CEARÁ E AMAZONAS, PROVÍNCIAS PIONEIRAS NA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS

O dia 25 de março é considerado a Data Magna do Ceará porque marca a data da abolição da escravidão no Estado, em 1884. É feriado estadual.
Em 30 de agosto 1881, um grupo de jangadeiros responsáveis pelo embarque de mercadorias no porto da capital da província do Ceará entrava em greve.Liderados por José Luís Napoleão, um escravo liberto que comprara a própria liberdade – e a de quatro irmãs – com suas economias, e por Francisco José Nascimento, filho de pescadores da cidade de Aracati, eles se recusavam a transportar os negros escravizados que seriam levados dali para outras províncias.
Em 1883, os "catraieiros" do Amazonas, que desempenhavam a mesma função dos jangadeiros cearenses – ligavando o cais do porto aos navios com suas pequenas embarcações – também entraram em greve e se negaram a transportar os negros escravizados que seriam enviados do Norte a outras regiões do país.
No ano seguinte, as duas províncias aboliram a escravidão – quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
Esse pioneirismo foi resultado de uma conjunção de fatores, que vão do papel secundário dos escravizados na economia local ao ativismo dos abolicionistas.
A articulação com o movimento nacional, capitaneado por figuras como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e André Rebouças, foi um fator determinante. E o baiano Manuel Sátiro de Oliveira Dias, então presidente do Ceará, em 25 de março de 1884, assinou a abolição nesta província.
Havia até uma expectativa nacional pela promulgação no Ceará. Meses antes, na Gazeta de Notícias, José do Patrocínio inaugurou uma coluna semanal com uma "contagem regressiva" que enumerava as cidades cearenses em que a abolição já havia sido decretada.
A primeira foi Acarape, atual Redenção.
No Amazonas, o presidente da província, Theodoreto Souto – que era cearense -, promulgou a abolição em 24 de maio, quando foram libertos os últimos escravos da província.
"Abolição dos escravos no Ceará", tela do artista plástico cearense Raimundo Cela (1890-1945)
Relacionadas
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MUSICOGRAFIA DE LUIZ SÉRGIO BEZERRA

Luiz Sérgio Bezerra de Morais (30/04/1955 - 10/10/1991) foi um dos grandes compositores de nossa terra. Israel Batista, que o conheceu bem, estima que ele tenha criado cerca de 60 canções. Pena que os limites de uma vida tão curta não tenham permitido que ele produzisse uma obra maior.
Nascido em Várzea Alegre, no Ceará, ele tinha os apelidos de "Pato Rouco" (devido ao timbre de sua voz) e "Serginho Piau" (nome retirado de uma espécie de peixe comum no Riacho do Machado). Era também um bom violonista, sendo antológica a interpretação que ele fazia de "Quando o Carnaval Chegar", do seu ídolo Chico.
No "III Festival Credimus da Canção", realizado em Fortaleza (1980), ele classificou três canções: "Rio Coração", "Noite Feliz" e "Flor da Idade" (que obteve o segundo lugar). E, no programa da televisão de Rolando Boldrin,  arrancou efusivos aplausos da plateia com a apresentação de seu xote "Saúde de Ferro".
Em 1983, Luiz Sérgio e o compositor Maurício Tapajós (créditos da foto: Blog do Israel Batista) apresentaram-se no Theatro José de Alencar. O show contou com a participação de Jorge Helder e Claudio Costa.
Segue-se um esboço muito restrito de sua musicografia, na esperança de que leitores contribuam com mais informações. 
MUSICOGRAFIA, com o significado de coleção da obra musical de um artista.
(em ordem alfabética)
Baião de Cem (LS Bezerra) c/ Rogério Franco (voz)
https://youtu.be/_rTpO3gKenA (pseudovídeo)
Boas Vindas (LS Bezerra e Nonato Luiz) c/ Rogério Franco (voz) e Nonato Luiz (violão)
https://youtu.be/F_AQxcN8e8o (vídeo)
Caminho do Sol (LS Bezerra e Amaro Penna, o Peninha) c/ Amelinha (voz), a canção que deu título ao LP de Amelinha (de 1985)
https://youtu.be/wvdrHdnj5fI (pseudovídeo)
Palavras Iguais bolero (LS Bezerra e Peninha)
Flor da Idade (LS Bezerra) c/ Rogério Franco (voz) e Nonato Luiz (violão), apresentada no III Festival Credimus
https://youtu.be/-eqG-l82Q8o (vídeo)
Noite Feliz samba de breque, apresentada no III Festival Credimus
https://docs.google.com/document/d/1QI0jr3l_ZTRLp6ERH9vHYsT4PsLKaYC6/edit?usp=sharing&ouid=117588042564800188312&rtpof=true&sd=true (letra)
Rio Coração (LS Bezerra), apresentada no III Festival Credimus; a canção que deu título ao LP de Terezinha de Jesus (de 1981, com arranjos de Sivuca); é a mais bela das canções de LS, dentre as que eu conheço. 
https://youtu.be/-Csu2jAYGts (pseudovídeo)
Samba pra Esbanjar (Raimundo Cassundé e LS Bezerra)
Saúde de Ferro (LS Bezerra) c/ Rogério Franco
https://youtu.be/3MBlarkCdY8
https://youtu.be/_fCW1ci89_k
Sonho Bom (LS Bezerra)
Valsinha para Célia (LS Bezerra e Paulo Viana), apresentada no Festival Universitário (1978); LS Bezerra compôs também com o conterrâneo Raimundo Cassundé a trilha sonora de "O robô que queria ser gente", uma peça infantil de Paulo Viana
Viajar(LS Bezerra), canção e título de CD póstumo (2018)
WEBGRAFIA
http://radionos.com.br/site/blog/compositor-talhado-em-festivais-luiz-sergio/
http://varzeaalegrecoisanossa.blogspot.com/2019/04/64-anos-se-serginho-piau-festa-no-ceu.html
http://blogdoisraelbatista.blogspot.com/2010/02/biografia-sergio-piau-luis-sergio.html
http://blogdoisraelbatista.blogspot.com/2011/10/sonho-bom.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2021/03/luiz-sergio-bezerra-de-morais.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2021/05/festival-credimus-da-cancao-1980.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2024/05/amaro-penna-peninha.html

BRASIL, DE NORTE A SUL

Vi esta cena num supermercado atacadista de Fortaleza.
Veja você também: aí existe um conjunto de caramanchões, em meio a um jardim bem cuidado, nos quais os funcionários da empresa descansam em seus intervalos de trabalho.
Enquanto isso, em certas vinícolas gaúchas...


SEPTUAGINTA

O livro Um septuagenário sob distintas ópticas trata-se da edição comemorativa dos 70 anos de vida e dos 45 anos de atuação no magistério e na medicina de Marcelo Gurgel Carlos da Silva. Organizado e apresentado pelo autor (também homenageado) Marcelo Gurgel, o livro tem o prefácio de Francisco de Assis Camelo Parente, capa do cirurgião e artista plástico Isaac Furtado (imagem), projeto e editoração de Alexssandro Lima, revisão de Angelita Aníbal e ilustrações de Jesper Sampaio.
Data de lançamento: 11/03/2023.
No prefácio da obra, o psicólogo Camelo Parente arremata:
"Os conhecimentos técnicos e científicos que Marcelo conquistou ao longo de sua vida se aliam com seus atributos pessoais como empatia, aceitação do outro do jeito que é e, acima de tudo, um elevado grau de congruência e autenticidade fazem de Marcelo um profisssional completo, um ser humano vitorioso." 

O livro é composto de seis partes:

I - HOMENAGENS IN PECTORE
II - PERFIS INSTITUCIONAIS
III - VERBETES E MINIBIOGRAFIAS
IV - SAUDAÇÕES INSTITUCIONAIS
V - UMA SEPTUAGINTA AO SEPTUAGENÁRIO
VI - ANEXOS / APÊNDICES

Uma palavra final sobre a septuaginta ao septuagenário: para dar as mensagens fraternas ao Marcelo  aqui acorreram membros do clã Gurgel Carlos, amigos de longas datas, irmãos de fé religiosa, colegas da Turma Dr. José Carlos Ribeiro, amigos do Instituto do Câncer do Ceará, docentes da Universidade Estadual do Ceará, confrades da Academia Cearense de Medicina, amigos médicos escritores e membros da Academia Cearense de Letras e do Instituto Histórico do Ceará, totalizando 66 colaboradores. Algo na grandeza numérica da original septuaginta, a designação que se deu à primeira tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego, tida como realizada por 70 tradutores.

SETENT'ANOS DE MARCELO GURGEL

CONVITE

Os familiares, amigos e colegas de Marcelo Gurgel Carlos da Silva convidam para as comemorações do seu septuagenário, marcadas para às 8h30 do dia 11 de março de 2023 (sábado), na Capela do Colégio Santo Inácio, situada na Av. Desembargador Moreira, Nº 2.355 (em frente à Praça da Imprensa), no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, com missa gratulatória, seguida do lançamento do livro "Um septuagenário sob distintas ópticas", organizado por Marcelo Gurgel, após o que será servido um "brunch" aos convidados.
Não há intenção do aniversariante de receber presentes. Ser-lhe-ia mais gratificante se eles fossem convertidos em donativos (dinheiro em espécie ou transferência bancária ou por PIX), a fim de colaborar com a construção da Igreja de São Francisco de Assis, em Jacarecanga, em Fortaleza-CE, obra retomada depois de décadas de paralisação, ora em fase de acabamento.
1) PIX: 07.210.925.0005-30 (CNPJ: da Mitra Arquidiocesana de Fortaleza) ou
2) Transferência Bancária: Banco do Brasil Ag. 2925-4 c/c 26590-X ou Bradesco Ag. 0452-9 c/c 117310-3.
R.S.V.P.: Confirmar com Marcelo Gurgel (Fone: 99986-8566).

