Os velhos slides não são mais prestigiados. Mas é preciso dizer do trabalho que se tinha para fazê-los nos tempos heroicos das apresentações orais.
Inicialmente, o conferencista tinha que levar a um datilógrafo os textos que constariam dos slides. (Se possível, um que possuísse uma máquina de escrever elétrica).
Com o material já datilografado, toca a juntar: a documentação fotográfica, os livros e as revistas que continham as tabelas e os diagramas de interesse, as radiografias... Então, com mil recomendações, passava-se tudo às mãos do fotógrafo responsável pela confecção dos slides.
As radiografias eram um caso à parte. O fotógrafo precisava ter em seu ateliê um negatoscópio (para iluminar por trás as radiografias). Na Faculdade de Medicina da UFC, um único fotógrafo, o Sr. Milton, fazia os slides para todos os professores e alunos da instituição.
Não eram baratos, e pagava-se à vista.
Chegava o o momento da apresentação. Um pouco antes, o conferencista se trancava numa saleta ao lado do auditório com a finalidade de montar os slides no carrossel do projetor. Eles tinham de ser colocados na ordem e na posição exatas - sob pena de tumultuar a conferência.
Apesar dos rigorosos cuidados, era comum os slides engancharem-se no projetor e, na tentativa de soltá-los, serem danificados. Isso quando o calor da lâmpada do projetor por si só já não causava um estrago maior.
No tempo que vivi na Amazônia, comprei uma máquina fotográfica e um projetor na Zona Franca. E dediquei-me a fazer slides daquela região em que o rio comanda a vida.
Quando o rolo fotográfico chegava ao fim, entregava-o a um peruano em Benjamin Constant que mandava revelar em Manaus. Duas semanas após, ele me entregava os slides acondicionados numa caixinha de papelão. Nessa ocasião, eu já tinha um novo rolo à espera de ser revelado, e a história retorna ao início do parágrafo.
Voltando a residir em Fortaleza, meus slides recreacionais deram lugar a slides científicos. Em 1989, necessitei de muitos deles para uma jornada sobre tuberculose que eu estava a organizar para a Secretaria da Saúde (SESA-CE). Eram slides que ilustrariam palestras minhas, e lembrei-me do Sr, Milton. Fui procurá-lo na Faculdade de Medicina e entreguei-lhe o material que seria convertido em diapositivos.
Próximo ao período da jornada, ele foi ao Hospital de Messejana com os slides prontos. Perguntou-me pelo cheque. É com a SESA, Sr. Milton, então, não é o Hospital que vai pagar, não, então, Dr. não vai ser possível eu lhe entregar os slides, qual é o problema, Sr. Mlton, é que o Hospital me paga logo e a SESA, não.
Paguei do meu bolso para receber os slides, e o Sr. Milton tinha razão. Levei tanto tempo para ser reembolsado, que eu já estava para desistir.
Hoje em dia, com um computador conectado à internet, a câmera de um telefone móvel e o onipresente Power Point, um slideshow é rapidamente concluído. Então, arquiva-se uma cópia no pen drive que o apresentador vai levar para o congresso. E os erros, assim que sejem detectados, são logo corrigidos com a ajuda do notebook.
As radiografias eram um caso à parte. O fotógrafo precisava ter em seu ateliê um negatoscópio (para iluminar por trás as radiografias). Na Faculdade de Medicina da UFC, um único fotógrafo, o Sr. Milton, fazia os slides para todos os professores e alunos da instituição.
Não eram baratos, e pagava-se à vista.
Chegava o o momento da apresentação. Um pouco antes, o conferencista se trancava numa saleta ao lado do auditório com a finalidade de montar os slides no carrossel do projetor. Eles tinham de ser colocados na ordem e na posição exatas - sob pena de tumultuar a conferência.
Apesar dos rigorosos cuidados, era comum os slides engancharem-se no projetor e, na tentativa de soltá-los, serem danificados. Isso quando o calor da lâmpada do projetor por si só já não causava um estrago maior.
No tempo que vivi na Amazônia, comprei uma máquina fotográfica e um projetor na Zona Franca. E dediquei-me a fazer slides daquela região em que o rio comanda a vida.
Quando o rolo fotográfico chegava ao fim, entregava-o a um peruano em Benjamin Constant que mandava revelar em Manaus. Duas semanas após, ele me entregava os slides acondicionados numa caixinha de papelão. Nessa ocasião, eu já tinha um novo rolo à espera de ser revelado, e a história retorna ao início do parágrafo.
Voltando a residir em Fortaleza, meus slides recreacionais deram lugar a slides científicos. Em 1989, necessitei de muitos deles para uma jornada sobre tuberculose que eu estava a organizar para a Secretaria da Saúde (SESA-CE). Eram slides que ilustrariam palestras minhas, e lembrei-me do Sr, Milton. Fui procurá-lo na Faculdade de Medicina e entreguei-lhe o material que seria convertido em diapositivos.
Próximo ao período da jornada, ele foi ao Hospital de Messejana com os slides prontos. Perguntou-me pelo cheque. É com a SESA, Sr. Milton, então, não é o Hospital que vai pagar, não, então, Dr. não vai ser possível eu lhe entregar os slides, qual é o problema, Sr. Mlton, é que o Hospital me paga logo e a SESA, não.
Paguei do meu bolso para receber os slides, e o Sr. Milton tinha razão. Levei tanto tempo para ser reembolsado, que eu já estava para desistir.
Hoje em dia, com um computador conectado à internet, a câmera de um telefone móvel e o onipresente Power Point, um slideshow é rapidamente concluído. Então, arquiva-se uma cópia no pen drive que o apresentador vai levar para o congresso. E os erros, assim que sejem detectados, são logo corrigidos com a ajuda do notebook.
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