Sebastião, e batia muito "racha" no terreno que hoje é o edifício do DNOCS, e assistia à missa na igreja de Nossa Senhora das Dores.
Sobre o Winston: será o nosso colega contemporâneo da Faculdade de Medicina? Eu sempre o tive em boa conta, porém o perdi dos meus contatos. Bem que gostaria de me reencontrar com ele, mesmo que fosse por e-mails.
Gurjão
Resposta - É Winston Graça, colega e contemporâneo nosso na Faculdade. Ele edita um blog, o Saco de Gato, de excelente conteúdo. Para que recupere o contato com o colega, envio-lhe o e-mail dele (reservadamente).
PG

SEU VAVÁ E O ACERVO DO CINE NAZARÉ

Envia-me tio Edmar Gurgel um cartão a respeito do Programa Museu Vivo, do Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza, para o dia 28 de agosto de 2012. Já aconteceu.
O tema daquele dia foi: Fazeres do sonho - Seu Vavá e o Acervo do Cine Nazaré, com a mediação de Júlio Lira, e tendo como convidado seu Vavá. Tempo: 90 min.
Reproduzo outras informações do cartão:
"A história do Cinema no Ceará e no Brasil passa pelos olhos, mãos e objetos do seu Vavá, um exibidor com uma narrativa prodigiosa capaz de nos transportar para as entranhas da indústria cinematográfica, para o escurinho das salas de cinema em seus tempos áureos. Como apoio à sua memória teremos projeções de trechos de filmes antigos, fotografias do seu álbum pessoal, demonstração de máquinas fotográficas..."
(seu Vavá: digitalização da imagem por PGCS)
O tempo deve ter sido pouco para os sonhos daquela noite.
Ver também...
NO ESCURINHO DO CINEMA e AS MARCAS DO OTÁVIO BONFIM

PERFIL E LEGADO DO MÉDICO E ESCRITOR AIRTON MONTE

Do nascimento no Solar dos Monte, em 16 de maio de 1949, ao fim de seus dias, em 10 de setembro de 2012, em sua amada Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, onde Airton nasceu, viveu e morreu de amores, e à qual dedicou muitas de suas 4.500 crônicas, eis o testemunho sobre ele feito por Marcelo Gurgel:
Publicado ontem (23) em Vida e Arte (Cultura), do jornal O POVO, e postado hoje no Blog do Marcelo Gurgel.

1º ENCONTRO DE ESCRITORES CEARENSES EM BRASÍLIA


Prezados Amigos,
A Diretoria de Educação e Cultura da Casa do Ceará convida a todos os amigos, bem como a todos os seus familiares, para o 1º Encontro de Escritores Cearenses em Brasília, a realizar-se dia 21 de setembro próximo, sexta-feira, a partir das 18h00, em sua Sede na 910 Norte, com amplo estacionamento.
( http://www.facebook.com/events/145534658924033/)
Teremos apresentações musicais, coquetel e degustação da famosa cachaça “160”, elaborada para comemorar os 160 anos da Ypióca.
Tudo de graça para abrilhantar a noite da família brasiliense.
O coquetel terá comidas e bebidas típicas, incluídos no cardápio tapioquinha com carne do sol, caldos de jerimum e macaxeira, camarão empanado, vinho, uísque, cachaça do Ceará, refrigerante, água mineral, água de coco e cajuína e queijo de coalho com rapadura.
A presença de V.Sas. muito nos honrará,
Fernando Gurgel Filho
Diretor de Educação e Cultura da Casa do Ceará em Brasília

MEMORIAL À ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS

Este Memorial foi composto, especialmente, para lastrear a inscrição do candidato Marcelo Gurgel Carlos da Silva, à vaga, recentemente aberta, na Academia Cearense de Letras (ACL). No seu conjunto, estão assinalados, com fidedignidade, os mais importantes feitos de sua vida, com o foco maior em sua atividade cultural. Dessa forma, a maioria dos títulos, conectados à sua formação médica e à sua atuação científica, foi excluída deste documento. Aqui, portanto, estão relacionados os frutos do fazer literário de Marcelo Gurgel, expressos principalmente em ensaios, crônicas e discursos.
O Memorial divide-se em três partes:
Parte I - APRECIAÇÃO ENDÓGENA com Proposição, Resenha do Memorial, Sinopse do Curriculum Vitae, Resumé do Currículo Lattes, Títulos Quantificados, Resumos de Livros Selecionados, Produção Científica e Trabalhos Publicados, Produção Cultural e Divulgação Pública e Discursos Escritos.
Parte II - APRECIAÇÃO EXÓGENA  com Prêmios e Distinções, Depoimentos Esparsos e Apreciação Biográfica Crítica.
Parte III - APÊNDICES E ANEXOS com Mini DVD, Curriculum Vitae em PDF, Textos Selecionados (10) em PDF e Multimídia Diversa (slides e audiovisual).
Com 216 páginas e ilustrado, este Memorial foi editado pelo autor em 2012. A sua tiragem foi limitada a 50 exemplares por se destinar especialmente aos Membros da ACL.