DE SANATÓRIO A HOSPITAL DE MESSEJANA DR. CARLOS ALBERTO STUDART GOMES. CRONOLOGIA

Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva
(médico pneumologista do HM, no período de 1977 a 2007)
Fundado em 1.º de maio de 1933 como um sanatório, o Hospital de Messejana é um equipamento voltado atualmente para a assistência de alta complexidade, o ensino, a pesquisa e a inovação, sendo especializado no diagnóstico e no tratamento de doenças cardiovasculares e toracopulmonares. A estrutura acolhe pacientes dos 184 municípios cearenses e de outras regiões do Brasil, tanto na Emergência como em suas Unidades de Internação com 463 leitos (sendo 70 deles de Terapia Intensiva) e nos 25 ambulatórios do Serviço de Pacientes Externos.
1929 - Início das obras de construção do Sanatório de Messejana.
1933 - Inauguração em 1.º de maio do Sanatório, com 20 leitos para pacientes tuberculosos. Proprietários: Drs. João Octávio Lôbo, Lineu de Queiroz Jucá e Pedro Augusto Sampaio.
1940 - Aquisição do Sanatório pelo Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC), então presidido pelo Dr. Plácido Aderaldo Castelo.
1944 - Assume a direção do Sanatório o médico tisiologista Dr. Carlos Alberto Studart Gomes.
1948 - Aquisição do Sanatório pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB).
1965 - Criação do Centro de Estudos Manuel de Abreu.
1968 - Duas unidades de internação do Sanatório são transformadas em enfermarias cardiológicas.
1970 - Estruturado o Serviço de Cardiologia. Em agosto, é realizada uma cirurgia cardiovascular com circulação extracorpórea (CEC), a primeira do gênero no Hospital Sanatório. A equipe que operou o caso foi composta pelos cirurgiões Drs. Maurício Mota, Régis Jucá, César Gondim e João Petrola, tendo como anestesiologista o Dr. Onofre Sampaio.
1972 - Mudança do nome Hospital Sanatório para Hospital de Messejana (HM).
1972 - Criação da Residência Médica do HM.
1978 - Criação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), a exemplo do que estava começando a ocorrer em alguns outros hospitais do País. Membros da Comissão: Dr. Eduilton Girão e Dra. Rosélia Cavalcante.
1983 - Término do período em que o Hospital foi dirigido pelo Dr. Carlos Studart.
1996 - Inaugurada a UTI Mário Rigatto, a 1.ª UTI respiratória do Norte-Nordeste do país. Diretor do HM: Dr. Frederico Augusto de Lima e Siva. Chefe do Serviço de Pneumologia: Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva.
1999 - O cirurgião Dr. Juan Mejia e equipe realizam com sucesso o 1.º transplante cardíaco do HM. O setor tem a coordenação clínica do Dr. João David.
1999 - Falece em Fortaleza, aos 82 anos, Dr. Carlos Studart, diretor do HM por 39 anos.
2006 - A instituição passa a ser chamada Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, em homenagem a seu ex-diretor. Lei estadual assinada pelo governador Lúcio Alcântara.
2011 - O cirurgião torácico Dr. Antero Gomes Neto e equipe realizam com sucesso no HMCASG o 1.º transplante de pulmão do Norte-Nordeste do País.
2017 - Comemorado o centenário de nascimento de Dr. Carlos Studart por familiares, funcionários e amigos nos jardins do HMCASG.
2022 - HMCASG alcança a marca de 500 transplantes cardíacos realizados, confirmando ser o 2.º maior hospital cardiotransplantador do Brasil.
2023 - Aministração (Dr. Carlos Augusto Lima Gomes como diretor-geral), colaboradores e pacientes comemoram, em 1.º de maio, os 90 anos do Hospital
Biblio-webgrafia
Gomes, Carlos Alberto Studart. Sanatório de Messejana - 50 anos: uma história a ser contada. Fortaleza: edição do autor, 1998. 474p.
Morais, José Maria Bonfim de. Carlos Alberto Studart Gomes: o arquiteto de esperanças. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2017. 165p. ISBN: 978-85-420-1002-2
Torres, João Martins de Souza. Cirurgia cardíaca no Ceará. Breves considerações históricas. Revista Cearense de Cardiologia, vol 13 2012 http://sociedades.cardiol.br/ce/pdf/RevistaCearense_Vol13.pdf
Silva, Paulo Gurgel Carlos da. Sobre um Hospital de Setent'anos. Revista Histórias da Saúde
Silva, Paulo Gurgel Carlos da. Sobre um Hospital de Setent'anos. Revista da Sociedade Cearense de Cardiologia
Revista Histórias da Saúde, ano II, nº 3/S1 2001
Blog Linha do Tempo. Postagens diversas, 2007 - 2023 http://gurgel-carlos.blogspot.com/
Blog EntreMentes. Postagens diversas, 2006 - 2023 http://blogdopg.blogspot.com/
Blog Nova Acta. Postagens diversas, 2010 - 2023 http://airblog-pg.blogspot.com/
Respingos de Lembranças, de Eduilton Girão. Disponível em: http://giraofamilia.com/respingosdelembrancas/21_162a164.pdf ou http://www.giraofamilia.com/novo/?p=939

CARNAVAL DE PRAIA NOS ANOS 1980

Nesse vídeo gravado em Paracuru-CE, o cearense Fausto Nilo, acompanhado por dois músicos da terra - o pianista e médico Antonio José e o violonista Nonato Luiz, canta "Zanzibar", que ele compôs com Armandinho. Aliás, se não fosse a palavra "aliás", a letra desta canção talvez tivesse ficada inconclusa, e a história de como isso aconteceu é bem interessante. Vejam aqui contada pelo próprio Fausto Nilo.

Nesse outro vídeo, Fagner e o jogador de futebol Zico cantam "Batuquê de Praia", de autoria do compositor Petrúcio Maia. Fagner e Petrúcio são cearenses, Zico é carioca e há na letra  a citação de praias cearenses (Iracema, Morro Branco e Mucuripe) e praias cariocas. No entanto, a gravação desse vídeo aconteceu no Club Méditerranée, em Itaparica-BA.

O ANÍSIO - PEIXADA

Nas noites das segundas-feiras, após retirar-se o último cliente, Aquino abria o seu consultório odontológico para os amigos. E nós - um pequeno grupo formado pelo anfitrião, que tocava uma sanfona de botão, os médicos Wilson Medeiros, Emanuel Melo, Lucíola Rabelo, Rose Mary da Silveira, Sônia Almeida e por mim, que comparecia com o violão-, ali nos reuníamos para cultivar a boa música brasileira.
Por vezes, tivemos convidados. Como o pianista e compositor cearense Petrúcio Maia, o matemático Oswald de Souza e o violonista e compositor Luiz Sergio Bezerra. O Petrúcio havia sido meu colega no Colégio Batista, era irmão do LPM Maia, um consagrado autor de livros escolares de Física, e criara canções belíssimas como "Dorothy Lamour" (c/ Fausto Nilo), "Cebola Cortada" (c/ Clodo), "Lupiscínica" (c/ Augusto Pontes), entre outras. O Oswald de Souza era o celebérrimo Oswald de Souza do programa "Fantástico", o homem que calculava as probabilidades de acertos na loteria esportiva. Na noite com Oswald, o grupo mudou o local da reunião para o "Bar do Anísio", na Av. Beira-Mar. Tendo como cicerone em Fortaleza o colega Emanuel, o matemático foi logo declarando-se fã de Fagner e Belchior. Pena que o "Assum Preto" (cuja presença no "Anísio" era de alta probabilidade) não tivesse aparecido por lá para dar um reforço na "canja".
Mas o que era o "Bar do Anísio", senão aquele espaço libertário que os intelectuais, músicos e boêmios de Fortaleza gostavam de frequentar nas décadas de 1970, 1980 e tal?
Anísio, que tinha sido ascensorista do Edifício Diogo, era o proprietário, relações públicas e, por vezes, garçom da casa. Ele estava sempre disponível para um carteado com os amigos. Dona Augusta, sua esposa, era uma exímia cozinheira, e a biquara frita que ela fazia ficava uma delícia. Foi lá onde eu comi o melhor camarão ao molho da minha vida. E o restaurante foi palco de versões do concurso "Garota Cultural", que muitos desavisados levavam a sério. Tempos depois, o agitador cultural Claudio Pereira, em sua "cadeira voadora", de freguês se tornaria vizinho do casal.
Colhi estas outras informações no Blog Fortaleza Nobre:
O Bar do Anísio ficava na parte da frente da casa. Na cozinha Dona Augusta fazia delícias gastronômicas para os fregueses e também as refeições da família."Da cozinha para frente era o bar. Para trás era a casa. Mas a nossa casa era tudo, porque a gente vivia mais no bar do que na casa", lembra Nísia, filha do casal. Várias canções de Ednardo foram compostas por lá: "Carneiro"(c/ Augusto Pontes), "Alazão" (c/ Antonio José Brandão) e "Beira-Mar". Também a canção "Cavalo Ferro", de Fagner e Ricardo Bezerra. E a célebre  "Mucuripe", de Fagner e Belchior, foi mostrada pela primeira vez ali. 
Descrição da foto: 
A fachada da casa-bar do Anísio, ainda sem o famoso letreiro "O Anísio - Peixada". Dona Augusta parece fitar a imensidão azul de onde vêm os frutos do mar. Gaiolas penduradas em vários pontos (com campina, graúna, sabiá, golinha, bigodeiro...) denunciam que Anísio tinha o passatempo de criar passarinhos. Não sei como eles (os inhos pássaros) conseguiam dormir à noite com aquela cantoria dos boêmios.

BRAZ TACHEIRO. O VÍDEO

"Fui lá para ver de quem tanto falavam - o Braz tacheiro. Claro que havia também outros motivos para a viagem: dezessete anos sem visitar o lugar onde a minha memória fez um ninho e lhe deu o nome de Ubajara. Queria ver também quem não me via: parentes e amigos do meu pai."
Pergunta besta, tolerância zero: conheça o cearense de Ubajara que não tem papas na língua
O rabugento Mestre Braz (que Nelson meio que entrevistou em 2010) foi tempos depois entrevistado pelo Samuquinha, repórter do programa "Domingo Espetacular", do Paulo Henrique Amorim.
Confira no vídeo: não poucas vezes o tacheiro acabou deixando o bem-humorado repórter com cara de tacho.

