Os slides que utilizei na referida palestra, além de inseridos nesta postagem sob a forma de um slideshow, estão sendo enviados aos integrantes da nossa turma de Medicina, os concludentes de 1971 (UFC), através do e-mail.
Sobre a família Gurgel Carlos, os bairros de Otávio Bonfim e Cocó, em Fortaleza, as cidades de Acarape, Redenção e Senador Pompeu, no Estado do Ceará, a Faculdade de Medicina (UFC), minhas caminhadas e viagens, assuntos culturais e artísticos notadamente locais, memórias e fatos pitorescos.
UMA HOMENAGEM EM 2011 AOS COLEGAS INESQUECÍVEIS
A palestra cujo título está em epigrafe constou da programação de nossa festa dos 40 anos de formatura em Medicina. Trouxe-nos fortes recordações daqueles colegas que já não estão entre nós e suscitou um grande número de emocionados (e, por vezes, divertidos) depoimentos dos participantes do encontro.
Os slides que utilizei na referida palestra, além de inseridos nesta postagem sob a forma de um slideshow, estão sendo enviados aos integrantes da nossa turma de Medicina, os concludentes de 1971 (UFC), através do e-mail.
Os slides que utilizei na referida palestra, além de inseridos nesta postagem sob a forma de um slideshow, estão sendo enviados aos integrantes da nossa turma de Medicina, os concludentes de 1971 (UFC), através do e-mail.
BOAS-VINDAS
Hotel Porto d'Aldeia, 11 de novembro de 2011
Prezado colega,Seja bem-vindo ao nosso retiro espiritual, uma reunião de amigos e colegas. Estamos exultantes com seu honroso comparecimento e com as presenças de tantos outros também queridos colegas.
Que bom estarmos novamente juntos nas comemorações de nossos 40 anos de formatura, revivendo momentos de tanta felicidade vividos há quase meio século, cujas lembranças o tempo e a poeira da longa estrada percorrida não conseguem esmaecer.
Todos nós já sentimos os efeitos da passagem do tempo. Porém, nossas fisionomias joviais, cheias de viço e beleza persistem em nossa memória visual. Se estamos com alguns quilinhos a mais, com algumas rugas de expressão mais acentuadas, se nosso cabelo caiu ou prateou, não importa; cá dentro do peito continua a bater um coração juvenil, ainda com a esperança inquebrantável de alcançarmos dias mais justos e tranquilos para o nosso povo e com a plena certeza de que continuaremos colegas-amigos-irmãos por muitos e muitos anos.
O tempo é de reencontro, de aperto de mão, de perdão, de compreensão, de alegria, de comemoração e de agradecimento!
Acredite, foi divinamente bom tê-lo como colega de turma e, mais que isso, como amigo.
A Comissão Organizadora / REUNIR
RESTAURANTE TROPICAL
Aos colegas da comissão,
Nossa vez chegará...
Um grupo de amigos de 40 anos discutia para escolher o restaurante onde iriam jantar. Finalmente decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque as garçonetes usavam minissaias e blusas muito decotadas.
Vinte anos mais tarde, aos 60 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque a comida era muito boa e havia uma excelente carta de vinhos.
Vinte anos mais tarde, aos 80 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque lá havia uma rampa para cadeiras de rodas e até um pequeno elevador.
Dez anos mais tarde, aos 90 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Finalmente, decidiram-se pelo Restaurante Tropical. E todos acharam que era uma grande ideia porque nunca tinham ido lá.
Um abração.
Roberto Marques, médico nefrologista
Nossa vez chegará...
Um grupo de amigos de 40 anos discutia para escolher o restaurante onde iriam jantar. Finalmente decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque as garçonetes usavam minissaias e blusas muito decotadas.
Vinte anos mais tarde, aos 60 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque a comida era muito boa e havia uma excelente carta de vinhos.
Vinte anos mais tarde, aos 80 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque lá havia uma rampa para cadeiras de rodas e até um pequeno elevador.
Dez anos mais tarde, aos 90 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Finalmente, decidiram-se pelo Restaurante Tropical. E todos acharam que era uma grande ideia porque nunca tinham ido lá.
Um abração.
Roberto Marques, médico nefrologista
40 ANOS DE FORMATURA
PROGRAMAÇÃO DAS FESTIVIDADES COMEMORATIVAS EM 2011 DA TURMA DE MÉDICOS DE 1971 (UFC)
Fonte: Reunir
10 de novembro, quinta-feira19h - Missa na Igreja das Irmãs Missionárias. Participação do Coral da Unimed.
11 de novembro, sexta-feira
14h - Check in no Hotel Porto d'Aldeia Resort
15h30 - Recepção no Salão Nelson Rodrigues pela Comissão Executiva. Palestra "Uma Homenagem aos Colegas Inesquecíveis" por Paulo Gurgel. Mesa Redonda "Fatos pitorescos de minha vida médica" presidida por Mário Mamede e com a participação dos colegas inscritos.
19h - "Papo do reencontro" e "Seresta" no deck da piscina. Um tecladista e um violonista animarão a noite e estarão à disposição dos colegas cantores.
12 de novembro, sábado
19h30 - Fotografias panorâmicas da turma e dos acompanhantes.
"Baile dos 40 Anos": Discurso "Homenagem a Nossos Mestres" (representados pelos professores Elias Salomão e João Pessoa) por José Luna. Apresentação dos colegas inscritos como cantores. Depoimentos para o vídeo. Valsa da meia-noite. Bolo dos 40 anos. Queima de fogos de artifício. Etc.
13 de novembro, domingo
8h - Entrega de bonés e camisas de recordação do encontro. Exposição de fotografias históricas.
12h - Feijoada.
TURMA QUE SE PREZA FAZ ASSIM
Desta vez não vou escrever em nome da Comissão Executiva. Eu mesmo, Vladimir, farei isto. Não tive o prazer de, na qualidade de estudante universitário ser contemporâneo de vocês na Faculdade de Medicina, pois conclui o curso médico em 1965, embora em 66 e 67 tenha sido residente de Cirurgia na nossa Faculdade. Sou cirurgião plástico de formação, aposentado do serviço público há 18 anos, heptagenário, ainda desenvolvendo as atividades em centros cirúrgicos e no consultório, amante contumaz da nossa profissão, e desenvolvendo desde que me aposentei uma segunda profissão – organizador de eventos médicos. Nos meus mais de duzentos eventos médicos organizados profissionalmente, devo confessar que estou surpreso com a adesão e o entusiasmo dos colegas da turma de 1971 com relação às festividades dos 40 anos de formatura. Em algumas turmas é mister realmente penoso convencer os colegas a participarem das comemorações. Mas, na de vocês, a empreitada decolou e temos no momento presente 46 colegas inscritos e 58 apartamentos reservados no hotel sede. Vocês estão dando um exemplo marcante de coleguismo e de amizade fraterna. Meus parabéns a todos os colegas da turma de 1971.
Vladimir Cruz (por e-mail)
PADEREWSKI
Uns trinta anos atrás fui apresentado a Dr. José Paderewski da Silva, médico de carreira do Banco do Brasil. Conheci-o na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Fortaleza, apresentado por Edmar Gurgel, meu tio e também funcionário do Banco do Brasil.
Na época, Paderewski aparentava ter uns 50 anos. Tinha estatura mediana, tez branca e usava grossas lentes. Vi-o ainda, outras vezes, nas tertúlias da AABB. Muito discreto, frequentava aquele clube sempre acompanhado por familiares.
Lembro-me de ter perguntado a origem de seu nome. Tratava-se de uma homenagem prestada por seus pais a um grande pianista polonês, esclareceu-me.
Há muito tempo não tenho notícias dele. O site do Conselho Federal de Medicina registra-o na situação de "transferido do Ceará".
A lembrança ocorre-me agora por haver encontrado, em minhas "naveganças" na internet, por casualidade, algo a respeito do polonês Paderewski.
Chamado Ignacy Jan Paderewski (Kurylovka, 18 de novembro de 1860 — Nova Iorque, 29 de junho de 1941), ele foi pianista, compositor, político e diplomata. Foi também um incansável defensor da causa nacionalista de seu país. Durante a primeira guerra mundial, tornou-se membro de um comitê que lutava pela formação de um Estado polaco. Após o início da Segunda Guerra Mundial, assumiu em Paris a liderança do Movimento Nacionalista Polaco. Com a ocupação da França, em 1940, Paderewski emigrou para os Estados Unidos. Aclamado como um grande intérprete de Chopin, era seguido por legiões de admiradores em todo o mundo.
Dr. José Paderewski da Silva é meu tio e reside em Fortaleza, no Bairro Dionísio Torres. Homem muito ilustrado, bem humorado e gentil. Transmitirei a homenagem e a lembrança.
Na época, Paderewski aparentava ter uns 50 anos. Tinha estatura mediana, tez branca e usava grossas lentes. Vi-o ainda, outras vezes, nas tertúlias da AABB. Muito discreto, frequentava aquele clube sempre acompanhado por familiares.
Lembro-me de ter perguntado a origem de seu nome. Tratava-se de uma homenagem prestada por seus pais a um grande pianista polonês, esclareceu-me.
Há muito tempo não tenho notícias dele. O site do Conselho Federal de Medicina registra-o na situação de "transferido do Ceará".
A lembrança ocorre-me agora por haver encontrado, em minhas "naveganças" na internet, por casualidade, algo a respeito do polonês Paderewski.

Paulo Gurgel
19/06/2012 - Atualizando...Dr. José Paderewski da Silva é meu tio e reside em Fortaleza, no Bairro Dionísio Torres. Homem muito ilustrado, bem humorado e gentil. Transmitirei a homenagem e a lembrança.
Victor Arraes
OUTUBRO DE 2011
FIM DE TARDE
Ana Margarida Arruda Furtado Rosemberg (*)
Há dias o frio não dava trégua em Sampa. O cruzamento da Ipiranga com a São João regurgitava de gente naquele quase fim de tarde, do dia 27 de maio de 2005. O vento frio chicoteava nossas faces. Eu, bem agasalhada, carregava uma mochila com roupas, sapatos, jóias e maquiagem. Você levava nas costas sua câmera fotográfica, além de um ventilador em uma das mãos.Entramos rapidamente no prédio belle époque e fomos direto ao 7º andar. Ao entrarmos no estúdio, o calor nos envolveu como em um abraço carinhoso. Sentei-me no confortável sofá e relaxei por alguns minutos. Apreciei as artísticas fotos que cobriam as paredes e todo o estúdio tão bem arrumado. Senti orgulho de minha primogênita.
Enquanto você preparava os apetrechos para mais uma sessão de fotos eu desmanchava a minha mochila. Fui, logo em seguida, calçando as meias finas que aos poucos foram cobrindo minhas pernas e me protegendo do frio. Vesti o meu blazer cor de rosa e calcei meu par de sapatos prateados de salto alto.
Sentada em frente à janela fui sendo maquiada, por você, ao som dos Beatles, que baixinho invadia o ambiente. Ao ouvir Girl fui tragada em uma viagem vertiginosa e voltei ao passado longínquo. A melodia e a letra, Is there anybody going to listen to my story. All about the girl who came to stay? Ah, girl, girl, girl, me fez reviver momentos passados ao seu lado e, de repente, nosso tempo de mãe e filha se fez presente.
Maquiada e arrumada entreguei-me a você, fotógrafa, minha filha, que com técnica e competência me via através de suas lentes e captava aqueles momentos preciosos. Momentos de perfeita comunhão entre mãe e filha.
O casaco de pele de lontra aqueceu-me por instantes e ao ouvir a melodia de Eleanor Rigby, Ah, look at all the lonely people. Eleanor Rigby, picks up the nic..., voltei novamente ao passado e revivi o momento de seu nascimento. A emoção que você me proporcionou ao vir ao mundo, sem dúvida, a maior que eu já senti em toda a minha vida, invadiu, novamente, a minha alma. Mal pude acreditar que o tempo havia passado e que estava diante de uma profissional que se agigantava à medida que o trabalho ia sendo desenvolvido.
E, assim, ao som dos Beatles, você me fotografou em pé, sentada, deitada no sofá, recostada à porta com várias roupas e casacos diferentes.
Quando, Lucy in the sky with diamonds invadiu o estúdio lembrei-me da história dos primeiros humanos e de Lucy que foi encontrada na África, mais precisamente em Hadar, na Etiópia, em 1974, onde viveu há 3.2 milhões de anos. O esqueleto lá encontrado, que foi atribuído a uma fêmea Australopithecus afarensis, era bípede e recebeu o nome de Lucy em homenagem à canção feita pelos Beatles. A história tem dessas coisas.
Cansadas, mas felizes, deixamos o estúdio quando o manto da noite já cobria Sampa. Em sua câmera fotográfica você levava, eternizados, aqueles preciosos instantes e o meu amor por você.
