FERNANDO GURGEL DE SOUZA

Fernando Gurgel de Souza (foto) nasceu em 29/1/1923, no município cearense de Lajes. O município de Lajes, em 1933, mudou de nome para Afonso Pena e, mais tarde, em 1943, tornou-se Acopiara. Depois de muitas andanças por este Brasil imenso, Fernando fixou residência em Brasília, onde faleceu no dia 17/7/2003.
Quando solteiro, trabalhou um longo período em São Paulo, capital.
Ao retornar para Fortaleza, conheceu Maria Alzenir Soares e Sá, natural de Tauá, e se casaram.
O início de vida não foi fácil. Depois vieram os filhos, quatro no total – José Soares Gurgel, Fernando Gurgel Filho, Tarciso Soares Gurgel e Maria Cecília Soares Gurgel – e as dificuldades aumentaram. Em busca de trabalho, a família foi morar em Cedro, cidadezinha ao sul do Ceará. Apesar das dificuldades e da turbulência política na cidade, foi um período de relativa tranquilidade para a família.
Como a vida continuava cada dia mais difícil, Fernando Gurgel de Souza retornou para Fortaleza com a família. Foi quando, por volta de 1958, o padre Lauro Gurgel do Amaral que, à época, era pároco de Barra Bonita, no interior de São Paulo, resolveu ajudá-lo. O padre Lauro tanto se esforçou que obteve emprego para papai lá em Barra Bonita, em uma empresa que prestava serviços ao Grupo Ometto, dono da Usina da Barra.
Como era de praxe à época, Fernando Gurgel de Souza foi sozinho, de pau-de-arara, e depois mandou buscar a família. Esta embarcou em um navio, em Fortaleza, em viagem meio tumultuada, com parada no Rio de Janeiro e Santos, e daí, de trem, direto para Barra Bonita. Nesta bela cidade do interior de São Paulo, a vida parecia ter tomado um rumo melhor, mas demorou apenas cinco anos. Em 1963, por insistência de sua mãe, Dionísia, que dizia não aguentar de saudades do filho, Fernando Gurgel de Souza resolveu voltar para Fortaleza.
Seus irmãos Henrique Gurgel de Souza e Valmir Gurgel de Souza tinham um depósito de material de construção, o Depósito Araxá, e prometeram-lhe emprego em Fortaleza. Porém, em Fortaleza, não havia emprego nenhum e, após uma dolorosa temporada morando na casa dos seus pais, em uma das esquinas da Siqueira Gurgel, nova mudança de cidade teve que ser feita. Fernando Gurgel de Souza mudou-se para
Sobral, onde foi trabalhar na Cenorte, e, posteriormente, toda a família acompanhou-o. Ali, também, a família não demorou muito tempo. Por volta de 1968/69, voltou para Fortaleza.
Em Fortaleza, diante das dificuldades para obtenção de emprego, Fernando Gurgel de Souza e família tiveram uma época das mais tristes.
Dos quatro filhos apenas um trabalhava como caixa de supermercado no Mercantil São José, mas o dinheiro não dava para nada. Os outros dois, bem como a irmã mais nova, não trabalhavam e Fernando Gurgel de Souza ora estava empregado ganhando muito pouco, ora estava desempregado.
Maria Alzenir, sua esposa, então lembrou-se de seus sobrinhos que moravam em Brasília e escreveu para eles, contando os problemas que estavam enfrentando. E, em 1970, por intermédio de seus sobrinhos Dalmário, Maria do Carmo e Maria das Graças, tivemos a visita de um outro sobrinho dela, o Cleto Campelo Meireles, que, à época, era dono da Colmeia – Associação de Poupança e Empréstimo e da Construtora Ocidental Ltda., ambas com forte atuação no Distrito Federal.
Assim, Fernando Gurgel de Souza veio trabalhar em Brasília. Quando o Cleto conseguiu alojar toda a família em um apartamento na 403 Sul e garantiu emprego para todos, Maria Alzenir foi mandando os filhos como podia. José, o mais velho, veio em um caminhão de carga. Fernando Gurgel Filho e Tarciso, o irmão mais novo, de ônibus, com dinheiro tomado emprestado. Ela, minha tia e a minha irmã mais nova vieram depois.
Fernando Gurgel de Souza faleceu no dia 17/7/2003, Maria Alzenir Soares Gurgel, no dia 23/8/2011, ambos em Brasília, Distrito Federal. Mas conseguiram, com muito esforço e dedicação, dar dignidade e muito orgulho para toda a família que ainda mora nesta bela capital.
O lema contido no brasão da família Gurgel traduz muito bem o sentimento de todos seus filhos em relação ao casal: Non fuimos, non sumus, et qui nunquam obliti erimus. (Não fomos, não somos, e nunca seremos esquecidos). (FGF)
N. do E.
O perfilado é pai de Fernando Gurgel Filho (FGF), assíduo colaborador de nossos blogs. Fernando Gurgel de Souza foi um cearense que, ao lado de sua esposa Dona Alzenir, lutou contra as adversidades de seu tempo para criar de forma modelar a família, razão pela qual a Casa do Ceará em Brasília o homenageou recentemente – in memoriam. Esta homenagem resultou de uma proposta do jornalista João Bosco Serra e Gurgel, Diretor de Comunicação Social da Casa, de quem Fernando Gurgel Filho agradece o empenho.

5 comentários:

Fernando Gurgel Filho disse...

Obrigado, Dr. Paulo Gurgel, pela publicação da biografia do meu pai no seu blogue.

Há algum tempo, no dia dos pais, fiz uns versos para rememorá-lo.

SAUDADE

Tudo vem a seu tempo
Era o dito de meu pai naquele tempo
De riso fácil e alegria confiante
O tempo foi passando e levando
Na roda dessa correnteza veloz
O melhor de tudo e todos nós
Sem perguntar se era chegado o tempo
De doer assim tão doído e tanto
Nesse tempo de saudade e pranto

Fernando Gurgel Filho

Paulo Gurgel disse...

Disponha, Fernando.
Guardei estes versos para a publicação no próximo ano.
Gostaria de que escolhesse uma das seguintes datas:
29/01/2014, 17/07/2014 ou Dia dos Pais em 2014.

Fernando Gurgel disse...

Pode ser no Dia dos Pais.

Um grande abraço.

Notícias humor e entretenimento disse...

Padre lauro e irmao do meu avo geraldo Gurgel

Paulo Gurgel disse...

À consideração de Fernando Gurgel Filho, autor do presente texto.