No ano de 1882, a vila testemunhou a criação da "Sociedade Redentora Acarapense". Em 1º de janeiro de 1883, recebeu a visita de grandes abolicionistas como José do Patrocínio, Liberato Barroso, Justiniano de Serpa, entre outros, que vieram assistir à alforria de 116 escravos do lugarejo. A partir daquele ato, ali não haveria mais escravos e, por seu pioneirismo em libertá-los no País, ganhou a vila o nome de Redenção.
Também em reconhecimento a esse fato, Redenção foi escolhida para ser a sede da recém-criada Universidade Federal da Integração Luso-afro-brasileira (Unilab), que está prevista para funcionar a partir de 2010.
Natural de Acarape (que foi desmembrada de Redenção em 1987), meu pai, Luiz Carlos da Silva, escreveu em sua juventude este soneto em homenagem à Redenção, que foi publicado na "Revista Verdes Mares", do Colégio Cearense do Sagrado Coração, onde ele estudava.
REDENÇÃO
Que grandeza se oculta, ó RedençãoNo sacro escrínio de tua memória!Tu és da pátria fúlgido brasãoE do progresso, a mágica vitória.Maior que do Ipiranga é tua glória,Pois extinguiste a negra servidão,Mácula infame nos anais da HistóriaE a sombra vil no nosso pavilhão.Teu feito heróico, em laudas de ouro puro,Qual reluzente espelho cristalino,Fulge nas asas do imortal futuro!Eu te amo, ó Redenção, terra bendita,Arca sagrada, relicário fino,Ó Verônica de uma raça aflita!
Apud Silva, MGC, 2009, in "Maquis - Redenção na França Ocupada", p. 216-217.
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