(*) Ana Margarida é médica pneumologista e historiadora. Com esta crônica, "Fim de Tarde", obteve o 2.º lugar em concurso literário promovido pela Sobrames-CE e Unicred, cuja entrega dos prêmios aconteceu ontem (28/10), juntamente com o lançamento do livro "Passeatas Literárias", 28.ª antologia da Sobrames-CE.
ILUSTRAÇÕES DE "CAUSOS" DO PAULO
No livro "PORTAL DE MEMÓRIAS: Paulo Gurgel, um médico de letras", organizado por Marcelo Gurgel, o capítulo "CAUSOS" DO PAULO foi ilustrado por Jesper.
Ele produziu 10 desenhos para os 10 "causos" contados no livro, que teve o seu lançamento a 18 de outubro de 2011 (V. nota anterior).
O dinamarquês Jesper, que reside em Fortaleza - CE, além de desenhista é tradutor.
Ele produziu 10 desenhos para os 10 "causos" contados no livro, que teve o seu lançamento a 18 de outubro de 2011 (V. nota anterior).
O dinamarquês Jesper, que reside em Fortaleza - CE, além de desenhista é tradutor.
PORTAL DE MEMÓRIAS. LANÇAMENTO DE LIVRO
Será lançado hoje, no Centro Cultural Oboé, o livro "PORTAL DE MEMÓRIAS: Paulo Gurgel, um médico de letras".
A apresentação da obra estará a cargo do médico e escritor Marcelo Gurgel, irmão do perfilado e organizador da edição.
Serviço
Dia: 18 de outubro (terça-feira) de 2011
Horário: 19h30
Endereço: Rua Maria Tomásia, 531 - Fone: 3264 7038
Os livros serão distribuídos com as pessoas convidadas para o evento.
A apresentação da obra estará a cargo do médico e escritor Marcelo Gurgel, irmão do perfilado e organizador da edição.
Serviço
Dia: 18 de outubro (terça-feira) de 2011
Horário: 19h30
Endereço: Rua Maria Tomásia, 531 - Fone: 3264 7038
Os livros serão distribuídos com as pessoas convidadas para o evento.
O FIM DO CINE FAMILIAR
E o Cine Familiar fechou... Depois de haver-se tornado uma empresa com empregados, relógio de ponto e até anúncio luminoso na frente...
Prejuízos, foi o motivo alegado para tanto.
Vejamos o que se diz sobre o final melancólico da obra de frei Leopoldo:
Prejuízos, foi o motivo alegado para tanto.
Vejamos o que se diz sobre o final melancólico da obra de frei Leopoldo:
Ano 1968 – A primeira providência tomada pelo novo superior foi a de fechar o Cine Familiar por exigência do Pe. Provincial, pois, já não dava mais renda, mas, ao contrário, só prejuízos e problemas. Estava como peso morto e desnecessário. Mas, para isso, "foi preciso que pagássemos a quantia de quatro mil cruzeiros novos ao empregados em indenização".Em 1970, com permissão do Pe. Provincial, foi aberta concorrência pública para arrendamento do Cine Familiar. A empresa Severiano Ribeiro saiu vencedora. As negociações prosseguiram até a fase final de assinatura do contrato. Mas depois "a Companhia mostrou-se desinteressada, não começando os trabalhos de recuperação do prédio no tempo previsto. Depois comunicaram que não desejavam mais prosseguir nas negociações. Parece-nos que queriam apenas afastar os outros concorrentes”.E assim terminou a última sessão do Cine Familiar de saudosa memória.
Como uma das cláusulas do contrato seria a retirada da quadra esportiva de perto do Cine, frei Lauro iniciou a construção de uma nova quadra (a atual, informamos), na parte do terreno que forma esquina com a rua D. Jerônimo e Domingos Olímpio. Comprou o motor e o gerador do Cine (Cr$ 4.000,00). Outros recursos vieram do comércio e da SUMOV (planta, mão-de-obra e parte do material).Em agosto de 1971, o prédio do antigo Cine Familiar era alugado à direção do Colégio Técnico Comercial Pe. Champagnat por seiscentos cruzeiros ao mês. Para transformar o antigo cinema em escola foram feitas as indispensáveis adaptações e, já no final de agosto daquele ano, as aulas eram iniciadas.As cadeiras foram vendidas aos padres redentoristas de Porangabussu, por três mil cruzeiros – o que serviu para saldar uma velha dívida junto à Prefeitura, pelo asfaltamento da rua Justiniano de Serpa, no trecho ao longo da ala leste do convento, onde se situa a Casa de Santo Antônio.
Fonte: www.paroquiadasdores.org.br
ONDE ANDA MARCELO - 5
Desde hoje, 08/10/11, em Portugal , a fim de participar da “XII Conferência Nacional de Economia da Saúde”, que transcorrerá em Lisboa, de 13 a 15 de outubro, com apresentação de três trabalhos, realizados em parceira com meus orientandos do Doutorado em Saúde Coletiva.
Nos dias que antecedem ao evento, Marcelo faz "visitas às Universidades de Coimbra, do Porto e Nova de Lisboa, para prospectar intercâmbios acadêmicos".
Nos dias que antecedem ao evento, Marcelo faz "visitas às Universidades de Coimbra, do Porto e Nova de Lisboa, para prospectar intercâmbios acadêmicos".
MÉDICOS FORMADOS PELA UFC EM 1971 - OS ENCONTROS DA TURMA
1976 (5 anos) - Não houve.
1981 (10 anos) - Jantar dançante no Ideal Clube. Churrasco num sítio.
1986 (15 anos) - Jantar no restaurante do Náutico Atlético Clube.
1991 (20 anos) - Coquetel (quinta-feira) na residência de Roberto e Sônia Lôbo. Fim de semana no Hotel Praia das Fontes, em Beberibe.
1996 (25 anos) - Fim de semana (13 a 15 de dezembro) no Ytacaranha Hotel, na Serra da Meruoca.
2006 (35 anos) - Não houve.
2011 (40 anos) - Fim de semana (11 a 13 de novembro) no Porto d'Aldeia Resort, na Estrada da Cofeco, em Fortaleza. A realizar.
Post scriptum
Tomo conhecimento de que essas fotografias postadas no Flickr estão sendo também divulgadas pelo website espanhol pueblosdelmundo.com. Para ver o que é a força da tag Meruoca.
1981 (10 anos) - Jantar dançante no Ideal Clube. Churrasco num sítio.
1986 (15 anos) - Jantar no restaurante do Náutico Atlético Clube.
1991 (20 anos) - Coquetel (quinta-feira) na residência de Roberto e Sônia Lôbo. Fim de semana no Hotel Praia das Fontes, em Beberibe.
1996 (25 anos) - Fim de semana (13 a 15 de dezembro) no Ytacaranha Hotel, na Serra da Meruoca.
![]() |
Paulo Gurgel, Sônia Lôbo, Jucionou Coelho e criança. Ver outras fotografias postadas no Flickr. |
2001 (30 anos) - Jantar dançante (13 de dezembro, quinta-feira) no Alice's Buffet, na Cidade dos Funcionários. Almoço na casa do colega Nilo Dourado na Praia das Fontes, Beberibe.
2011 (40 anos) - Fim de semana (11 a 13 de novembro) no Porto d'Aldeia Resort, na Estrada da Cofeco, em Fortaleza. A realizar.
Post scriptum
Tomo conhecimento de que essas fotografias postadas no Flickr estão sendo também divulgadas pelo website espanhol pueblosdelmundo.com. Para ver o que é a força da tag Meruoca.
SETEMBRO DE 2011
- No dia 11, foi comemorado o aniversário natalício da matriarca Elda Gurgel e Silva. Inicialmente, com a celebração de uma missa na Mitra Arquidiocesana Militar, que foi seguida de um brunch no salão de festas do Edifício Santa Cecília.
- Aniversariantes de OUTUBRO: as irmãs gêmeas Diana e Marina (10), filhas de Luciano e Elsa; Marília (13), neta de Sérgio e Solange; Fernando Adeodato, esposo de Márcia (18) e Laerte (19), esposo de Meuris.
APELIDOS NA ANTIGA ACOPIARA
No Ceará, em cada esquina há uma fabrica de piadas e outra de apelidos. Não será o tal do bullying que vai fechar as fábricas. Nem a fuleiragem do políticamente correto. Que se lasquem os dois. Fuleirar, tirar sarro ou casquinha, ridicularizar sem denegrir ou agredir, faz parte da cultura popular. Pode ser, às vezes é, brincadeira de mau gosto para os de pavio curto. Se o cidadão não se esquentar é cuspe jogado fora.
Tivemos também os eletricistas Dedé, Faísca e Caravelha, os vendedores de frutas Maria Banana Boa e Pedro da Verdura, o jogador de futebol e motorista do Dr. Jairo, Pissica, a lavadora de fato Rita Fateira, o auxiliar de pedreiro Capuchu, o vendedor de ovos Joaquim Fonfon, o carcereiro Ernesto Carcereiro, o vacinador de gado Fransquinho Nico, o flandeiro Zezinho da Adelia, o mecânico Sorriso, o pipoqueiro Antonio Loló, a chefe de cabaré Leoa, carreteiro e coveiro Fussura, a rezadeira Expedita Gago, o tirador de goteira e pintor de parede Mané Vei, o fotografo Besouro, o lavador de carro Parabela, o biscateiro Bichoca, as lavadeiras Adélia Polda Braba e Chiquinha Rola, a louceira Maria do Barro, o botador d’água Cajueiro, o sapateiro Dezim, Nego da Lavínia, Zezim da Malhada, Paixandu, Antonio do Cedro, Peru, Pio, Popó e Zé do Bar.
[...]
Acopiara não foge à regra. No passado tivemos o Afonso Gogó, pedreiro e sanfoneiro, Antonio dos Anjos, botador d’água, Chica Camelo, lavadeira, Peba, carreteiro, Chico Come Figo ou Chico Traíra, verdureiro,João Sapato, carreteiros Patim, Patury, João Cantonila, Zé Buchinho, Dedé Tiburcio, que trabalhava para o Dr. Tirburcio, Manoel Tapioca, que levava merenda (tapioca) para trabalhadores, Maria Viúva, dona de café, Maria Pretinha, lavadeira, Bila, engomadeira e professora leiga, Raimundo Porca, vaqueiro e animador de festas, Chica Pneu, senhora de predicados, Maria da Vara, Frango de Nazária, Jararaca, Belota, Vigário e João Ventinha.Tivemos também os eletricistas Dedé, Faísca e Caravelha, os vendedores de frutas Maria Banana Boa e Pedro da Verdura, o jogador de futebol e motorista do Dr. Jairo, Pissica, a lavadora de fato Rita Fateira, o auxiliar de pedreiro Capuchu, o vendedor de ovos Joaquim Fonfon, o carcereiro Ernesto Carcereiro, o vacinador de gado Fransquinho Nico, o flandeiro Zezinho da Adelia, o mecânico Sorriso, o pipoqueiro Antonio Loló, a chefe de cabaré Leoa, carreteiro e coveiro Fussura, a rezadeira Expedita Gago, o tirador de goteira e pintor de parede Mané Vei, o fotografo Besouro, o lavador de carro Parabela, o biscateiro Bichoca, as lavadeiras Adélia Polda Braba e Chiquinha Rola, a louceira Maria do Barro, o botador d’água Cajueiro, o sapateiro Dezim, Nego da Lavínia, Zezim da Malhada, Paixandu, Antonio do Cedro, Peru, Pio, Popó e Zé do Bar.
[...]
Condensado de Acopiara: apelidos é o que não falta, do jornalista e escritor JB Serra e Gurgel
O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO "PORTAL DE MEMÓRIAS" SEGUNDO O ORGANIZADOR DO LIVRO
“Um elemento fundamental, como ponto de partida dessa obra, foi o curriculum vitae do Paulo Gurgel Carlos da Silva, que serviu para arrolar os temas a serem tratados e definir os marcos principais da sua vida profissional, cultural e afetiva. Também foi conduzida a busca bibliográfica para captar verbetes e indicativos da sua vasta produção cultural.
No processo editorial, optou-se pelo recurso das entrevistas, sobretudo, para cobrir componentes familiares, de caráter mais afetivo; da mesma forma, para discorrer sobre alguns assuntos mais históricos, julgou-se por bem instituir um capítulo montado a partir de bate-papos informais, envolvendo, fraternalmente, o organizador e o perfilado.
A apreciação crítica, publicada ou inédita, acerca do intenso fazer literário do Paulo Gurgel, põe a nu a sua relevância, demonstrando ser mais do que suficiente para impressão de, pelo menos, quatro títulos.
Para romper com a monotonia comum em obras de caráter biográfico, foi incluso um capítulo especial, reunindo dez “causos” pitorescos, com boa dose hilariante, revelando um pouco do cotidiano pessoal e médico do homenageado, acompanhados de charges brotadas do crayon do tradutor Jesper.