MEDALHA EDSON QUEIROZ PARA IGOR LUCENA

O atual presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Macedo de Lucena, será agraciado nesta segunda-feira (6), a partir das 19h, na Câmara Municipal de Fortaleza, com a Medalha Edson Queiroz.
Esta medalha é uma honraria destinada "a pessoa física ou jurídica que, em Fortaleza, se tenha destacado pelo empreendedorismo em prol do desenvolvimento industrial e comercial e pelas ações na promoção dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (fonte: cmfor)".

Economista, empresário e professor universitário, Igor (foto) é também PhD em Relações Internacionais - Geoeconomia pela Universidade de Lisboa, pós-graduado em Finanças - Empresas de Capital Aberto pelo Saint Paul Escola de Negócios e mestre em Economia de Empresas - Mercado Financeiro pelo CAEN - UFC (fonte: Linkedin), além de membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs.

BREVE PERFIL DE HILDEBRANDO MONTENEGRO

José Hildebrando Guedes Montenegro (foto) foi meu colega de turma na Faculdade de Medicina da UFC de 1971. Dedicou-se à especialidade da Psiquiatria e, ainda neófito na profissão, passou a exercer o cargo de diretor do Manicômio Judiciário do Ceará. Lidando com doentes que haviam cometido delitos sob a influência de transtornos mentais, esse manicômio (que é atualmente o Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes) foi uma experiência gigante para ele.
Depois de quatro anos dirigindo essa instituição, ele recebeu um convite para ir trabalhar na região amazônica - no Amapá. Naquele território à época não existia psiquiatra. "Eu era o melhor e o pior, porque só tinha eu" (risos), comentou Hildebrando em entrevista à "Sustentação" (uma revista do COSSEMS). Os pacientes eram levados de barco, navegavam entre 24 e 36 horas amarrados no porão e eram internados na Colônia Juliano Moreira, em Belém do Pará.
Desde que chegou ao Amapá, ele cultivava a ideia de criar uma clínica psiquiátrica que funcionasse dentro de um hospital geral. Depois de muita esforço, conseguiu concretizar esse desejo ao inaugurar uma enfermaria com 14 leitos, nos padrões de um pequeno hospital. Mas, em seguida, começou a questionar até que ponto aquela enfermaria se manteria eficaz para a comunidade. Devido ao risco de, por estar funcionando dentro de um hospital, vir a ser uma espécie de microasilo.
Vivenciando o início da Reforma Psiquiátrica, Hildebrando candidatou-se e foi selecionado, em 1982, para cumprir Residência Médica em Psiquiatria Social pelo Ministério da Saúde, em convênio com a OPAS e a Fiocruz, na Colônia de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Na época, o Brasil começava a ter uma certa abertura política, o que propiciava o surgimento de projetos reformistas na área da Psiquiatria.
O modelo "hospitalocêntrico" x o modelo "capsolocêntrico"
Houve várias Conferências até chegar ao Projeto de Lei do Deputado Paulo Delgado e à Lei Estadual do Deputado Mário Mamede. Com a progressiva desativação dos leitos psiquiáticos no país, o modelo hospitalar para o tratamento da doença mental foi perdendo a sua prevalência (como aconteceu com outras doenças estigmatizantes como a tuberculose e a hanseníase), ao tempo em que os CAPS foram sendo implantados por todo o território nacional.
Admirador declarado do Projeto Quatro Varas, uma comunidade terapêutica em Fortaleza-CE, Dr. Hildebrando Montenegro ainda teve a oportunidade de aplicar o modelo social da Psiquiatria, do qual foi indubitavelmente um adepto, em Cruz e no Marco, municípios do interior do Ceará.
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Ele faleceu em 02/02/2023. Homenageio-o com o presente texto, que preserva o espírito da entrevista que José Hildebrando Guedes Montenegro concedeu à revista "Sustentação" n.º. 21 (edição do 1.º quadrimeste de 2008).
http://www.cosemsce.org.br/revista/sustentacao-21.pdf

CAMINHANDO E APRENDENDO - 21

Em minha última estada em Brasília, lembrei-me de incluir nas caminhadas o Parque Olhos D'Água. 
Localizado a 1,5 km do apartamento de Henrique e Maninha (meus anfitrões na cidade), na SQN 115, precisei apenas de atravessar o Eixão por duas passagens subterrâneas para ir desfrutar das pistas e equipamentos do Parque.
O Plano Piloto em sua totalidade é um paraíso para os caminhantes. 
Não me recordo de ter visto anteriormente, logo à entrada do Parque Olhos D'Água, um quiosque para os praticantes de ioga.
http://blogdopg.blogspot.com/2012/08/caminhando-e-aprendendo-14.html
Assim como na vez passada, tornei a fazer o percurso que leva ao Relógio do Sol. Eram 10 horas em ponto quando cheguei lá. Isso tendo consultado um relógio estruturalmente simplérrimo, diante do Relógio Horizontal do Sol (que eu conheci dias antes em Palmas-TO).
Maio até setembro são os meses com menores precipitações  e umidades relativas do ar em Brasília. Com as chuvas dos últimos dias, essa umidade andava pelos 60%.
Uma coisa não desfaz a outra. Ao sair, tomei uma água de coco gelada.
Na década de 1990, os moradores da Asa Norte de Brasília demandaram a criação de um parque na região. Em 1994, o Parque foi inaugurado ajudando a proteger a lagoa, as nascentes, córregos e a biodiversidade ali existentes. Um de seus principais atributos naturais,a Lagoa do Sapo é resultado de duas nascentes que se encontram no local. Atinge sete metros em seu ponto mais profundo e conta com uma variedade de animais, entre eles peixes, tartarugas e patos Seu nome têm origem na antiga Sociedade Amigos do Parque Olhos D'Água (SAPO).

RESTAURANTES TEMÁTICOS EM FORTALEZA

Hard Rock Café. Localizado no térreo do Shopping RioMar, é um ponto de encontro dos fãs do rock. Apresenta decoração "instagramável" (com características ideais para render boas fotos para o Instagram). Em intervalos seus garçons participam de sessões performáticas. Data: xx/xx/2021, c/ Antônio Pinto, sua esposa Eliane e Denise.

Depot Medieval. Na Rua Walter de Castro, 374, na Cidade dos Funcionários. Dispõe de vários ambientes (restaurante, pizzaria e hamburgueria). É um lugar para imergir nas fantasias da Idade Média. Datas: 26/12/2021, c/ o neto Renan e familiares, e 17/04/2022, c/ o neto Matheus e Elba.

Reino do Nunca. Pizzaria na Av. Caminho do Sol, S/N, no Porto das Dunas, em Aquiraz. Rodízio com 60 sabores de pizza. Show (história de Aladin) no salão principal mediante reserva e ordem de chegada. Data: 15/01/2023, c/ o neto Renan e familiares. Foto abaixo.

Pixel Burger.  Av. Eng. Luiz Vieira, 920 - De Lourdes. Hamburgueria e games. Data: 14/07/2024, c/ o  neto Benício e familiares.

Elliot. Rua Monsenhor Bruno, 458, Meireles. Encantos e sabores mágicos. Data: 22/08/2024, c/ os netos Renan e Benício, pais, avó Elba e nossos consogros.

COLÉGIO ESTADUAL JOAQUIM ALBANO

Em 1967, quando cursava o segundo ano da Faculdade de Medicina da UFC, fui contratado como professor temporário da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Ceará. O ano letivo havia começado, e várias unidades da rede estadual de ensino estavam com necessidade de professores.
Valendo naquelas circunstâncias a indicação do meu nome, feita pelo Prof. José Carlos da Silva (Tio Zezinho), para ocupar um dos cargos disponíveis.
Foi como passei a lecionar nas cadeiras de Ciências Físicas e Biológicas e de Biologia, do Colégio Joaquim Antônio Albano, então dirigido pelo Prof. Sebastião Praciano de Sousa, para turmas dos ciclos ginasial (Ciências) e científico (Biologia).
Além de professor, Praciano era também coronel e pai da futura médica ginecologista Dra. Rosélia (que adiante eu viria a conhecê-la). E o diretor do turno da noite, o período em que eu ministrava as aulas, era o Prof. Wilson Leite Linhares. Com este, encontrei-me depois, por diversas vezes, nas caminhadas que separadamente fazíamos pelas ruas do bairro do Cocó (ultimamente, não o tenho mais visto).
No Colégio Joaquim Albano, eu cumpria uma carga semanal de 20 horas, sendo quatro delas ministradas diariamente, de segunda à sexta-feira. Além de preparar e dar essas aulas, eu tinha que montar e corrigir as respectivas provas.
Nas décadas de 1960 e 1970, lembrai-vos de que havia um mimeógrafo a álcool (foto menor) em cada escola. Com este aparelho e utilizando-se de estênceis (que continham carbono) e álcool, um funcionário da escola rodava as cópias das provas. Essas cópias eram inconfundíveis: cheiravam a álcool, e as letras vinham em um azul-arroxeado característico.
Ah, eu era mais jovem do que muitos dos meus alunos, especialmente aqueles que estavam matriculados no ciclo científico (alguns deles já casados).
Conciliar os deveres de estudante universitário com as responsabilidades de professor de colégio público não foi para mim uma empreitada fácil. Dependia de ônibus para ir de minha casa à Faculdade de Medicina, onde estudava em tempo integral, e também para fazer o percurso inverso ao fim de cada dia. Felizmente, existia a linha Granja Paraíso para facilitar-me nos deslocamentos. À noite, outros ônibus me levavam até a Aldeota, onde fica o Colégio Joaquim Albano, e de lá me traziam de volta a Otávio Bonfim.
Era frequente, especialmente nas vésperas de provas na Faculdade, ao retornar do Colégio Joaquim Albano, que eu descesse na casa de Mário Mamede Filho. Lá, eu me juntava a ele e a outros colegas (César Forti, Sílvio Aguiar e Álvaro Andrade) para "virar a noite" em estudos relacionados com a prova que teríamos no dia seguinte. Apesar de ser o último a chegar, era o primeiro do grupo a largar os estudos (por conta do dia extenuante) para me recolher.
Minha amizade com o Mário me permitia que eu pedisse uma antecipação do lanche da madrugada.
Foto recente do Colégio Joaquim Albano. Créditos a Sylvio Montenegro (Face "Fortaleza Antiga)

