FERNANDOS

Dr. Paulo,
Recebi o livro do Dr. Marcelo ("Refazendo o caminho..."), pelo qual agradeço de coração.
Ao ler o livro, descobri na página 123 que os irmãos e irmãs Gurgel Carlos, todos estudaram no Liceu do Ceará.
Como ainda tenho meu convite de formatura do Curso Científico - como se chamava o 2º Grau - descobri que a Márcia Gurgel Carlos da Silva se formou no mesmo ano que eu.
Veja nossos nomes na imagem que anexei.
Grande abraço,
Fernando Gurgel (de Brasília)
N. do E.
Fernando e Márcia constam da relação, li e dou fé. E parece que os Fernandos têm sido frequentes na vida de Márcia Gurgel. Senão, vejamos: o esposo, o sogro (que já faleceu), o genro e você - que foi contemporâneo dela no Liceu do Ceará.
Corrigindo-o: estudaram neste colégio Paulo, Marta, Márcia, Marcelo, Sérgio e Meuris (6 de 11 irmãos).

ZÉ PINTO - 2

"Não se pode aceitar que ele tenha falecido, de fato, em 2004, em Fortaleza, porque até hoje, quando se vê o Dom Quixote feito por ele, fica-se a imaginar, que o grande Zé Pinto continue pedalando sua bicicleta, em busca de moinhos de vento, para verificar, talvez, se há alguma sucata de aço e de sonho sobrando, que ele possa transformar em arte." Marcelo Gurgel
Imagem; Blog do Eliomar
Zé Pinto era o nome artístico do escultor cearense Francisco Magalhães Barbosa (1925-2004). Até 1996, ano em que parou de transformar sucata em arte, ele criou um grande número de esculturas. Muitas delas ainda estão expostas em museus e prédios no Brasil e no exterior.
Tinha o seu ateliê nas proximidades do antigo CPOR, na Avenida Bezerra de Menezes. Num trecho do canteiro central desta avenida, defronte ao ateliê, ficava o "Pintódromo", onde ele exibia suas peças de grande porte.
As peças menores ficavam em exposição em seu ateliê-restaurante. Onde se podia tomar uma cerveja gelada, saborear um tira-gosto regional e atualizar-se sobre o "zepintismo".
O "zepintismo" era o costume que ele tinha de explorar os trocadilhos para criar frases espirituosas. Como estas que se tornaram populares no Ceará:
O humilde não tem hum mil de jeito nenhum.
O martelo prega religião?
Quem tem pouca fé não bebe café.
A mulher quando pede biscoito ela está querendo de novo?
Quem anda na linha o trem pega?
Pegar devia ser com os pés e não com as mãos.
A agulha falou para a linha: ô coisa comprida!     
PGCS
Referências
Revista ARSENAL de Literatura, novembro de 1980
Oboé - Dicionário de Artes Plásticas do Ceará
Wikipédia
ZÉ PINTO, Blog "Linha do Tempo"
O ZÉ PINTO DA SUCATA, "Blog do Marcelo Gurgel" (sendo esta referência, a partir de agora, a fonte de informação mais completa a respeito do artista)

LANÇAMENTO DE "REFAZENDO O CAMINHO"

Ontem, dia 13 /03, às 19h30, no Centro de Formação Pastoral Santa Clara da Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Otávio Bonfim, aconteceu a noite de autógrafos do 65º livro do Dr. Marcelo Gurgel.
A mesa que presidiu o evento foi formada por: pároco Frei Jurandir Caetano, Prof. Dr. Epifânio Menezes, Prof. Dr. Marcelo Gurgel e Dr. Paulo Gurgel, o cerimonialista da solenidade.
O autor e seu livro "Refazendo o caminho: passado e presente de uma família" foram apresentados por Epifânio Menezes de Oliveira, professor da UECE e presidente da Academia Cearense de Medicina Veterinária. Em seguida, houve uma exibição do coral da Paróquia Nossa Senhora das Dores, sob a regência do Prof . Elói. No final, Marcelo Gurgel fez o seu discurso de agradecimento e um coquetel foi servido aos convidados.
Para mais informações sobre a festa de lançamento do livro, sugiro acessar o blog Memórias, da médica e historiadora Ana Margarida Arruda, onde inclusive se encontra uma cobertura fotográfica do evento.
Em tempo
MENSAGEM AO PAULO, MEU PRIMEIRO FILHO, um dos textos do livro "Refazendo o caminho...", de Marcelo Gurgel, com a sua republicação retorna à situação de primeira postagem deste blog (09/10/2007).

ESCRITOR MARCELO GURGEL REÚNE AMIGOS E ADMIRADORES EM NOITE DE AUTÓGRAFOS

Médico e escritor Marcelo Gurgel lança “Refazendo o caminho” que fala de sua trajetória vivida no Bairro Otávio Bonfim
Para lançar o seu 65º livro “Refazendo o Caminho: passado e presente de uma família”, nesta terça-feira (13/03), data também em que completa 59 anos de idade, o médico, professor, pesquisador, escritor Marcelo Gurgel Carlos da Silva escolheu um local que lhe traz recordações lá da infância: o Centro de Formação Pastoral Santa Clara, da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, antiga sede do Cine Familiar, no Bairro Otávio Bonfim. Na noite de autógrafos, marcada para as 19h30, professor Marcelo vai comemorar o passado e o presente num grande encontro com os que o viram crescer, sempre assoberbado de livros, e galgar os diferentes degraus do conhecimento, desde a escola básica até a Faculdade de Medicina da UFC e funções importantes que vem ocupando ao longo da vida. Para os que fizeram parte dessa trajetória, bem como a comunidade acadêmica, amigos e os amantes da literatura, o escritor Marcelo Gugel está convidando para o lançamento do seu livro.
Ao falar sobre a escolha do local para a noite de autógrafo, Marcelo Gurgel disse se tratar de um espaço que preserva uma atmosfera de saudade, permeado pelas mais caras recordações. O autor e sua obra serão apresentados por Epifânio Menezes de Oliveira, médico veterinário e professor universitário, membro da Guarda de Honra paroquiana, da época do Frei Lauro, um indicativo da ratificação da afeição familiar ao bairro que abrigou tantas pessoas dignas e honestas. Segundo Marcelo Gurgel, os exemplares não estarão à venda, porém, acolhe-se a doação de cestas básicas e produtos de cama e mesa para distribuição aos carentes, assistidos pelas Pastorais da Criança e do Idoso, que executam, no Bairro do Otávio Bonfim, um trabalho social da maior importância.
Sobre o Livro
Ao falar sobre o livro, a paroquiana de Nossa Senhora das Dores, Elsie Studart, disse que “A leitura deste livro se faz tanto mais interessante, quanto mais vai sendo aprofundada, aguçando a curiosidade do leitor pelo desdobramento de onze vidas que experimentaram o lado ruim da história, com as dificuldades naturais de uma prole alentada, mas que souberam o que era o “lado bom da coisa”, na medida em que tiraram proveito de tudo o que estava ao seu alcance – educação, principalmente, atingir um patamar grandioso de realização pessoal e profissional.
“Refazendo o caminho” para Elsie Studart, significa, pois, uma volta às origens – o passado, mas já com o delineamento do roteiro da caminhada, cumprido no presente, pondo em destaque até os frutos vingados na nova geração, todos trazendo estampada no peito a marca que caracteriza o grupo familiar: “caminhar em direção ao sonho, mas sem tirar os pés do chão”.
Fonte / Informação
www.uece.br/uece/index.php/lista-de-noticias/2134

