UM PRESENTE DE NATAL (primeira parte)

Na noite de 24 de dezembro recebi um presente de Natal de meu cunhado alemão Andreas Heger. Agregado à família Gurgel-Carlos por enlace matrimonial com minha irmã Mirna, os dois residem em Karlsruhe-Al, embora mantenham um apartamento mobiliado no bairro de Meireles para as estadias do casal em Fortaleza. 
Naquela noite, Mirna havia organizado (com ajuda da irmã Meuris) uma festa natalina no salão de festas de seu edifício para toda a família.
Foi quando eu recebi de Andreas um presente embrulhado à moda do Natal, acompanhado de um desafio: antes de abri-lo, eu teria de adivinhar o que seria aquilo.
Vendo a conformação, apalpando-o em diversos pontos (como na história de um cego em torno de um contrabaixo), arrisquei-me a dizer que, talvez, fosse um instrumento musical de cordas, só que muitíssimo menor.
Feito basicamente de madeira, o objeto tinha mão, com uma cravelha de 8 tarraxas, braço com trastes, boca na caixa de ressonância, cavalete e 8 cordas de aço reunidas em duplas e ancoradas num cordal metálico. Era um bandolim.
Consultando o tradutor português-alemão do telefone celular, Andreas disse que era chamado de "mandoline" em sua terra. Pertencera a seu falecido pai e, possivelmente, a um dos avós. Era algo que se encontrava em poder da família há cerca de 80 anos. E, se tomara a iniciativa de me presenteá-lo com ele, era por saber que eu tocava violão.
Pois bem, tendo agora 77 anos de idade, vou precisar de uma outra vida para me dedicar ao aprendizado do tal  bandolim. E o fato de tocar - sem palheta - um violão com 6 cordas de nailon, dá-me no máximo uma vantagem de seis meses.
Causou-me também certa estranheza de que o corpo daquele instrumento não fosse como tantos outros bandolins que eu já vi no Brasil. Seu tampo era plano, mas o fundo era arredondado,  o que conferia ao dito-cujo a forma de uma meia cabaça.
Volto ao assunto depois de uma consulta no ChatGPT.

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