COMPLEXO AMBIENTAL E GASTRONÔMICO DA SABIAGUABA

Situado às margens do Rio Cocó, em Fortaleza, este espaço de lazer foi aberto ao público em julho do ano passado.
Ocupando 2,5 hectares em Sabiaguaba (*), o Complexo Ambiental e Gastronômico conta com um píer e 17 quiosques. É administrado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Instituto Dragão do Mar e com a participação da comunidade.
Os permissionários dos quiosques receberam treinamento em conservação ambiental e aprofundaram seus conhecimentos na chamada culinária tradicional do mangue (peixes, crustáceos e mariscos).
(*) Uma praia do litoral leste de Fortaleza. Segundo frei Hermínio Bezerra, secretário para a Língua Portuguesa na Cúria Geral, etimologicamente, Sabiaguaba é uma palavra do tupi que significa "comedouros de sabiás".
01/01/2023. Fui com a minha família ao Complexo no primeiro dia do ano. Havia muita gente por lá, ainda mais por se tratar de um domingo ensolarado.
Para o almoço, pedimos duas tilápias assadas (o preço era a combinar de acordo com o tamanho das tilápias), que vieram acompanhadas de baião de dois, batatas fritas e farofa.
No estacionamento ao ar livre, a um dos lados dos quiosques nos cobraram 5,00. É por qualquer tempo que o veículo ficar.

MERCEARIA

Você se lembra do nome do dono da mercearia em que você comprava na infância?
"Seu" Edmundo.
(Dom Jerônimo, esquina com Domingos Olímpio, em Fortaleza/CE)
Lá o freguês tanto podia jogar no bicho quanto "matar o bicho".
Autor do quadro: Maurício Lima
linhadotempo.blogspot.com.br
Roda, roda
Roda o baleiro, atenção
Quando o baleiro parar ponha a mão
Pega a bala mais gostosa do planeta
Não deixe que a sorte se intrometa
Bala de leite Kids, a melhor bala que há
Bala de leite Kids, quando o baleiro parar.

Autores do jingle: Renato Teixeira e Sérgio Mineiro
propagandashistóricas.com.br

FIM DE 2022: BOAS FESTAS E CASAMENTO EM BEBERIBE

24/12 - Inicialmente, estivemos no apartamento do nosso filho Érico, Aline e do neto Benício, no Cocó. Lá também estiveram alguns familiares da nora Aline, com os quais trocamos votos de Boas Festas. Convidados por Moacir e Maristane Macedo * para uma ceia de Natal, fomos depois ao apartamento do casal, na Avenida Beira-Mar. Na ocasião, conhecemos a família alemã Keller, da qual faz parte o jovem Pascal, que se casará com a cearense Arícia Castelo na próxima sexta-feira.

* Ganhei de Maristane como presente de Natal um exemplar de "O Mosquito - A incrível história do maior predador da humanidade", de Timothy C. Winegard. Será difícil vencer o desafio de ler este livro (representado pela figura ampliada de um hematófago em sua capa) de um único tapa. É que ele tem 608 páginas.

30/12 - Casamento de Arícia Castelo e Pascal Keller na Igreja de São Pedro, em Beberibe, às 15 horas. Elba e eu estamos incluídos entre os padrinhos do casamento. Após a cerimônia religiosa, acontecerá a recepção aos convidados na casa de praia de Moacir e Maristane, em Morro Branco. Uma van de turismo foi contratada para nos levar (com os filhos Érico e Natália e seus cônjuges) a Beberibe e Morro Branco e nos trazer de volta.

31/12 - Inclusão de uma fotografia do casamento de Arícia e Pascal:

Da direita para a esquerda: Natália e Rodrigo; Arícia e Pascal; Elba e eu (Paulo)

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DE DONA GRAZIELA

Faleceu na manhã de hoje (27), aos 95 anos de idade, a Sra. Graziela de Oliveira Carlos. Era viúva de José Carlos da Silva, o Zezinho, como ele era mais conhecido em nossa família.
Graziela trabalhou por muitos anos como chefe do serviço de nutrição da fábrica Mecesa. E tio Zezinho, falecido em 2003, foi professor de Geografia e História Geral e do Brasil em vários estabelecimentos de ensino de Fortaleza, inclusive no Colégio Estadual José Valdo Ramos, do qual foi Vice-Diretor e Diretor de Turno, por várias gestões.
Dona Graziela e Prof. Zezinho, desde o seu casamento em 1953, fixaram residência em Carlito Pamplona, onde se tornariam um casal de referência deste bairro da zona oeste de Fortaleza.
Graziela era gentil, elegante e culta. Tinha uma grande sensibilidade literária, o que demonstrava ao compor refinados versos.
A matriarca da família Oliveira Carlos deixou sete filhos (Maria das Graças, Antônio, Eduardo, Rosângela, Daniela, Gardênia e Valéria), que são nossos primos, além de netos.
Sua missa de exéquias foi celebrada pelo Pe. José Dantas na capela do cemitério Parque da Paz, onde seu corpo foi a seguir sepultado.

CORRESPONDÊNCIA COM PAULA

20 de fevereiro de 2015 
Postagem iniciadora da troca de mensagens:
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2015/02/prof-frota-pinto.html

2 de julho de 2019 08:20
Paula Borges disse...
Obrigada pelas informações. Sou neta do prof. Frota Pinto e me identifico muito com o que ele deixou escrito. Guardei comigo um exemplar do livro "Psiquiatria Básica", mas também me interesso por artigos de opinião e informações como as que constam de "Linha do Tempo".

2 de julho de 2019 21:34
Paulo Gurgel disse...
Olá, Paula Borges.
Grato pelos comentários.
Fui aluno de seu avô na disciplina de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFC.
No período de 1979 a 1983, colaborei na edição dos livros da Editora Centro Médico Cearense (como poderá conferir na mensagem do editor Emanuel Melo em "Psiquiatria Básica").
No bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, há uma rua denominada Prof. Frota Pinto.
Trata-se de uma homenagem a seu avô?
A pergunta é pertinente pois é preciso excluir a possibilidade de ser uma homenagem a um homônimo.
Um abraço.

21 de junho de 2022 04:12
Anônimo disse...
Sim! Homenagem ao falecido médico psiquiatra.

28 de agosto de 2022 08:42
Paula Borges disse...
Olá! Espero que o sr. esteja bem! Só agora, anos depois e após a pandemia da Covid-19, estou relendo os comentários. É um prazer conseguir trocar estas palavras com o sr.! Só agora fiquei sabendo desta rua e irei lá conferir! Meu e-mail é [...]. Por gentileza, me envie informações sobre acervos onde posso encontrar documentos e ou artigos do meu avô, caso o sr. saiba. Quero pesquisar sobre ele. Obrigada!

29 de agosto de 2022 06:49
Paulo Gurgel disse...
Olá!
Há uma segunda postagem em "Linha do Tempo" com breves informações sobre a vida profissional do Prof. Frota Pinto e homenagens ao mestre no Ceará. Talvez você não tenha lido.
Acesse por este link:
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2019/09/prof-frota-pinto-2.html

5 de outubro de 2022 17:14
Paula Borges disse...
Preciso encontrar um artigo que ele escreveu para a revista "Psychiatry on line Brasil", o título é "O enigma de Kafka". Acabei de notar que sumiu da internet. Estou arrasada. Adorava este artigo. Se o sr. achar em algum lugar peço por caridade que me envie. paulaborgesfp@gmail.com Obrigada!!!

5 de outubro de 2022 22:41
Paulo Gurgel disse...
Boa noite, Paula.
Pesquisando em "Psychiatry on line Brazil" o artigo "O enigma de Kafka, do Prof. Frota Pinto, de fato não o encontrei. Nem pelo título nem pelo autor.
No entanto, fui localizá-lo através do site POL+BR.
Eis o link: http://www.polbr.med.br/ano03/mour0603.php

25 de dezembro de 2022 03:42
Paulo Gurgel disse...
Publiquei um comentário de Marcelo Gurgel.