ARROZ, FEIJÃO, BUGIGANGAS E SEXO

Carlos José Holanda Gurgel
O velho e abandonado, mas ainda belo centro da nossa capital está totalmente decadente. Não é nenhuma novidade e não temos como negar essa triste constatação. O problema não é somente de Fortaleza. É geral e aflige sem distinção as capitais e a maioria das grandes cidades brasileiras. As regiões centrais, com raríssimas exceções, tornaram-se ao longo das ultimas décadas em antros de marginais e de prostituição. Sem falar na violência, no tráfico e no assustador e crescente consumo de drogas. O comércio, antes rico e variado, tornou-se uma grande feira livre de produtos piratas, importados de baixa qualidade e até mesmo de mercadorias roubadas. Uma legião de camelôs e todo tipo de trabalhadores informais, com suas bancas e seus produtos espalhados nas calçadas, atrapalha o trânsito dos pedestres e infernizam a vida dos poucos comerciantes que ainda sobrevivem na legalidade. Além da concorrência desleal e ilegal deixam para trás montanhas de lixo espalhados nas ruas e calçadas. Mau cheiro, bueiros entupidos, barulho insuportável, furtos frequentes fazem o dia-a-dia dos que são obrigados a circular ou trabalhar no centro. Isso tudo durante o dia. Com a noite a situação piora ainda mais. A insegurança é total e os marginais tomam conta do local, juntos com mendigos, moradores de rua, prostitutas, travestis e todo tipo de excluídos sociais. Uma realidade chocante, de difícil e complexa solução ou mitigação e para a qual os poderes públicos muito pouco ou nada têm feito. A antiga e numerosa clientela assustada pela insegurança se refugiou nos amplos, confortáveis e seguros Shopping Centers. Estes, por sua vez e na grande maioria, instalados em bairros classe média-alta e distantes do velho centro. Em consequência a maioria das lojas fechou e vários prédios foram abandonados ou transformados em estacionamentos ilegais e improvisados. Andar pelas ruas do centro é deprimente. Fazer compras, somente em último caso e se não existir outra opção.
Aparentemente indiferente e em meio a esse quadro de decadência e de graves problemas sociais sobrevive uma forte atividade comercial. Falo do grande comércio de alimentos praticado pelos tradicionais atacadistas da Rua Governador Sampaio. Indiferentes, mas não tanto. Também sofrem com os problemas que atormentam toda região central. Mas permanecem firmes nos seus pontos comerciais por décadas. Vários deles já na terceira geração dos seus fundadores. Um comércio que se iniciou nos primeiros anos do século passado e se fortaleceu após a década de 40, com o fim da 2ª Guerra Mundial. Eram os conhecidos armazéns de secos e molhados e grande parte fundados por emigrantes árabes e sírio-libaneses e alguns portugueses. Os principais focos desse comércio eram os cereais e alimentos em geral, com destaque para o arroz, feijão, açúcar, farinha, alho, óleo e mantimentos diversos. A região da Governador Sampaio e ruas adjacentes, tornou-se o denominado “estômago” da capital. Quase toda alimentação básica da maioria da população da nossa cidade era por lá estocada e comercializada. Os atacados cresceram, as lojas se multiplicaram e diversificaram seus portfólios. Junto com o desenvolvimento do comércio central surgiram dos atacadistas de perfumaria, material escolar, utensílios plásticos e bugigangas incontáveis. O antigo Mercado Central de Fortaleza também se instalou na região e cresceu junto com os atacados. Tornou-se um grande centro de comércio de artesanatos e comidas regionais e ponto turístico famoso da nossa capital. Visita obrigatória de turistas vindos de todos os cantos do país na busca por artesanatos, roupas, rendas e belíssimos bordados vendidos por preços incrivelmente baixos. Os turistas ficavam extasiados com as camisas e toalhas confeccionadas e bordadas à mão, verdadeiras obras-de-arte, comercializadas a preços irrisórios. Porém não faz muito tempo o velho Mercado foi demolido e reconstruído em outro local mais à frente. Encontra-se atualmente instalado num grande e confortável imóvel, mas sem o charme e originalidade da antiga construção.
Sobrevivem no local apenas os velhos e teimosos atacadistas. Somente uns poucos cresceram e tornaram-se grandes distribuidores e juntamente com outros comerciantes bem sucedidos mudaram-se para locais mais estratégicos e de melhor acesso (como a BR-116 na entrada da cidade). Os que lá permaneceram, além de sofrer as agruras e decadência do velho centro, passaram a sofrer a concorrência do varejo e das grandes redes de supermercados. Mesmo com tudo contra, vários atacadistas da Governador Sampaio ainda sobrevivem a essa moderna e ágil forma de comércio e ao poderio econômico dos grandes grupos com suas confortáveis e amplas lojas, espalhadas em quase todos os bairros.
Curiosamente e sem explicações proliferou na região o comércio de bebidas e, como esperado, vieram juntos a malandragem e a prostituição. Bares e cabarés passaram a compor uma estranha vizinhança, em meio aos armazéns e lojas de atacados. E tudo isso ali juntinho da nossa imponente Catedral e da Praça da Sé. Na Rua Conde D’eu, que juntamente com a Gov. Sampaio concentravam os grandes atacadistas, se estabeleceram alguns dos mais famosos cabarés do centro da cidade. Real Drinks, Night and Day, 80, Dione, eram alguns dos bordéis que compunham a paisagem e faziam a estranha convivência dos comércios de alimentos e do sexo. Entre os bordéis se destacava o denominado “80”. O nome “Oitenta” como o local ficou conhecido era uma alusão ao número do imóvel e tornou-se ponto de encontro da boemia e de algumas figuras conhecidas da sociedade nas décadas de 60-70. O imóvel chamava atenção pela porta de entrada, duas bandeirolas que se abriam para os lados, como as famosas entradas dos saloons dos filmes de cowboy e também era conhecido pela beleza das “meninas”. Era um cabaré de luxo e nos seus amplos salões circulavam desde os tradicionais boêmios e políticos conhecidos até maridos dedicados em “escapadas” eventuais. Mas assim como o comércio atacadista nem os cabarés resistiram ao progresso e a evolução dos costumes. O sexo no atacado dos bordéis sucumbiu ao sexo no varejo dos motéis. A grande maioria dos bares também fechou as portas. Atualmente o “comércio do sexo” está restrito a uns poucos motéis, ou melhor, aos pequenos e decadentes hotéis e pensões da região central. Lugares imundos e fonte de proliferação de DST e AIDS, além de servirem como pontos de venda de drogas e refúgio de marginais.
Recordo-me do tempo em que o melhor passeio das famílias, em especial na época do Natal, era “olhar as vitrines” das famosas lojas do centro. Sair passeando pelas calçadas da Rua do Ouvidor (como era conhecida a Guilherme Rocha), indo da Praça José de Alencar até a Praça do Ferreira. Sem susto e sem medo e sem o assédio agressivo dos inúmeros camelôs. As grandes e luxuosas lojas como a Casa Parente, Caso Bicho, Milano, Ocapana, Romcy, Lobrás, entre outras, faliram ou encerram suas atividades. Surgiram inúmeras outras, é verdade, mas sem o charme e o brilho das antigas e tradicionais casas comerciais. Hoje, na grande maioria são lojas quase anônimas, sem nenhuma tradição e com nomes estranhos e sem significado. Mercadorias sem qualidade, produtos falsificados, vendedores despreparados e o péssimo atendimento nas lojas contribuem para afastar os eventuais clientes. Uma realidade que em nada lembra os áureos tempos em que fazer compras no centro era um evento festivo e um passeio ansiosamente aguardado pelas crianças. As drogas, a prostituição homossexual, os roubos e assaltos e a violência generalizada fazem do velho centro um lugar de alto risco e no qual a população cada vez mais evita circular. Uma triste realidade.

A DEMOLIÇÃO DO PRÉDIO DO COLÉGIO JULIA JORGE

Passados cinco anos do encerramento das atividades letivas do Colégio Júlia Jorge, o seu prédio será demolido para dar lugar a quatro torres de apartamentos. Esse centro de formação educacional, situado nas imediações da Igreja São Gerardo, integrante da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (Cnec), foi, nos anos 1960 e 1970, a melhor opção de ensino médio (ginásio e científico) para os jovens da Parquelândia e de bairros adjacentes, como Amadeu Furtado, Parque Araxá, Monte Castelo, Campo do Pio e Otávio Bonfim.


Em seu blog, Marcelo Gurgel, um dos ex-alunos do Colégio Júlia Jorge, lamenta o desparecimento físico da instituição em um artigo no qual afirma:
"Embora não fosse uma edificação cinquentenária, e muito menos tombada, por valor histórico ou cultural, a demolição da nossa escola, em que preciosos anos da juventude de milhares de ex-alunos foram nela vividos, causa intensa consternação, marcando um sentimento de ruptura com as lembranças de tempos juvenis, transformadas em escombros, sepultando as boas recordações vivenciadas naquela casa de aprendizado."
Ler o artigo completo aqui.

O JARDIM JAPONÊS

O Jardim Japonês de Fortaleza, ou Praça Jusaku Fujita, homenageia o primeiro japonês que fixou residência em nossa cidade e, por extensão, a colônia local de origem japonesa. Ocupando uma área de cerca de 1.900 m2, na avenida Beira-Mar, a obra foi inaugurado em 2010 pela Prefeita Louisianne Lins. Toda uma simbologia da cultura japonesa está presente na nova praça: nascente d´água, cascata, rochas, luminárias, tótens, quiosque, esculturas etc.
Jusaku Fujita, o principal homenageado, nasceu em 1907 e chegou ao Ceará em 1923. Rebatizado como Francisco Guilherme Fujita, ocupou-se inicialmente de horticultura, comercializando os seus produtos numa banca do Mercado Central. Do casamento de Francisco Guilherme com a cearense Cosma Moreira, apelidada Neném, emergiu localmente o clã Fujita.
O casal teve 14 filhos, dos quais seis chegaram à vida adulta: Luzia (dentista), Edmar (médico, já falecido), Francisco (dentista, já falecido), João Batista (empresário), Nisabro (engenheiro) e Maria José (professora). Hoje, os Fujita somam cerca de 50 integrantes, entre filhos, netos e bisnetos.
Grande parte de sua vida, Francisco Guilherme dedicou-se ao cultivo e à venda das flores de seu "Jardim Japonês", gleba que possuía na rua Juvenal Galeno (atual avenida Bezerra de Menezes), em Otávio Bonfim.
Ele faleceu em 1997, quando completaria 90 anos.
Para finalizar, transcrevo os trechos finais desta opinião/crônica da jornalista Adísia Sá:
"Com a mulher (Jusaku) trabalhou naquilo que é marca de seu povo: a terra e da terra colheu flores e com flores embelezou e perfumou Fortaleza. Naquela casa todos cuidavam do jardim e vendiam o produto de sua labuta.(...) Vá ao Jardim Japonês (no Meireles) e abra os olhos da alma: Juzaku e Nenen estão cuidando das flores..."

Referências
http://dapraianet.blogspot.com/2008_05_27_archive.html
http://www.eujafui.com.br/3399415-fortaleza/24827-jardim-japones/
http://fortalezaemfotos.blogspot.com/2011/04/jardim-japones-jusaku-fujita.html
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=510211
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2011/06/14/noticiaopiniaojornal,2256198/jardim-japones.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jardim_japon%C3%AAs