A obra enfeixa, no apêndice, a sinopse de seu curriculum vitae, os seus principais marcos da vida, um rol de trabalhos publicados em meio impresso, a lista de médicos da Turma Carlos Chagas e o posfácio.
Para quem quiser ver e ler, o livro sobre o Paulo Gurgel é fruto de uma feliz parceria familiar, juntando mulher, filhos, irmãos etc., que contou com a robusta participação de um seleto grupo de amigos e colegas do retratado.”
No processo editorial, optou-se pelo recurso das entrevistas, sobretudo, para cobrir componentes familiares, de caráter mais afetivo; da mesma forma, para discorrer sobre alguns assuntos mais históricos, julgou-se por bem instituir um capítulo montado a partir de bate-papos informais, envolvendo, fraternalmente, o organizador e o perfilado.
A apreciação crítica, publicada ou inédita, acerca do intenso fazer literário do Paulo Gurgel, põe a nu a sua relevância, demonstrando ser mais do que suficiente para impressão de, pelo menos, quatro títulos.
Para romper com a monotonia comum em obras de caráter biográfico, foi incluso um capítulo especial, reunindo dez “causos” pitorescos, com boa dose hilariante, revelando um pouco do cotidiano pessoal e médico do homenageado, acompanhados de charges brotadas do crayon do tradutor Jesper.
A obra enfeixa, no apêndice, a sinopse de seu curriculum vitae, os seus principais marcos da vida, um rol de trabalhos publicados em meio impresso, a lista de médicos da Turma Carlos Chagas e o posfácio.
Para quem quiser ver e ler, o livro sobre o Paulo Gurgel é fruto de uma feliz parceria familiar, juntando mulher, filhos, irmãos etc., que contou com a robusta participação de um seleto grupo de amigos e colegas do retratado.”
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Organizador
Nota
O "Portal de Memórias: Paulo Gurgel, um médico de letras" já se encontra concluso e impresso. O lançamento deste livro está previsto para 18 de outubro, Dia do Médico, por sinal.
O SEXO DOS LEÕES
A nossa Praça General Tibúrcio, depois de passada a limpo por uma reforma, revelou-nos uma coisa surpreendente. A respeito da anatomia de um casal de leões de ferro fundido, os quais, de tão admirados pela população fortalezense, fazem com que o logradouro seja conhecido como a Praça dos Leões.
É que os leões apresentam os sexos trocados. O macho, identificado por sua imponente juba, exibe uma genitália feminina, enquanto a fêmea não pode ser considerada uma leoa, já que tem uma estrovenga.
Aventa-se a hipótese de que o escultor dos leões, com receio de não receber o pagamento de seu trabalho, de um modo pré-vingativo tenha aprontado a coisa. Mas eu, particularmente, penso em outra possibilidade, a de que o anônimo artesão apenas copiou os modelos que lhe foram fornecidos. Um casal de leões que, para a segunda hipótese ficar verossímil, tenha a procedência marroquina. Depois de submetidos, em alguma clínica do país africano, a cirurgias de mudança de sexo.
Difícil é acreditar que, durante muitos anos, o bizarro achado tenha ficado oculto ao olho do fortalezense. O conterrâneo, quem sabe, não pense só naquilo... Agora, eu tenho cá minhas dúvidas se o fato passaria despercebido se, no lugar dos leões, houvesse jumentos. Ainda mais se as esculturas asininas ganhassem vida e começassem a fazer amor em plena praça.
Decidido a pôr uma pá de cal sobre o assunto, ainda tenho a seguinte opinião. Está tudo OK com os sexos dos leões, apenas a juba é que foi posta no exemplar errado. E, se isso tivesse sido desde o princípio admitido, quantas linhas não teriam sido economizadas nos jornais da cidade. Pois a gente começa a discutir o sexo dos leões e, quando menos espera, já está a discutir o sexo dos anjos.
Escrevi essa crônica na década de 1980. Após revisá-la, publiquei-a no Preblog a 13 de outubro de 2010. A crônica veio-me à lembrança ao ver esta preciosidade no YouTube: um documentário sobre a Fortaleza de 1920 (com a "Praça dos Leões"), produzido por Paulo Sales por ocasião do sesquicentenário de nossa cidade.
É que os leões apresentam os sexos trocados. O macho, identificado por sua imponente juba, exibe uma genitália feminina, enquanto a fêmea não pode ser considerada uma leoa, já que tem uma estrovenga.
Aventa-se a hipótese de que o escultor dos leões, com receio de não receber o pagamento de seu trabalho, de um modo pré-vingativo tenha aprontado a coisa. Mas eu, particularmente, penso em outra possibilidade, a de que o anônimo artesão apenas copiou os modelos que lhe foram fornecidos. Um casal de leões que, para a segunda hipótese ficar verossímil, tenha a procedência marroquina. Depois de submetidos, em alguma clínica do país africano, a cirurgias de mudança de sexo.
Difícil é acreditar que, durante muitos anos, o bizarro achado tenha ficado oculto ao olho do fortalezense. O conterrâneo, quem sabe, não pense só naquilo... Agora, eu tenho cá minhas dúvidas se o fato passaria despercebido se, no lugar dos leões, houvesse jumentos. Ainda mais se as esculturas asininas ganhassem vida e começassem a fazer amor em plena praça.
Decidido a pôr uma pá de cal sobre o assunto, ainda tenho a seguinte opinião. Está tudo OK com os sexos dos leões, apenas a juba é que foi posta no exemplar errado. E, se isso tivesse sido desde o princípio admitido, quantas linhas não teriam sido economizadas nos jornais da cidade. Pois a gente começa a discutir o sexo dos leões e, quando menos espera, já está a discutir o sexo dos anjos.
Escrevi essa crônica na década de 1980. Após revisá-la, publiquei-a no Preblog a 13 de outubro de 2010. A crônica veio-me à lembrança ao ver esta preciosidade no YouTube: um documentário sobre a Fortaleza de 1920 (com a "Praça dos Leões"), produzido por Paulo Sales por ocasião do sesquicentenário de nossa cidade.
O DESCONTINUADO GURGEL
Tenho um amigo que me chama de "carro brasileiro descontinuado por pressão das montadoras americanas". Traduzindo: Gurgel.
Para vocês conhecerem a história do carrinho, um colega do Bacen, Adriano Esteves Ferreira, publicou em seu blogue a história da Gurgel e do engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel.
O engenheiro Amaral Gurgel (foto ao lado) foi o criador da montadora GURGEL, que, durante 25 anos (de 1969 a 1994), produziu 40 mil veículos no Brasil.
Vale a pena dar uma olhada, tem umas fotos muito interessantes: BLOG DOS ANTIGOS.
Para vocês conhecerem a história do carrinho, um colega do Bacen, Adriano Esteves Ferreira, publicou em seu blogue a história da Gurgel e do engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel.
O engenheiro Amaral Gurgel (foto ao lado) foi o criador da montadora GURGEL, que, durante 25 anos (de 1969 a 1994), produziu 40 mil veículos no Brasil.
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O primeiro e, até hoje, único carro genuinamente brasileiro, o Gurgel BR 800 |
AGOSTO DE 2011
- Com feijoada e música ao vivo no restaurante Novos Poetas, na Cidade dos Funcionários, Felipe Bastos Gurgel recebeu, na tarde do dia 7, um numeroso grupo de amigos e familiares para comemorar o aniversário natalício de sua esposa Anna Paula. A festa foi também o "bota-fora" do casal que vai fixar residência nos EUA, nos próximos dois anos, onde ele fará um Mestrado de Engenharia Financeira. VER DESCRIÇÃO COMPLETA DO EVENTO NO BLOG DO MARCELO GURGEL
- A família Macedo Pinto, de raízes aurorenses, comemorou o Dia dos Pais no restaurante Sal e Brasa. Moacir Filho e sua esposa Maristane comandaram a confraternização.
- Na noite de 15, os gêmeos Germano e Luciano, aniversariantes do dia, receberam os parabéns da família no restaurante Piaf.
- Terminou a temporada galega de estudos da jornalista Mirna Gurgel. Dona Elda, a matriarca de nossa família, é só alegria com o retorno da filha caçula.
- Aniversariantes de SETEMBRO: (11) Elda; (19) Meuris; (21) Vanessa, filha de Fernando e Márcia; (22) André, filho de Marcelo e Fátima.
IN ILLO TEMPORE
Naquele tempo, eu disse a meu botões: "Vou me candidatar a acólito da Igreja de Nossa Senhora das Dores".
No RH do templo, em Otávio Bonfim, levaram a sério minha pretensão e me deram para ler em casa uma espécie de "Manual do Acólito", que continha as orientações necessárias a um coroinha de primeira missa. Trazia o rito completo da missa celebrada em latim e asseguro-lhes que foi o meu primeiro contato com essa língua, tão cheia de palavras e construções incompreensíveis. Como, por exemplo, entender que tanto saecula quanto saeculorum podiam ser traduzidas por "séculos"? Dúvidas, dúvidas, dúvidas que só seriam solucionadas adiante com meus estudos de latim no Colégio Cearense.
Além do rito e do latinório, o acólito tinha de conhecer bem o nome das coisas sacras: missal, patena, turíbulo, cálice e, finis coronat opus, o sacrário.
Quanto ao esforço para me levantar de madrugada e, ainda sonolento, ir balançar o turíbulo na igreja, tinha lá suas compensações imediatas e tardias. Um desjejum de café com leite, servido numa grande caneca de ágata, acompanhado de pão (dos pobres?) com bastante manteiga e... um ingresso para assistir ao filme de sábado no Cine Familiar! Este último era o braço propositivo de um patrulhamento que Frei Teodoro fazia para que não frequentássemos o Cine Nazaré. Não que ele quisesse nocautear a concorrência, não, era somente para defender os bons costumes do bairro.
Naquele tempo, o sacerdote rezava a maior parte da missa de costas para os fiéis. No rito, havia o momento em que um dos acólitos transportava o pesado missal de um lado para outro do altar. Com o detalhe de ter que fazer uma rápida genuflexão pelo meio do caminho. Pois bem, numa missa das cinco, o missal desequilibrou-se de minhas mãos e rolou escadaria abaixo. Todo vexado, apanhei o livro santo para colocá-lo no canto do altar. Foi péssimo para Frei Oto, que levou um tempão para localizar o evangelho do dia desmarcado pela queda do missal.
Por vezes, aparecia no convento dos franciscanos frades um tal "Frei Cosquinha". Assim apelidado pelo costume de agarrar os meninos pelos corredores do convento. Não o prejulguem, era apenas pelo divertimento de lhes fazer cócegas.
Uma ocasião, tio Edson, que vinha se preparando para o concurso de um banco oficial, me veio com uma propostaindecente decente. Eu devia ir à igreja, expressamente para rezar um certo número de padres-nossos e aves-marias, intercalados com pedidos especiais em favor de sua aprovação no concurso. É que meu tio defendia a teoria de que as súplicas, quando partidas de um coração infantil, eram prioritárias para o Criador. Chamem isso de tráfico de influência, de atitude religiosamente incorreta, enfim, da forma como quiserem.
Quem era eu para contestar uma teoria que, além de defendida por um ex-seminarista, prometia aumentar o meu pé de meia como de fato aconteceu depois?
Caprichei. Naquele tempo a fé não costumava falhar. PGCS
No RH do templo, em Otávio Bonfim, levaram a sério minha pretensão e me deram para ler em casa uma espécie de "Manual do Acólito", que continha as orientações necessárias a um coroinha de primeira missa. Trazia o rito completo da missa celebrada em latim e asseguro-lhes que foi o meu primeiro contato com essa língua, tão cheia de palavras e construções incompreensíveis. Como, por exemplo, entender que tanto saecula quanto saeculorum podiam ser traduzidas por "séculos"? Dúvidas, dúvidas, dúvidas que só seriam solucionadas adiante com meus estudos de latim no Colégio Cearense.
Além do rito e do latinório, o acólito tinha de conhecer bem o nome das coisas sacras: missal, patena, turíbulo, cálice e, finis coronat opus, o sacrário.
Quanto ao esforço para me levantar de madrugada e, ainda sonolento, ir balançar o turíbulo na igreja, tinha lá suas compensações imediatas e tardias. Um desjejum de café com leite, servido numa grande caneca de ágata, acompanhado de pão (dos pobres?) com bastante manteiga e... um ingresso para assistir ao filme de sábado no Cine Familiar! Este último era o braço propositivo de um patrulhamento que Frei Teodoro fazia para que não frequentássemos o Cine Nazaré. Não que ele quisesse nocautear a concorrência, não, era somente para defender os bons costumes do bairro.