MEMÓRIA - O PARCEIRO AIRTON MONTE

por Paulo Gurgel
Conheci-o primeiro de ouvir falar. Amigos em comum, frequentadores do "Pombo Cheio", no Parque Araxá, davam-me notícia da existência de um certo Airton Monte, grande apreciador da MPB e que também frequentava o bar. O "Pombo Cheio" era um dos meus pontos favoritos para espairecer e me relaxar das canseiras da Faculdade de Medicina. Naquele local, quase sempre eu estava com Cláudio Costa, violonista da pesada e que inclusive morava perto do bar. Mas não coincidiu, nenhuma vez, de sermos Airton e eu por lá apresentados.
Tampouco na própria Faculdade de Medicina da UFC, onde fomos contemporâneos. Pode ter acontecido o nosso primeiro contato em uma das tertúlias literárias do Grupo Siriará de Literatura, do qual Airton fez parte. Ou, por ocasião dos preparativos para a edição do "Verdeversos", uma coletânea de poesias publicada em 1980. Os coautores do livro nos reuníamos no auditório do então Centro Médico Cearense, a entidade que promoveu a publicação.
Certamente não se deu em função das reuniões havidas para a publicação do "Arsenal de Literatura", cujo número de estreia saiu com um texto meu. Airton Monte fazia parte do conselho editorial da pequena (e efêmera) revista.
Na década de 1980, passamos a nos encontrar com grande frequência nas festas de lançamentos de livros e nos points etílico-culturais da cidade, dentre estes o Estoril. Quando José Alcides Pinto fez a famosa festa para comemorar a aquisição de um piano, em que acompanhei ao violão alguns solos do poeta-flautista Roberto Pontes, lá estávamos Airton e eu. E assim por diante.
No primeiro semestre de 1981, apresentei  um de seus livros de poesias, "Memórias de Botequim", num lançamento feito no Centro de Estudos do Hospital de Messejana. Posteriormente, esse discurso de apresentação do livro foi publicado no informativo "A Ferragista", sob o título de uma "Apreciação Literária sobre Memórias de Botequim".
Numa tarde, fui à residência de Airton. Havia me prometido a doação de um livro por mim longamente procurado, o "Roda Viva", do Chico Buarque. "Desde que o localizasse em casa", disse-me (o livro e não o autor, bem entendido). Por alguma estranha razão, eu colecionava os livros escritos pelo Chico, embora não fizesse o mesmo com relação a seus discos. (Digo estranha razão, porque sempre fui um fã de carteirinha do Chico compositor.) Para sorte minha, o "Roda Viva" foi encontrado. E retribuí a sua cortesia com outro livro do Chico, repetido em minha coleção.
Airton morava num beco. Na continuação da rua Dom Jerônimo, o que fazia dele cidadão do Benfica e cidadão honorário do Otávio Bonfim. Em sua modesta casa havia livros e discos em grandes quantidades. Mas a sorte maior estava por vir.
Estávamos conversando, sentados em cadeiras postadas à frente de sua casa, quando uma moça e um violão apareceram. A moça chamava-se Idalina e o violão era o instrumento de suas primeiras composições. Cantava divinamente, era bonita e também morava no beco de Airton.
Aproveitei a oportunidade para mostrar a ambos algumas canções de minha autoria. Uma delas, ainda sem letra, saiu daquela incômoda situação em um par de horas. Compusemos os três a letra de "Angra de Desejos", que viria a ser classificada para o Festival Crédimus da Canção, em Fortaleza.
Procurando conferir a letra de "Angra de Desejos", que vai ser o motivo de uma outra crônica, encontrei também a de "Sabe Quem Dançou?". E sabe quem não se lembrava mais dela? Eu mesmo, que compus com Airton esta segunda e esquecida canção. Permeada de palavras francesas, esta letra certamente vai ficar para a posteridade. Quanto à música, recusa-se a sair dos arquivos da memória.
Abandonei há tempos a boêmia. Mas tenho acompanhado a carreira literária do amigo e colega Antonio Airton Machado Monte, nas folhas de "O Povo". E tenho tomado conhecimento, através de meu irmão Marcelo, da gravidade da doença que aflige atualmente o grande cronista. Levando-o a afastar-se do que ele mais gosta de fazer.
E, por isso, é que há muito tempo eu não escuto aquele grito com que ele me saudava, quando nos avistávamos:
- PARCEIRO!!!
(reproduzido no Blog do Marcelo Gurgel)
02/03/2021 - Atualizando ...

PIRENÓPOLIS - GO

Pirenópolis é um lugar mágico, sinônimo de paz e tranquilidade. Respira-se bem-estar quando se anda por suas ruas de pedras iluminadas a lampiões coloniais, ressaltando a beleza arquitetônica do casario preservado; quando se come de sua cozinha regional, que guarda antigas e saborosas receitas; e quando se conhece a prosa cordial de seus moradores.
Fundada pelos bandeirantes no século 18, e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Pirenópolis constitui um dos mais ricos acervos patrimoniais do Centro-Oeste.
Perto de Brasília (150 km) e Goiânia (120 km), a cidade se localiza no sopé da Serra dos Pirineus, Goiás. Segundo a tradição local, a serra recebeu o nome de Pireneus por haver na região imigrantes espanhóis que, por saudosismo ou por encontrar alguma semelhança com a cadeia de montanhas situada entre Espanha e França, deram então o mesmo nome a esta serra goiana.
"Piri", como é carinhosamente chamada por seus visitantes, nos leva a uma viagem ao passado. A cidade é conhecida pela Festa do Divino, trazida à região pelos jesuítas portugueses para atrair negros e índios ao cristianismo, a qual atualmente mescla festejos divinos e profanos, e pelas Cavalhadas, jogos medievais, também de origem portuguesa, que duram três dias e simbolizam a luta entre os cristãos e os mouros, muçulmanos que invadiram a Península Ibérica.
É nesta mesma Pirenópolis que muitos aventureiros e apaixonados por esportes se divertem. Sua natureza exuberante, seus rios e cachoeiras e suas formações rochosas proporcionam a prática de esportes radicais, como rapel, mountain bike, trekking e muitos outros.
O município dispõe de uma eficiente estrutura turística. Representada por pousadas charmosas e aconchegantes, variados restaurantes, ruas dedicada ao lazer, receptivos organizados para passeios ecológicos e de aventuras, aeroporto e rodoviária, lan houses e centros de atendimento aos turistas.
Além do turismo, outras fontes econômicas de Pirenópolis são as pedreiras (de quartzito, principalmente), localizadas nos arredores do município, o artesanato de prata e de pedras semipreciosas, cujos produtos são comercializados em lojas, feiras, ateliês e galerias, e a arte da tecelagem.
O município tem atualmente cerca de 23 mil habitantes.
Para saber mais...
www.pirenopolis.go.gov.br


Memória do passeio
Período: 23 e 24 de agosto / Ônibus da Viação Goianésia / Percurso Brasília - Pirenópolis - Brasília / Cidades intermediárias: Águas Lindas, Cocalzinho e Corumbá de Goiás / Hospedagem: Pousada Imperial (centro de Pirenópolis) / Pontos turísticos: Theatro de Pyrenópolis, Cine Pirineus, Museu das Cavalhadas, Museu do Divino e Ponte sobre o Rio das Almas / Curiosidade: um lobo guará cruzou à frente do ônibus na viagem de volta.
Comentário
Paulo,
A arquitetura de Pirenópolis lembra demais a da cidade de Goiás, mas aparentemente é mais preservada e simpática.
Roberto Marques

CASAMENTO EM BRASÍLIA

A cerimônia religiosa do casamento de Michelle e Rodrigo, filhos de José Eugenio de Carvalho Júnior e Márcia Gomes de Carvalho e de Antonio Pinto Macedo e Eliane Pinto Macedo, será celebrada hoje (25), às 20h30, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Lago Sul. Em seguida, os recém-casados receberão os cumprimentos no Clube Naval de Brasília.
Esta nota e a anterior foram também divulgadas em Brasília pelo jornal da Casa do Ceará.