Vídeo

O BURACO DO REITOR

Carlos José Holanda Gurgel
Acredito que todo aluno da Universidade Federal do Ceará das últimas três décadas conheceu o Buraco do Reitor. Se não frequentou, ao menos de nome e de fama ouviu falar desse boteco. Se o estudante era "enturmado" e gostava de beber uma cachacinha no final das aulas, com certeza conheceu o Buraco do Reitor. É um daqueles lugares que surgem sem que ninguém possa explica como pode um local sem qualquer graça ser tão conhecido e frequentado.
Tem tudo para não ser nem ao menos lembrado. Fica numa ruazinha transversal, entre duas grandes avenidas quase no centro da cidade (Av. da Universidade e Av. Carapinima). O prédio da mercearia, ou melhor, da bodega do “Seu Manel” é velho, mal conservado e sem a mínima estrutura para abrigar um bar. Pois o Buraco do Reitor fica numa pequena divisão do imóvel, espremido entre a mercearia do seu Manel e uma residência. São duas portas e um balcão de cimento e uma velha prateleira de madeira quase caindo e com umas poucas garrafas de bebida, a maioria cachaça. Cadeiras apenas umas três, reservadas para os frequentadores mais graduados, no caso os que bebem diariamente e em grande quantidade. No mais, apenas cadeiras improvisadas com caixotes ou os chamados tamboretes. A grande maioria fica mesmo é em pé no balcão ou encostado nas paredes, pois o espaço entre o balcão e as estreitas portas da rua é mínimo. Quem desejar alguma privacidade pode ficar na parte dos fundos, em uma pequena divisão atrás das prateleiras. Mas a maioria não interessa ficar isolada nos fundos pois além de perder a conversa e as piadas o reservado fica numa parte escura, úmida e próximo do mictório improvisado e mal-cheiroso. O bom mesmo é beber ao pé do balcão e ficar circulando entre os biriteiros frequentadores.
A fama do local é mesmo inexplicável e o nome deve-se particularmente à sua proximidade do prédio da Reitoria e do campus universitário da UFC. Era no passado uma das poucas mercearias que vendia pinga e tira-gosto na área e ficava escondido num beco de pouco trânsito de pedestres e de carros. A discrição era seu maior atrativo, já que não ficava bem para a imagem dos futuros doutores serem vistos bebendo cachaça em botequim de esquina. Com a mudança de parte da Universidade para o novo Campus do Pici a maioria da clientela de estudantes sumiu. O acelerado crescimento da cidade e as mudanças culturais contribuíram para reduzir a frequência do local. Seu atual proprietário é o Andrade, uma figura impagável. Baixinho, cara fechada e não gosta de dar um bom-dia e não tem nenhuma delicadeza com os clientes. No que pese a sua falta de trato com os fregueses, é respeitado e reverenciado por todos, em especial pelos clientes mais assíduos e chegados ao copo, os chamados "papudinhos". O que diferencia e o que mais chama atenção no Buraco do Reitor é o elevado nível social e cultural dos seus fiéis frequentadores, considerando tratar-se de uma minúscula bodega cravada num bequinho estreito e sem nenhum atrativo. Até mesmo para estacionar o carro no local é complicado. Bebericando no boteco podem ser encontrados médicos, engenheiros, advogados, professores da UFC, funcionários públicos graduados e até militares de folga. Também é reduto de aposentados, pequenos comerciantes locais e vendedores. Uma clientela eclética e que mistura sem qualquer separação ou discriminação todas as classes sociais e profissionais. Uma única restrição: mulheres não frequentam o Buraco. Um destaque: a grande maioria dos fregueses se conhece e o tratamento, como não poderia deixar de ser, é por apelidos. Alguns hilários, outros bizarros e sem explicação, contudo sem nenhuma ofensa ou sentido pejorativo. Pateta, Jabão (meu primo), Coró, Moi de Chifre, Filé de Borboleta, são alguns dos apelidos dos fregueses mais conhecidos. Qualquer insinuação de preconceito ou de humilhação de algum cliente, em especial dos assíduos e fieis "papudinhos", será prontamente rebatida e o autor convidado a se retirar.
O espaço é totalmente democrático e festivo. Discute-se de tudo, prevalecendo logicamente a política e o futebol. Mas o grande mote são os casos amorosos, as conquistas e particularmente as traições. Nesse ponto é onde surgem as melhores piadas e as maiores discussões. Amores, traições, adultérios e tudo que são fatos e histórias envolvendo o tema estão sempre em evidência e é fonte inesgotável de piadas e gozações. Masculinidade, impotência e desempenho sexual completam a pauta. Todos são envolvidos nas histórias e brincadeiras, porém sempre de maneira cômica e sem ofensas. Às vezes, os presentes elegem um pra "Cristo" e tome piada e gozação em cima do pobre coitado. As discussões se acirram, o tom de voz se eleva, entretanto no final termina tudo em gargalhadas e muita bebida. Um fato pitoresco e que chama muito atenção é a maneira original como o proprietário acompanha as doses de bebida servida. Ao invés da tradicional caderneta ou livro, as doses são anotadas por traços na madeira das prateleiras ou até no balcão
com um pedaço de giz. Somente os clientes vip possuem anotações da conta em pedacinhos de papel que ficam literalmente pendurados em um pegador coberto de ferrugem e na vista de todos. Ter crédito no Buraco do Reitor não é para qualquer um e ficar "na pendura" é motivo de orgulho. O variado tira-gosto, que sempre vem de fora, pois o Buraco não tem cozinha, é uma atração à parte. Não pela qualidade, mas pela maneira como é generosamente compartilhado. Pode ser uma simples laranja ou mesmo um limão cortado em pedaços, algumas siriguelas, um bife trinchado ou um frango à passarinha.
Tudo é colocado em cima do balcão e todos os biriteiros podem se servir diretamente. Com as mãos, com palitinhos e até com garfos, qualquer um pode beliscar o tira-gosto. E o melhor, quase sempre apenas um dos presentes patrocina espontaneamente o tira-gosto.
Outro fato pitoresco do local é o encontro anual dos clientes mais assíduos, os imperdíveis EBAN - Encontro Anual dos Biriteiros do Andrade, promovido pelos fieis frequentadores e que já se encontra na sua trigésima edição. O evento, um grande almoço, é organizado pelos fiéis clientes e é realizado em algum restaurante ou churrascaria da cidade. Participa do encontro quase sempre o mesmo grupo e toda despesa é “rachada” entre os participantes. A reunião é toda fotografada e as fotos dos encontros são reveladas e circulam meses entre os membros dessa original confraria. Um grande pôster com a melhor foto dos participantes é confeccionado e fixado nas velhas paredes do Buraco. Eu estou lá, na foto do XXI EBAN realizado em dezembro de 2001, para a posteridade. Por conta dessa longa tradição, uma das brincadeiras do local é acompanhar pelas fotos os companheiros que já “partiram” e tentar adivinhar quem será o próximo. Pode até parecer macabro ou “de mau gosto”, mas até a morte gloriosa dos “papudinhos” é motivo de piadas e muita gozação. Toda vez que passo nas proximidades me recordo das brincadeiras e de algumas das impagáveis figuras que circulam no local.
Somente quem já tomou umas e outras no Buraco do Reitor consegue entender como um local tão simples e modesto pode atrair tão seleta clientela.

DEÍFILO GURGEL (1926-2012)

Num encontro familiar acabo de saber da morte de Deífilo Gurgel (foto). Através de meu irmão Luciano Gurgel, funcionário do Banco do Brasil, que, recém retornado do Rio Grande do Norte, me repassou a notícia.
Deífilo Gurgel, além de poeta e historiador, era um dos maiores folcloristas brasileiros e, no momento, se preparava para o lançamento de um novo livro, "O Romanceiro Potiguar", agendado para março de 2012. Esta obra era considerada a mais complexa do autor, que dedicou 10 anos de pesquisa, registrando 300 romances potiguares entre 1985 e 1995, além de outros mais recentes, e realizando também mais de 100 entrevistas.
O falecimento, aos 85 anos, deste grande mestre da cultura popular se deu na manhã do dia 6. Não o conheci pessoalmente, mas sei de quão importante ele foi para o estudo e a divulgação dos múltiplos aspectos da cultura nordestina. Segundo o historiador e genealogista Ormuz Simonetti, poucas pessoas foram tão apaixonadas por sua terra e suas tradições quanto Deífilo Gurgel.
EPITÁFIO
Este foi um homem feliz.
Trabalhou em silêncio,
sua ração cotidiana,
de humildes aleg(o)rias.
Nunca o seduziu a glória dos humanos
nem a eternidade dos deuses.
Fez o que tinha de fazer:
repartiu o seu pão entre os humildes,
defendeu como pôde os ofendidos,
semeou esperança entre os justos
e partiu, como tinha de partir:
feliz com sua vida e sua morte.
(Deífilo Gurgel – 27/09/1994)

CONCLUDENTES DE MEDICINA DA UFC EM 1971. ANIVERSÁRIOS

Revirando os alfarrábios dos tempos universitários, encontrei esta preciosidade. Façam bom uso dela.
Auxiliadora Barroso
Janeiro
José Luiz ► 5 / Clovis ► 6 / Célia, Queiroz ► 15 / Daniel ►28 / Getúlio ► 30
Fevereiro
Sonia ► 1 / Vilani ► 3 / Miguel ► 4 / Artur Pereira ► 15 / Tarcísio ► 20 / Nilo ► 24
Março
Otoni ► 5 / Colares ► 7 / Lúcia ► 12 / Lery ► 13 / Batista, Haroldo ► 15 / Cecília ► 19 / Tocantins ► 23 / Imeuda, Luciano ► 28 / Jorge ► 29
Abril
José Wilson ► 17 / Afrânio ► 20 / Misici ► 21 / Adriana, Hugo ► 25 / César ► 28
Maio
Regina Alice ► 3 / Maria Regina ► 4 / Núbia, Luna ► 6 / Noelma ► 8 / Sheila ► 9 / Aline, Eleonora ► 10 / Fátima ► 19 / Casanovas ► 26 / Paulo Cid ► 28
Junho
Paulo Gurgel ► 6 / José Pereira ► 9 / Timbó ► 17 / Portela ► 20 / Otaviano ► 25 / Leni ► 29
Julho
Rocélio ► 4 / Vileimar ► 6 / Arnaldo ► 11 / Diana ► 16 / Hildebrando ►21 / Lages ► 25 / Maureen ► 28 / Carlos Alberto ► 31
Agosto
Marialice ► 4 / Elenita ► 6 / Maria José ► 8 / Roberto Marques ► 11 / Silvio ► 13 / Anamaria ► 17 / Artur Wagner, Álvaro, Joaquim ► 20 / Ercílio, Fred ► 22
Setembro
Margarete ► 11 / Ary ► 23
Outubro
Edson ► 1 / Auxiliadora ► 2 / Nelson ► 4 / Zélia ► 10 / Sisvilan ► 25 / Socorro Madeiro ► 29
Novembro
Mario ► 7 / José Leite ► 17 / Socorro Barbosa ► 19 / Emanuel ► 20 / Roberto Bruno ► 29
Dezembro
Vera ► 2 / Meireles ► 9 / Jucionou ► 10 / Maria Tereza ► 11 / Ozildo ► 12 / Nilce ►28 / Lustosa, Maura ► 30

O PAI DO VENTO

Deslizador - era assim chamado o pequeno barco com motor de popa, usado à larga pela população do Alto Solimões. Havia também o batelão, mas este era um barco bem maior e equipado com um motor de centro.
Os deslizadores, em comparação com os batelões, eram bem mais velozes. Por isso, havia quem os chamasse de voadeiras, o que representava um certo exagero.
Pois bem, com qualquer nome que fosse designado, o pequeno barco sempre proporcionava um passeio bastante agradável. Numa viagem entre o distrito de Tabatinga e a sede do município, Benjamim Constant, o passageiro do deslizador podia apreciar as cenas da floresta, com os borrifos da água do rio Solimões a lhe refrescar o rosto... E até desejando não chegar logo ao local de destino, o que acontecia com cerca de meia hora de viagem.
Presume-se que esse tipo de desfrute não tenha acontecido ao Coronel Paxiúba. Homem bilioso, arrogante e sempre de mal com a vida, o militar estava chegando ao Hospital de Guarnição de Tabatinga para uma visita de inspeção.
Trazido por “Seu” Chico, cuja principal característica era chegar mudo e sair calado, o funcionário que era encarregado de pilotar os deslizadores do hospital.
Uma cena para não esquecer jamais. O coronel, assim que a embarcação encostou na margem fluvial, no que  ele procurou pisar em terra firme... um dos pés mergulhou nas águas barrentas do rio. E sendo esse incidente justamente o fermento que faltava para fazer crescer o mau-humor do coronel.
Na ribanceira, onde nos encontrávamos para recebê-lo, passamos todos a temer pelo pior. Antes de chegar o coronel, que também era médico, já ali sabíamos de sua reputação de ser um chato de coturnos. Paxiúba era alguém cujo único prazer consistia em atazanar o próximo. Com a hierarquia em seu favor, imagine os dissabores por que passaríamos no hospital militar, logo mais.
Correspondendo à fama, a fera esquadrinhou cada canto do hospital em busca de sujeira, testou cada peça do centro cirúrgico a ver se funcionava, abriu e fechou torneiras, clicou interruptores, analisou portas e paredes. Sempre aos resmungos, e sem dizer em que ele poderia nos ajudar em sua esfera de competência.
Como não há mal que sempre dure, o coronel deu por encerrada a inspeção e foi embora.
Soubemos depois, em Manaus, algo mais a respeito do Coronel Paxiúba. A história de que, tempos atrás, ele andara espalhando, no Comando Militar, a informação de que a esposa estava grávida. Tudo falso, porém. E, por não passar de um caso de flatulência, esse flato fato apenas lhe rendera o apelido de Pai do Vento.
Por conta desse desfecho, é que ríamos muito no Hospital de Guarnição de Tabatinga a cada vez que o nome do mau-humorado coronel era lembrado.
Poderá também gostar de ler... 
ALTO SOLIMÕES, QUARTO DE EMPREGADA E PIUM E CARAPANÃ.

