DEÍFILO GURGEL (1926-2012)

Num encontro familiar acabo de saber da morte de Deífilo Gurgel (foto). Através de meu irmão Luciano Gurgel, funcionário do Banco do Brasil, que, recém retornado do Rio Grande do Norte, me repassou a notícia.
Deífilo Gurgel, além de poeta e historiador, era um dos maiores folcloristas brasileiros e, no momento, se preparava para o lançamento de um novo livro, "O Romanceiro Potiguar", agendado para março de 2012. Esta obra era considerada a mais complexa do autor, que dedicou 10 anos de pesquisa, registrando 300 romances potiguares entre 1985 e 1995, além de outros mais recentes, e realizando também mais de 100 entrevistas.
O falecimento, aos 85 anos, deste grande mestre da cultura popular se deu na manhã do dia 6. Não o conheci pessoalmente, mas sei de quão importante ele foi para o estudo e a divulgação dos múltiplos aspectos da cultura nordestina. Segundo o historiador e genealogista Ormuz Simonetti, poucas pessoas foram tão apaixonadas por sua terra e suas tradições quanto Deífilo Gurgel.
EPITÁFIO
Este foi um homem feliz.
Trabalhou em silêncio,
sua ração cotidiana,
de humildes aleg(o)rias.
Nunca o seduziu a glória dos humanos
nem a eternidade dos deuses.
Fez o que tinha de fazer:
repartiu o seu pão entre os humildes,
defendeu como pôde os ofendidos,
semeou esperança entre os justos
e partiu, como tinha de partir:
feliz com sua vida e sua morte.
(Deífilo Gurgel – 27/09/1994)

Um comentário:

ana margarida arruda rosemberg disse...

Que belo Epitáfio! Digno de um grande homem.