RAÍZES DE ELDA: SENADOR POMPEU

Paulo Gurgel Carlos da Silva
Nas margens do rio Codiá, em terras de Thomé Callado Galvão, no século XVIII, surgiram as primeiras casas do povoado de Humaitá. Esse topônimo é de origem indígena e seu significado é: hu = negro + ma = agora + itá = pedra = a pedra agora é negra. Em 1900, a estação ferroviária foi aberta com esse nome no município que fora criado em 1896, por desmembramento do município de Maria Pereira, atual Mombaça. Posteriormente, a cidade e a estação passaram a ser designadas de Senador Pompeu, em homenagem ao Senador da República Tomaz Pompeu de Souza Brasil (1818 - 1877), um dos idealizadores da E. F. Baturité.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_crato/senador.htm
http://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/senador-pompeu/historico
http://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/pedra-branca/historico
Crédito da imagem: Consuelo Lima, Fckr
Elda Gurgel Coelho
Nasceu em 11 de setembro de 1930, no município de Senador Pompeu-CE, tendo sido a segunda filha do casal Paulo Pimenta Coêlho e Almerinda Gurgel Valente.
O seu pai, Paulo, era natural de Pedra Branca-CE e havia nascido em 11 de maio de 1906, sendo o segundo filho de Francisco Coêlho e Clotilde Pimenta, modestos agricultores, e era irmão de João, Manuel, José, Atalia, Cinda e Maria José. Aos 14 anos, Paulo sofreu um ataque de febre reumática que o deixou com sequelas cardíacas e a saúde geral debilitada. Depois desse episódio, a família dele decidiu mudar-se de Pedra Branca para Senador Pompeu. E, para ajudar no sustento da família, Paulo empregou-se como balconista na loja Humaitá, do Sr. Sá, então o maior empório dessa cidade do Sertão Central.
Almerinda, sua mãe, nasceu em Maranguape-CE, em 29 de agosto de 1897, sendo filha de José Gurgel do Amaral (o José Tristão, como era conhecido) e de Maria Gurgel Valente, ambos primos e oriundos de Aracati. O Sr. José Tristão era fornecedor de dormentes para a Estrada de Ferro, em construção, que avançava para a região sul do Ceará, o que o obrigava a seguir o mesmo trajeto, ao tempo em que os filhos do casal foram nascendo durante o percurso. Com uma pausa em Senador Pompeu, onde José Tristão adquiriu o Sítio Catolé, uma gleba privilegiada em termos de fertilidade do solo, e converteu-se em agricultor. Aí se fixando, o casal completou e criou sua crescente prole: Francisco (1892), Antônio (1894), Claucídia (1896), Almerinda (1897), José (1900), Olímpia (1904) e Raimundinho (1906).
Foi em Senador Pompeu que Paulo conheceu Almerinda. Diferenças de idade (Paulo tinha apenas 21 anos e Almerinda, 30 anos), cor (ele era moreno e ela, de tez muito alva) e situação financeira das duas famílias foram sobrepujadas pelo amor daquele jovem pobre pela bela moça de posses maiores e mais velha do que ele. Contrariando a vontade dos pais, principalmente da mãe da nubente, o consórcio dos enamorados ocorreu em 19 de novembro de 1927, providenciado pela tia materna da noiva, D. Alzira.
Em 1930, Paulo foi trabalhar na Lundgren Tecidos, representando as Casas Pernambucanas em várias cidades da região. Contudo, a sua função de caixeiro-viajante o obrigava a longas ausências da família, em fatigantes viagens por locais inóspitos, que aportavam risco adicional à sua vulnerável condição física. Convidado por seu irmão José Pimenta para se estabelecer em Morada Nova-CE, a fim de substituí-lo na administração de uma farmácia, Paulo transferiu-se para esta cidade.
Em 1932, para assumir o cargo de escriturário na Siqueira Gurgel, emprego oferecido pelo cunhado José Gurgel Valente, um dos proprietários da fábrica de Otávio Bonfim, ele veio morar em Fortaleza. Trabalhando durante o dia na Siqueira Gurgel e, à noite, cumprindo o ofício voluntário de porteiro do Cine Familiar, de propriedade dos frades franciscanos do Convento N. Sra. das Dores, Paulo viu sua família crescer para seis filhos. Elda acompanhou os pais e os irmãos nessas sucessivas mudanças de empregos e residências.
No dia 17 de fevereiro de 1946, aos 39 anos, Paulo morre de causas naturais. Para criar os filhos deixados na orfandade (Elza, Elda, Elma, Edson, Edmar e Espedito), Almerinda contaria com a ajuda do seu prestativo irmão José Gurgel.
Cronologia
(período 1897 – 1947)
1897: Almerinda nasce em Maranguape (29 de agosto).
1906: Paulo nasce em Pedra Branca (11 de maio).
1920: Paulo muda-se para Senador Pompeu. Trabalha na loja Humaitá para ajudar no sustento da família. 1927: Paulo e Almerinda casam-se (19 de novembro).
1930: Elda nasce em Senador Pompeu (11 de setembro). Paulo trabalha na Lundgren Tecidos (Casas Pernambucanas), em seguida numa farmácia em Morada Nova e tem curta permanência em Pacatuba.
1932: A família Gurgel Coelho muda-se para Fortaleza. Paulo trabalha na Siqueira Gurgel.
1946: Elda conhece Luiz. Ensina na Alfabetização no Instituto Padre Anchieta, de propriedade do futuro esposo.
1947: Paulo morre (8 de fevereiro).
1947: Luiz e Elda casam-se (14 de agosto).
Fonte
SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Otávio Bonfim, das Dores e dos Amores: sob o olhar de uma família. Fortaleza: EdUECE, 2008. (p. 18-22) ISBN 978-85-7826-007-1

LAERTE ANTÔNIO JOSÉ, UM EXEMPLO DE FORTALEZA

De ascendência italiana e natural de Rio Claro-SP, LAERTE ANTÔNIO JOSÉ entrou para nossa família pela porta nupcial - ao casar-se em 2001 com minha irmã Meuris.
Conheceram-se em Campinas, onde a engenheira química Meuris Gurgel Carlos da Silva é professora titular e pesquisadora da Unicamp.
Profissional de Ciências Contábeis, Laerte possuía grande sensibilidade artística. Trabalhou como dublador profissional de desenhos animados e colecionava fitas com "reclames"(jingles) do rádio e DVDs de filmes e seriados.  
Era fotógrafo e videomaker. Fotografou as tapeçarias criadas pela matriarca de nossa família, organizando-as num álbum fotográfico a ela dedicado. Adiante, produziu um vídeo em que Dona Elda era entrevistada (pelo próprio Laerte, no melhor estilo Fernando Faro), tendo como gran finale as imagens das tapeçarias feitas pela sogra.
Laerte faleceu na madrugada de hoje, 15. Depois de um longo período de sofrimento, com internações hospitalares e sessões de hemodiafiltração, que ele soube suportar com determinação.
Um ser humano benquisto por todos, este torcedor pontepretano que sabia como poucos movimentar as rodas de conversa com a contação de histórias engraçadas.
Costumava vir com Meuris ao Ceará, principalmente nos meses de dezembro. Em Fortaleza, eles dispunham de apartamento e carro de que se valiam para atenuar a síndrome da lonjura.
Descanse em paz, meu "campineiro torto".

À Meuris, enviamos esta mensagem:
Nossos profundos sentimentos pela partida de LAERTE ANTONIO JOSÉ. Que as boas memórias da convivência que tivemos com seu estimado esposo ajudem a dissipar as tristezas ora presentes nos espíritos de todos nós!
a) Paulo e Elba
Que assim respondeu:
Paulo e Elba, muito obrigada pela mensagem. O Laerte realmente nos deixou uma grande saudade, mas também nos deixou um exemplo de fortaleza, alegria e principalmente amor como legado para nossa vida.
a) Meuris
Ler também: MEU ADEUS AO LAERTE ANTÔNIO JOSÉ, por Marcelo Gurgel

"OURO PARA O BEM DO BRASIL"

1942 - Iniciam-se, em Fortaleza, os exercícios de defesa passiva anti-aérea. Por esta época proliferam as "pirâmides de metal", nos principais pontos do centro de Fortaleza, onde as pessoas colocam peças de alumínio, cobre e zinco que servirão de ajuda na fabricação de artefatos de guerra, como capacetes, armamentos, navios etc. Os simpatizantes do nazismo, chamados de quinta-colunas, jogavam penicos (urinóis) nas "pirâmides" no intuito de ridicularizá-las. As pirâmides de metal já existiram antes como ajuda para a construção de navios da Armada, porém com pouquíssimos resultados. (Nirez)

1964 - Tem início em São Paulo, no dia 13 de maio, a campanha "Ouro para o bem do Brasil", um movimento arrecadatório liderado pelos Diários Associados que logo se espalhou por todo o Brasil. É a partir dessa campanha que são denunciados os perigos pelos quais a nação passava, com a promessa de que ela poderia voltar ao seu caminho natural de potência grandiosa, que fora interrompido por governos "demagógicos" e "comunistas". Ao doar  anel de ouro, dinheiro ou cheque, o doador recebia uma anel de latão com a inscrição DOEI OURO PARA O BEM DO BRASIL - 1964. 

O texto a seguir foi extraído do Trabalho de Conclusão de Curso de Éderson Ricardo Schmitt, realizado sob a orientação da professora Liane Maria Nagel e apresentado na Universidade Federal de Santa Catarina, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em História.
"Nesse sentido surge a figura de um herói, um ser incorruptível que deseja o bem do país e de seus habitantes. É ele que evocam como o guardião do tesouro, sendo esse nada menos do que a própria imagem do futuro grandioso o qual aguarda o Brasil. Castelo Branco então passar a ser essa figura. Apesar de uma presença tímida nos idos da campanha – apenas alguns minutos, no qual doou um pequeno chaveiro de ouro – sua figura é colocada em um panteão superior. Ao doar, passa a ser apenas um brasileiro desejoso do bem do Brasil. Aliado a esses simbolismos, a campanha buscou dar legitimidade ao novo governo.
Essa busca norteou os objetivos da campanha, com um simbolismo de certa forma mais importante do que os bilhões de cruzeiros arrecadados em todo o território nacional. Foi a partir dela que se quis dar um apoio especial ao marechal Castelo Branco. Pautada no discurso de que o povo desejou a ação dos militares, e que, devido a isso, as doações seriam um voto ao novo governante, onde os cofres representariam as urnas.
O sonho de um milenarismo brasileiro, ou seja, um período de paz e prosperidade, na década de sessenta começa a se transformar em dúvida. Logo após o término da campanha a questão referente ao destino dos recursos arrecadados – um valor considerável – começa a ser posta em xeque. De uma dúvida passará então à acusações formais aos envolvidos na arrecadação e resguardo dos bens doados.
Desejando ficar na história, quando os patriotas deram seus valores para salvar o país, a campanha acaba ficando na memória como uma grande armação, onde toda uma população foi enganada. A medida em que a ditadura vai perdendo sua legitimidade a campanha é evocada, agora como um simbolismo do fracasso e da mentira que foi o governo militar. E a memória da campanha sobreviveu, mas de uma forma que seus organizadores não previram."

ANTIGAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS EM FORTALEZA

CRONOLOGIA
E. F. de Baturité (1873-1909)
Rede de Viação Cearense (1909-1975)
RFFSA (1975-1997)
CBTU/Metrofor (1997-2013)
===================================================================
ESTAÇÃO CENTRAL
Professor João Felipe km 0
A antiga Estação Central de Fortaleza foi inaugurada em 1873 pela Estrada de Ferro de Baturité. Em 1946, passou a se chamar Professor João Felipe, nome de um engenheiro ferroviário cearense. Desta estação partiam duas linhas de trens: a LINHA SUL até Crato e a LINHA NORTE (que passava por Sobral, a terra natal de Belchior) até Oiticica.
30/03/2022 - "A noite dessa quarta-feira foi histórica para a Cultura do nosso Estado. Inauguramos o Complexo Cultural Estação das Artes Belchior, na antiga Estação João Felipe, em Fortaleza. A área, de 67 mil m2, passou por restauração estrutural e modernização. O equipamento conta com Mercado das Artes, Pinacoteca do Estado, mercado gastronômico, salas de exposição, biblioteca, museu e as sedes da Secult e do Iphan, além de urbanização do entorno." @CamiloSantanaCE, no Twitter
LINHA SUL
Otávio Bonfim km 3,5
03/08/1917 - Inauguração da nova linha de trens partindo do Jacarecanga e indo encontrar-se com um antigo caminho na altura do Benfica, na avenida Carapinima/avenida José Bastos, desativando a linha que passava no centro da cidade, na Avenida Tristão Gonçalves. Popularmente chamou-se "linha nova". O curioso é que o antigo traçado corresponde ao do atual metrô de Fortaleza, só que este é subterrâneo. Na ocasião, foi inaugurada a Estação do Matadouro, depois chamada de Otávio Bonfim.
1925 - Vítima de infecção paratífica, morreu, aos 41 anos de idade, o engenheiro civil Otávio Bonfim, chefe de tráfego da Rede de Viação Cearense - RVC. Nascera em 1884. É hoje é nome (não oficial) do bairro onde ficou a estação ferroviária.
Couto Fernandes km 7,1
29/07/1956 - Conforme lei votada pela Câmara Municipal de Fortaleza e sancionada pelo prefeito Acrísio Moreira da Rocha, o bairro Quilômetro Oito passa a se chamar Couto Fernandes, numa homenagem ao engenheiro Henrique Eduardo Couto Fernandes, que foi diretor da Rede de Viação Cearense.
Parangaba km 9
Mondubim km 13
LINHA NORTE
Álvaro Weyne (antiga Floresta) km 4,1
Antonio Bezerra (antiga Barro Vermelho) km 7,5
http://www.estaçoesferroviarias.com.br
http://www.facebook.com/miguelnirez.azevedo
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2021/10/complexo-cultural-estacao-das-artes.html

MOVIMENTOS APENDICULARES

Em "Contando Causos: de médicos e de mestres", ao descrever o emérito Prof. Newton Gonçalves, diz Marcelo Gurgel:
"Depois de aposentado, o Prof. Newton Gonçalves não perdeu o hábito diário de, após o café matinal, arrumar-se, impecavelmente, de paletó e gravata, como se fosse para a universidade, ou estivesse esperando visitas já agendadas. Na verdade, ele andava apenas uns poucos passos para ficar no seu aconchegante gabinete, repleto de estantes de livros valiosos, sendo alguns de notável valor estimativo, onde se comprazia, por horas a fio, com a prazerosa leitura de suas preciosas obras, não se dando conta da marcha do tempo. No turno vespertino, essa prática prosseguia, deixando-o absorto, imerso em tantas leituras."
Como não contei a seguinte história a Marcelo (que a repassaria a vocês, certamente), cuido eu mesmo de relatá-la:
Em 1971, o Serviço de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC tinha a regência de três luminares: Haroldo Juaçaba, Paulo Machado e Newton Gonçalves. O destino me colocou no serviço do Prof. Newton Gonçalves para cumprir meus obrigatórios dois meses de internato na Cirurgia.
Certa vez, o Prof. Newton me interrogou sobre o significado de uma expressão que eu havia escrito num prontuário médico. Na véspera, eu havia feito a admissão de um paciente para uma cirurgia eletiva e, relativo ao exame físico, registrei em seu prontuário a expressão "movimentos apendiculares". 
"Que é isto?", quis saber Newton Gonçalves. "Estou me referindo aos movimentos dos membros do paciente que, no caso, estão normais, pois ele não apresenta paralisias nem plegias."
De fato, existem o esqueleto axial e o esqueleto apendicular, este último formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores, pela cintura escapular e pela cintura pélvica (em contraposição ao esqueleto axial que é composto de cabeça, caixa torácica e coluna vertebral) O esqueleto apendicular, portanto, é o que reúne os ossos dos membros superiores, inferiores e os elementos de apoio, denominados cíngulos, que os conectam ao tronco.
Eu havia lido isto em algum compêndio médico e quisera impressionar o erudito mestre.
Prof. Newton sorriu, mas foi um sorriso que dizia tudo. E nunca mais utilizei-me da referida expressão que só fica bem no linguajar de uma pessoa pedante.
Em sua sapiência, o elegantérrimo Newton Gonçalves era tolerante com docentes e discentes. Exceto, como pude observar, em duas situações distintas: com um cirurgião do serviço que, escalado para uma operaçao, chegou atrasado; e com um interno que, de uma maneira folgada, se sentou na borda do leito de um paciente.
A ingênua Irilinda, responsável pela arrumação de sua sala, quando ouvia Newton Gonçalves se queixar de uma bursite que recorrentemente o afligia, tinha a solução na ponta da língua:
"Desligue este ar-condicionado, Dr. Newton. É como o senhor vai melhorar."

ALMA MATER

É uma expressão alegórica em latim usada por estudantes que frequentaram uma determinada instituição de ensino, que pode ser traduzida como a mãe que alimenta ou nutre. Usada especialmente nos Estados, também indica a instituição onde a pessoa se graduou. A expressão é traduzida de várias formas como "mãe que nutre", "mãe que amamenta" ou "mãe que cuida", sugerindo que uma instituição fornece alimento intelectual a seus alunos.
Antes de seu uso atual, alma mater era um título honorífico para várias deusas relacionadas à maternidade, como Ceres e Cibele. Posteriormente, com o catolicismo, esteve relacionada à Virgem Maria. Entrou para o meio acadêmico através da Universidade de Bolonha, que adaptou a frase Alma Mater Studiorum ("mãe que nutre os estudos"), para descrever seu legado de universidade mais antiga em operação na Europa Ocidental.


O documento mais antigo a usar o termo em referência a uma universidade em um país de língua inglesa é datado de 1600, quando o editor da Universidade de Cambridge, John Legate, começou a usar como emblema nas publicações da universidade. E a primeira impressão foi na página título (folha de rosto) da obra "A Golden Chain", do teólogo William Perkins, onde a frase Alma Mater Cantabrigia ("Cambridge, mãe que alimenta") está inscrita.


A Faculdade de Medicina da UFC é a alma mater de nossa turma, os graduados de 1971. Como  também de todos os médicos que, desde 1953 (ano em que apenas três alunos colaram grau), tenham concluído a graduação pela referida Unidade Acadêmica. Consultando o Portal Egressos da UFC (egressos.ufc.br), que disponibiliza a relação nominal dos egressos de 1971 a 2021, encontramos que o número de graduados durante esse período alcançou 7376.

LANÇAMENTO DO LIVRO "ELÓQUIOS ACADÊMICOS"

CONVITE

A Editora da Universidade Estadual do Ceará (EdUECE), por ocasião da XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará, convida para o lançamento do livro Elóquios Acadêmicos. *
A obra de autoria do Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, produzida no formato de e-book, foi prefaciada pelo Dr. Neuzemar Gomes de Moraes,** advogado, sócio efetivo do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) e ex-presidente da Academia Cearense de Retórica.
Data: 16 de novembro de 2022 (quarta-feira), às 19h, durante a Bienal do Livro do Ceará.
Local: Stand da EdUUECE, no Centro de Eventos do Ceará (stand 140, localizado entre a Praça Gilmar de Carvalho e a lanchonete Cheia de Arte).
Profa. Cleudene Aragão
Diretora da EdUECE
*elóquio [do latim eloquium], fala, discurso, palestra; exposição de ideias
**falecido em 22/08/2021

A LETRA "E"

Paulo Gurgel Carlos da Silva

[...] Aquela casa caiada / Donde mora a letra "I".
Luiz Gonzaga – Zé Dantas

A LETRA "I" - Baião da parceria Luiz Gonzaga-Zé Dantas, feito em homenagem à esposa de Zé, que se chamava Iolanda (também inspiradora de outro clássico de ambos, "Cintura fina"). Originalmente gravado por Gonzagão em 1953, mereceu um novo registro dele, seis anos mais tarde, para o LP de selo RCA Victor "Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zé Dantas". Se vivo fosse meu pai Luiz criaria uma "fanpage" para o xará.

Os sete filhos de meus avós maternos, Almerinda e Paulo, foram todos registrados em cartório e batizados com nomes que começam pela letra "E": Elza, Elda, Edilson, Elma, Edson, Edmar e Espedito.

A escrita não se repetiu com os filhos de dona Elda. Houve, é verdade, uma frequência aumentada de nomes com a letra inicial "M" (Marta, Marcelo, Márcia, Meuris, Magna e Mirna).

Enquanto o "L" de Luiz apareceu em três casos (Lúcia, Luciano e Luiz). E o "P", o "S", o "G" e o "J", cada uma delas teve a prerrogativa de iniciar um único nome (Paulo, Sérgio, Germano e José).

Como se estivesse latente, o "E" reapareceu na família através de dois enlaces matrimoniais. Ocorridos em 1984, quando Luciano casou com (Francisca) Elsa e eu, com Elba (Maria). E o atavismo então foi cumprido.

