NORDESTE DE ANTIGAMENTE: O GALÃO

Ref.: UM IMPROVISO DE LOURIVAL BATISTA

Paulo Gurgel,
Conheço um improviso de outro violeiro que, na hora da "louvação" ao dono da casa, este (ao ver chegar um tenente) disse ao cantador: "Queria ver mais um galão no ombro do tenente..." Que replicou: "Não gosto de adulação!" Aí, o violeiro explicou: "Esse galão é um galão diferente, é um pau com duas latas, uma atrás e a outra na frente."

Francisco Barroso,
Eu tinha uma vaga lembrança de que "galão" também pudesse ter esta acepção no Nordeste. Fui pesquisar e encontrei a seguinte informação no Blog do Cícero Lajes:
"No Nordeste, galão não significa somente galo grande, é também uma forma de transportar água. Trata-se de um pau mais ou menos reto (de preferência de caraúba), de mais ou menos um 1,30 m, com um pedaço de ferro, corrente ou corda em cada extremidade; e a ponta do ferro ou corrente é dobrada para encaixar-se no grampo colocado nos baldes ou latas. Antigamente eram usados os baldes de zinco, depois, as latas de tinta, e mais recentemente os baldes de plástico. Quando o local da água era um olho d'água em lugar remoto, os jumentos transportavam a água em barris. Com a construção das cisternas pelo Governo Federal e o Programa Carro Pipa, os galões foram perdendo a serventia de levar água das cacimbas, barreiros e açudes para as casas. Hoje o galão é usado mais para levar o comer dos porcos, uma vez que os chiqueiros ficam mais afastados das casas devido ao mau cheiro."
Comunidade Salgadinho, Lajes-RN

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