BRASÍLIA E PIRENÓPOLIS

Hoje, 23 de agosto, Elba Macedo e eu estamos viajando a Brasília para assistir ao casamento religioso de Michelle e Rodrigo, que é sobrinho de Elba. Nossa filha Natália e seu noivo Rodrigo também seguem para Brasília, amanhã.
No dia 25, o Brigadeiro Antônio Pinto e sua esposa Eliane, pais do casante Rodrigo Macedo, receberão em sua residência para um jantar de boas-vindas o clã Pinto Macedo, do Ceará.
O enlace nupcial acontecerá na noite de 26.
Antes dos compromissos previstos, aproveitarei para conhecer a histórica cidade goiana de Pirenópolis.

IRMÃO ABDON

Esta foto não foi localizada a tempo de entrar no livro “Portal de Memórias”. Realizada no pátio do Colégio Cearense Sagrado Coração, mostra o Ir. Abdon com os alunos da turma de ginasianos que ele à época regia.
De naturalidade francesa, anos depois o bom e velho irmão marista teria a morte trágica no poço de um elevador do prédio anexo ao colégio, no qual vinha funcionando a Faculdade Católica do Ceará.
Era notória sua aversão ao comunismo. Apenas para nos ensinar se o mês tem 30 ou 31 dias, é que Abdon fechava a mão. Como fazem os comunistas, desculpando-se assim.
Não sei precisar o ano desta foto. Mas imagino que tenha sido feita em 6 de junho, o dia em que os maristas comemoram a data de nascimento do Padre Marcelino Champagnat, o fundador da ordem. O mesmo dia em que eu também completo anos. Uma então proveitosa coincidência, apesar do delay de 159 anos.
Sou o terceiro da esquerda para a direita, na primeira fila. Outros que também estão na fotografia: Roberto Misici, Roberto Bruno, Pedro Rodolfo, Fernando Dall'Olio, Gustavo Silva, Fernando Bezerra, os irmãos Mesquita.
Não sei declinar os nomes dos demais. Sou memorialista, mas nem tanto.
P.S. Aceita-se ajuda para identificar aqueles que não foram acima citados.
Paulo Gurgel


Site relacionado: www.exalunos.com

A LINHA GRANJA PARAÍSO

Nas décadas de 1960 e seguintes, Granja Paraíso foi o nome de uma linha de ônibus em Fortaleza.
(Não sei por que a linha era assim designada: um pequeno bairro que a expansão de outros bairros suprimiu? uma referência local que desapareceu sem deixar rastros?).
Lembro-me de que os ônibus dessa linha percorriam os primeiros quarteirões da Avenida Bezerra de Menezes, faziam o retorno em frente ao 3º Distrito Policial (antes do cruzamento da artéria com os trilhos da RVC, a "Rapariga Velha Cansada"), prosseguiam pela Rua Dom Jerônimo até a Avenida Jovita Feitosa, de onde continuavam a rota por algumas ruas do Parque Araxá. O fim da linha era na Rua Ana Néri, no bairro Rodolfo Teófilo.
Era uma "mão na roda" para alguns de nós, acadêmicos de medicina, que residíamos no bairro de Otávio Bonfim e adjacências, e estudávamos na Faculdade de Medicina em Rodolfo Teófilo, antigo Porangabuçu. Sem estes ônibus teríamos que fazer um demorado percurso alternativo utilizando-nos de veículos de outras linhas.
Fui um passageiro diário desses ônibus da empresa Santa Cecília durante 7 anos. A partir de 1965, quando me preparava para o vestibular no "cursinho" do Diretório Acadêmico XII de Maio e, de 1966 a 1971, como aluno da Faculdade de Medicina.Carlos Maurício (da turma de 1971), que morava no vizinho Parque Araxá, também pegava esses ônibus com o mesmo objetivo.
Outros colegas da turma de 1971 recorriam a ônibus que faziam trajetos pelos bairros em que eles moravam. Alguns, que possuíam automóveis, obviamente utilizavam-se destes meios de transporte, ajudando os colegas com a carona solidária. Por diversas vezes, contei com os préstimos do Álvaro e do Queiroz para ir à Faculdade.
E vêm-me à lembrança os nomes de outros acadêmicos de medicina que também foram usuários da linha Granja Paraíso: Franco Magalhães (da turma de 1969); Breno, Ana Comaru e Emilson (da turma de 1970); Francisco Dario e Maria Gurgel (da turma de 1972); e Waldemiro Carvalho (da turma de 1973). De 1972 a 1977, período em que foi acadêmico de medicina, o meu irmão Marcelo Gurgel também dependeu da linha Granja Paraíso para ir e vir da Faculdade.
Segundo Antônio Azevedo, empresário do setor de coletivos urbanos em Fortaleza, o motivo que levou à extinção de linhas como a Granja Paraíso foi o surgimento de grandes avenidas em Fortaleza, como a José Bastos, e o alargamento de outras, como a Jovita Feitosa, que fizeram com que os transportes coletivos se concentrassem nelas.
CAIO "Bossa Nova", prata, da Linha "Granja Paraíso", no final dos anos 1960. CAIO (Companhia Americana Industrial de Ônibus), o fabricante que produzia esse tipo de carroceria para a Mercedes-Benz, e "Bossa Nova", por influência do movimento que modernizou o samba. Crédito desta fotografia a Santos Souza.