Naquele tempo, o sacerdote rezava a maior parte da missa de costas para os fiéis. No rito, havia o momento em que um dos acólitos transportava o pesado missal de um lado para outro do altar. Com o detalhe de ter que fazer uma rápida genuflexão pelo meio do caminho. Pois bem, numa missa das cinco, o missal desequilibrou-se de minhas mãos e rolou escadaria abaixo. Todo vexado, apanhei o livro santo para colocá-lo no canto do altar. Foi péssimo para Frei Oto, que levou um tempão para localizar o evangelho do dia desmarcado pela queda do missal.
Por vezes, aparecia no convento dos franciscanos frades um tal "Frei Cosquinha". Assim apelidado pelo costume de agarrar os meninos pelos corredores do convento. Não o prejulguem, era apenas pelo divertimento de lhes fazer cócegas.
Uma ocasião, tio Edson, que vinha se preparando para o concurso de um banco oficial, me veio com uma proposta
Quem era eu para contestar uma teoria que, além de defendida por um ex-seminarista, prometia aumentar o meu pé de meia como de fato aconteceu depois?
Caprichei. Naquele tempo a fé não costumava falhar. PGCS
O COMEÇO DO CINE FAMILIAR
Situado na "Praça de Otávio Bonfim", o Cine Familiar foi criado para a educação e o entretenimento das famílias católicas de Otávio Bonfim e dos bairros vizinhos.
Fundou-o o Frei Leopoldo "para fazer oposição e contrabalançar os malefícios decorrentes da apresentação de fitas a cargo do Cine Odeon, que funcionava em área defronte onde hoje se localiza a Delegacia do 3º Distrito Policial".
Frei Leopoldo também deixou registrado os propósitos que o levaram a criar o Cine Familiar:
Fundou-o o Frei Leopoldo "para fazer oposição e contrabalançar os malefícios decorrentes da apresentação de fitas a cargo do Cine Odeon, que funcionava em área defronte onde hoje se localiza a Delegacia do 3º Distrito Policial".
Frei Leopoldo também deixou registrado os propósitos que o levaram a criar o Cine Familiar:
“Em dezembro de 1935, resolvi construir, ao lado da Igreja, no parque dos meninos, um pavilhão aberto para nele ser ensinado o catecismo. Ao mesmo tempo adquiri um velho aparelho de cinema, fora de uso, e quase de graça, dando apenas um pequeno aparelho de projeção fixa em troca. Era minha intenção dar, de vez em quando, uma pequena sessão cinematográfica para os meninos do catecismo. Vendo grande interesse do povo e notando ao mesmo tempo que um cinema vizinho passava todas as fitas, mesmo as condenadas pela censura católica, resolvi dar sessões semanais. Consertei o aparelho, um tanto avariado, o melhor possível e comecei. O resultado foi satisfatório. Em dezembro de 1936, na ocasião da visitação canônica, combinei com o Rev. Pe. Provincial de que o dinheiro do cinema fosse aplicado à pobreza. O Sr. Miguel Rosendo daria dinheiro e mantimentos mediante vales despachados por mim e pelo Sr. José Alexandre, presidente dos vicentinos, entre pessoas idosas. No fim de cada mês resgataria esses vales com o dinheiro do cinema."
Fonte: www.paroquiadasdores.org.br
O POETA CHICO
O médico sanitarista Francisco das Chagas Dias Monteiro, que faleceu no último dia 12, teve a sua sensibilidade de poeta repetidamente demonstrada nas antologias anuais da Sobrames Ceará. Foram 168 os poemas que Chico Passeata (como ele era também conhecido) publicou nessas antologias, conforme levantamento feito pelo sobramista Marcelo Gurgel.
Em homenagem ao Chico, republicamos um de seus poemas:
me confundo
com ações
-------------talões de cheques
-----------------------------------escrituras
a quinta prestação de uma tumba
um retrato da família
dois bilhetes da amante
uma apólice de seguro já vencida
sou uma nota falsa
disfarçada
espreitando pela fechadura"
Em homenagem ao Chico, republicamos um de seus poemas:
(sem título)
"no fundo da gavetame confundo
com ações
-------------talões de cheques
-----------------------------------escrituras
a quinta prestação de uma tumba
um retrato da família
dois bilhetes da amante
uma apólice de seguro já vencida
sou uma nota falsa
disfarçada
espreitando pela fechadura"
O PREFEITO HONÓRIO GURGEL
Honório José da Cunha Gurgel do Amaral nasceu em 14 de março de 1860 no Irajá, Rio de Janeiro. Foi o 10º prefeito da cidade, tendo governado o Rio de Janeiro entre 5 de maio de 1898 e 23 de maio de 1899. Em 1920, logo após o seu falecimento, o nome Honório Gurgel foi colocado num dos bairros da cidade.
O bairro Honório Gurgel, que pertence à região administrativa da Madureira, na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, ocupa uma área territorial de 137 hectares na qual residem cerca de 25 mil habitantes.
O bairro Honório Gurgel, que pertence à região administrativa da Madureira, na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, ocupa uma área territorial de 137 hectares na qual residem cerca de 25 mil habitantes.
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Reprodução de um dos slides de OS PREFEITOS E SUAS RUAS do pesquisador Cau Barata |
O BAIRRO FARIAS BRITO (OTÁVIO BONFIM) NO CENSO 2010
Segundo o último censo do IBGE, realizado em 2010, os números relativos ao bairro Farias Brito foram os seguintes:
População: 12.063 habitantes, o que representou 0,5% da população de Fortaleza, e sendo:
- homens: 5.400 (48,8%)
- mulheres: 6.663 (52,2%)
A densidade demográfica do bairro foi calculada em 12.631 habitantes/km2 (a de Fortaleza é 10.388 habitantes/km2).
População: 12.063 habitantes, o que representou 0,5% da população de Fortaleza, e sendo:
- homens: 5.400 (48,8%)
- mulheres: 6.663 (52,2%)
A densidade demográfica do bairro foi calculada em 12.631 habitantes/km2 (a de Fortaleza é 10.388 habitantes/km2).
JULHO DE 2011
- Dia 10, no Buffet Golden Kids, comemorou-se o segundo aniversário de Rafael, filho de Melissa e Fernando. Uma comitiva de Campinas - SP deslocou-se a Fortaleza para participar da festa do Rafinha.
- Na manhã do dia 16, no salão de festas do Edifício Maranello, situado na Av. Padre Antônio Tomás, 3535, em Fortaleza, a família Mont´Alverne recebeu grande número de parentes e amigos, para celebrar o centenário de Maria Aracy Mont´Alverne Adeodato. DETALHES DA FESTA NO BLOG DE MARCELO GURGEL
- Meuris e o esposo Laerte comandaram, dia 17, no restaurante Piaf, a festa de aniversário da engenheira-agrônoma e advogada Magna Gurgel.
- Dia 20, no Instituto do Ceará, Marcelo Gurgel proferiu para uma ampla e seleta audiência a palestra “RELEITURA DO CEARÁ, SEGUNDO ABELARDO MONTENEGRO”.
- Aniversariantes de AGOSTO: (2) Érico, filho de Paulo e Elba; (15) Germano e Luciano Gurgel (irmãos gêmeos).
PIUM E CARAPANÃ
O período em que trabalhei como médico do hospital militar de Benjamim Constant (1974-75), no Alto Solimões, colocou-me em contato frequente com essas duas espécies de mosquitos. O carapanã... bem, este eu já conhecia de outros "ais", por ser a popularíssima muriçoca, aqui no Ceará. Porém, mais feroz do que a sua versão nordestina, por conta de uma transformação evolutiva para se tornar num dragãozinho da maldade, o carapanã picava sem anestesia. Ao anoitecer, em Benjamim Constant, eu tinha logo que buscar a proteção de algum imóvel telado. Era isso ou, então, ser uma vítima a prestação de sua selvageria amazônica.
Ele estava no centro de um ditado local: "carapanã encheu, voou". Uma possível adaptação do "maracanã comeu, voou", tão familiar a nós, e que, graças à blandícia da ave que protagoniza o ditado cearense, assume por aqui um caráter mais ameno.
Em Benjamim Constant não vi o pium, mas comecei a conhecê-lo de... ouvir falar. E a respeitá-lo, principalmente depois que um médico de Manaus, especialista em medicina tropical, deu uma palestra no hospital que eu dirigia. Acho que ele se chamava Camurça (o médico, bem entendido). Em sua conferência, sobre as moléstias tropicais, destacou a oncocercose, doença causada pelas microfilárias do verme Onchocerca volvulus. Raramente fatal, é uma causa infecciosa de cegueira, e sendo também conhecida por "cegueira dos rios". Essa doença é transmitida por mosquitos do gênero Simulium, conhecidos por pium no Norte do Brasil e por borrachudo nas outras regiões.
A palestra do colega de Manaus foi à noite, num caramanchão (devidamente telado) que eu mandara construir, uns dias atrás, no terreno do hospital.
No dia seguinte, a aula de laboratório sobre a oncocercose. A ocasião em que o colega nos mostrou as microfilárias em fragmentos de pele tirados a gilete, macerados com soro fisiológico e postos sem coloração ao microscópio. Pertencia o material examinado a índios de uma tribo Tikuna que, em nome dos altos propósitos da ciência, haviam comparecido ao hospital para os tais exames. Em vista de cujos resultados pontificou o especialista: a oncocercose era endêmica entre eles!
Nos quinze dias que passei como médico de um pelotão de fronteira, no Estirão do Equador, é que me desavim com o tal pium. Uns mosquitos miúdos cujas picadas, além de provocarem um certo prurido local, deixavam a pele com gotículas de sangue. Como têm hábitos diurnos eu me protegia deles usando o Repelex, uma loção repelente fabricada pelo Exército. E, à noite, trancava-me no alojamento (com telas nas portas e janelas), mas aí já era para me pôr a salvo dos carapanãs.
Como se dizia por lá, o pium passava o serviço para o carapanã. E este, por sua vez...
Ele estava no centro de um ditado local: "carapanã encheu, voou". Uma possível adaptação do "maracanã comeu, voou", tão familiar a nós, e que, graças à blandícia da ave que protagoniza o ditado cearense, assume por aqui um caráter mais ameno.
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Onchocerca volvulus |
A palestra do colega de Manaus foi à noite, num caramanchão (devidamente telado) que eu mandara construir, uns dias atrás, no terreno do hospital.
No dia seguinte, a aula de laboratório sobre a oncocercose. A ocasião em que o colega nos mostrou as microfilárias em fragmentos de pele tirados a gilete, macerados com soro fisiológico e postos sem coloração ao microscópio. Pertencia o material examinado a índios de uma tribo Tikuna que, em nome dos altos propósitos da ciência, haviam comparecido ao hospital para os tais exames. Em vista de cujos resultados pontificou o especialista: a oncocercose era endêmica entre eles!
Nos quinze dias que passei como médico de um pelotão de fronteira, no Estirão do Equador, é que me desavim com o tal pium. Uns mosquitos miúdos cujas picadas, além de provocarem um certo prurido local, deixavam a pele com gotículas de sangue. Como têm hábitos diurnos eu me protegia deles usando o Repelex, uma loção repelente fabricada pelo Exército. E, à noite, trancava-me no alojamento (com telas nas portas e janelas), mas aí já era para me pôr a salvo dos carapanãs.
Como se dizia por lá, o pium passava o serviço para o carapanã. E este, por sua vez...
O ÚLTIMO APITO
Uma versão compacta do vídeo-documentário de Aderbal Nogueira que conta, através de depoimentos de pesquisadores e de ferroviários aposentados, a história da Estrada de Ferro do Ceará. A tônica emocionada dos depoimentos tomados e a sensação de nostalgia trazida pelas imagens da época nos levam a questionar: por que houve, em nosso país, o desmonte de tão importante meio de transporte?
