
Ela também costumava usar um remédio chamado "Gets-it". Uma solução que ela aplicava em suas joanetes, periodicamente. Após pincelado, o transparente líquido fazia com que se desprendesse uma crosta da joanete, dando-lhe alívio por algum tempo. Isto, com mais detalhes, já foi descrito por mim aqui. Pobre vovó! Viver naquele tempo em que a medicina ainda não oferecia, pelo menos em Fortaleza, uma solução eficaz para o seu problema ortopédico.
Havia também o "Lavolho". Um colírio que, por falta de registro, teve a fabricação suspensa pela Anvisa. Não é que vovó fosse uma contumaz burladora das resoluções da Anvisa, a proibição é do ano de 2010 (portaria 1146), quando ela já não mais habitava este Vale de Lágrimas. E a tal solução, à base de cloreto de sódio a 0,9%, lembro-me também de que vinha num frasco junto com um pequeno copo de plástico. Utilizando-se deste acessório, vovó fazia abluções no olho glaucomatoso.
Contudo, minha avó não era só uma praticante da automedicação. Havia também os médicos a que ela recorria como os Drs. Abu-Marrul (de quem recordo as prescrições de sais de ouro para o tratamento da artrite de tia Elza), Ricardo Gouveia, Narcélio (que atendia os funcionários da Siqueira Gurgel) e vários outros, cujas receitas depois de formuladas eram fielmente seguidas por Almerinda.
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