MÉDICOS CEARENSES NA ABRAMES

CONVITE
A Academia Brasileira de Médicos Escritores convida para a posse dos novos Acadêmicos Titulares na V Reunião Literária da Abrames 2012, no dia 3 de agosto de 2012 (hoje), às 18h, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ).
Tomarão posse o Dr. José Maria  Chaves - CE, na Cadeira nº 3 - Patrono José Antonio de Abreu Fialho, quando será saudado pelo Ac. Marco Aurélio Baggio - MG, e o Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva - CE, na Cadeira nº 38 - Patrono João Peregrino Junior, saudado pelo Ac. Paulo Cesar Alves Carneiro - CE.
Esperamos contar com vossa presença.
Ac. Juçara Regina Viégas Valverde, presidente da Abames
Endereço do CREMERJ:
Praia do Botafogo, 228, loja 119b - Rio de Janeiro - RJ.
Tel. 3184-7050

CASAMENTO. ANDREAS E MIRNA

Convite
É com muito prazer que convidamos para a cerimônia do nosso casamento, a realizar-se às 9h40 do dia 31 de julho de 2012, em Standesamt in Heidelberg Rathaus, Marltplatz 10, Heidelberg, Alemanha.
Com carinho,
Andreas e Mirna.
31/07/2012 - Atualizando...
Mensagem
Andreas e Mirna,
Neste momento em que vocês assumem o compromisso de serem felizes juntos, só podemos desejar que essa felicidade se realize plenamente e que, com o passar dos anos, sempre mais se confirme o amor que une vocês.
04/08/2012 - Atualizando...
Andreas e Mirna: recém-casados na Alemanha

PESAR POR DR. ANDRÉ STUDART GURGEL

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
É com intenso pesar que registro aqui o falecimento ontem à noite, 27 de julho de 2012, do Dr. ANDRÉ STUDART GURGEL DE OLIVEIRA, advogado e funcionário do DNOCS. Era filho do Dr. Adbeel Gees de Oliveira, veterinário aposentado, e da professora Elsie Studart Gurgel de Oliveira, uma grande amiga com quem trabalhamos no Instituto do Câncer do Ceará, desde 1990.
Eu o conheci há mais de vinte, como um recém-formado causídico, e, em que pese a sua juventude, já demonstrava ele um grande saber jurídico, porquanto era um dedicado estudioso do Direito, qualidade que brotaria em suas bem cuidadas petições.
Homem de vasta cultura, cultor das letras, manejava a pena, com invejável apuro e muita sensibilidade, produzindo, principalmente, crônicas e poemas, divulgados em diferentes veículos de comunicação.
Dotado de um imenso fervor religioso, apreciava excursionar por locais sagrados do cristianismo, visitando santuários católicos, situados na Europa e no Oriente Médio.
O infausto acontecimento enluta a família STUDART GURGEL DE OLIVEIRA e entristece os tantos amigos com os quais esse clã familiar mantinha relacionamento.
André Studart deixa a esposa Rejane e uma filha, a Marcela, acadêmica de Direito, que decidira abraçar a mesma carreira do seu amado pai.
Comovido, apresento minhas condolências aos seus pais, Adbeel e Elsie, aos seus irmãos Adbeel Filho, Alexandre, Adriano, Angelina e Igor, e à sua esposa Rejane e à filha Marcela.
O corpo do Dr. André Studart Gurgel de Oliveira está sendo velado no Cemitério Jardim Metropolitano, onde será sepultado às 10 horas da manhã de hoje (28/07/12).
Aqui também externo minhas condolências à família STUDART GURGEL DE OLIVEIRA, especialmente à estimada professora Elsie, genitora deste grande ser humano que foi Dr. André. PGCS

APROVAÇÃO DE NATÁLIA NA OAB - CE

A jovem Natália de Macedo Gurgel, aluna do Curso de Direito da UNIFOR, foi aprovada para a OAB Ceará.
A Natália,
Pela dedicação, constância e seriedade com que você sempre conduziu seus estudos, já antevíamos este resultado. E ficamos felicíssimos com a informação de que você foi bem-sucedida.
Comemore com moderação.
Paulo e Elba, seus pais
Comentários
Parabéns! Natália merece.
Mirna
Parabéns para a Natália. Paulo, dê um PC de presente a ela.
Marcelo
Não, não é mesmo surpresa o resultado. A Natália mantem a tradição da família, iniciada com o nosso pai Luiz Carlos da Silva. E ela brilhará, como os demais que se dedicam à advocacia com amor à justiça, seriedade e respeito ao próximo. Um grande abraço.
Márcia, Nando, Larissa, Vanessa e Melissa
Parabenizo a Natália pela aprovação na OAB e orgulho-me de ter mais uma sobrinha seguindo as pegadas do Silva.
Edmar
Natália (que já tem o seu PC) agradecerá estas mensagens em sua página no Facebook.
Paulo