Leitura recomendada: O ÚLTIMO APITO, artigo de José Cícero, Secretário de Cultura de Aurora. In: www.aurora.ce.gov.br
Leitura recomendada: O ÚLTIMO APITO, artigo de José Cícero, Secretário de Cultura de Aurora. In: www.aurora.ce.gov.br
ARACY: DA INFÂNCIA TRAVESSA À MATURIDADE SERENA. LANÇAMENTO DE LIVRO

Márcia Gurgel
MÉDICOS FORMADOS PELA UFC EM 1971 - NOMES
Adriana Menezes da Costa
Aline Maria Barbosa Cavalcante
Ana Maria de Andrade Lira
Antenor Fernandes Mendes
Antonio Anglada Casanovas
Antonio Carlos de Magalhães Portela
Antonio Lages Alves
Antônio Newton Soares Timbó
Antonio Vieira de Araújo
Artur Pereira e Silva
Artur Wagner Vasconcelos Nery
Ary Silvério Reis de Souza
Carlos Alberto Soares
Carlos Maurício de Castro Costa
Cecília Braga de Azevedo
César Augusto de Lima e Forti
Clóvis Rodrigues Viana Filho
Diana de Sá Pereira Barreira
Edson Menezes da Nóbrega
Eleonora Pires de Almeida
Elenita Maria Pinheiro da Fonseca
Emanuel Ponte Frota Neves
Ercílio Guimarães do Nascimento
Fernando Antônio da Rocha Carvalho
Francisco Afrânio Gomes Pereira
Francisco Álvaro de Andrade Neto
Francisco Daniel Neto
Francisco José Batista da Silva
Francisco Sisvilan de Morais Coimbra
Francisco Valdenor Barbosa
Frederico Augusto de Lima e Silva
Getúlio Nunes do Rêgo
Haroldo Heitor Ribeiro
Hugo Lopes de Mendonça Júnior
Imeuda Maria de Almeida Carvalho
Jorge Washington Rebouças Chagas
José Gilbert Angelim Rocha
José Hildebrando Guedes Montenegro
José Joaquim Oliveira Monte
José Luiz da Paz
José Lustosa Elvas Parente
José Maria de Vasconcelos
José Nilo Dourado
José Rocélio de Lima
José Roosevelt Norões Luna
José Tarcísio Diniz
José Tocantins Viana
José Vileimar Gonçalves
José Wilson Rocha
Jucionou Coelho Silva
Lúcia Maria de Alcântara
Luciano Alves Façanha
Luiz Arnaldo Rodrigues dos Santos
Maria Alice Pessoa de Magalhães
Maria Auxiliadora Bezerra
Maria Célia Ciarlini Teixeira
Maria de Fátima Vasconcelos Teixeira
Maria José Sales Calado
Maria Leni do Monte
Maria Lery Soares
Maria Regina Saraiva Teixeira
Maria do Socorro Bezerra Barbosa
Maria do Socorro Madeiro Couto
Maria do Socorro Távora de Souza
Maria Tereza de Melo Cerqueira
Mário Mamede Filho
Maura Maria Araújo Bezerra
Maureen Schwartz
Melkon Fermanian
Miguel Nilton de Oliveira
Nelson José Cunha
Neusa de Melo Ferreira
Nilce de Matos Nunes
Noelma Pessoa de Magalhães
Núbia Martins
Otaviano Benevides de Alencar Araripe
Otoni Cardoso do Vale
Paulo Cid Torres da Silva
Raimunda Margarete de Oliveira Fichera
Raimundo Ozildo Rocha de Aragão
Regina Alice Freire Coutinho
Roberto Barreto Marques
Roberto Bruno Filho
Roberto Misici
Sheila Machado Rolim
Silvio Roberto Aguiar do Nascimento
Sônia Maria Carneiro de Mesquita Lôbo
Vera Lúcia Benevides Leite
Vilani Oliveira Siqueira
Vera Lúcia Benevides Leite
Zélia Maria de Oliveira
Fonte
Convite para as solenidades de formatura dos doutorandos de 1971. Algumas pequenas correções de nomes foram feitas baseadas em consultas feitas ao site do CFM e ao Google.
MÉDICOS FORMADOS PELA UFC EM 1971
No início do ano letivo de 1966, selecionados pelo exame vestibular da Universidade Federal do Ceará (UFC) de dezembro de 65, estávamos reunidos em um auditório da Faculdade de Medicina para a aula inaugural de nosso curso de graduação. Éramos cem alunos, em maior parte nascidos no Ceará, jovens e com a predominância numérica do gênero masculino. Começávamos ali a dar os primeiros passos de um projeto comum que nos conduziria à profissão médica.
Em nossos tempos iniciais na Faculdade, escolhemos os representantes da turma para as várias disciplinas do primeiro ano e, obviamente, o nome pelo qual a nossa turma seria designada. Por aclamação, foi escolhido o nome de Andreas Vesalius, o médico belga que é considerado o “pai da anatomia moderna”. Vesalius foi o autor do "De Humani Corporis Fabrica", um atlas de anatomia publicado em 1543. Sobre a escolha de seu nome para a designação da turma, aparentemente pesou a circunstância de ser a Anatomia, dentre as disciplinas do primeiro ano, a que mais nos empolgava.
Andreas Vesalius foi, sem dúvida, merecedor de nossa homenagem, àquele momento. Esse rótulo serviu para manter a coesão da turma, em torno da proposta de fazer uma excursão, em ônibus fretado, até o Uruguai e a Argentina, conhecendo também outros estados brasileiros. Quando chegamos ao Internato, ao ensejo da preparação do convite de formatura, houve a decisão de adotar o nome de Carlos Chagas para designar a nossa turma, como forma de prestigiar o grande médico e cientista brasileiro.
A propósito das cadeiras, além da Anatomia, estudaríamos ao longo do primeiro ano: Histologia e Embriologia, Bioquímica e Estatística; e, durante o segundo ano: Fisiologia, Psicologia, Bioquímica II, Biofísica e Medicina Preventiva. Eram todas essas cadeiras anuais.
A partir do terceiro ano letivo, e prolongando-se a situação até o quinto ano, a nossa turma foi dividida por ordem alfabética em duas subturmas. Uma divisão que se fazia para atender ao caráter semestral das cadeiras (que passariam a ser trocadas, entre os dois grupos, no meio de cada ano). Bem, não há como negar que essa partição, imposta pela configuração da grade curricular, não tenha de algum modo afetado o grau de convivência entre nós.
Foram muitas as cadeiras por que passamos na Faculdade. Na terceira série: Clínica Médica I, Psiquiatria I, Anatomia e Fisiologia Patológicas, Parasitologia, Microbiologia e Imunologia, Medicina Preventiva, Farmacologia e Terapêutica Experimental. Na quarta série: Clínica Médica II, Dermatologia, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Clínica Radiológica, Psiquiatria II, Cirurgia Geral I, Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Puericultura. Na quinta série: Cirurgia Geral II, Urologia, Traumatologia e Ortopedia, Medicina Legal e Deontologia, Organização e Administração de Saúde, Clínica Médica III, Neurologia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia.
Em 1971, as duas subturmas foram reagrupadas e, a seguir, divididas em três subturmas. Para que cumpríssemos o ano de internato, o qual se estendeu de janeiro a dezembro, nas vagas de estágios disponibilizadas por três instituições: Hospital das Clínicas (com a Maternidade Escola Assis Chateaubriand), Hospital Geral de Fortaleza e Hospital Geral Dr. César Cals.
Neste último ano de Faculdade, não fazíamos mais provas parciais de conhecimento nem trabalhos individuais; recebíamos conceitos. Conforme o desempenho que apresentávamos em estágios por quatro setores: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Clínica Pediátrica e Clínica Obstétrica. Cabia a cada interno escolher a clínica de sua preferência, na qual passaria um período de seis meses, ficando reservado o tempo restante do internato para os estágios de dois meses nas outras três clínicas. A mais, havia a nos atazanar, com suas palestras e visitas a instituições, a extemporânea cadeira de Estudos de Problemas Brasileiros (Moral e Cívica): uma imposição do regime autoritário do país à Universidade.
Ao longo de nossa graduação, tivemos perdas de alguns colegas. Nenhuma delas, felizmente, por infortúnio que ceifasse vida. Foram colegas que deixaram a turma por motivos particulares, transferência e insuficiência no rendimento acadêmico. Um destes colegas, registre-se aqui, foi o nosso queridíssimo colega Francisco das Chagas Dias Monteiro, o Chico Passeata, que teve de interromper o curso por perseguição ideológica. Em contrapartida, outros colegas se juntaram a nós por transferência, reabertura de matrícula e repetição de ano acadêmico.
Feitas as contas de saída, somamos 97 formandos em nossa colação de grau a 18 de dezembro de 1971. Os ínclitos professores João Barbosa Pires de Paula Pessoa e Raimundo Porfírio Sampaio Neto foram respectivamente o patrono e o paraninfo da Turma Carlos Chagas, a 19ª turma de medicina da Universidade Federal do Ceará - a nossa turma!
De nossa formatura até os dias atuais, já se vão 40 anos. Quatro décadas no exercício da difícil arte de aliviar e curar! Vários colegas nossos já partiram (estão encantados, no poético dizer de Guimarães Rosa). E, ao evocarmo-los, dá-se que somos assolados por uma imenso sentimento de saudade. Não, não há como retornamos às passadas águas do rio de Heráclito. Continuemos, pois, a homenageá-los com o nosso trabalho e durante nossas vidas.
Em nossos tempos iniciais na Faculdade, escolhemos os representantes da turma para as várias disciplinas do primeiro ano e, obviamente, o nome pelo qual a nossa turma seria designada. Por aclamação, foi escolhido o nome de Andreas Vesalius, o médico belga que é considerado o “pai da anatomia moderna”. Vesalius foi o autor do "De Humani Corporis Fabrica", um atlas de anatomia publicado em 1543. Sobre a escolha de seu nome para a designação da turma, aparentemente pesou a circunstância de ser a Anatomia, dentre as disciplinas do primeiro ano, a que mais nos empolgava.
Andreas Vesalius foi, sem dúvida, merecedor de nossa homenagem, àquele momento. Esse rótulo serviu para manter a coesão da turma, em torno da proposta de fazer uma excursão, em ônibus fretado, até o Uruguai e a Argentina, conhecendo também outros estados brasileiros. Quando chegamos ao Internato, ao ensejo da preparação do convite de formatura, houve a decisão de adotar o nome de Carlos Chagas para designar a nossa turma, como forma de prestigiar o grande médico e cientista brasileiro.
A propósito das cadeiras, além da Anatomia, estudaríamos ao longo do primeiro ano: Histologia e Embriologia, Bioquímica e Estatística; e, durante o segundo ano: Fisiologia, Psicologia, Bioquímica II, Biofísica e Medicina Preventiva. Eram todas essas cadeiras anuais.
A partir do terceiro ano letivo, e prolongando-se a situação até o quinto ano, a nossa turma foi dividida por ordem alfabética em duas subturmas. Uma divisão que se fazia para atender ao caráter semestral das cadeiras (que passariam a ser trocadas, entre os dois grupos, no meio de cada ano). Bem, não há como negar que essa partição, imposta pela configuração da grade curricular, não tenha de algum modo afetado o grau de convivência entre nós.
Foram muitas as cadeiras por que passamos na Faculdade. Na terceira série: Clínica Médica I, Psiquiatria I, Anatomia e Fisiologia Patológicas, Parasitologia, Microbiologia e Imunologia, Medicina Preventiva, Farmacologia e Terapêutica Experimental. Na quarta série: Clínica Médica II, Dermatologia, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Clínica Radiológica, Psiquiatria II, Cirurgia Geral I, Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Puericultura. Na quinta série: Cirurgia Geral II, Urologia, Traumatologia e Ortopedia, Medicina Legal e Deontologia, Organização e Administração de Saúde, Clínica Médica III, Neurologia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia.
Em 1971, as duas subturmas foram reagrupadas e, a seguir, divididas em três subturmas. Para que cumpríssemos o ano de internato, o qual se estendeu de janeiro a dezembro, nas vagas de estágios disponibilizadas por três instituições: Hospital das Clínicas (com a Maternidade Escola Assis Chateaubriand), Hospital Geral de Fortaleza e Hospital Geral Dr. César Cals.
Neste último ano de Faculdade, não fazíamos mais provas parciais de conhecimento nem trabalhos individuais; recebíamos conceitos. Conforme o desempenho que apresentávamos em estágios por quatro setores: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Clínica Pediátrica e Clínica Obstétrica. Cabia a cada interno escolher a clínica de sua preferência, na qual passaria um período de seis meses, ficando reservado o tempo restante do internato para os estágios de dois meses nas outras três clínicas. A mais, havia a nos atazanar, com suas palestras e visitas a instituições, a extemporânea cadeira de Estudos de Problemas Brasileiros (Moral e Cívica): uma imposição do regime autoritário do país à Universidade.
Ao longo de nossa graduação, tivemos perdas de alguns colegas. Nenhuma delas, felizmente, por infortúnio que ceifasse vida. Foram colegas que deixaram a turma por motivos particulares, transferência e insuficiência no rendimento acadêmico. Um destes colegas, registre-se aqui, foi o nosso queridíssimo colega Francisco das Chagas Dias Monteiro, o Chico Passeata, que teve de interromper o curso por perseguição ideológica. Em contrapartida, outros colegas se juntaram a nós por transferência, reabertura de matrícula e repetição de ano acadêmico.
Feitas as contas de saída, somamos 97 formandos em nossa colação de grau a 18 de dezembro de 1971. Os ínclitos professores João Barbosa Pires de Paula Pessoa e Raimundo Porfírio Sampaio Neto foram respectivamente o patrono e o paraninfo da Turma Carlos Chagas, a 19ª turma de medicina da Universidade Federal do Ceará - a nossa turma!