PORQUE HOJE É 28 DE JANEIRO

Luiz Carlos da Silva, meu pai, nascido a 28/01/1918, estaria completando 94 anos hoje se vivo fosse.
A Parte I PER IL CAPO DE LA FAMIGLIA, de "Refazendo o caminho: passado e presente de uma família", o próximo livro de Marcelo Gurgel, será mais uma homenagem a ele. Atuando como ghost-writer, Marcelo escreveu este capítulo procurando preservar o estilo e as concepções paternas, ambientando os textos nele enfeixados (seis ao todo) a um tempo recuado de várias décadas. Já em fase de impressão na "Expressão Gráfica", o livro será lançado em março próximo.

NO AUGE DA LESTE – OESTE

Por Carlos Jose Holanda Gurgel
Avenida Leste-Oeste, década de 1970
Início dos anos 70, o auge da Discoteca. O movimento mundial da chamada Dancing Music assolava o país. A MPB estava no fundo do poço.Tudo que lembrasse cantores ou canções em português soava e era rotulado como brega. As músicas tinham obrigatoriamente que ser em inglês para ter aceitação. Cantores medíocres, letras idem e arranjos bizarros completavam o sucesso. E o som necessariamente tinha que ser alto, muito alto. De preferência ensurdecedor para encobrir as vozes desafinadas e as letras sem nexo. A platéia gritava, pulava freneticamente, sem ritmo e sem cadência sob luzes estroboscópicas, feixes coloridos e piscantes de luzes refletindo nos globos espelhados que giravam no teto das salas escuras. O chão, as paredes, o teto, todo ambiente parecia se mover. A fumaça dos inúmeros cigarros e por vezes artificial (de gelo seco) completava o ambiente asfixiante e delirante das discotecas. As velhas boates, promovidas a pistas de dança e adaptadas de qualquer maneira ao modismo, surgiam renovadas e com nomes exóticos. Templos da diversão e prazer e também de muita droga e sexo, muito sexo.
Foi nessa época e nesse ambiente que surgiram e floresceram os inúmeros bares, boates e inferninhos da nova e recém inaugurada Avenida Leste-Oeste. A cidade crescia vertiginosamente, puxada pelo “milagre econômico” e sob a batuta da Gloriosa Revolução de 64. Bebidas, drogas, prostituição, tudo podia. Contanto que não fosse contra a ordem pública ou oposição ao regime. As novas avenidas começavam a rasgar a velha Fortaleza, inclusive com a construção do seu primeiro viaduto. Viaduto esse que ficou famoso e para não fugir ao espírito moleque do cearense foi logo batizado de “Tatazão”. Uma homenagem ao conhecido e popular homossexual “Zé Tatá”, um velho travesti que residia no submundo do centro da cidade. A região central também começava a mudar.
Pertinho dali, na Praça da Estação e por trás da velha Estação da REFFSA ficava a zona do baixo meretrício, o popular e conhecidíssimo Curral e mais abaixo as Cinzas. Um lugar degradante, formado por vielas imundas com seus inúmeros barzinhos e bordéis e habitado por prostitutas e marginais. Uma vergonha para a cidade. Era necessário extirpar essa ferida do centro da capital. A construção da nova e imponente avenida veio a calhar. Como se diz por aqui: passaram a máquina, literalmente. Não ficou nem as cinzas dos casebres e dos velhos cabarés. Uma larga e asfaltada avenida foi aberta cortando a cidade pela orla no sentido Leste-Oeste, inaugurada oficialmente em 1973 e batizada com o pomposo nome de Avenida Presidente Humberto de Alencar Castello Branco. Pra variar, o nome não pegou e até hoje é conhecida apenas como Av. Leste-Oeste. Começando no centro, na altura do QG da 10ª Região Militar, passando pela Escola de Aprendizes Marinheiros e pelos bairros da Jacarecanga, Morro do Ouro, Pirambu e indo até a Barra do Ceará. Uma magnífica obra de engenharia urbana e uma limpeza visual e social de várias áreas degradadas e miseráveis da capital.
As autoridades esqueceram, porém de um detalhe. O que fazer com os antigos moradores do Curral? Com o fim da zona, como os antigos proprietários de bares e cabarés e as dezenas de prostitutas e seus cafetões iriam sobreviver sem seus negócios? Não deu outra. Logo no início da recém inaugurada avenida começaram a surgir as novas casas de diversão. Pipocaram inúmeros bares toscos com estruturas improvisadas e nomes pitorescos. Eram as tais discotecas, um misto de bar e restaurante e com pistas de dança grotescas. A maioria delas coladas umas nas outras, formando uma longa fila de pontos de encontros e de prostituição. Entre os points se destacavam pelo movimento e estrutura os bares Beco, Reboco e Ladeira. Tinham de tudo no “cardápio”, além de bebidas e comidas. Usando uma expressão bem cearense: nesses locais tinha “viado pra dar de pau” e “rapariga dava no meio da canela”. E tudo movido ao som ensurdecedor das “discotecas” e muita, muita bebida.
Curiosamente, junto com o surgimento de tais bares-discotecas, ou puteiros como queiram, aumentou inexplicavelmente a presença de homossexuais nessa região da avenida. Não sei explicar se pela evolução dos costumes ou se pela miséria e degradação social da época,mas nunca se viu tanta “viadagem” nessa terra de macho como naquele tempo. E ao som dos hits da época os gays, “travecos” e assemelhados disputavam, por vezes às tapas, a clientela com as raparigas. As bandas e os cantores do momento eram, entre outros, The Police, ABBA, Village People, Tina Charles, Donna Summer, Diana Ross e, em especial a rainha e madrinha das “bichas, a internacional Gloria Gaynor. Quando ela soltava o vozeirão e entoava o hino do gênero “I Will Survive” as pistas fervilhavam e as “bonecas” iam ao delírio. Pulavam, dançavam e gritavam histericamente com as mãozinhas para e alto acompanhando o hino:

Oh no, not I! I will survive!
Oh, as long as I know how to love
I know I'll stay alive!
I've got all my life to live.
I've got all my love to give.
And I'll survive. I will survive! Oohh...

A noite se estendia ao som das melodias e regada com tudo que pudesse ser bebido, fumado ou cheirado. Aos pouco os casais iam se formando e se dirigindo para os também inúmeros motéis espalhadas nas proximidades. Os bares iam se esvaziando e os clientes que resistiam procuravam se manter em pé ou ainda tentar “pegar” uma rapariga que sobrou. E a música continuava em volume máximo. Lá no horizonte, pras bandas do Porto do Mucuripe, o sol ameaçava romper. Vendo o movimento cair, o gerente do bar apelava para mais um dos hits da época com a inigualável Gloria Gaynor. Entrava com o outro hino “Can’t Take My Eyes Off You”. Aumentava ao limite máximo o volume e detonava. Era mais uma chamada e a galera atendia enchendo a pista de dança. Para quem ainda estava solteiro era a hora da última tentativa de arranjar companhia e de pedir mais uma bebida ou a “saideira”.
Ainda na da década de 70, com a saturação do estilo discoteca, a região entrou em rápida decadência. Hoje, nada mais disso existe. Dos áureos tempos da Leste-Oeste restam apenas lembranças. Nem mesmos as velhas estruturas ou um único bar remanescente, nada consegui sobreviver. Quem passa hoje pelo local não imagina que ali, naquela área quase vazia e desabitada e somente com alguns casebres e prédios decadentes, a cidade se divertia e foi palco de uma época de muita alegria, farras e esbórnia. Reina atualmente no local apenas o mau cheiro e o odor nauseante da Estação de Tratamento de Esgotos da CAGECE. Coisa da minha terra. Coisas do Ceará.

DOIS MARCOS GÍRIOS EM 2012

Caro Paulo,
Grato pela elegância do gesto.
O que me move é a defesa da gíria como sistema linguístico válido.
A gíria tem morfologia, fonética e sintaxe como a linguagem padrão. Não é lingua de marginais. Pessoas de todas as classes, credos, idade, sexos, renda e escolarização falam gíria.
Em 2012, estamos comemorando dois marcos gírios:
- Centenário do lançamento do 1.º livro brasileiro de gíria, "Giria dos Gatunos Cariocas", de Elysio de Carvalho.
- Tricentenário da 1.ª referencia à giria na lingua portuguesa, pelo padre Raphael Bluteau, em seu "Dicionário da Língua Portugesa", aprovado pela Santa Inquisição.
As datas não serão assinaladas pela Academia Brasileira de Letras.
Atenciosamente,
JB Serra e Gurgel

UMA LIVRARIA EM SANTA TERESA - RJ

Dez médicos administram uma livraria no bairro de Santa Teresa - RJ, a "Largo das Letras".
"Não estamos tendo lucros, mas não falimos ainda", segundo nos informa - com uma dose de bom humor - a médica Maria Regina, uma das sócias no empreendimento.
Maria Regina, que é formada pela Universidade Federal do Ceará em 1971, convida-nos a dar uma passada nessa livraria em caso de viagem ao Rio.
E brinda-nos com uma galeria de imagens do encantador bairro de Santa Teresa, dentre as quais podemos ver o casarão (do século XIX) em que está situada a "Largo das Letras".