Elza, Elda, Elma, Elsa e Elba. O jogo ficou completo para as mulheres.

E, por falar em "E", eis minha oferenda aos olhos compassivos de minha mulher:

http://preblog-pg.blogspot.com/2008/01/senhorita-e.html

(Pegue esse link, bibliômano. E vá ler no celular, tablet ou notebook o que escrevi para Elba em 1984.)

NOTA DE PESAR POR DR. ANTÔNIO CARLOS DE MAGALHÃES PORTELA

Na madrugada desta sexta-feira (11), faleceu de causas naturais, em Belém/PA, o nosso estimado colega Portela. Vinha lutando bravamente contra uma atroz enfermidade, auxiliado nesse difícil transe pelo apoio, carinho e desvelo de sua esposa Júlia.
ANTÔNIO CARLOS DE MAGALHÃES PORTELA graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, em 1971 (19.ª Turma), tendo se especializado em Cirurgia Plástica.
Deixou esposa, filhos e netos, aos quais desejamos que encontrem a conformação necessária a quem vê partir um ente querido para o "lado invisível da vida".
Sempre nos lembraremos de você, Portela. Sua cortesia, o sorriso luminoso e a prontidão com que atendia a todos nós.
A seguir, transcrevo o que o colega Newton Timbó publicou sobre você:
Segundo Santo Agostinho, nós não morremos, apenas mudamos de lado e continuamos a caminhada andando paralelamente. Podemos conversar, soltar piadas, beijos e cumprimentar...
A amizade desta turma/1971 iniciou-se na sombra afável dos mangueirais da Faculdade de Medicina, ambiente que floriu nossa mocidade e, hoje, enfeitiça nossa velhice.
Foram seis de convivência amiga e fraterna, que acrisolaram uma amizade que transcende a religião, a ideologia e o "modus vivendi" de cada um.
Muitos colegas já passaram para o outro lado, mas a afetividade ficou e permanecerá até o encontro triunfal de todos.
Hoje, Portela, foi a sua vez. A saudade compunge nossos corações, todavia a certez de que vamos nos encontrar a qualquer dia, enxuga nossas lágrimas e conforta nossas almas.
Deus o receba e console sua família.
Até breve.

ANTOLOGIA E HOMENAGENS NO 40.º ANIVERSÁRIO DA SOBRAMES CEARÁ

A primeira parte do evento foi o lançamento da Antologia da Sobrames de 2022, intitulada "Limiar da Criação", cuja apresentação ficou sob o encargo do Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva. Na sequência, foi projetado um audiovisual por ele concebido exibindo as capas das 39 antologias, acompanhadas com informações sobre o número de participantes e de contribuições nelas contidas.
A segunda parte da solenidade foi reservada às homenagens a sete ex-presidentes da Sobrames/CE, no caso, os quatro primeiros presidentes: Drs. Emanuel de Carvalho, Paulo Gurgel Carlos da Silva, Geraldo Beserra da Silva e Luiz Gonzaga Moura Jr., todos ainda entre nós; e também a três outros ex-presidentes, na forma de homenagens póstumas: Drs. Pedro Henrique Saraiva Leão, José Telles da Silva e Celina Côrte Pinheiro.
A saudação aos homenageados em nome da Sobrames/CE foi feita pelo ex-presidente José Maria Chaves e a fala de agradecimento, como representante dos agraciados com certificados de agradecimento e de gratidão, coube ao Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva.
O discurso de encerramento foi pronunciado pelo Dr. Raimundo José Arruda Bastos, presidente da Sobrames/CE.
Extraído do Blog do Dr. Marcelo Gurgel

LANÇAMENTO DO LIVRO "LIMIAR DA CRIAÇÃO"

CONVITE
A Diretoria da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará, ao ensejo das comemorações dos seus 40 anos de fundação, convida para o lançamento de "Limiar da Criação", a trigésima nona antologia anual da Sobrames-CE.
O livro é prefaciado pelo professor e escritor Dr. Luciano Maia, ilustre membro da Academia Cearense de Letras, e conta com 68 autores participantes.
Local: Auditório da Unichristus - Campus Parque Ecológico. Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó.
Data: 4 de novembro de 2022 (sexta-feira) Horário: 19h.
Traje: Esporte fino.
Após o evento será servido um coquetel.
a) Raimundo José Arruda Bastos
Presidente da Sobrames-CE

COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DA SOBRAMES CEARÁ
HOMENAGEM A EX-DIRETORES
Vídeo Dr. Arruda Bastos

SÓ PODIA SER DO CEARÁ

Só podia ser do Ceará o baiano-cearense Rodolfo Teófilo que criou o vacinogênio e inventou a cajuína. O Moura Brasil, do colírio, e o cirurgião Dr. Mattos, da pílula.
A Bárbara de Alencar.
Os restaurantes Estoril e O Anysio.
O Leão Coroado, a Prova de Fogo, o mela-mela; e, em Paracuru, o azul da estrela.
O cajueiro botador da Praça Ferreira, à sombra do qual se comemorava o Dia da Mentira.
Só podia ser do Ceará o meu padim Padre Cícero, a Beata Mocinha, o Caldeirão de Lourenço.
A rabeca do cego Oliveira, Patativa do Assaré e os galos de Aldemir Martins.
Só podia ser do Ceará Quintino Cunha.
Chico Anysio, Didi Mocó, os leruaites do Falcão; Seu Lunga, Manezinho do Bispo e Zé Pinto, o artesão da sucata.
Os filmes "hollywoodianos" de Halder Gomes.
José de Alencar, a jandaia nas frondes da carnaúba, a bica do Ipu, a lagoa de Messejana; e a índia Iracema, anagrama de América.
Os Índios Tabajaras.
Só podia ser do Ceará o vento Aracati, que percorre o sertão canalizado pelo Rio Jaguaribe.
Raquel de Queiroz, O Quinze e o sítio Não Me Deixes.
O museu do Nirez, O Grande Eclipse de Sobral.
O bode Ioiô e a Praça do Ferreira onde o povo um dia vaiou o Sol.
A estrada de Canindé, os monólitos de Quixadá e o Cratinho de açúcar.
Jericoacoara, Canoa Quebrada, a praia dos amores que o mar carregou e as velas do Mucuripe
As lendas urbanas da Perna Cabeluda, do Cão de Itaoca e da Mulher Cavalo.
Antonio Sales e a Padaria Espiritual.
Só podia ser do Ceará o Dr. do Baião Humberto Teixeira, Ramos Cotoco, o balanceio, Evaldo Gouveia, de Tango pra Teresa, Ednardo, do Pavão Mysteriozo;  e o rapaz-latino-americano-sem-dinheiro-no-bolso, com nome de rei mago.
Só podia ser do Ceará o Dragão do Mar; e a primeira academia de letras do Brasil.
Estou certo, Terta?

(inspirado em "Só podia ser de Pernambuco", de Fabrício Carpinejar)

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO DR. VINICIUS BARROS LEAL

O Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) acolheu, em suas dependências, na tarde de 20 de outubro de 2022 (quinta-feira), evento comemorativo do Centenário de Nascimento do sócio efetivo Vinícius Antonius Holanda de Barros Leal, organizado como uma tocante homenagem familiar, para lembrar que o Dr. Vinícius Barros Leal, cujo nascimento se deu em 16/10/2022, na cidade de Baturité-CE, haveria completado cem anos de idade se vivo fosse.
Por especial deferência do clã familiar, coube ao Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, traçar de forma minuciosa um panegírico do homenageado, assinalando seus feitos principais como médico, historiador, professor e escritor de múltiplos talentos.
VINÍCIUS ANTONIUS HOLANDA DE BARROS LEAL nasceu em Baturité, em 16 de outubro de 1922, onde fez os seus estudos primários sob a orientação dos padres jesuítas, daí transferindo-se para Fortaleza, para cursar o Seriado, como aluno-interno do Colégio Marista Sagrado Coração.
Após realizar o propedêutico pré-médico no Liceu do Ceará, em 1943, prestou vestibular para Medicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nela se formando em 1948. Especializou-se em Pediatria no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo em 1959.
Foi médico da Legião Brasileira de Assistência, ocupando o cargo de Diretor de Posto, de 1951 a 1967, e diretor do Departamento de Saúde Materno-Infantil, durante dois anos. Como atividade voluntária e de benemerência, a pedido da Arquidiocese de Fortaleza, foi diretor do Posto de Saúde de Parangaba por oito anos; diretor do Asilo de Menores Juvenal de Carvalho, de 1950 a 1970; e diretor de Patrimônio da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e mordomo dessa instituição, desde 1984.
Foi professor de Clínica Pediátrica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, tendo ingressado em 1964, da qual se aposentou , como professor adjunto, em 1987, após profíqua dedicação ao magistério superior, como docente e médico, do Serviço de Pediatria do Hospital Universitário Walter Cantídio.
Em 1960, juntamente com outros colegas, fundou a Sociedade Cearense de Pediatria, da qual foi seu presidente de 1970-1971. Como pediatra de largo conceito, foi examinador do Título de Especialista em Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria durante cinco anos.
Ex-presidente do Centro Médico Cearense (hoje, Associação Médica Cearense) de 1963-1964, foi também membro da Associação Brasileira de Medicina, da Associação Regional de Escolas Médicas, da Academia Americana de Pediatria e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará.
Foi sócio efetivo do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, eleito em 20/09/1974 e empossado em 04/12/1974; integrou a Academia Cearense de Medicina, como fundador em 1978, e guindado, posteriormente, a acadêmico emérito; e imortal da Academia Cearense de Letras, admitido em 1984, sendo ocupante da Cadeira 34, patroneada por Samuel Uchoa.
Publicou diversos livros, dentre os quais se sobressaem: "História da Medicina no Ceará" (Prêmio Governo do Estado do Ceará), "Villa Real de Monte Mor, o Novo D’América" (história de seu município natal na época colonial), "A Colonização Portuguesa no Ceará – O Povoamento", "Bumba-meu-boi" (Prêmio Leonardo Mota), ainda "Dom Antônio de Almeida Lustosa, um discípulo do Mestre – Manso e Humilde" e "Padre Artur Redondo: um modelo de Mansidão e Amor a Deus", além de extensa produção sob a forma de artigos na imprensa, nos Anais da Academia Cearense de Medicina e na Revista do Instituto do Ceará.
Dedicou-se durante anos ao estudo da formação social do Nordeste brasileiro, debruçando-se, notadamente, sobre os fatos relacionados aos processos do povoamento e da colonização lusitana.
Possuia um amplo acervo de documentos sobre a história eclesiástica no Ceará, fruto de sua intensa atuação como historiador sacro, mercê de sua prática de vida cristã e da esmerada educação católica recebida, que nutria as suas intervenções como médico, professor, intelectual e cidadão. Durante décadas, enquanto a saúde permitiu, participou intensamente das atividades encetadas pela Sociedade Médica São Lucas, o que incluía os retiros espirituais anuais pregados, amiúde, pelo Padre Monteiro da Cruz. Como reconhecimento dessa atuação, particularmente por sua gestão na presidência dessa entidade, em dezembro de 2004, foi agraciado com a Comenda Médica São Lucas.
Cônscio de sua responsabilidade de cidadão, foi vereador de Fortaleza, de 1950 a 1954, encerrando prematuramente sua carreira política, perdendo, com isso, o povo fortalezense.
Era casado com D. Idilva de Castro Alves, de cuja duradoura união, marcada por amor e compreensão, resultaram sete filhos: Angela, Virginia, Elizabeth, Fernando, Adriano, Tarcísio e Maria de Lourdes, todos formados e reconhecidos como bons profissionais nos respectivos campos de atuação.
(Escrito por Marcelo Gurgel para a página Vinicius Barros Leal - Genealogia Cearense, disponível no Angelfire.)