De nossa formatura até os dias atuais, já se vão 40 anos. Quatro décadas no exercício da difícil arte de aliviar e curar! Vários colegas nossos já partiram (estão encantados, no poético dizer de Guimarães Rosa). E, ao evocarmo-los, dá-se que somos assolados por uma imenso sentimento de saudade. Não, não há como retornamos às passadas águas do rio de Heráclito. Continuemos, pois, a homenageá-los com o nosso trabalho e durante nossas vidas.
Paulo Gurgel Carlos da Silva
Nota: o colega Francisco das Chagas Dias Monteiro faleceu em 12/08/2011 (pouco mais de um mês após haver sido este artigo publicado) e a ele rendemos nossas homenagens póstumas.
RAFINHA 2.0

O aniversário é hoje (dia 3), mas a comemoração será em Fortaleza somente no dia 10, no Buffet Golden Kids. Os avós Celso e Emília, a tia Tatiana e os padrinhos Meuris e Laerte virão de Campinas (SP) para a festa do Rafa.
Aqui, as tias Larissa e Vanessa aguardam ansiosamente a chegada do sobrinho.
Márcia Gurgel
JUNHO DE 2011
- Da agenda de Marcelo Gurgel: Dia 8, palestra sobre "A HISTÓRIA DO ENSINO DA ENFERMAGEM NO CEARÁ", no Auditório da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFC, como atividade da reunião científica mensal da Academia Cearense de Medicina. Dias 17 e 18, presença em Pacoti-CE para participar de um seminário pedagógico do Curso de Medicina da UECE, que ocorreu na Estação Ecológica da UECE, nessa aprazível cidade serrana.
- Da agenda de Paulo Gurgel: Dia 18, palestra sobre"SILICOSE"na ACEMT - Associação Cearense de Medicina do Trabalho. Dia 21, presença no Hospital de Messejana, atendendo a convite de sua direção clínica, para participar de uma sessão especial dedicada ao 1º. transplante pulmonar realizado no Ceará.
- Aniversariantes de JULHO: (3) Rafael, filho de Melissa e Fernando; (9) Marta, filha de Germano Gurgel e Maysa Portanski; (10) Leonardo, filho de Marta Gurgel e João Evangelista; (17) Magna Gurgel; (23) Sérgio, filho de Sérgio Gurgel e Solange Quezado.
A PRAÇA E O VENTO
Houve um tempo na mui leal e heróica cidade de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção em que os rapazes ficavam na Praça do Ferreira à espera do vento que levantava as saias das moças.
ANIVERSÁRIOS
Eu nunca tive uma boa memória para guardar os dias de aniversários das pessoas. A começar pela data do meu próprio aniversário, a qual somente a custo consegui gravá-la na memória. Recordo que meus pais, no dia certo do ano, promoviam uma festa em que eu recebia presentes e apagava as velas de um bolo confeitado, enquanto todos cantavam o "répi bírdei tuiú"... E assim, mediante o emprego desse recurso pedagógico, eles iam paulatinamente me incutindo a noção do tal dia. Que era meu, porém não exclusivamente.
Na quadra ginasiana, transcorrida no Colégio Cearense, descobri que o dividia com o Padre Champagnat. E, por martelão que eu fosse, a descoberta do fato deve ter sido um beato remédio para a memória. Porque aí parei de amnesiar a data.
Mas, começou a complicar quando a família foi crescendo, um monte de irmãos "pelaí" com datas a serem guardadas na memória... Afora pais, avós, tios e agregados cujas datas natalícias não podim ser por mim esquecidas, sob a pena de receber um bem dosado puxão de orelhas. Em virtude (bote virtude nisso!) de que eles jamais esqueciam a minha data magna. E, por conseguinte, cada um se fazia merecedor em sua "folhinha" dos... cumprimentos de estilo!... Mas deixe que o destaque ficava para a Tia Rita que, contrastando comigo, tinha uma memória prodigiosa para as datas em geral (de quando o abacateiro foi plantado no quintal, de quando a gata amarela teve os gatinhos etc.).
Muita vez, uma irmã havida como dileta se chegava a mim e o seguinte diálogo acontecia. Sabe que dia é hoje? sei lá, eu faço anos, ah é?... Uma rebordosa, ô meu irmão (que não é de sangue)! E eu, para não grilar com essas frequentes falh( )s da memória, fui ficando cínico no pior sentido da palavra. Embora com a cisma de que um caldo de cabeça de peixe, tomado na véspera, pudesse ajudar (mas, diabos, quando era a véspera?). Então, na prática, não ajudava. E, com outros assuntos prioritários para cuidar, lá ia eu esfalfar os meus neurônios! Pois deles, por sinal, muitíssimo já estava precisando para a decoreba escolar.
Um dia casei. E introduzi em minha vida uma mulher que tem quatro datas, a saber: o dia em que nos conhecemos, o dia em que nos casamos no civil, o dia em que nos conhecemos no religioso e, é claro, o aniversário dela! Tirando o casamento religioso, que aconteceu no Dia do Médico (ambos somos isso!), nenhum outro dia coincide com algo marcante do calendário oficial de eventos. E o conjunto dessas datas, com a exceção já apontada, vem a ser uma carga mnemônica excessiva para quem é desligado no assunto em questão.
E repare que eu não toquei no Dia dos Namorados que, lato sensu, não é apenas relativo aos seres que andam pelo mundo em requestos e galanteios. O dia consta que é também para ser comemorado pelos que já fizeram, ao pé do altar, a jura de semper fidelis. Apesar de que, para mim, a lembrança desta data não é jamais um problema. O comércio, através de todos os meios de comunicação existentes, encarrega-se de me avisar. Não esquecendo, porém, o comércio de espicaçar a fera consumista que me habita o imo profundo, ser humano que sou.
É verdade que um ramalhete de flores chegando pela manhã pode salvar o dia. Quando o dia é aniversário da mulher e o ramalhete, bem... é uma medida promocional de uma revendedora de automóveis! Mas, desde que o mimo consiga alertar o desligado que ela tem em casa, a tempo de o seu natalício ser devidamente festejado, tudo bem. O ruim é quando, por falta desse detalhe salvador, o desligado só se dá conta nos, digamos, rescaldos da data. Depois que ela, a cara-metade, lá com sua enorme razão, até já dardejou um "sabe que dia foi ontem?". E ele, a seguir, se lembrando de que a culpa foi da revendedora de automóveis...
Ah, mulher é interessante! Gosta de ter o aniversário lembrado, mas não da idade que está a fazer... E a minha cara-metade, não fugindo dessa regra, é apenas uma mulher do seu tempo.
Na quadra ginasiana, transcorrida no Colégio Cearense, descobri que o dividia com o Padre Champagnat. E, por martelão que eu fosse, a descoberta do fato deve ter sido um beato remédio para a memória. Porque aí parei de amnesiar a data.
Mas, começou a complicar quando a família foi crescendo, um monte de irmãos "pelaí" com datas a serem guardadas na memória... Afora pais, avós, tios e agregados cujas datas natalícias não podim ser por mim esquecidas, sob a pena de receber um bem dosado puxão de orelhas. Em virtude (bote virtude nisso!) de que eles jamais esqueciam a minha data magna. E, por conseguinte, cada um se fazia merecedor em sua "folhinha" dos... cumprimentos de estilo!... Mas deixe que o destaque ficava para a Tia Rita que, contrastando comigo, tinha uma memória prodigiosa para as datas em geral (de quando o abacateiro foi plantado no quintal, de quando a gata amarela teve os gatinhos etc.).
Muita vez, uma irmã havida como dileta se chegava a mim e o seguinte diálogo acontecia. Sabe que dia é hoje? sei lá, eu faço anos, ah é?... Uma rebordosa, ô meu irmão (que não é de sangue)! E eu, para não grilar com essas frequentes falh( )s da memória, fui ficando cínico no pior sentido da palavra. Embora com a cisma de que um caldo de cabeça de peixe, tomado na véspera, pudesse ajudar (mas, diabos, quando era a véspera?). Então, na prática, não ajudava. E, com outros assuntos prioritários para cuidar, lá ia eu esfalfar os meus neurônios! Pois deles, por sinal, muitíssimo já estava precisando para a decoreba escolar.
Um dia casei. E introduzi em minha vida uma mulher que tem quatro datas, a saber: o dia em que nos conhecemos, o dia em que nos casamos no civil, o dia em que nos conhecemos no religioso e, é claro, o aniversário dela! Tirando o casamento religioso, que aconteceu no Dia do Médico (ambos somos isso!), nenhum outro dia coincide com algo marcante do calendário oficial de eventos. E o conjunto dessas datas, com a exceção já apontada, vem a ser uma carga mnemônica excessiva para quem é desligado no assunto em questão.
E repare que eu não toquei no Dia dos Namorados que, lato sensu, não é apenas relativo aos seres que andam pelo mundo em requestos e galanteios. O dia consta que é também para ser comemorado pelos que já fizeram, ao pé do altar, a jura de semper fidelis. Apesar de que, para mim, a lembrança desta data não é jamais um problema. O comércio, através de todos os meios de comunicação existentes, encarrega-se de me avisar. Não esquecendo, porém, o comércio de espicaçar a fera consumista que me habita o imo profundo, ser humano que sou.
É verdade que um ramalhete de flores chegando pela manhã pode salvar o dia. Quando o dia é aniversário da mulher e o ramalhete, bem... é uma medida promocional de uma revendedora de automóveis! Mas, desde que o mimo consiga alertar o desligado que ela tem em casa, a tempo de o seu natalício ser devidamente festejado, tudo bem. O ruim é quando, por falta desse detalhe salvador, o desligado só se dá conta nos, digamos, rescaldos da data. Depois que ela, a cara-metade, lá com sua enorme razão, até já dardejou um "sabe que dia foi ontem?". E ele, a seguir, se lembrando de que a culpa foi da revendedora de automóveis...
Ah, mulher é interessante! Gosta de ter o aniversário lembrado, mas não da idade que está a fazer... E a minha cara-metade, não fugindo dessa regra, é apenas uma mulher do seu tempo.
PINTANDO COM AREIA

Em Goiás Velho, Goiás, conheci uma artista, Goiandira do Couto, que usa areia em suas pinturas. Segundo ela, apenas as tonalidades naturais (551 variações) da areia que recolhe na região.
A cidade vale uma visita. Ver as obras da artista vale várias. FGF
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Fernando Gurgel Filho com a artista Goiandira |
O INSTITUTO PADRE ANCHIETA
Fundado e dirigido por meu pai, Professor Luiz Carlos da Silva, existiu em Otávio Bonfim o Instituto Padre Anchieta. Nas décadas de 1950 e 60, era a única escola privada no bairro. E o imóvel em que funcionou, situado na Justiniano de Serpa, nº 53, não mais existe por ter sido recentemente demolido para o alargamento da rua.
Vicente de Moraes, em duas passagens de seu livro "Anos Dourados em Otávio Bonfim", dá destaque ao papel do Instituto e homenageia o seu fundador:
"Moravam em Otávio Bonfim famílias de mais alta tradição, bem estruturadas e organizadas, fortalecidas com a presença da igreja formando uma comunidade cristã sadia. A moral e o respeito, a educação e os bons costumes, a hierarquia e os direitos eram bases fundamentais adotadas por nossos pais, constituindo um lar unificado. Os jovens, rapazes e moças, a partir do catecismo, cruzada e guarda de honra, muito devem à igreja, especialmente ao Frei Teodoro, a quem somos eternamente agradecidos. As escolas também tinham uma participação ativa junto à família. Presto uma homenagem justa ao Instituto Padre Anchieta, na pessoa de seu diretor, o professor Luiz Carlos da Silva, carinhosamente Seu Silva. Todos que estudaram no Instituto Padre Anchieta, além de uma boa formação, com certeza fizeram um ótimo primário e conseguiram brilhantemente chegar ao sucesso. No ensino, o Seu Silva se apresentava como um verdadeiro substituto dos familiares de seus alunos. A ele, o nosso reconhecimento."
"INSTITUTO PADRE ANCHIETA: o Instituto Padre Anchieta era dirigido por Seu Silva. Tinha como professores seus irmãos Zé Carlos, Rita e Eugênia. A austeridade e a disciplina credenciavam nossa escola, que contribuiu moral e civicamente para a formação dos jovens que lá estudaram. a abnegação e a seriedade adotadas pela família Silva tranquilizavam as famílias do bairro. Faço questão de homenagear o Dr. Luiz Carlos da Silva, brilhante advogado trabalhista e uma enciclopédia ambulante em conhecimentos gerais."
MORAES, VICENTE de Paula Falcão. Anos Dourados em Otávio Bonfim: À Memória de Frei Teodoro. Fortaleza, IURIS, 1998.