PARQUE ARAXÁ. QUANTAS LEMBRANÇAS

Por Carlos José Holanda Gurgel
O bairro Parque Araxá fez parte da minha infância e juventude sob vários aspectos. Não morei propriamente nele, porém muito próximo. A casa dos meus pais ficava mais precisamente na Avenida Bezerra de Menezes, no vizinho bairro de São Gerardo. Localizado na zona Oeste da nossa capital, o bairro do Parque Araxá cresceu desordenadamente e sem a infra-estrutura necessária, como todos os demais. Atualmente está totalmente descaracterizado e muito diferente do que foi nas décadas de 60 e 70. Naquela época tinha vida e personalidade própria. E fama de local de belas mulheres e muita festa animada, em especial as tertúlias. Suas ruas eram estreitas e o pavimento de pedras de granito, o popular calçamento, assim como a maioria das ruas de Fortaleza. Asfalto ainda era um luxo a apenas visto nas grandes avenidas da cidade. O bairro sofria de crônicos problemas de drenagem e no período de chuvas, nosso inverno, a maioria das ruas ficava completamente alagada por semanas. Tornava-se um inferno de lama e de mosquitos e muriçocas, que atormentavam a população local e dos bairros vizinho nas longas noites insones. Mas nada disso tirava a alegria e o apego dos seus moradores pelo local. Ninguém pensava em mudar para outro bairro devido a tranqüilidade e as amizades entre os moradores e vizinhos. Era um bairro muito simples, classe média e eminentemente residencial. Uma ou outra casa se destacava pela arquitetura ou pelo porte mas a grande maioria das casas era modesta e sem jardins. Na época ainda existiam grandes áreas desocupadas e até mesmo alguns sítios com fruteiras e criação de gado. Uma coisa totalmente impensável nos dias atuais.
O bairro do Parque Araxá tinha, porém uma particularidade que o diferenciava dos demais. Grande parte dos seus moradores se conhecia ou tinha laços de família. Era comum encontrar famílias inteiras morando em casas vizinhas. Também era o reduto de famílias vindas do interior, em especial de cidades da região Centro-Sul do Ceará. Dentre as famílias e colônias que fincaram raízes no bairro se destacavam os imigrantes de Acopiara, minha cidade natal, e da vizinha Mombaça. Sem maiores explicações ou motivos aparentes, tanto minha família como os demais conterrâneos resolveram se instalar no Parque Araxá. Em uma das suas ruas principais, a Rua José Sombra, fixaram residência vários tios, primos e parentes distantes. Por vezes algumas ruas do bairro mais parecia uma rua de Acopiara do que da capital, tal a quantidade de familiares e conhecidos residindo no local. Vários deles instalaram na Rua José Sombra suas casas e seus comércios. Ficavam nela ou em ruas muito próximas as casas dos meus tios Nestor, Luiz e dos filhos do tio Francisco (ele mesmo não deixou Acopiara) e da família Alves (Manel, Marilu e Luiz Alberto). Recordo-me que era nessa rua que ficavam os depósitos de materiais de construção dos meus tios Nestor (Depósito Araxá) e Valmir (Depósito Humaitá) e a mercearia do tio Luiz. Pertinho dali, na Bezerra de Menezes, ficava a casa do meu pai, Neófito e em frente as casas da tia Perpétua e dos seus filhos Airton, Rui, Pinheirinho, Reni e Ubaldina, ao lado do Depósito e Fábrica de Mosaicos Gurgel. Mais a frente ficava a imponente residência do ex-prefeito de Acopiara Chico Sobrinho e a casa da família do Waldizar Brasil. Fazendo limites com o bairro do outro lado, na Avenida Jovita Feitosa, ficavam a residência e o depósito do primo Chiquinho Gurgel e família. Também residiu no bairro, mas mudou-se posteriormente o tio Nertan com alguns dos seus filhos. Vale ainda registrar que no outro vizinho bairro de Otávio Bonfim, quase uma extensão do Parque Araxá, residiam outros tios, vários primos e conterrâneos de Acopiara e que pela proximidade e laços de família circulavam diariamente pelas ruas do bairro.
Curiosamente a pequena mercearia do tio Luiz resiste até os dias de hoje e virou ponto de referência e de encontro dos conterrâneos de Acopiara. O local também é ponto de encontro da família Gurgel, em especial aos sábados pela manhã. Seus integrantes e amigos para lá se dirigem com freqüência, seja na busca de notícias da “terrinha” ou para rever os parentes ou apenas para beber uma cerveja gelada. Com um detalhe curioso, o cliente não pode ter pressa. O atendimento é realizado pelo próprio dono, no caso o tio Luiz, ou melhor, “seu Luiz”, como é respeitosamente chamado. Gordo, muito branco e de olhos azuis, é uma figura impagável e muito querido por toda família. Sempre vestido de bermudas, tênis, meias no meio da perna e com seu indefectível suspensório e sem qualquer pressa de servir a cachaça ou abrir a cerveja. E muito menos de encher os copos. E não adianta reclamar, pois além de ser xingado e ouvir desaforos do proprietário, o infeliz cliente vai ficar sem beber por um longo tempo. Se achar ruim, procure outro local. É seu estilo inconfundível e que não poupa nem mesmo os sobrinhos ou parentes. No que pesem os eventuais transtornos, ainda vale a pena passar no local, beber uma pinga ou uma cerveja e jogar conversa fora. Justiça seja feita, a cerveja é sempre gelada e o tira-gosto de excelente qualidade. Sem falar na farinha que acompanha o tira-gosto e que o freguês pode comer com as mãos.
Com o passar do tempo e com o desenvolvimento e a urbanização desordenada da cidade pouco restou do velho e pacato bairro. Infelizmente muitos dos antigos moradores já partiram ou mudaram do local. Junto com o crescimento chegaram os engarrafamentos e a violência crônica que assola todas as grandes cidades. Do bairro da época das tertúlias, das cadeiras nas calçadas, do café torrado em casa e passado na hora, muito pouco restou. Ficou a saudade e as recordações daqueles velhos tempos. Tempo em que o maior perigo no bairro era escorregar na lama e no lodo que se acumulava nas calçadas na época do inverno. E muito pior do que a queda era a vaia da garotada. Uma grande vergonha e um constrangimento pelo qual passei algumas vezes quando criança. Mesmo com tais perigos era realmente uma festa e uma alegria passear pelas ruas do Parque Araxá no final da tarde. Merendar nas casas dos meus primos, beber um guaraná na mercearia do tio Luiz, jogar conversa fora nas esquinas, tudo sem pressa e sem medo. Hábitos esquecidos pela maioria e estranhos para as novas gerações. Quantas lembranças.

DICIONÁRIO DE GÍRIA

Caro Paulo Gurgel,
Certamente, herdamos de nossos antepassados o gosto pelos livros. Esta é minha melhor contribuição ao estudo da língua falada do povo brasileiro. Um retrato vivo, sem retoques: a gíria é isto e muito mais.
J. B. Serra e Gurgel
Com a dedicatória acima o jornalista J. B. Serra e Gurgel me presenteou um exemplar de seu "Dicionário de Gíria".
Natural de Acopiara-CE e radicado no Distrito Federal, onde é um dos editores do mensário CEARÁ EM BRASÍLIA, o autor é um grande estudioso do equipamento linguístico falado do brasileiro.
Este livro, que tem 32.500 verbetes, 736 páginas e que se encontra em sua 8ª edição (com capa de Audifax Rios e Morais Rios), é inegavelmente uma obra de referência sobre o assunto.
Obrigado, João Bosco. Antevejo-me a consultar de montão este dicionário.

Como comprar o "Dicionário de Gíria": www.cruiser.com.br

DEZEMBRO DE 2011

  • Em Fortaleza, para rever os familiares e participar dos festejos de Natal e Ano-novo: Laerte e Meuris (de Campinas - SP); Fernando, Melissa e o filho Rafael (de Campinas - SP); Felipe Bastos e Anna Paula (dos Estados Unidos); Daniel, Germana e os filhos Gustavo e Marília (de Natal - RN); e Andreas (da Alemanha), noivo da Mirna.
  • Dia 22, a Unifor realizou a solenidade única de colação de grau de seus formandos do segundo semestre de 2011. Entre os concludentes, estavam meus sobrinhos Marta e Tiago, filhos de Germano e Maíza. Marta, que era bacharelada em Geografia pela Uece, formou-se em Turismo, e Tiago, formado em Física pela UFC, recebeu o diploma de Engenheiro Mecânico.
  • Na noite de 24, aconteceu a confraternização natalina da família Gurgel Carlos, no apartamento do casal Adeodato - Márcia.
  • No dia 29, houve a inauguração do Edifício Zaíra Macedo Pinto, de propriedade do empresário Moacir Filho. Situado na Avenida Desembargador Moreira, o imóvel é agora a sede central  de suas principais empresas (Contil, Jardim Metropolitano, ETU, Hotel Boreas), e foi assim designado em homenagem à Dona Zaíra, mãe do empresário.  A esposa deste, Maristane Fernandes (a quem agradeço o presente de um exemplar de "O Livro de Ouro da MPB", de Ricardo Cravo Albin, uma obra de referência), e um dos filhos do casal, a Monique, coordenaram com maestria a festa de inauguração do edifício.
  • Um grupo que passou a virada do ano no Náutico Atlético Clube: Luciano e Elsa, Germano, Mirna e Andreas, Ana Mary e Thomas, Elba e eu (Paulo). Um venturoso 2012 para todos os leitores!
  • Aniversariantes de JANEIRO: (2) Pedro, filho de José e Isabel, (13) Paolo Giorgio, filho de Sérgio e Solange e (18) Márcia Gurgel.

DEFESA DE TESE DE MIRNA GURGEL

Em evidência a jornalista e professora Mirna Gurgel, fotografada quando defendia a tese A Aprendizagem da Escrita em Textos Narrativos de Gêneros Jornalísticos em Sala de Aula, com que finalizou o Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará, no dia 25 de novembro passado, na sala 1 do Programa, no Centro de Humanidades da UFC.


Na composição da banca, estiveram as professoras-doutoras Maria Elias Soares (presidente e orientadora), Socorro Aragão e Margarete Fernandes, da UFC, e como membros externos a professora-doutora Neusa Bastos, da PUC SP e o professor-doutor Luciano Pontes, da Universidade Estadual do Ceará e Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.