NOTA DE PESAR POR MARIA JOSÉ SALES CALADO

"Não podemos mudar a hora da chegada. Nem talvez a mais certa. A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta. Do que presta e não presta. Nesta vida."

~ Miguel Torga, médico e escritor português

Recebo com imenso pesar a notícia do falecimento de Dra. Maria José Sales Calado - nossa querida colega Mazé.
Nascida nas terras da Bahia e crescida criança do sol nas ruas de Fortaleza, ela graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em dezembro de 1971. Nos anos seguintes, Maria José prosseguiu em seus estudos, fazendo a residência médica em Pediatria no Hospital Cruz Vermelha, em São Paulo, onde ela se radicou para exercer com afinco sua profissão.
Como médica pediatra, abraçou a causa quase sem cura da AIDS na infância.
Gostava de correr mundos, cultivar amizades e de conviver com Jimmy, seu cãozinho chihuahua. E de expressar-se na língua dos poetas (como seu tio-avô Antonio Sales).
Ela partiu na manhã da quinta-feira, 12, após sucessivas internações em hospitais de São Paulo.
Seu corpo foi sepultado no dia 14, às 12h, no Cemitério do Morumby.
Meus sentimentos a seus familiares, amigos e a todos que compõem a 19.ª Turma de Medicina da UFC, da qual Mazé, de uma forma inesquecível, sempre fará parte.
Saudades perenes.
Dela:
https://www.facebook.com/mariajose.salescalado/
https://mariajosecalladopoesias.blogspot.com/

QUEM SALVA UM LIVRO ...

Numa das visitas que eu fazia à Dona Elda (como filho e médico), mamãe me passou às mãos um calhamaço sem dar maiores explicações. Presumi que teria sido deixado por Marcelo, por ser frequente meu irmão recorrer a essa intermediação materna quando queria me dar conhecimento de suas produções literárias.
Ao examinar o conteúdo, vi que se tratava de textos que se referiam a pessoas, coisas e assuntos do bairro Otávio Bonfim. Eram uma preciosidade histórica em cujas páginas não se conseguia identificar a autoria. Mas não parecia ser algo que Marcelo houvesse escrito.
Lembrei-me então do memorialista Vicente Moraes, a quem conhecia apenas de nome, o consagrado autor de "Anos Dourados em Otávio Bonfim: À memória de Frei Teodoro". O local e o período das histórias relatadas coincidiam, e os textos pareciam ser os originais de um livro na linha do anterior. Guardei o calhamaço numa das prateleiras de minha biblioteca. Se não localizasse o autor, talvez servisse como fonte de consulta para as notas que eu publico semanalmente em "Linha do Tempo".
Anos depois, fui chamado para uma reunião no apartamento de tio Edmar. Ele estava planejando um encontro de congraçamento entre pessoas que, nas décadas de quarenta e seguintes, residiram em Otávio Bonfim. Na noite da reunião estiveram presentes, além do tio anfitrião, Marcelo, Vicente Moraes e eu.
Foi quando ouvi Vicente lamentar-se do extravio dos originais da 2.ª edição de seu "Anos Dourados em Otávio Bonfim". Para complicar, o computador utilizado na digitação dos originais, fora dado de presente ao filho de sua empregada doméstica, e o rapaz formatara o computador. E, por algum esquecimento, Vicente não havia feito back-up dos arquivos nem guardado cópias.
Eram textos que não constavam da 1.ª edição - anos desperdiçados do trabalho de um memorialista! Vicente já dava a nova edição como irremediavelmente perdida.
Ele cobrava de Edmar, que cobrava de mamãe, que cobrava de Marcelo, que não sabia de nada.
Entrei na conversa. O calhamaço de autor anônimo que eu guardava em casa talvez fosse o que Vicente tanto procurava.
E era. Após receber os originais extraviados, Vicente digitou novamente o livro e deu entrada na Editora Iuris para a impressão.
O lançamento da 2.ª edição (revista e ampliada) de "Anos Dourados em Otávio Bonfim (À memória de Frei Teodoro)" aconteceu no Salão de Santo Antônio, ao lado da igreja da Paróquia N. Sra. das Dores, em 25/08/2017.
Marcelo fez o prefácio e eu escrevi a contracapa.
Um espaço generoso do conteúdo desse livro foi dedicado a nosso pai, Luiz Carlos da Silva (Seu Silva), que o autor chama de "enciclopédia ambulante de Otávio Bonfim".
P.S.: Vicente se valeu dos préstimos de Edmar para fazer chegar os originais a Marcelo, que deveria escrever o prefácio. Acostumada a receber os escritos de Marcelo (doador universal) para entregá-los a mim (receptor universal), mamãe seguiu a rotina. E, com essa distração, deixou Marcelo no vácuo.
Referências:
MORAES, Vicente de Paula Falcão. Anos Dourados em Otávio Bonfim: à memória de Frei Teodoro / 2.ª edição revista e ampliada. Fortaleza: Iuris, 2017. 320p.
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2015/09/dos-anos-dourados-aos-anos-iluminados.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/08/lancamento-do-livro-anos-dourados-em.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2017/09/anos-dourados-em-otavio-bonfim-quarta.html
http://gurgel-carlos.blogspot.com/2018/09/seu-silva-o-mestre-educador-do-bairro.html

PALMAS - TO (segunda parte)

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27/09 - terça-feira
Reservei esta manhã para conhecer o Parque Cesamar. A entrada é gratuita, e o parque tem como principal atração uma pista de Cooper de 3 quilômetros circundando  um lago. Fiz esse percurso em 40 minutos por que tive de parar algumas vezes para tirar fotos do lago, dos pedalinhos, de uma ponte (são três) e de dois grupos de capivaras que cruzaram meu caminho.
A propósito: o parque em agosto esteve fechado alguns dias para que fizessem uma desinfestação dos carrapatos-estrelas nas capivaras.
Outros equipamentos do Parque Cesamar: academias para ginástica ao ar livre; pista para skate; áreas para piqueniques; playground; cachoeira artificial etc.
Uma senhora tocantinense de nome Tainá, que se encontrava acompanhada por dois homens (um dos quais um mineiro que visitava Palmas), ajudou-me com a foto abaixo.
Check-out no Ibis ao meio-dia. Em seguida, toca ir ao Capim Dourado para aguardar a hora de ir ao aeroporto.
O almoço foi no "Divino Fogão". 
E não é que tornei a me encontrar com Tainá e seus acompanhantes, desta vez no Capim Dourado Shopping. Quando conversávamos no Parque, ela tocou na existência de artigos regionais que eram feitos de capim dourado. Ante a minha curiosidade, recomendou-me que procurasse esses objetos em alguma loja de artesanato perto do hotel. Eu não tive tempo de procurá-los, é verdade. Mas, ali no shopping center, havia um quiosque em que eram vendidos, e Tainá indicou-me o local. Comprei dois pares de brincos e três chaveiros com direito a ganhar o quarto.
Naquele shopping center há um espaço gratuito à disposição dos clientes (de coworking que eles chamam). No qual o cliente abre o notebook, faz um rápido cadastro e acessa a internet. Permanece por lá o tempo que quiser. Um deles usava (alternadamente) dois notebooks, e dois outros mantinham-se concentrados numa partida de xadrez.
Duas horas após deixei o recinto, chamei um veículo pelo Uber e fui para o aeroporto.
Cheguei a Brasília às 19h30.
Onde não estive em Palmas: Ilha Canela, Palacinho e Taquaruçu. O Palacinho foi a antiga sede do governo, antes da construção do Palácio de Araguaia, e no qual atualmente funciona o Museu Histórico de Tocantins. Ilha Canela é a tal que 4 em cada 4 motoristas de aplicativo falam da beleza do local (sem que 3 tenham ido lá). Taquaraçu, um distrito de Palmas que fica a 32 quilômetros da capital. É um lugar de belezas naturais com trilhas, 82 cachoeiras catalogadas e onde se pratica rapel e tirolesa. 
P.S. Saem expedições diárias de Palmas para o Jalapão.
(fim)