Vicente de Moraes, em duas passagens de seu livro "Anos Dourados em Otávio Bonfim", dá destaque ao papel do Instituto e homenageia o seu fundador:
"Moravam em Otávio Bonfim famílias de mais alta tradição, bem estruturadas e organizadas, fortalecidas com a presença da igreja formando uma comunidade cristã sadia. A moral e o respeito, a educação e os bons costumes, a hierarquia e os direitos eram bases fundamentais adotadas por nossos pais, constituindo um lar unificado. Os jovens, rapazes e moças, a partir do catecismo, cruzada e guarda de honra, muito devem à igreja, especialmente ao Frei Teodoro, a quem somos eternamente agradecidos. As escolas também tinham uma participação ativa junto à família. Presto uma homenagem justa ao Instituto Padre Anchieta, na pessoa de seu diretor, o professor Luiz Carlos da Silva, carinhosamente Seu Silva. Todos que estudaram no Instituto Padre Anchieta, além de uma boa formação, com certeza fizeram um ótimo primário e conseguiram brilhantemente chegar ao sucesso. No ensino, o Seu Silva se apresentava como um verdadeiro substituto dos familiares de seus alunos. A ele, o nosso reconhecimento."
Páginas 30-31. Capítulo III - "O centro do bairro".
"INSTITUTO PADRE ANCHIETA: o Instituto Padre Anchieta era dirigido por Seu Silva. Tinha como professores seus irmãos Zé Carlos, Rita e Eugênia. A austeridade e a disciplina credenciavam nossa escola, que contribuiu moral e civicamente para a formação dos jovens que lá estudaram. a abnegação e a seriedade adotadas pela família Silva tranquilizavam as famílias do bairro. Faço questão de homenagear o Dr. Luiz Carlos da Silva, brilhante advogado trabalhista e uma enciclopédia ambulante em conhecimentos gerais."
Páginas 226-229. Capítulo XVI - "As ruas e as famílias do bairro".
MORAES, VICENTE de Paula Falcão. Anos Dourados em Otávio Bonfim: À Memória de Frei Teodoro. Fortaleza, IURIS, 1998.
MAIO DE 2011
- A psicanalista Sônia Lobo reuniu em seu apartamento, na noite do 13, um grupo de colegas médicos formados pela UFC em 1971. Presentes: José Roosevelt e esposa, Ana Maria Lira, Francisco Colares e esposa, Jucionou Coelho, Roberto Misici e esposa, e Paulo Gurgel. Na pauta do encontro, a troca de ideias sobre a programação da festa do 40º ano de formatura da Turma Andreas Vesalius.
- No Centro Cultural Oboé, dia 19, Marcelo Gurgel realizou a noite de autógrafos de seu 60º livro: “Embates & Combates: por boas e intrigantes causas”. O autor e o livro lançado foram apresentados pelo escritor e membro da Academia Cearense de Letras, Prof. José Maria Barros Pinho.
- Aniversariantes de JUNHO: (3) Larissa, filha de Fernando e Márcia; (6) Paulo Gurgel e Natália, filha de Paulo e Elba; (25) Elza Gurgel; (30) Germana, filha de Sérgio e Solange.
A AULA INAUGURAL DA UNILAB
A aula inaugural da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), segunda universidade federal instalada no Ceará, foi proferida hoje (25/05), às 10 horas, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no Campus da Liberdade, município de Redenção.
A partir deste evento, a Unilab, instituição criada pela Lei Federal nº. 12.289, de 20 de julho de 2010, começa suas atividades de ensino superior e de intercâmbio com estudantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa: Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor Leste.
A escolha de Redenção para sediar a Unilab, um palco de cooperação internacional entre países lusófonos (sendo africanos, cinco deles), é um merecido reconhecimento ao município cearense que primeiro libertou os escravos no Brasil.
A partir deste evento, a Unilab, instituição criada pela Lei Federal nº. 12.289, de 20 de julho de 2010, começa suas atividades de ensino superior e de intercâmbio com estudantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa: Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor Leste.
A escolha de Redenção para sediar a Unilab, um palco de cooperação internacional entre países lusófonos (sendo africanos, cinco deles), é um merecido reconhecimento ao município cearense que primeiro libertou os escravos no Brasil.
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Sede provisória da Unilab em Redenção |
A PÉROLA DE SURURU
As ostras não são os únicos moluscos que podem produzir pérolas: mexilhões e amêijoas também produzem pérolas, mas esta é uma ocorrência muito mais rara. A maioria das pérolas são produzidas pelas ostras, tanto em ambientes de água doce quanto de água salgada.
A formação de uma pérola natural começa quando uma substância estranha desliza para dentro da ostra, entre o manto e a concha, o que irrita o manto. A reação natural da ostra é cobrir esta irritação para se proteger. O manto cobre a irritação com camadas da mesma substância (madrepérola), que é usada para criar a concha. Isto eventualmente forma uma pérola.
Portanto, uma pérola é uma substância estranha coberta com camadas de madrepérola. A maioria das pérolas que vemos nas joalherias são objetos bem redondos, e são as mais valiosas. Nem todas as pérolas se saem tão bem assim. Algumas pérolas possuem um formato irregular - estas são chamadas pérolas barrocas. As perolas, como você provavelmente já notou, apresentam-se com as mais diferentes cores.
À relação dos moluscos formadores de pérolas devemos acrescentar também o sururu. A partir da experiência por que passou o genealogista e historiador Ormuz Simonetti ao se deliciar com um caldo de sururu.
Bem, deixemos que ele mesmo descreva como encontrou essa pérola:
A formação de uma pérola natural começa quando uma substância estranha desliza para dentro da ostra, entre o manto e a concha, o que irrita o manto. A reação natural da ostra é cobrir esta irritação para se proteger. O manto cobre a irritação com camadas da mesma substância (madrepérola), que é usada para criar a concha. Isto eventualmente forma uma pérola.
Portanto, uma pérola é uma substância estranha coberta com camadas de madrepérola. A maioria das pérolas que vemos nas joalherias são objetos bem redondos, e são as mais valiosas. Nem todas as pérolas se saem tão bem assim. Algumas pérolas possuem um formato irregular - estas são chamadas pérolas barrocas. As perolas, como você provavelmente já notou, apresentam-se com as mais diferentes cores.
À relação dos moluscos formadores de pérolas devemos acrescentar também o sururu. A partir da experiência por que passou o genealogista e historiador Ormuz Simonetti ao se deliciar com um caldo de sururu.
Bem, deixemos que ele mesmo descreva como encontrou essa pérola:
"Estávamos em animada conversa quando foi servido o caldinho de sururu ao leite de coco. Logo na primeira porção que me foi servida, mastiguei algo estranho. A princípio pensei tratar-se de uma pedra e temi pela possibilidade de ter quebrado algum dente. Mas, ao colocar a mão na boca e retirar aquele corpo estranho, surgiu diante dos meus olhos algo bem diferente do que esperava ver. Fiquei observando na ponta de meu dedo indicador uma bela e minúscula pérola. A princípio não acreditei no que meus olhos viam, ao tempo que meu cérebro insistia no que me recusava a acreditar. Até aquela data nunca tinha ouvido falar que alguém tivesse encontrado uma pérola dentro de um marisco, mesmo porque não era de meu conhecimento que fosse possível encontrar pérolas dentro desses moluscos. Sempre ouvia falar que elas são encontradas dentro de ostras."
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A PÉROLA RARA DE ORMUZ |
GURGEL - ESPECULAÇÕES SOBRE A ORIGEM DO SOBRENOME
A família Gurgel no Brasil, segundo diversos autores, teve início com a vinda de Tous-Saint Gurgel para o nosso país, em 1595. Aqui, o corsário francês casou-se com Domingas de Arão Amaral, de família lusitana, no ano de 1598, e desse consórcio nasceram oito filhos.
Sendo filho de pai alemão da região da Baviera, de seu lado paterno o francês Tous-Saint herdou o sobrenome Gurgel.
Em alemão, die Gurgel significa garganta, que tanto pode ser a parte anterior do pescoço (a goela, o mesmo que die Kehle) quanto uma passagem estreita entre montanhas (desfiladeiro). Se o que legou o nome à família foi a remota existência de um Gurgel bom de papo ou de antepassados que viviam em algum desfiladeiro europeu, isso fica com a imaginação de cada um.
O nome Gurgel tem palídromo? Salvo melhor juízo, só existe gurgle, a onomatopeia em inglês para o som que a água faz ao passar por um gargalo.
Um dos sinônimos para garganta é gorja (do francês gorje). Derivaram de gorja: gorjal, gorjeio, gorjeira e gorjeta (a gratificação que se dá ao garçom para molhar a garganta).
Na área farmacêutica, existe um produto à base de cetilpiridínio que se indica para afecções da garganta. Tem o sugestivo nome de... Gurgol.
E, para finalizar, a informação da forma como nossos parentes em Moçambique grafam o sobrenome: Gourgel. A respeito disso já escrevi uma nota aqui no Linha do Tempo.
Sendo filho de pai alemão da região da Baviera, de seu lado paterno o francês Tous-Saint herdou o sobrenome Gurgel.
Em alemão, die Gurgel significa garganta, que tanto pode ser a parte anterior do pescoço (a goela, o mesmo que die Kehle) quanto uma passagem estreita entre montanhas (desfiladeiro). Se o que legou o nome à família foi a remota existência de um Gurgel bom de papo ou de antepassados que viviam em algum desfiladeiro europeu, isso fica com a imaginação de cada um.
O nome Gurgel tem palídromo? Salvo melhor juízo, só existe gurgle, a onomatopeia em inglês para o som que a água faz ao passar por um gargalo.
Um dos sinônimos para garganta é gorja (do francês gorje). Derivaram de gorja: gorjal, gorjeio, gorjeira e gorjeta (a gratificação que se dá ao garçom para molhar a garganta).
Na área farmacêutica, existe um produto à base de cetilpiridínio que se indica para afecções da garganta. Tem o sugestivo nome de... Gurgol.
E, para finalizar, a informação da forma como nossos parentes em Moçambique grafam o sobrenome: Gourgel. A respeito disso já escrevi uma nota aqui no Linha do Tempo.
UMA BIBLIOTECA SEM PORTEIRAS...
Outro dia fui à Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel. Era meu propósito pesquisar se havia em seu acervo o "Porteiras e Currais".
Das mãos de seu autor, o Sr. Miguel Santiago Gurgel do Amaral, eu recebi um exemplar desse livro, ainda na década de 1960. E o mesmo extraviou-se sem que eu o houvesse lido.
Na Biblioteca Pública, a meu pedido, um funcionário pôs-se a pesquisar sobre o livro num computador - por título e por autor. Não, nada constava a respeito dele na Biblioteca.
Já fazia menção de me retirar, quando o funcionário fez sinal para que eu esperasse mais um pouco. E continuou a teclar no computador, dando-me a impressão de que "daquele mato ia sair coelho".
Alguns minutos após, o semblante dele se iluminou. E ele, virando a tela do computador para mim, disse:
- Olhe, achei algo sobre o PORTEIRAS E CURRAIS.
Essa internet...
Das mãos de seu autor, o Sr. Miguel Santiago Gurgel do Amaral, eu recebi um exemplar desse livro, ainda na década de 1960. E o mesmo extraviou-se sem que eu o houvesse lido.
Na Biblioteca Pública, a meu pedido, um funcionário pôs-se a pesquisar sobre o livro num computador - por título e por autor. Não, nada constava a respeito dele na Biblioteca.
Já fazia menção de me retirar, quando o funcionário fez sinal para que eu esperasse mais um pouco. E continuou a teclar no computador, dando-me a impressão de que "daquele mato ia sair coelho".
Alguns minutos após, o semblante dele se iluminou. E ele, virando a tela do computador para mim, disse:
- Olhe, achei algo sobre o PORTEIRAS E CURRAIS.
Essa internet...
ONDE ANDA MARCELO - 4

De lá, enquanto durar a jornada, promete alimentar com postagens o Blog do Marcelo Gurgel.
ABRIL DE 2011
- Dia 13, na sede da Associação dos Servidores Aposentados da Previdência e da Saúde (ASPAS), ao ensejo dos 285 anos de Fortaleza, aconteceu o lançamento da segunda edição do livro “Fortaleza Encantada – Crônicas afetivas sobre a cidade de Fortaleza”, de Nilze Costa e Silva. A obra e a autora foram apresentadas por Marcelo Gurgel.
- Matheus, filho de Érico e Raíssa, fez 5 anos no dia 17. Para comemorar a data, seus pais organizaram um almoço no apartamento em que residem no Meireles. Estiveram presentes em seu aniversário: os avós paternos Paulo e Elba, os avós maternos Marcos e Socorro e os tios Igor e Natália.
- Magna e Dermeval (que deve andar muito satisfeito com as últimas vitórias do Ceará) viajaram para Campinas - SP. Temporada de férias do casal.
- O médico e professor Marcelo Gurgel também esteve em São Paulo. No dia 29, ele participou da banca examinadora de uma tese de doutorado na USP, Campus de Ribeirão Preto.