OFICIAIS MÉDICOS DO EXÉRCITO DA TURMA DE 1972

PORTARIA MINISTERIAL N.° 1976, DE 25 DE DEZEMBRO DE 1975
O Ministro de Estado do Exército, de acordo com (...) resolve,
Promover, por antiguidade, aos postos de Capitão Médico, a contar de 25 de dezembro de 1975, os seguintes Primeiros-Tenentes Médicos:
Júlio de Siqueira Abadia
Ilco Antonio de Avila
Antônio Santos de Araújo
Paulo Gurgel Carlos da Silva
Renato Breno Müller
Edno Miranda
Helio Gross Filho
Rubens Carlos Silveira
Raimundo Pereira de Queiroz Filho
Carlos Alberto Fontoura Freire
Alinor Olímpio da Silva
Alinor Antonio da Costa
José Maria Cabral
Edmundo Pereira de Araújo
Manoel Olimpio Holvorcen Antunes
Mauro Cavalcante Mesquita
Manoel Martins Lopes
Francisco Valdenor Barbosa
João de Souza Pinheiro
Ivanir José Piovesan Librelotto
Antonio Dias de Araújo
Alfredo Pereira da Costa
João Salustiano Lyra
Nelson Rocha de Almeida
Alberto Tauhata
Carlos Alberto Gonçalves
Reginaldo Daltro Filho
Edson Stravalli da Costa
Antonio Bonilha
José Abud Elias
Fernando Ferreira Pinto Guedes
Carlos Alberto Silveira Kutscher
José Fortunato Branco Bandeira
George Washington Galvão Nogueira
Antonio Fabiano Rodrigues de Souza
Raimundo Ozildo Rocha de Aragão
Jefferson Volnel de Mattos
José Jorge
Azemilkos Trajano Monteiro
Roberto Nicolay Roeder
Adalmir Morais Carneiro
Milton Braz Pagani
Marcos Serruya
Alfredo da Silva Paes
Vicente Gibeiro
Ian Phidias Rocha Bezerra
Gilberto Von Kossel
Pedro Ramiro do Nascimento
José Flávio Glacominl
Adahir Ferreira
Jarbas Galvão de Araújo
Antonio Leite Fernandes
Francisco das Chagas Wanderley Rebouças
Ronaldo Roberto Delgado
José Ricardo Martins Ribeiro
José Lúcio Ferraz de Abreu
Antonio Carlos Silva Peixoto
Paulo Renato de Farias Porto
Benjamin Ramos
Altair da Silva Moraes
Ocienofre Ferreira Lobo
Evaldo Carneiro Nogueira
Nelson Francelino
Edgard do Sul Ferreira Filho
Sérgio Guaracy de Castro Xavier
André Luiz Almeida da Silva
Sérgio Benedito
Altair Soares Ferreira
Emanuel Antunes de Almeida Mendes
Cícero Alves da Silva
Luiz Carlos Viola da Silveira
Petrucio Pereira de Magalhães
Gileno Moncorvo de Oliveira
Bertoldo Elias Alves dos Santos
Nilberto Fonseca
Décio Deforme da Cunha
Raul Greenhalgh Garcia.
Isidoro Cobra dos Santos
Nota - Não sendo possível obter, até o momento, a relação completa dos nomes dos médicos que concluíram o Curso de Formação de Oficial Médico (CFOM), em 1972, pela Escola de Saúde do Exército (ESEx), aqui publicamos a relação daqueles que foram promovidos a Capitão Médico, por antiguidade, em 1975 (Fonte: DOU). Por não terem sido promovidos em 1975, cerca de 20 Primeiros-Tenentes Médicos, da turma de 1972, não constam da relação acima.

BAIXARIAS

Fotografia de Roberto Sabadia
Baixo no tipo físico e, como se isso não bastasse, fui um dos baixos do Coral Universitário em 1971.
Sob a regência do maestro Orlando Leite, nos reuníamos aos sábados, à tarde, no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno (foto). E ensaiávamos peças folclóricas e do cancioneiro popular, enquanto esperávamos o dia em que iríamos encantar o público.
Era 1971: o ano do meu internato na Faculdade de Medicina! Atividades nos dois turnos, rodízio nas várias clínica e plantões. Além disso, responsabilidades extracurriculares em dois hospitais da cidade. Parecia improvável que, com tantos compromissos, eu pudesse ainda participar de um coral. Mas... aquelas tardes dos sábados eram a oportunidade que eu tinha para espairecer um pouco. Ao lado de grandes amigos, como o engenheiro Osternes (irmão do compositor Brandão), o odontólogo Ivan Meira e o veterinário Wilson Ramos.
Antes dos ensaios com o maestro Orlando Leite, éramos separados em grupos. Baixos, tenores, contraltos e sopranos, os chamados quatro naipes do coral. E cada grupo, por sua vez, recebia a orientação de um monitor, em geral um aluno do curso superior de Música. Sabendo ler partitura, o monitor era quem nos passava a nossa parte nos arranjos musicais. E nós a aprendíamos de ouvido.
As vesperais findavam com os naipes do coral reunidos sob a regência do maestro Orlando. Ficava, modéstia à parte, aquela coisa belíssima. Ouvissem, por exemplo, a canção "Eu não existo sem você", de Tom e Vinicius, em que nós, os baixos, cantávamos:: "sei, eu sei, a vida assim, que nada levará de mim". Pronunciávamos apenas as sílabas que correspondiam às notas graves do arranjo. Uma moleza, reconheço.
Era comum algum participante do coral levar um amigo para testes. Os requisitos eram poucos: boa vontade e ser universitário; não era exigido conhecimentos de teoria musical. Uma vez admitido, tinha de ser assíduo. Wilson, por exemplo, foi levado por mim. Alto e espigado, Wilson deu a impressão inicial a Elói de que viera ao mundo para ser tenor. Elói era o monitor encarregado naquele dia de fazer a avaliação. Ele teclou ao piano uma nota bem aguda, que Wilson, com a voz gravíssima, tentou reproduzir. Sendo preciso que Elói catasse no piano a nota por ele solfejada (para encontrá-la a oitavas de distância). Apesar do jeitão, Wilson era outro baixo!
Os baixos ensaiávamos numa sala do pavimento superior do Conservatório. Terezinha, nossa monitora, para pegar a afinação pelo lá, descia até o térreo onde ficavam os pianos. Não tinha o chamado ouvido absoluto, o que não era nenhum desdouro (ouvido absoluto é um dom). Agora, por que não carregava consigo o simplérrimo apito de lá, de modo a evitar tantas e incessantes incursões ao piano, isso é até hoje um mistério para mim.
Numa ocasião, tentávamos cantar as notas de uma música que já constava de nosso repertório, e nunca a tínhamos achado tão difícil. Até que um dos baixos protestou: "Nesse tom eu só sei roncar". Desconfiada de que algo estava errado, Terezinha correu à sala do piano para conferir a afinação e de onde voltou esbaforida. Pois não é que o "baixinho" tinha razão! Na subida anterior pela escada, "o lá havia descido um pouco", foi como ela se justificou para nós.

BODAS DE VINHO

No sábado (7), as famílias Gonçalves e Lucena estiveram reunidas para comemorar os 70 anos de casados de João Gonçalves Primo e Vicentina Gonçalves de Lucena. O local do evento foi a "Chácara Costa do Sol", no Eusébio, de propriedade do empresário Gaudêncio Lucena, um dos filhos do casal, e de sua esposa Márcia Macedo. A festa transcorreu de modo muito agradável. Muito queridos, João e Vicentina receberam as felicitações de seus familiares e dos numerosos amigos que foram abraçá-los.