RUAS E AVENIDAS COM VÁRIOS NOMES

Chamo a atenção dos leitores para um tipo de problema muito comum em Fortaleza. Não é de hoje. Trata-se da existência de ruas e avenidas em nossa cidade que, de trecho em trecho, apresentam nomes diferentes.
Tomemos este exemplo:
Ao lado da Unifor há uma delas cujo designação é Avenida Dr. Valmir Pontes. Após o cruzamento com a Avenida Washington Soares, recebe o nome de Avenida Almirante Maximiano da Fonseca - por menos de um quilômetro de extensão. Adiante, passa a ser chamada de Rua Dr. Thompson Bulcão, por alguns quarteirões e até o seu cruzamento com a Avenida Rogaciano Leite. Desta, até o cruzamento seguinte, com a Avenida Raul Barbosa, ela é a Avenida General Murilo Borges. Finalmente, ao atravessar o bairro da Aerolândia até desembocar na BR-116, ela é a Rua Capitão Aragão.
É possível que o surgimento delas em épocas diferentes tenha contribuído para a tal barafunda. Mas é inaceitável que, ao longo do tempo, nenhum prefeito tenha tomado medidas para organizar esta e outras situações do tipo.
E os edis tampouco podem alegar desconhecimento do problema. Até porque o seu local de trabalho fica na já citada Rua Dr. Thompson Bulcão.
A propósito do tema, existe um artigo cuja leitura eu recomendo. Foi publicado no Jornal O Povo, de 23/12/11 (Opinião p.7), e no Blog de Marcelo Gurgel, sendo ele o autor do artigo.

O NOVO DISCO DO ROBERTO

Fortaleza, 20/12/2011
Prezados amigos da turma de 1971,
Estou remetendo-lhes este disco gravado em MP3, com aproximadamente 180 músicas que ouvíamos nos anos 60/70, e com algumas dos anos 50 (que também tocavam muito, nas décadas seguintes).
É uma seleção pessoal baseada na MPB, tendo como âncoras alguns de seus principais nomes [...].
Procurei agradar a gregos e troianos: para a turma que, então, acreditava no comunismo (nosso saudoso Chico Passeata e o Mariozinho), eu coloquei a "Pequena Serenata Diurna" e "Guantanamera"; e, para aqueles que eram considerados da "direita", aí vai o "Wind of Change", considerado o "hino da queda do Muro de Berlin", com o grupo Skorpions.
Dos intérpretes estrangeiros vai um pouco dos muitos [...] que estavam presentes em nossa época, na Faculdade de Medicina. Está faltando um monte de artistas, mas um disco só não dá.
Estou remetendo o disco para o pessoal da Comissão e para os que se interessaram respondendo meu e-mail.
Desejo a todos um feliz Natal e um novo ano cheio de realizações e felicidades. E que nos encontremos em breve e em 2013, em Natal-RN.
Roberto Marques
Roberto,
Tendo sido um dos agraciados por sua carta - com o cordial presente, digito-a, publico-a e dou fé. É como lhe agradeço.
PG

MARRECOS

As irmãs Maria Alice e Noelma, da família Pessoa de Magalhães, foram alunas da Faculdade de Medicina da UFC, no período de 1966 a 1971. Recentemente, pude revê-las em nosso encontro de 40 anos de formados.
Maria Alice mora na cidade de São Paulo, e Noelma, em Aquiraz - CE, exercendo a função de médica de família (PSF) no vizinho município de Cascavel.
Em 2008, Maria Alice publicou um livro intitulado "Marrecos", no qual descreveu a saga da família por Senador Pompeu, Dourados - MT, Senador Pompeu (2.º período) e Fortaleza. Passou-se em Senador Pompeu, no sertão central do Ceará, a maior parte das histórias por ela relatadas.
Neste município, entre o Sítio Catolé de meus tios-avós Raimundo e Olímpia e a casa dos Sindeaux Gurgel na área urbana, eu costumava passar as minhas férias da Faculdade. Foi inevitável que, ao ler "Marrecos", eu me sentisse de volta à Rua Grande, à Rua do Trilho e à Rua Banabuiu... E, como uma lembrança puxa outra (feito lenço de papel "Yes"), eu me vi também transportado pela memória às tertúlias da AABB e do SP Clube, onde eu ia dançar (mal, muito mal) ao som de "hi-fi e seus pretinhos".
O título "Marrecos", do livro de Maria Alice, veio de um apelido dado aos Pessoa de Magalhães, porque os dez filhos de Severino e Expedita gostavam de andar juntos, em bando - como marrecos.
PGCS


Scaranello, Maria Alice de Magalhães. Marrecos: nossa história. São Carlos: Editora Riani Costa, 2008. 108p.


Comentários
Li quase todo o livro de Maria Alice. Pretendo terminá-lo nessas férias natalinas. Emocionei-me com a luta das duas irmãs (Maria Alice e Noelma), com a força que demonstraram ter diante dos obstáculos, com a união da família . Lamentei não ter convivido mais de perto com elas durante o nosso curso médico. São pessoas com muito valor, simples, alegres e amigas.
Sônia Lobo
O livro é uma maravilha para todos nós que passamos alguma fase de nossa vida neste sertão cearense. Encontrei-me nele também, assim como meu esposo.
Auxiliadora Barroso
Muito lindo e que história bonita. Aquelas duas "marrecas" sempre foram pessoas lindas.
Hugo Lopes
Ainda em Fortaleza, liguei para Maria Alice e manifestei a ela o meu sentimento de alegria e, porque não dizer, de agradecimento. Senti-me transportada à minha terra natal, vivenciando momentos semelhantes aos que ela descreve em seu livro.
Maria Teresa
Fico feliz por meu livro haver despertado em vocês lembranças de um tempo já distante, mas gravado em nossas mentes.
Maria Alice

A LISTA DE ANIVERSÁRIOS

Acrescentei na página principal do Linha do Tempo o gadget Aniversários, que relaciona por MÊS as datas natalícias dos membros da família Gurgel Carlos.
Conto com a colaboração dos familiares para  aperfeiçoar esta lista.

UM CENTENÁRIO DE CASAMENTO


Convite enviado por Ana Margarida Arruda, médica e historiadora.
Blog Memórias

O CILINDRO DAS FOTOS PANORÂMICAS

Caro colega da Turma Carlos Chagas, aka Turma Andreas Vesalius,
Dentre o material enviado pela REUNIR, relacionado com a nossa inesquecível "Festa dos 40 anos", você deve ter recebido um cilindro contendo duas fotografias panorâmicas.
Talvez esteja enfrentando a mesma dificuldade por que passei para abrir o estojo. Inicialmente, eu apliquei toda a força que meus artríticos dedos permitiram, no sentidode separar a tampa de plástico do cilindro, mas... nada. Pareciam grudados a cola maluca. Arrombar o cilindro, então? Não, nem pensar, pois perderia o continente onde guardar, da forma mais adequada possível, o tão precioso conteúdo.
Para complicar a situação, eu não podia contar com a ajuda do Sr. Mário Valadão, pois este dedicado funcionário do EntreMentes encontra-se atualmente nos Estados Unidos, preparando-se para o UFC.
O supra citado UFC obviamente não é a universidade onde o colega, há 40 anos, concluiu o curso de Medicina. É o Ultimate Fighting Championship.
A sorte foi que eu me lembrei de uma lição da Física. E, com a ajuda de um saca-rolhas, perfurei um diminuto orifício na tampa, o que fez com que o cilindro, graças a uma concessão particular da pressão atmosférica, pudesse enfim ser aberto.
A propósito, existe uma postagem nos arquivos de EntreMentes cujo título é... Copo, tampa e lacre. O colega veja e me diga se não tem tudo a ver com a solução desse problema.

BLOG TAMBÉM É CIÊNCIA.

Postado em 14/12/11 no blog EntreMentes

COMENTÁRIOS SOBRE A NOSSA COMEMORAÇÃO - 3.ª PARTE

Paulo,
Que orgulho sinto de meus colegas. Além do brilho profisional, colegas afetuosos e... dois escritores!
Salve a turma de 1966-1971.
Regina Alice (DF)  
Meu caro Paulo Gurgel, "O PEQUENO NOTÁVEL".
Obrigado pelas mensagens enviadas, tenho lido todas, inclusive o seu livro que li, reli e apreciei a beleza de seu conteúdo.
Já disse que, depois da minha união com Carla e o nascimento do meu filho Matheus, esta confraternização foi a coisa mais agradável de minha vida, e você foi um dos grandes colaboradores para o sucesso desse acontecimento.
Somos muito gratos por isso.
Fique certo de que você é um colega do qual me orgulho muito.
Estaremos com certeza juntos novamente em Natal - 2013.
Abraços.
Lustosa, Carla e Matheus (PI)

COMO PREVÍAMOS

Fortaleza, 10 de dezembro de 2011
Prezados colegas presentes às festividades dos 40 anos de formatura,
Aqui estamos novamente, desta vez para agradecer as honrosas presenças dos colegas nas festividades dos 40 anos de formatura. Tal como prevíamos, tudo transcorreu num clima de intensa alegria e confraternização.
Ainda estão bem vivas em nossa memória algumas passagens de nosso evento: o encontro inicial na Igreja das Missionárias, o jantar do reencontro, a homenagem aos colegas inesquecíveis, a mesa dos fatos pitorescos, a exposição fotográfica, o baile do sábado, a saudação do nosso orador oficial, Colares, a homenagem aos nossos professores, as músicas maravilhosas interpretadas pelos colegas, o nome da turma escrito em fogo, lá no alto (foto), o branco bolo comemorativo, o brinde da meia-noite, a valsa solene, os depoimentos de tantos queridos colegas; tudo nos deixou meio sem jeito, no domingo à tarde. E um fato ficou patente - não deu para matar a saudade.


