Sobre a família Gurgel Carlos, os bairros de Otávio Bonfim e Cocó, em Fortaleza, as cidades de Acarape, Redenção e Senador Pompeu, no Estado do Ceará, a Faculdade de Medicina (UFC), minhas caminhadas e viagens, assuntos culturais e artísticos notadamente locais, memórias e fatos pitorescos.
VIDA — POR DIOGO FONTENELLE
O MEU JEITO DE ENGOLIR A VIDA
No quarto de dormir estão os sapatos que esperam por mim
A inventar caminhos pelo amanhã entre rebanhos de agonia.
No quarto de dormir está a xícara vazia com cheiro de jasmim
A tanger cinzas nuvens de assombro ao vendaval do dia a dia.
No quarto de dormir está o alvo lençol que suspira despedida
A ouvir o morto que desce da foto da parede em noite partida
A povoar meu rabiscar em verso sangrado na caligrafia sofrida
Que não é poesia, é tão somente o meu jeito de engolir a vida.
A VIDA EM POESIA
Por que esperar muito da sorte e das pessoas?
Se tudo é apagado em indiferente certeiro dia.
Nada é para sempre. Tudo, na sua hora, escoa.
A traça rói nossos olhos e a nossa visão fugidia.
Por que esperar muito da sorte e das pessoas?
Se tudo é faz-de-conta a desaguar na noite fria.
Nada é para sempre. No pranto, a coração voa.
A traça rói a doce esperança da vida em poesia.
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