COISAS DA ESCOLA DE ANTIGAMENTE

Márcia Gurgel divide com os leitores este slideshow:

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DE CABRITOS A ACADÊMICOS OU VICE-VERSA

por Elsie Studart
Aproveitando o mote do Audífax Rios, articulista das sextas-feiras do jornal O Povo (ver edição de 15/06/2012), apesar de não gostar dos achismos, achei interessante o seu verbo ao se pronunciar sobre a vontade que muitos têm de ingressar na academia. Primeiro, pelo próprio titulo que deu ao texto: “De Cabritos e Acadêmicos”; segundo, pela velada insinuação do uso do Clube do Bode, como corredor de entrada para a ACL; terceiro, pela alusão à bagagem dos pretensos candidatos, que pode exceder no peso, mas pecar pela falta de substância. Isso é o que dá a entender as palavras, bem arrumadas, diga-se de passagem, do artista plus, misto de pintor e escritor, oriundo lá das bandas de Santana do Acaraú.
Estou com ele quando diz que o Clube do Bode é democrático, que ali tem de tudo, desde os papos literários com “gente de cabeça”, às tomadas de “umas e outras”, uma “loira” gelada, preferencialmente, saída do Flórida Bar. Ocupar cadeiras cativas, naquele famoso reduto de inteligências vivas, pode até ser visto como privilégio de alguns, mas ter assento lá, quando bem “der na telha” é um direito de quem, apesar de não gostar da “água que passarinho não bebe”, nem assim dispensa uma tragada de uns bons goles de sabedoria, sorvidos nas mesas acanhadas, onde pontuam dos políticos aos literatos, dos megastars aos cronistas da vez.
Fico, no entanto, do lado oposto do articulista, quando ele faz um contraponto entre a facilidade de pertencer a uma Academia, começando por frequentar o Clube do Bode, e a dificuldade de um pai de chiqueiro escalar os umbrais desse templo de saber, mesmo com a carroça abarrotada de livros. Se existe pecado do lado de baixo do Equador, esse foi um, acredito eu.
Basta considerar que, por vontade da população de Fortaleza, em que pese o tom de molecagem do cearense, o “Bode Ioiô” foi eleito para a Câmara Municipal; se isso foi possível, por que não um pai de chiqueiro, se alinhar a tantos outros que já dão os seus berros na Academia? A questão é de tempo e de oportunidades. É fazer como Arquimedes: “Dê-me uma alavanca e eu moverei o mundo”. Ter assento na cadeira da ACL, pode significa fazer de uma cobra que silva, um cabrito que sabe berrar.
Quanto à carroça abarrotada de livros, julgo ser melhor do que vir esvaziada. Compositor de uma musica só, mesmo que boa, às vezes cai no esquecimento, como a “Helena, Helena, Helena”, ganha em um festival por Alberto Land, que apareceu e desapareceu, como por encanto. Se quantidade não é qualidade, aí fica com quem não teve tempo para apreciar a dita cuja carga livresca. Não dá para esquecer a fábula daquele caminhão apinhado de porcos. Só quem grunhia, era quem estava por baixo.
Com certeza, não se chama qualquer um, para fazer seu tatoo no Clube do Bode. Se isso acontecer, não é de graça ter o nome constando da ata, com registro da passagem naquele local. Bode que é bode, de verdade, gosta de chiqueiro, donde a pretensão de, vez por outra, dar uma parada no clube, para papear, ou o que seja, trocar berros com os outros frequentadores e, quem sabe, sair contaminado por fortes elucubrações mentais, sem desprezar o cheiro, que é sui generis. O Audífax Rios conhece bem o mapa da mina. Só precisa ensinar a quem menos tarimbado, ver para crer um remanescente do Ioiô soltar um rugido lá perto da Monsenhor Tabosa, que vai atravessar parte da cidade, respondendo lá nas vizinhanças da Igreja do Rosário. A Raquel de Queiroz, feita de bronze, mas sentada ali na Praça dos Leões, mesmo sem os óculos, surrupiados pela bandidagem de plantão, certamente, vai estar de olho em quem deixa a ACL e em quem entra para sentar na cadeira desocupada.
O Ceará tem disso, sim: para ser acadêmico, não precisa ser bode. Basta saber berrar, melhor dizendo, escrever. Cabrito que é bom cabrito, desde cedo sabe que quem berra não mama.
N. do E.
Alberto Land, que estudou violão com Rildo Hora, compôs a antológica "Helena, Helena, Helena". Em 1968, venceu o "Festival Universitário da TV Tupi" com esta canção, interpretada por Taiguara. Foi vítima de assassinato no Rio de Janeiro, em julho de 2002. PG

PORTAL DE MEMÓRIAS. Bibliotecas

Exemplares do "PORTAL DE MEMÓRIAS: Paulo Gurgel, um médico de letras", livro biográfico organizado por Marcelo Gurgel, já foram até o momento doados às bibliotecas das seguintes entidades públicas e privadas:
CLIQUE AQUI
Academia Cearense de Letras
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Biblioteca Circulante do Ceará
Biblioteca do BNB (Passaré)
Biblioteca Estadual Adolpho Lisboa (Manaus - AM)
Biblioteca Jaime Câmara da Fundação Cultural de Palmas - TO  
Biblioteca Pública da Fundação Cultural do Pará (Belém)
Biblioteca Pública Juscelino Kubitschek de Uberlândia - Minas Gerais
Biblioteca Pública Municipal Capistrano de Abreu de Maranguape
Biblioteca Pública Municipal Patativa do Assaré de Eusábio
Biblioteca Pública Municipal de Vila Velha  - ES (Titanic)
Biblioteca Unimédicos Escritores (BLUME)
Câmara Municipal de Fortaleza
Centro Cultural do BNB em Fortaleza
Centro Cultural do BNB em Juazeiro
Centro de Educação, Arte e Cultura Portal da Serra (CEARC) - Guaiuba
Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC)
Defensoria Pública do Ceará
Escola de Saúde Pública do Ceará
Faculdade de Medicina Christus
Faculdade Integrada do Ceará (FIC)
Hospital Geral de Fortaleza
Hospital Geral Waldemar de Alcântara
Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
Hospital São José
Instituto do Câncer do Ceará
Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico
Instituto Dr. José Frota
Museu Memorial da Liberdade - Redenção
Museu da Imagem e do Som - Secult-CE
Prefeitura Municipal de Aracoiaba
Prefeitura Municipal de Aratuba
Prefeitura Municipal de Baturité
Prefeitura Municipal de Canindé - Biblioteca Cruz Filho
Prefeitura Municipal de Capistrano
Prefeitura de Fortaleza - Biblioteca Dolor Barreira
Prefeitura Municipal de Gramado - RS
Prefeitura Municipal de Guaramiranga
Prefeitura Municipal de Horizonte
Prefeitura Municipal de Itaitinga
Prefeitura Municipal de Itapiúna (Ilha Digital)
Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte
Prefeitura Municipal de Macapá - Amapá
Prefeitura Municipal de Pacajus
Prefeitura Municipal de Pacatuba (Ilha Digital)
Prefeitura Municipal de Pacoti
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(última atualização: 02/07/2019)
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OS PISTOLEIROS DE IGARÓI