Como disse Dóris Monteiro, em uma de suas primeiras gravações, "se o tempo entendesse de amor devia parar". Considerando todos esses fatos, a maioria já decidiu: não vamos mais esperar outros longos 5 anos para nos encontrar. Em 2012, estaremos reunidos em Natal, nas festividades dos 41 anos. (*) Aguardem cartas.
Colegas, foi maravilhosa a nossa permanência no Retiro da Bem-Aventurança. Chegamos à seguinte irrefutável conclusão: "somos todos loucos, uns pelos outros".
A Comissão
Ana Maria Lira, Ercílio Nascimento, Francisco Colares, José Luna, Jucionou Coelho, Paulo Gurgel, Roberto Marques, Sônia Lobo, Artur Pereira e Maria Tereza Coimbra
Transcrição da mensagem encaminhada pela Reunir Eventos Médicos Ltda., de Vladimir Cruz, acompanhada da remessa do seguinte material:
1) DVD com o resumo da filmagem da festividade.
2) DVD com as fotografias feitas pelo fotógrafo contratado.
3) DVD com fotos das festividades dos 20, 30 e 40 anos de formatura, feitas pelo Ercílio Nascimento.
4) Fotografia panorâmica dos formandos e dos formandos e cônjugues.
5) Notícia de jornal (12/02/66) com a relação dos 48 aprovados em nosso vestibular, na "fase" Cecília Meireles (cortesia do colega Francisco Álvaro).
N. do E.
(*) Em 2013, estaremos reunidos em Natal nas festividades dos 42 anos, salvo melhor juízo e de acordo com a informação do colega Roberto Marques, em COMENTÁRIOS SOBRE A NOSSA COMEMORAÇÃO - 1.ª PARTE, neste blog.

CEARÁ EM BRASÍLIA

Fundado em outubro de 1963, o CEARÁ EM BRASÍLIA é um jornal editado mensalmente pela Casa do Ceará.
JB Serra e Gurgel
Este periódico tem como diretor Inácio de Almeida e como editores JB Serra e Gurgel (cearense de Acopiara, a quem agradeço os exemplares enviados) e Wilson Ibiapina.
Um experiente time de colaboradores, como Audifax Rios, Ayrton Rocha, Durval Aires Filho, Edmilson Caminha, Isolda Pedrosa, José Colombo, José Wilson Ferreira, Luciano Barreira, Luís Edgar Andrade, Lustosa da Costa, Marcondes Sampaio, Nelson Faheina, Newton Pedrosa, Regina Stella, entre outros, garante o bom nível da publicação.
No número 228, de junho de 2011, confiro a republicação de OTÁVIO BONFIM. COMÉRCIO, INDÚSTRIA E SERVIÇOS NAS DÉCADAS DE 1950, 60 E 70, um pequeno artigo (só o título é grande) de minha autoria, originalmente postado em Linha do Tempo.

NOVEMBRO DE 2011

  • Na qualidade de Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Marcelo Gurgel participou em São Paulo-SP, nos dias 7 e 8, de uma oficina de capacitação promovida pela CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
  • No período de 11 a 13 de novembro,Elba e eu (Paulo Gurgel) estivemos hospedados no Porto d'Aldeia Resort, participando das festividades comemorativas dos 40 anos de formatura da 19ª turma de médicos da UFC. Fiz parte da Comissão Executiva que organizou essas festividades. LER MAIS EM ENTREMENTES E LINHA DO TEMPO.
  • De 13 a 16, Marcelo Gurgel esteve novamente na capital paulista, participando do “VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia”, com a apresentação de nove trabalhos, realizados em parceria com seus orientandos do Mestrado em Saúde Pública da UECE. Ele é, provavelmente, um dos poucos epidemiologistas brasileiros que tomou parte em todas as versões anteriores desse evento.
  • Dia 18, Natália de Macedo Gurgel e Rodrigo Almeida Soares (foto) tornaram-se noivos.Casam-se em 2013, quando ela já deverá ter concluído o Curso de Direito na Unifor.
 

  • Jornalista e professora Mirna Gurgel fez a defesa de tese de doutorado pela UFC no dia 25. Uma parte de seu doutorado foi desenvolvida na Galícia, Espanha.
  • O Instituto do Câncer do Ceará (ICC), por ocasião do seu 67º aniversário de fundação, realizou no dia 25 a solenidade de oficialização da mudança do nome do Hospital do Câncer para HOSPITAL HAROLDO JUAÇABA. Na ocasião, foi também lançado e distribuído, entre as centenas de pessoas presentes, o livro “Haroldo Juaçaba: tempo, espaço, ação”, de autoria de Marcelo Gurgel e Elsie Studart.
  • Em clima de alegria, na noite de 26, foi comemorado o aniversário de 70 anos de José Wilson. Grande seresteiro que ele é, muitos músicos e cantores prestigiaram a festa que aconteceu na casa do aniversariante, na Maraponga.
  • Nenhum membro da família Gurgel Carlos tem aniversário natalício no mês de DEZEMBRO.

COMENTÁRIOS SOBRE A NOSSA COMEMORAÇÃO - 2.ª PARTE

Colega Paulo,
Venho recebendo suas mensagens/postagens.
Quando abro o e-mail diariamente, vou logo procurando alguma noticia sobre o nosso histórico e agradável encontro.
Obrigado por sua iniciativa de manter contato.
Abraço.
José Luiz da Paz (PI)
Queridos amigos e colegas,
Adorei ouvir notícias de vocês e de nossa festa dos 40 anos de formatura. Gostei muito da idéia de relacionar nossos endereços residenciais e eletrônicos, pois assim continuaremos mantendo contato e acesa a chama da alegria do reencontro.
Desejo, desde já, um Feliz Natal para todos e um 2012 ainda melhor.
Abraços.
Vera Benevides (CE)

Oi, Paulo,
Nem precisa mais elogiar nosso encontro de 40 anos de formados!
Sinceramente me senti como se nossa convivência estivesse sido contínua por todos estes anos.
O visual de um ou outro mudou, mas a amizade, o carinho pareceu ser o mesmo, agora até mais refinado pela maturidade de cada um de nós. Colegas que não participaram, como a Mazé Callado e a Maura, me ligaram para saber como havia sido.
Até já programei fazer um " baião de dois " e convidá-las para assistirem a filmagem e verem as fotos tão logo eu as receba.
Parabéns a todos e a nós!
Estou lendo seu livro....
Um abraço
MariAlice (SP)
Prezados colegas,
Provavelmente vocês não chegaram a ver mas, confesso, cedi às lágrimas no baile ao cumprimentar os nossos professores homenageados: saudade pura.
Francisco Meireles (CE)
Caro Paulo,
Apesar de afastada da turma - morando no Rio e em Brasilia - desta vez acompanhei a organização da comemoração dos 40 anos da nossa formatura atraves da Sônia Lobo e dos comunicados.
Infelizmente não deu para comparecer, mas quero parabenizar a todos que participaram da organização, e espero retomar no futuro os contatos perdidos.
Tenho recebido os seus e-mails.
Um grande abraço,
Cecília Braga (RJ)
Dear Colleagues,
It was great pleasure to see you again. I had a great time and certainly an occasion to remember and cherish. I would like to say thanks to the organizational committee for the time and effort spent putting this great class together. To be with you again was an a emotional and warming experience : I had tears in my yes and "um nó na garganta" quite a few times. I am looking forward to be with you again in 2013. I must say that on Monday I met Alvinho in the "praia" and we enjoyed a few scotches (quite a few) remembering the old days. Long life to our great "turma" and if you come to this side of the earth give me a holler.Thanks again for great moment in my life. (Sorry about the English but I do not have a Portuguese keyboard.)
Hugo Lopes (USA)

COMENTÁRIOS SOBRE A NOSSA COMEMORAÇÃO - 1.ª PARTE

Caros colegas,
O meu reconhecimento e agradecimento pela motivação, persistência e pelo trabalho com que cada um contribuiu para a realização com sucesso da comemoração dos nossos 40 anos de formados.
Foi, sem dúvida, um dos melhores momentos de minha vida.
Vocês tiveram uma significativa contribuição.
Abraços.
Jucionou Coelho (CE)
Prezados amigos,
A comemoração foi realmente irretocável, espero que se repita em 2013 tendo o nosso Getúlio como locomotiva em Natal. [...]
Estou preparando um CD, tipo MP3, com umas 200 músicas dos anos 50/60/70 para mandar aos amigos. Podem mandar o endereço para envio que deverá chegar no início do ano. Os de Fortaleza e cercanias devo entregar em mãos.
Abração a todos.
Roberto Marques (CE)
Caros amigos,
Gostaria de dizer como amei participar da comissão e conviver com vocês. Foram verdadeiros cavalheiros comigo e a Ana. Carinhosos e amigos. Vamos nos preparar para 2013 quando faremos um novo reencontro melhor ainda, tentando incorporar ao movimento uma maior quantidade de colegas.
Obrigada pela amável convivência, dedicação e espírito de grupo que tiveram.
Um grande abraço,
Sônia Lobo (CE)
Aos colegas da Turma Andreas Vesalius (UFC-1971),
Estou de retorno a minha cidade de São Luís após uma das experiências sentimentais mais gratificantes e amáveis que pude incorporar ao longo de minha existência. Foi de uma tônica excepcional sentir a expressividade de coleguismo, lealdade e fraternidade desabrochar em cada um de nós, nos poucos dias de convivência.
A forte participação de colegas dos mais distantes rincões ratifica a minha assertiva. Eu espero ainda, com a graça de nosso Criador, que possamos manter firme este laço de amizade e irmandade e que, por conseqüência, outros encontros haverão de vir, com proximidade.
Meus especiais agradecimentos, de coração, à comissão organizadora na pessoa dos colegas-irmãos que, tão bem planejaram e conduziram as festividades, não deixando qualquer lance dissonante, assim também à Reunir, capitaneada pelo nosso colega Vladimir Cruz..
Clovis Viana Filho (MA)
Queridos amigos, colegas da turma de 1971,
Assino embaixo, compartilhando o mesmo sentimento. Foi um encontro memorável.
Quero deixar o meu agradecimento aos que contribuíram com sua dedicação para o sucesso da festa, em especial ao Vladimir. [...]
Um forte abraço em todos.
Francisco Colares (CE)
Caro Paulo,
Fiquei feliz em saber que você gostou do CD do meu filho e fiquei mais feliz ainda com os elogios a ele dispensados. Sei o quanto você é bom violonista portanto o escolhi para apreciar o lindo CD Demo do Allan. Nosso reencontro dos 40 anos foi muito importante e enriquecedor neste limiar de trabalho e aposentadoria pelo qual estamos passando no momento. Constatar o grau de amizade e coleguismo existente entre todos nós desta turma de 71 da UFC foi maravilhoso e inesquecível.
Um grande abraço.
Noelma Sales (CE)

CELEBRANDO

No recente encontro de comemoração dos 40 anos de formatura em medicina, recebi da colega Noelma Magalhães um exemplar do CD promocional CELEBRANDO, de Allan Sales. Filho de Noelma, Allan, que é formado em Música pela UFC, esbanja talento e sensibilidade nos arranjos e execução das 12 faixas do CD.
Ouvindo-o, a gente logo percebe que o violonista nada fica a dever a um Turíbio Santos, a um Sebastião Tapajós e a um Nonato Luiz.