- Aniversariantes do mês de MAIO: (3) Sérgio Gurgel, (11) Felipe, filho de Marcelo e Fátima, e (16) Lia, filha de Luciano e Elsa.
MINHA CASA, MINHA DÍVIDA - 2
Em minha casa (que eu reconstruía, lembram-se?) no Cambeba, tive que solucionar diversos problemas. Um deles era a pouca iluminação natural que havia na sala principal. Dependia quase que exclusivamente da luz solar que entrava no recinto por uma abertura que existia no teto. A finalidade dessa abertura era permitir o acesso à laje da casa, o que se conseguia fazer após subir por uma escada de ferro em espiral.
Cogitei em fazer uma segunda abertura, na parede do fundo da sala, com a finalidade de corrigir a má iluminação. Só que, por haver um banheiro do outro lado da parede, o plano não pôde ser executado. Optei, então, por criar essa nova abertura no próprio teto, onde coloquei uma espécie de pergolado. A seguir, mandei revestir a tal parede (que eu não podia demolir) com seixos rolados de cor marrom. E com grama e mudas que plantei no chão a casa ganhou o seu jardim-de-inverno.
Vieram as chuvas. Só a primeira delas já danificou completamente a pintura das paredes laterais desse jardim interior. Poupou os seixos rolados (milhões de anos no fundo dos rios deram-lhes tarimba para enfrentar as águas). E o jeito foi chamar o pintor para novamente pintar as paredes. Serviço concluído, uma nova chuvarada fez o jardim-de-inverno retornar ao status quo ante, quer dizer, à situação de pintura estragada.
O pintor admitiu que a causa do problema era a massa corrida. Aplicada nas paredes, para deixá-las bem lisas antes de pintá-las, essa massa, como disse o pintor, "não podia ver água". Sabendo disso, autorizei-o a não usá-la mais. Apenas lixasse as paredes e aplicasse, em seguida, duas ou mais camadas de tinta sobre elas.
Não ficou o mais apurado dos serviços, mas o problema foi resolvido. E olhe que São José do Equinócio mandou fortes chuvas em 1988 e 89, a ponto de, num destes anos, a estação chuvosa ir ao encontro das chuvas do caju.
O que continuava sem solução era outro tipo de problema. Representado pela água das chuvas que se infiltrava na laje e ia pingar no interior do casa através dos pontos de luz - um tormento! Nem pensar em impermeabilizar a placa eu podia, pois o mestre de obras estava a construir sobre ela a Sé de Braga. Enquanto ele não a concluía, eu só podia assuntar o céu, rezar para que não chovesse e, com a leitura de um livro de auto-ajuda, tentar aloprar o menos possível.
Foi essa incômoda realidade que me inspirou a escrever, com a pena da galhofa, a "Goteira d'água". Uma paródia da canção "Gota d'água", do Chico Buarque.
Ora, que o Chico não vá achar isso ruim, porque aí eu mudo a música da "Goteira d'água" (a letra já é mesmo minha), e ele não vai ter mais nenhuma razão para se queixar.
Cogitei em fazer uma segunda abertura, na parede do fundo da sala, com a finalidade de corrigir a má iluminação. Só que, por haver um banheiro do outro lado da parede, o plano não pôde ser executado. Optei, então, por criar essa nova abertura no próprio teto, onde coloquei uma espécie de pergolado. A seguir, mandei revestir a tal parede (que eu não podia demolir) com seixos rolados de cor marrom. E com grama e mudas que plantei no chão a casa ganhou o seu jardim-de-inverno.
Vieram as chuvas. Só a primeira delas já danificou completamente a pintura das paredes laterais desse jardim interior. Poupou os seixos rolados (milhões de anos no fundo dos rios deram-lhes tarimba para enfrentar as águas). E o jeito foi chamar o pintor para novamente pintar as paredes. Serviço concluído, uma nova chuvarada fez o jardim-de-inverno retornar ao status quo ante, quer dizer, à situação de pintura estragada.
O pintor admitiu que a causa do problema era a massa corrida. Aplicada nas paredes, para deixá-las bem lisas antes de pintá-las, essa massa, como disse o pintor, "não podia ver água". Sabendo disso, autorizei-o a não usá-la mais. Apenas lixasse as paredes e aplicasse, em seguida, duas ou mais camadas de tinta sobre elas.
Não ficou o mais apurado dos serviços, mas o problema foi resolvido. E olhe que São José do Equinócio mandou fortes chuvas em 1988 e 89, a ponto de, num destes anos, a estação chuvosa ir ao encontro das chuvas do caju.
O que continuava sem solução era outro tipo de problema. Representado pela água das chuvas que se infiltrava na laje e ia pingar no interior do casa através dos pontos de luz - um tormento! Nem pensar em impermeabilizar a placa eu podia, pois o mestre de obras estava a construir sobre ela a Sé de Braga. Enquanto ele não a concluía, eu só podia assuntar o céu, rezar para que não chovesse e, com a leitura de um livro de auto-ajuda, tentar aloprar o menos possível.
Foi essa incômoda realidade que me inspirou a escrever, com a pena da galhofa, a "Goteira d'água". Uma paródia da canção "Gota d'água", do Chico Buarque.
Ora, que o Chico não vá achar isso ruim, porque aí eu mudo a música da "Goteira d'água" (a letra já é mesmo minha), e ele não vai ter mais nenhuma razão para se queixar.
A ARTE DAS GARRAFAS DE AREIAS COLORIDAS

Em seu blog História e Genealogia, Ormuz Simonetti, que preside o Instituto Norte-Riograndense de Genealogia, publicou, em 09/04/11, A ARTE DA CICLOGRAVURA, um interessante artigo sobre o artesanato das garrafas de areias coloridas.
O artigo, por sua riqueza de informações, passa a ser uma referência indispensável a quem queira se aprofundar no assunto.
Destaco os seus tópicos mais importantes:
- Esta forma de arte é bastante difundida no Nordeste brasileiro, principalmente no Rio Grande do Norte e Ceará, berço de seu criador, onde diversos artesãos ganham seu sustento com a produção e venda dessas peças.
- A confecção de gravuras em garrafas utilizando areias coloridas é também denominada de ciclogravura e surgiu, na década de 1950, na praia de Majorlândia, no Ceará, onde existia uma senhora de nome Joana Carneiro, que enchia garrafas com areias de diversas cores colhidas nos morros da região. E, ao enchê-las, dispunha as cores em formas circulares, com espaços em torno de dois centímetros para cada porção de areia colocada.
- Certa vez, ela enchia um litro com as tais areias quando, momentos antes de concluir o trabalho, o litro virou. Como o recipiente ainda não estava completamente cheio, as areias se projetaram para o lado e, acidentalmente, formou-se um desenho que, aos olhos de um filho presente na ocasião, pareceu uma paisagem.
- O filho dessa senhora se chamava Antônio Eduardo Carneiro que, tempos depois, ficaria conhecido como “Toinho da Areia Colorida” por sua habilidade em "desenhar com areias". Foi o responsável pela criação das primeiras paisagens em garrafas utilizando areias coloridas.
- Apesar da denominação de "garrafas de areias coloridas", outros recipientes também são utilizados na sua confecção como: cálices, tulipas, bojos e vários outros tipos e formas de invólucros, desde que de vidro transparente e sem cor, para que as cores das areias sejam apreciadas com toda fidelidade.
- A grande maioria das areias que são utilizadas nesse trabalho tem sua coloração feita pela natureza. Somente a cor verde e azul é produzida a partir da areia de cor branca, com adição de corantes. Os tons mais claros ou escuros são obtidos a partir da mistura das cores já existentes.
- O preço das peças varia de acordo com o tamanho do recipiente, e também com a complexidade do desenho. Quanto mais elaborado, maior o seu preço. As peças menores custam em torno de R$ 10,00 por unidade. Quanto às maiores, podem chegar a custar até R$ 1.000,00, ou mais.
AGONIA DO CIRCO
Opinião do jornalista Eduardo Fontes ao constatar a falta de espaços públicos, em nossa cidade (sufocada pelo crescimento imobiliário), para a instalação de circos, parques de diversões ou outras atividades congêneres:
"A Fortaleza passada reservava espaços para a instalação de grandes circos, como o Merino, Garcia, Orlando Orfeu e outros. No final da Avenida Duque de Caxias, no Otávio Bonfim, existia amplo espaço para a instalação de grandes circos, os quais atraiam grande afluência de público, diferentemente de hoje, quando rareiam os espaços e, consequentemente, os espetáculos circenses."
Agonia do circo. In: Diário do Nordeste, 07/04/2011
HOMENAGEADOS DO DIA DA IMPRENSA NO CEARÁ
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Márcia Gurgel |
A homenagem conjunta da Câmara Municipal de Fortaleza e da Assembléia Legislativa aconteceu no plenário da Câmara. A indicação dos nomes foi do Sindicato dos Jornalitas Profissionais do Ceará.
No final, Márcia agradeceu em nome dos cinco homenageados e foi servido um coquetel.
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Homenageados (da esquerda para a direita): Frederico Fontenele, Márcia Gurgel, Emília Augusta, Gumercindo Gomes e Paulo Verlaine. |
CONTANDO CAUSOS: DE MÉDICOS E MESTRES

É o título do 59º livro do médico e professor Marcelo Gurgel Carlos da Silva. A obra foi lançada na Unicred Fortaleza, em 01/04/11, com a renda revertida para as ações culturais da Academia Cearense de Medicina, da qual ele é um dos membros.
Uma das muitas histórias contadas nesse livro é a que se encontra abaixo transcrita.
PGCS
CONDUTA CTA
O Professor Geraldo Gonçalves, regente da disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina, era também o responsável pelo Ambulatório dessa especialidade, no Hospital das Clínicas da UFC.
Suas aulas práticas eram muito concorridas, mercê da sua competência e bem-querência, associada ao trato humanitário que dava aos sofridos pacientes que ali chegavam.
Em 1969, Paulo Gurgel, aluno do quarto ano, estreava nesse ambulatório, um serviço caracterizado pela agilidade no atendimento e pelo aprendizado propiciado a vários acadêmicos, simultaneamente, sob a direta orientação do Prof. Geraldo.
Certa vez, depois que o acadêmico Paulo fez a anamnese, o paciente foi examinado pelo professor, sob os olhares atentos dos seus alunos. Concluso o exame físico, o docente indaga ao estudante Paulo:
- Enfim, qual é a sua impressão diagnóstica?
- Penso que, de acordo com a história clínica e também com os achados do exame físico, esse senhor tem artrite reumatóide - respondeu Paulo.
- Parabéns! O seu diagnóstico está correto. Mas qual será a sua conduta nesse caso, meu rapaz?
- Acho que devo prescrever antiinflamatórios e corticóides - explica o estudante.
- Você está no rumo certo; porém, o mais apropriado é a "Conduta CTA" - estimula o professor.
- "Conduta CTA"? Desconheço tal conduta, mestre. É algo novo que ainda não está em nosso livro-texto?
- Isso não é teórico, meu filho; mas, uma questão prática, bem adequada à nossa realidade.
Nisso, o Prof. Geraldo Gonçalves levanta-se e vai até o armário para retirar algumas amostras para entregar ao paciente, e pontifica com toda a sua espirituosidade:
- "Conduta CTA" significa "Conforme Tenha no Armário".
Para bem guardar na lembrança, o querido mestre juntava as amostras grátis, recebidas dos propagandistas de remédios, que, com regularidade, o visitavam em sua clínica particular, para suprir o seu precioso armário do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas, os quais eram dispensados aos enfermos despossuídos. Não era ele um Robin Hood, tirando dos ricos para dar os pobres, mas, movidos por seus caros princípios da caridade cristã, guardava para distribuir com quem nada tinha, o que vinha às suas mãos, de graça e sem nenhum favor.
Marcelo Gurgel
MARÇO DE 2011
- O aniversário natalício de Marcelo Gurgel (dia 13) foi comemorado pela família no restaurante Primo Piato.
- De 18 a 20, Marcelo esteve em Quixadá participando da VI Jornada Interiorana da Sobrames - CE, na qual apresentou três trabalhos. O local do evento foi o Hotel Belas Artes.
- Às 20 horas do dia 25, aconteceu nos jardins da Reitoria da UFC o lançamento do livro “HAROLDO JUAÇABA E SEUS ESCRITOS”. Esta obra, que reúne cinquenta textos não-científicos escritos pelo notável cirurgião, no período de 1948 a 2001, foi editada por Marcelo Gurgel.
- Fortaleza esteve no roteiro da viagem de férias do casal Nelson Cunha e Conchita. Ele, que é médico oftalmologista em João Monlevade - MG, é um dos colaboradores do blog EntreMentes.
- Aniversariantes de ABRIL: (2) Marcela, filha de Sérgio e Solange, (17) Matheus, neto de Paulo e Elba, (18) Mirna e (21) Raíssa, esposa de Érico.
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