"...Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais..."
(Caetano Veloso)

Você sabe onde fica a vila de Igarói? Não? Não se desespere, pouca gente sabe ou já ouviu falar desse lugar. A vila de Igarói é um pequeno e distante vilarejo cravado no sertão central do Ceará, no município de Orós. Fica longe, muito longe de Fortaleza. Pequeno vilarejo é até elogio. A vila é um amontoado de pequenas casas, uma igrejinha e alguns estabelecimentos comerciais, nada mais. São poucas ruas e não possui nenhum atrativo ou ponto turístico que explique como surgiu e se desenvolveu. Desenvolveu também é força de expressão, pois o progresso ainda passa longe de Igarói. Sua única referência e razão de existência, acredito, é a proximidade do açude de Orós, esse sim, bem mais conhecido. Também fica próxima da cidade de Orós, sede do município e da cidade de Icó. Pois é lá nessa cidadezinha perdida no meio do nada que residem os dois personagens centrais dessa história. Vivem por lá dois dos pistoleiros mais temidos e destemidos do estado do Ceará: Justino e Catolé. Olhando de relance ninguém dá nada pelos dois. São baixinhos, muito magros, quase raquíticos e de fala mansa e pausada. Roupas comuns, de chinelos a maior parte do tempo, mas sempre, sempre com os seus indefectíveis e inseparáveis chapéus. Creio que seja alguma marca registrada dos pistoleiros do nosso interior. Pistoleiro que se preze tem que andar de chapéu. Chapéu “quebrado de lado” e quase cobrindo os olhos. Além, claro, do seu fiel instrumento de trabalho, o indefectível e reluzente revolver 38 na cintura e que se sobressai na camisa.
Caminhando tranquilamente pelas vielas da vila ou bebendo uma cachaça no Bar da Loura, ninguém jamais vai imaginar que aqueles dois são frios e cruéis matadores de aluguel. Me corrijo, foram pistoleiros, não são mais. Pelo menos é o que afirmam. Não juram porque pistoleiro somente jura cumprir o acordado. Contratou o serviço, a vítima está jurada. Jura feita, serviço executado. Que Deus se encarrega da alma do infeliz. Nada pessoal, apenas e exclusivamente o relacionamento profissional. Estranho, injustificável e inadmissível para nós, ou para qualquer pessoa, digamos, normal. Mas para esses “profissionais” é o seu trabalho e meio de vida. Soa estranho ganhar a vida tirando vidas, mas é a dura e cruel realidade dessas pessoas. Sina, destino ou maldição? Ou seria falta de trabalho e de oportunidade? Ou culpa da imensa injustiça social ainda reinante no nosso sertão miserável e faminto. Não vou e não me cabe julgar. Apenas vou relatar algumas histórias e fatos, ou lendas, ocorridos com os mesmos.
Contam que certa feita um grande fazendeiro contratou o pistoleiro Justino para “dar fim” a um fazendeiro vizinho que tinha invadido suas terras. Chamou Justino, explicou como queria o serviço, acertou o preço e forneceu duas fotos do desafeto. Serviço concluído chegou Justino para receber o pagamento:
- Pronto Doutor, os homens num vão mais incomodar. Os dois agora só vão ver as terras do senhor nos olhos.
Espantado o mandante comenta:
- Como os dois? Era apenas um, aquele safado do Capenga!
Justino responde calmamente:
- Não Doutor, o senhor me deu dois retratos...
O mandante argumenta, gritando:
- Mas eram do mesmo sujeito. Só que era uma foto de frente e outra de perfil.
Justino tira o chapéu, coça a cabeça e argumenta:
- Vixe Maria! E agora? O serviço ta feito e não tem volta. Deixa pra lá Doutor, só vou cobrar por um mesmo.
Outra do Justino. Devido uma doença venérea, a velha gonorreia, ele estava com dificuldade de urinar e sentido muitas dores. Foi ao médico em Icó para uma consulta. O médico era urologista e teve a infeliz ideia de sugerir ao pistoleiro Justino fazer primeiramente um exame de próstata. Quando falou com o paciente sobre o exame o pobre médico não sabia da fama e muito menos da sua profissão. Explicação dada ao tentar se aproximar, Justino se afasta abruptamente, coça o cabo do revolver 38 com o cotovelo, o qual se destacava volumosamente sob a camisa quase levantada e fala calmamente:
- Ta pensando o que, seu doutorzinho fio de uma égua? Que eu sou baitola que nem vós micê? Se prepare para morrer!
Justino saca a arma e aponta para o apavorado doutor. O jovem médico, mais branco do que o jaleco, cai de joelhos e de mãos postas pede por tudo para ser poupado e começa a chorar. Aos prantos tenta explicar que tudo era um lamentável engano, que Justino tinha entendido errado e que a culpa era da enfermeira, a qual deu as informações erradas (a coitada nem estava sabendo do assunto). Sorte do médico que nesse dia Justino estava em paz com a vida e resolveu perdoar o “doutorzinho afeminado”. O fato é que terminou o médico dispensando a cobrança da consulta e ainda doando toda medicação para Justino. Sem falar que também mandou o motorista da ambulância levar o pistoleiro e deixá-lo na porta de sua casa lá em Igarói.
A outra história fala do pistoleiro Catolé, o mais perverso dos dois (se é que isso é possível) e a origem do seu apelido. Dizem que se nome de batismo é Epifânio Nonato, mas convenhamos isso não é nome de pistoleiro. Apenas é conhecido pelo apelido de Catolé. Contam que ele foi contratado para executar um comerciante em Jaguaribe-CE. Era uma rixa de família e o mandante parente da vítima, o qual era conhecido na cidade por sua força e valentia. Acontece que Catolé quando chegou à cidade descobriu que o seu fiel 38 estava descarregado e não tinha onde comprar as balas sem levantar suspeitas. Para fazer o serviço teve que lançar mão da velha espingarda. Uma curiosidade: no interior do Ceará se utilizar a expressão “bater catolé” quando uma arma falha por problemas com a munição. Foi o que aconteceu. Na emboscada para matar o comerciante a munição estava fria, a espingarda “bateu catolé” e a vítima reagiu. Sacou da peixeira e partiu para cima de Catolé que teve de sacar do punhal para se defender. Terminou executando o comerciante com um profundo golpe de punhal no coração. A briga lhe rendeu a apelido e também uma grande cicatriz no rosto e várias outras nos braços. Por conta dos cortes perdeu muito sangue e para completar perdeu também o dinheiro do serviço. O mandante se recusou a pagar porque o crime chamou muita atenção e também pela forma perversa como o parente foi executado. Morrer com uma punhalada de coração é muito triste e cruel, nas palavras do mandante. O serviço desastrado teve ainda desdobramento para Catolé. Não se sabe se por remorso ou por medo de ser descoberto devido à repercussão, mas o mandante contratou um outro pistoleiro para matar Catolé, o qual ainda se recuperava das feridas do “acidente de trabalho”. Foi contratado um pistoleiro da Zorra, distrito de Mombaça e local famoso pela quantidade e facilidade de contratar esse tipo de profissional. Engraçado, mas quando se contrata um pistoleiro para matar outro que por algum motivo tenha falhado ou deixado pistas no serviço se diz que o mandante contratou “um seguro”. Os infames “seguro” são considerados traidores da profissão e odiados por motivos óbvios. Não se sabe como, mas Catolé foi informado do “seguro” e descobriu a tempo que o desafeto estava na vila de Igarói no seu encalço. Era finalzinho da tarde, Catolé estava sentado na porta da sua casa com a mulher quando o pistoleiro contratado chegou para executar o serviço. Cumprimentou Catolé, se certificou que era a pessoa certa e pediu um copo d’água. Quando a mulher entrou para pegar a água o pistoleiro tentou sacar a arma, mas Catolé foi mais rápido. Sacou primeiro e descarregou o 38 no peito do desgraçado. O “seguro” ainda agonizava quando Catolé entrou em casa, pegou um facão e decepou as mãos do traidor. Faz parte do “código de honra”, traidor da profissão tem que morrer e ser enterrado sem as mãos, de forma que o cadáver do infeliz foi para a cova mutilado.
Já estive diversas vezes na vila de Igarói e tive a oportunidade de conhecer pessoalmente esses personagens, em especial o sereno Catolé. Certa feita, conversando com Catolé no Bar da Loura enquanto tomávamos umas cervejas, perguntei que fim ele tinha dado às mãos do “seguro”. Ele apenas sorriu, mostrando seu brilhante dente de ouro, balançou a cabeça negativamente e rebateu a história. Falou baixinho e sem muita firmeza:
- Isso é história desse povo, Doutor. Num teve nada disso, não.
Nesse dia ele sai do bar meio cambaleante devido às cachaças que já tinha bebido antes das cervejas. Ao se levantar, ajeita o fiel 38 sob a camisa com o cotovelo, coloca o chapéu, sai caminhando lentamente e some nas vielas de Igarói. Vai para seu casebre almoçar seu baião-de-dois com galinha caipira e depois dormir tranquilamente e sem nenhum remorso. Em paz com a família e, acredite, sem nenhum pesadelo. Coisa do meu sertão. Coisas do Ceará.
Carlos José Holanda Gurgel