Além disso, Allan Sales possui um website muito bem estruturado, dedicado ao ensino do violão e do cavaquinho. Eis o endereço para quem deseja aprender online um destes instrumentos com quem realmente sabe:

MENSAGEM DE NELSON CUNHA

Como não pôde comparecer em nossa festa dos 40 anos de formatura, o médico oftalmologista Nelson Cunha, residente em João Monlevade - MG, gravou esta mensagem em vídeo que foi apresentada aos participantes do evento.
Data da apresentação: 12/11/2011
Local: Auditório Nelson Rodrigues, Porto d'Aldeia Resort.
VÍDEO
Poderá ser enviado por e-mail. Solicitação pela caixa de comentários desta postagem.
TEXTO
Olá galera !
Essa giria não existia há 40 anos, não é mesmo?
Windows era janela, mouse era camundongo e celular tinha alguma coisa a ver com... Biologia.
E a linguagem? Voces entenderiam , há 40 anos, a seguinte frase?
Baixei alguns arquivos em mp3, via torrent, e com eles fiz um DVD para ser usado no CD player do meu novo SUV.
É... o mundo mudou.
Homem de brinco era gay e sua mulher não roubava suas camisinhas para colocá-las na bolsa da sua filha adolescente.
Casamento entre dois maridos, você vai, aplaude constrangido e ainda entra na fila para parabenizar os pais dos noivos.
As meninas pobres estão gordas e as ricas anoréxicas. Pobre agora se chama Ernest ou Harrison e os meninos ricos, João ou Joaquim.
É mudança ou não é?
Agora você não pode usar álcool para dirigir, mas seu carro pode.
O dinheiro de sua carteira é o respeitável real, e o dólar, coitadinho, caiu na vida.
Com isso, o importado ficou barato e o nacional, caríssimo.
O Brasil ensina os europeus como gerir a economia e eles nos ensinam a jogar futebol.
O Ceará manda flores para a Holanda, a Bahia, uvas para a Itália, e não se assuste se alguém disser que nevou em Baturité.
O mundo virou ou não?
O presidente norte-americano é um negro e a nossa presidente é mulher e ex-terrorista.
Os comunistas roubam e enriquecem e a direita clama por honestidade na vida pública.
Quem diria, hem?
Os chineses pararam de fazer crianças e agora fazem sombrinhas de frevo, pandeiros de samba e fitinhas do Senhor do Bomfim.
Desse jeito, o Ceará comprará deles brevemente gibão de couro para vaqueiros com a etiqueta "Made in China".
Não pude ir ao Ceará, mas mando minha foto para verem o ancião que estes 40 anos produziram. Estou me preparando para pendurar o oftalmoscópio por insistência da senhora que, a meu lado, me ajudou a povoar o mundo com quatro criaturas. Ela quer agora é passear, já que rareiam as diversões em casa.
A música de fundo é meu presente para a festa: My Sweet Lord, sucesso em 1971. Isto nós tínhamos de melhor.
Os formandos de hoje terão que recordar o "Rap da cachorrona" ou a "Dança da garrafa". Pior para eles
Um grande abraço para todos e tchau!
Nelson Cunha

UMA HOMENAGEM EM 2011 AOS COLEGAS INESQUECÍVEIS

A palestra cujo título está em epigrafe constou da programação de nossa festa dos 40 anos de formatura em Medicina. Trouxe-nos fortes recordações daqueles colegas que já não estão entre nós e suscitou um grande número de emocionados (e, por vezes, divertidos) depoimentos dos participantes do encontro.
Os slides que utilizei na referida palestra, além de inseridos nesta postagem sob a forma de um slideshow, estão sendo enviados aos integrantes da nossa turma de Medicina, os concludentes de 1971 (UFC), através do e-mail.

BOAS-VINDAS

Hotel Porto d'Aldeia, 11 de novembro de 2011
Prezado colega,
Seja bem-vindo ao nosso retiro espiritual, uma reunião de amigos e colegas. Estamos exultantes com seu honroso comparecimento e com as presenças de tantos outros também queridos colegas.
Que bom estarmos novamente juntos nas comemorações de nossos 40 anos de formatura, revivendo momentos de tanta felicidade vividos há quase meio século, cujas lembranças o tempo e a poeira da longa estrada percorrida não conseguem esmaecer.
Todos nós já sentimos os efeitos da passagem do tempo. Porém, nossas fisionomias joviais, cheias de viço e beleza persistem em nossa memória visual. Se estamos com alguns quilinhos a mais, com algumas rugas de expressão mais acentuadas, se nosso cabelo caiu ou prateou, não importa; cá dentro do peito continua a bater um coração juvenil, ainda com a esperança inquebrantável de alcançarmos dias mais justos e tranquilos para o nosso povo e com a plena certeza de que continuaremos colegas-amigos-irmãos por muitos e muitos anos.
O tempo é de reencontro, de aperto de mão, de perdão, de compreensão, de alegria, de comemoração e de agradecimento!
Acredite, foi divinamente bom tê-lo como colega de turma e, mais que isso, como amigo.
A Comissão Organizadora / REUNIR

RESTAURANTE TROPICAL

Aos colegas da comissão,
Nossa vez chegará...
Um grupo de amigos de 40 anos discutia para escolher o restaurante onde iriam jantar. Finalmente decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque as garçonetes usavam minissaias e blusas muito decotadas.
Vinte anos mais tarde, aos 60 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque a comida era muito boa e havia uma excelente carta de vinhos.
Vinte anos mais tarde, aos 80 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque lá havia uma rampa para cadeiras de rodas e até um pequeno elevador.
Dez anos mais tarde, aos 90 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o restaurante. Finalmente, decidiram-se pelo Restaurante Tropical. E todos acharam que era uma grande ideia porque nunca tinham ido lá.
Um abração.
Roberto Marques, médico nefrologista

40 ANOS DE FORMATURA

PROGRAMAÇÃO DAS FESTIVIDADES COMEMORATIVAS EM 2011 DA TURMA DE MÉDICOS DE 1971 (UFC)
Fonte: Reunir
10 de novembro, quinta-feira
19h - Missa na Igreja das Irmãs Missionárias. Participação do Coral da Unimed.
11 de novembro, sexta-feira
14h - Check in no Hotel Porto d'Aldeia Resort
15h30 - Recepção no Salão Nelson Rodrigues pela Comissão Executiva.  Palestra "Uma Homenagem aos Colegas Inesquecíveis" por Paulo Gurgel. Mesa Redonda "Fatos pitorescos de minha vida médica" presidida por Mário Mamede e com a participação dos colegas inscritos.
19h - "Papo do reencontro" e "Seresta" no deck da piscina. Um tecladista e um violonista animarão a noite e estarão à disposição dos colegas cantores.
12 de novembro, sábado
19h30 - Fotografias panorâmicas da turma e dos acompanhantes.
"Baile dos 40 Anos": Discurso "Homenagem a Nossos Mestres" (representados pelos professores Elias Salomão e João Pessoa) por José Luna. Apresentação dos colegas inscritos como cantores. Depoimentos para o vídeo. Valsa da meia-noite. Bolo dos 40 anos. Queima de fogos de artifício. Etc.
13 de novembro, domingo
8h - Entrega de bonés e camisas de recordação do encontro. Exposição de fotografias históricas.
12h - Feijoada.

TURMA QUE SE PREZA FAZ ASSIM

Desta vez não vou escrever em nome da Comissão Executiva. Eu mesmo, Vladimir, farei isto. Não tive o prazer de, na qualidade de estudante universitário ser contemporâneo de vocês na Faculdade de Medicina, pois conclui o curso médico em 1965, embora em 66 e 67 tenha sido residente de Cirurgia na nossa Faculdade. Sou cirurgião plástico de formação, aposentado do serviço público há 18 anos, heptagenário, ainda desenvolvendo as atividades em centros cirúrgicos e no consultório, amante contumaz da nossa profissão, e desenvolvendo desde que me aposentei uma segunda profissão – organizador de eventos médicos. Nos meus mais de duzentos eventos médicos organizados profissionalmente, devo confessar que estou surpreso com a adesão e o entusiasmo dos colegas da turma de 1971 com relação às festividades dos 40 anos de formatura. Em algumas turmas é mister realmente penoso convencer os colegas a participarem das comemorações. Mas, na de vocês, a empreitada decolou e temos no momento presente 46 colegas inscritos e 58 apartamentos reservados no hotel sede. Vocês estão dando um exemplo marcante de coleguismo e de amizade fraterna. Meus parabéns a todos os colegas da turma de 1971.
Vladimir Cruz (por e-mail)

PADEREWSKI

Uns trinta anos atrás fui apresentado a Dr. José Paderewski da Silva, médico de carreira do Banco do Brasil. Conheci-o na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Fortaleza, apresentado por Edmar Gurgel, meu tio e também funcionário do Banco do Brasil.
Na época, Paderewski aparentava ter uns 50 anos. Tinha estatura mediana, tez branca  e usava grossas lentes. Vi-o ainda, outras vezes, nas tertúlias da AABB. Muito discreto, frequentava aquele clube sempre acompanhado por familiares.
Lembro-me de ter perguntado a origem de seu nome. Tratava-se de uma homenagem prestada por seus pais a um grande pianista polonês, esclareceu-me.
Há muito tempo não tenho notícias dele. O site do Conselho Federal de Medicina registra-o na situação de "transferido do Ceará".
A lembrança ocorre-me agora por haver encontrado, em minhas "naveganças" na internet, por casualidade, algo a respeito do polonês Paderewski.
Chamado Ignacy Jan Paderewski (Kurylovka, 18 de novembro de 1860 — Nova Iorque, 29 de junho de 1941), ele  foi pianista, compositor, político e diplomata. Foi também um incansável defensor da causa nacionalista de seu país. Durante a primeira guerra mundial, tornou-se membro de um comitê que lutava pela formação de um Estado polaco. Após o início da Segunda Guerra Mundial, assumiu em Paris a liderança do Movimento Nacionalista Polaco. Com a ocupação da França, em 1940, Paderewski emigrou para os Estados Unidos. Aclamado como um grande intérprete de Chopin, era seguido por legiões de admiradores em todo o mundo.
Paulo Gurgel
19/06/2012 - Atualizando...
Dr. José Paderewski da Silva é meu tio e reside em Fortaleza, no Bairro Dionísio Torres. Homem muito ilustrado, bem humorado e gentil. Transmitirei a homenagem e a lembrança.
Victor Arraes