MEMÓRIA - A TRAGÉDIA DE ARATANHA

Há exatos trinta anos um Boeing 727-200 da Vasp colidia com a Serra de Aratanha, em Pacatuba. Esse acidente, que aconteceu às 2h45 do dia 08/06/1982, resultou na morte de todos os passageiros (128) e tripulantes (9) do avião do voo 168. A razão do acidente foi um erro do piloto.

Como aconteceu
O Boeing 727-200 da Vasp decola do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pouco depois das 22 horas do dia 7 de junho de 1982.
Cerca de uma hora depois, o avião aterrissa no Aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, para cumprir a única escala do vôo com destino a Fortaleza.
Ao se aproximar de Fortaleza, o Boeing 727-200 iniciou sua descida antes da devida aproximação com o Aeroporto Pinto Martins.
A 5.800 pés (cerca de 1.933 metros) soa o primeiro sinal de alerta de altitude.
A aeronave continua descendo e a 2.300 pés (cerca de 767 metros) vem o segundo aviso.
A 1.500 pés (cerca de 500 metros) o avião choca-se com a serra da Aratanha.
Num procedimento correto, a aeronave só teria chegado à altitude de 1.500 pés quando atingisse o perímetro urbano de Fortaleza, mais de 30 quilômetros depois do local do acidente.

Landry Pedrosa, de O POVO, foi o primeiro repórter a chegar ao local do sinistro para realizar a cobertura jornalística. Ás 16 horas do mesmo dia, uma edição extra de O POVO, coordenada pela jornalista Márcia Gurgel, então chefe de reportagem, já estava nas ruas de Fortaleza.

VALTER CARLOS DA SILVA (1925-2012)

Faleceu hoje, sexta-feira (01/06), em Acarape, Valter Carlos da Silva, o caçula de meus tios paternos.
Nascido em 17 de julho de 1925, Valter dedicou-se à agricultura, tendo sido por décadas o administrador do Sítio Pau Branco, de propriedade da família Carlos da Silva.
Exerceu também o mandato de vereador do município de Acarape por uma legislatura.
Sempre bem-humorado, Valter era muito benquisto em nossa família.
O sepultamento de seu corpo será amanhã, às 9 horas, no cemitério de Acarape.
Descanse em paz, tio Valter.
Ver: FALECIMENTO DE VALTER CARLOS DA SILVA, Blog do Marcelo Gurgel
02/06/2012 – Atualizando...
Antes do sepultamento do corpo, Valter recebeu as homenagens da Câmara de Vereadores de Acarape. Ele foi vereador constituinte, ocupando o cargo de vice-presidente da Câmara, de 1989 a 1993. Neste período, recém-emancipada de Redenção, Acarape teve a sua Constituição criada pelo legislativo municipal.